quarta-feira, 5 de junho de 2013

Por que os protestantes protestam?


Por que eles protestam? Porque é da essência mesma da seita. No dia em que os protestantes deixarem de protestar, deixarão de ser protestantes, como o bêbado, deixando de beber, deixa de ser bêbado, como o brigador, ao deixar as rixas, deixa de ser brigador, ou como o ladrão, deixando de tirar o alheio, deixa de ser ladrão. Protestar é a própria essência do protestantismo; nisto está a sua razão de ser. No dia em que os protestantes deixassem de se reformar, de protestar, diz Sabatier, professor na faculdade protestante de Paris, no dia em que reconhecessem a autoridade exterior, como regra e prova de fé, nesse dia deixariam de ser protestantes, nesse momento se suicidariam.

É por isso que hoje, nos círculos adiantados da seita, que os protestantes que ainda estão com Lutero, não o compreendem.

Lutero conquistou-lhes o direito de protestar. Seus verdadeiros discípulos, os herdeiros genuínos do espírito de tal pai, serão os que usarem de igual direito para protestar contra ele, como eles protestam contra Roma. Os que vivem depois reivindicarão, com igual energia, a prerrogativa de protestar contra a geração presente. É assim e só assim que se pode conservar o protestantismo: protestando e protestando sempre.

O célebre Maistre tem uma frase profunda neste mesmo sentido: “O protestantismo, diz, ele, conserva apenas o mesmo nome, mudando continuamente sua fé, porque seu nome sendo meramente negativo e exprimindo apenas a renúncia ao catolicismo, menos ele acredita, mais ele protesta, e melhor protestante ele é”. (Do Papa, I. IV, cc 5)


Para compreender o protestantismo é preciso ter diante dos olhos este princípio básico: que a sua essência é a negação, é o protesto, é a revolta contra Roma.

Divide-se o protestantismo em centenas, devia-se dizer milhares de seitas, em desacordo entre elas, combatendo-se mutuamente... nenhum ponto doutrinal lhes é comum, o único laço que os liga todos é o ódio à Igreja católica, e o protesto contra tudo o que esta Igreja ensina, de modo que toda a religião protestante consiste em fazer objeções contra a Igreja católica... Objeções!... sempre e só objeções, sem quererem escutar a resposta.

Um bispo protestante – pois, para melhor macaquear a Igreja verdadeira, certas seitas ainda têm bispos – o bispo de S. David definiu a sua religião: a abjuração do papismo.

Eis o que é um protestante, e eis a razão por que ele protesta. É a sua essência, a sua razão de ser... Protesta... deve protestar..., e no dia em que não protestar mais deixa de ser protestante para ser de novo católico.

Para dar a este protesto uma capa ou aparência de razão, o protestante vem com a bíblia, que o condena a cada passo, porém, ele não quer ver a condenação, quer protestar, e ei-lo a formular as objeções mais absurdas e mais extravagantes.

Pouco importa que a própria bíblia refute as suas objeções; ele não quer ver, e não vê, pela razão muito simples que não há pior cego que aquele que não quer ver.

Não protesta nem contra o espiritismo, nem contra o budismo, nem contra o positivismo, nem contra o bolchevismo... não; só protesta contra a Igreja católica, porque só ela possui a verdade, e esta verdade é o alvo do seu protesto e a mira das suas objeções.

Protestam, pois, contra a Igreja, contra a autoridade da Igreja, contra os seus dogmas, contra os sacramentos, contra o culto, contra tudo o que forma a doutrina básica da Igreja verdadeira.

A Igreja católica é a única baseada sobre São Pedro e seus sucessores. – Guerra pois ao papa e toda a autoridade!

A Igreja possui dogmas revelados, que formam a base do seu ensino. Guerra pois a estes dogmas!

A Igreja possui uma moral pura, santa, um sacerdócio virgem. Guerra pois ao celibato e tudo o que é puro!

A Igreja possui um culto majestoso, atraente, manifestação da sua fé e de seu amor. Guerra pois ao culto da Igreja!

A Igreja honra de um culto de superveneração a imaculada Mãe de Deus, e de um culto de veneração aos Santos. Guerra pois a Cristo, guerra à Virgem santa, guerra aos santos!

O protestantismo não possui santo nenhum!... a Igreja católica os conta por milhares... Então grita-se: “São ídolos... adoram as imagens... são idólatras!...”

Pobres protestantes. Os ídolos são eles, estes ídolos dos quais o profeta dizia: Têm olhos e não enxergam, têm ouvidos e não ouvem; têm língua e não falam (Ez. 12,2).

Eis por que o protestante protesta e contra quê ele protesta. É um ignorante pelo orgulho; é um revoltoso impelido pelo fanatismo, é um ateu envolvido na capa de uma bíblia... conservando só a capa, sendo ele mesmo o texto da bíblia, isso é, sua própria vontade, pela livre interpretação.

Oh! Eu sei, o povo ignorante em sua simplicidade nem pensa nisso; ele se deixa seduzir pelos mercenários gananciosos, pelos tais pastores, que vivem à custa da sua simplicidade. Os culpados são estes vendidos que, para ganharem dinheiro, vendem e perdem as almas dos outros, depois de terem vendido a própria alma.

Pobres protestantes iludidos, escutai este aviso do Espírito Santo, tirado de um dos livros da bíblia, que arrancaram vossos pastores por ser a condenação deles; do segundo livro dos Paralipômenos: Eis o que diz o Senhor Deus: Por que violais vós os preceitos do Senhor, o que vos não será de proveito, e por que abandonastes vós o Senhor, para ele também vos abandonar? (2 Crônicas. 24,20).

Deixai de protestar e voltai à religião dos vossos pais, à religião de Jesus Cristo, ensinada pela Igreja católica. Ela é a única que possui dogmas imutáveis, e faz praticar uma moral santa e santificante, a única que possui um culto interior, exterior, digno de Deus e dos homens, a única, enfim, que foi fundada por Jesus Cristo, e atravessou os séculos, sempre a mesma, sempre idêntica, sempre divina, porque com ela está o Espírito de Deus. Eis que eu estarei convosco até ao fim dos séculos (Mt. 28,20).

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Fonte: Apologética Católica com o Padre Júlio Maria de Lombaerde, + 1944
Retirado do Livro "Luz nas Trevas - Respostas irrefutáveis as objeções protestantes" – capítulo II.

Nota da Conferência Episcopal do Mato Grosso do Sul sobre a questão indígena


Foi com este título que, a 12 de dezembro de 2009, os Bispos da Igreja Católica presente no Mato Grosso do Sul nos posicionamos sobre o doloroso conflito que, há décadas, mantém agricultores e indígenas em margens opostas e que, a cada ano que passa, evolui em vítimas de ambos os lados. Reconhecíamos então que não se podia «prolongar um estado de coisas que, além de nos humilhar perante a opinião pública mundial, é uma tremenda injustiça que se comete contra uma multidão de brasileiros – e a injustiça sempre gera violência!».

Infelizmente, a nossa voz não parece ter obtido a resposta que desejávamos. Os paliativos tomados se resumiram a congressos, seminários, viagens a Brasília (ou de Brasília) e... promessas! Nenhum dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – correspondeu às expectativas neles depositadas. Interesses mais ou menos ocultos prevaleceram sobre o bem comum. Era o que nos preocupava na mensagem: «O que não podemos deixar de questionar é se o Brasil, que dispõe de verbas para obras de envergadura em todo o território nacional, não tem recursos para realizar, de uma vez por todas, as justas expectativas de uma população cada vez mais vulnerável e explorada em sua dignidade».


Mas, para não ficarmos, nós também, apenas em palavras, apresentávamos uma tentativa de solução: «A compra, por parte do governo, de propriedades situadas nas cercanias das atuais aldeias indígenas ou a utilização de terras devolutas no Estado». A ideia foi debatida e assumida, nestes últimos anos, por amplos segmentos da sociedade sul-mato-grossense e sintetizada em dois itens: quanto aos produtores rurais que tiverem suas propriedades demarcadas, sejam indenizados pelo valor real das mesmas (e não apenas por suas benfeitorias); quanto às comunidades indígenas, suas aldeias sejam revitalizadas e transformadas em núcleos populacionais (urbanos e rurais), com os serviços e as políticas públicas indispensáveis às necessidades de seus habitantes, assim como se procura fazer com as demais cidades e vilas do país.

Como todo o território brasileiro, também o Mato Grosso do Sul era terra indígena. Por isso, é um dever que cabe a toda a sociedade – representada por suas autoridades – proporcionar aos povos indígenas condições de vida que os façam sujeitos e protagonistas de seu desenvolvimento, ao invés de mantê-los numa dependência social e econômica que os avilta em sua dignidade de seres humanos. Os conflitos gerados por suas sucessivas ocupações de propriedades vizinhas nada mais são do que uma prova contundente do abandono a que são relegados. Quando não atinge todas as camadas sociais, o progresso é desumano e injusto.

Por sua vez, estamos conscientes de que a maioria dos produtores rurais – pelo menos dos pequenos e médios agricultores que chegaram ao Mato Grosso do Sul a partir de 1950, impulsionados pela “Marcha para o Oeste” deflagrada pelo Presidente Getúlio Vargas – adquiriram suas propriedades legalmente e delas precisam para viver. Não se pode reparar uma injustiça cometida no passado pelo governo brasileiro contra os índios tirando-lhes a terra, com outra injustiça, desrespeitando os direitos adquiridos pelos agricultores. Caso contrário, prolongar-se-á uma situação de tensão e insegurança jurídica e social que só pode terminar em violência, onde os mais fracos são sempre as primeiras vítimas.

Chegamos a uma situação limite, que ameaça degenerar em conflito armado. Por isso, ao mesmo tempo em que solicitamos às autoridades civis, judiciárias e militares que se deixem guiar pela justiça e pela sabedoria nas medidas concretas e imediatas que precisam tomar, pedimos a todas as pessoas de boa vontade – indígenas, produtores rurais e membros de organismos envolvidos no conflito – que anteponham o diálogo e a negociação ao confronto, para não se mancharem com o sangue que continua a regar o solo do nosso Estado. Para uma solução justa e duradoura da questão indígena no Mato Grosso do Sul, o direito e o bem-estar de todas as partes precisam ser assegurados. Se as ocupações geram um clima de insegurança jurídica e social, o status quo é um barril de pólvora em constante ameaça de explosão.

Índios e produtores rurais acreditam no mesmo Deus, formam a mesma família e constroem a mesma nação. Nada mais natural, portanto, que busquem concordes e solidários a solução de seus desafios e conflitos, já que, em assunto de tamanha importância, ninguém pode olhar apenas para seus interesses: ou nos salvamos juntos ou todos sairemos perdendo...


Campo Grande, 5 de junho de 2013


Dom Dimas Lara Barbosa
Arcebispo de Campo Grande

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB
Bispo Auxiliar de Campo Grande

Dom Vitório Pavanello, SDB
Arcebispo Emérito de Campo Grande

Dom Antonino Migliore
Bispo de Coxim

Dom Redovino Rizzardo, CS
Bispo de Dourados

Dom Segismundo Martinez Alvarez, SDB
Bispo de Corumbá

Dom José Moreira Bastos Neto
Bispo de Três Lagoas

Dom Ettore Dotti, CSF
Bispo de Naviraí


Pe. Bento Moreira
Administrador Diocesano de Jardim

Nota de Repúdio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral



1.     As redes e organizações da sociedade civil que lideraram o processo de conquista da Lei da Ficha Limpa vêm a público repudiar a decisão do Grupo de Trabalho constituído no âmbito da Câmara dos Deputados que acaba de aprovar proposta de drástica redução dos efeitos da Lei da Ficha Limpa.
 
2.     A Lei da Ficha Limpa é clara ao criar obstáculos à candidatura de políticos que tiveram suas contas públicas rejeitadas por malversação dos recursos públicos. Não é admissível que a Câmara afronte a vontade manifestada por toda a sociedade brasileira, amparada em projeto de lei de iniciativa popular.


3.     Esperamos que a Câmara reconheça a incorreção da iniciativa do Grupo de Trabalho e promova o imediato arquivamento da matéria.

4.     Fatos como esse demonstram a urgência e a necessidade da luta por uma Reforma Política de iniciativa popular, próximo passo do nosso Movimento.




Brasília, 04 de junho de 2013

O Papa pecador


Houve quem ficasse surpreso quando, na audiência geral de 29 de maio passado, o Papa Francisco declarou que era pecador: “A Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Sem dúvida, ela também tem aspectos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fiéis, existem defeitos, imperfeições e pecados; até o Papa os tem, e tem tantos, mas é bom saber que quando nos damos conta que somos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, que perdoa sempre”.

O Papa Francisco quer nos ensinar a humildade, que começa com a confissão de que somos pecadores. Ele é o vigário de Jesus Cristo na terra. Jesus, sendo Deus santíssimo, tomou sobre si os nossos pecados: “Aquele que não cometeu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus (2 Cor 5, 21). Jesus, inocente e puro, quis passar por pecador. Foi assim que ele juntou-se ao povo para receber o batismo de penitência dado por João no rio Jordão. Nós, ao invés, sendo pecadores, queremos passar por santos. E ficamos indignados quando somos tratados como pecadores! “Se dissermos que não temos pecado, estamos enganando a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1, 8).


Por isso a Igreja, mãe sábia, na sua sagrada Liturgia, nos ensina sempre a humildade: “Eu, pecador, me confesso... porque pequei muitas vezes..., por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa”; com muitas súplicas ao perdão e à misericórdia de Deus: “não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja”.

Subliminarmente, o Papa também quer combater o carreirismo na própria Igreja, o gosto de aparecer, o desejo de nos substituirmos a Jesus Cristo, o querer, na Liturgia, por exemplo, se suplantar ao próprio Cristo, fazendo-nos os protagonistas da ação sagrada.

“Sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós” (Mt 11, 29). A humildade é fonte de paz, de fraternidade e união. É o oposto da hipocrisia.  E para ser humilde é preciso ser forte, corajoso e valente. É a temática jesuítica, muito cara ao nosso Papa: “Acusar a si mesmo implica uma valentia pouco comum para abrir a porta a coisas desconhecidas e deixar que os outros vejam além de minha aparência. É renunciar à maquiagem, para que se manifeste a verdade. Na base do acusar a si mesmo, que é um meio, está a opção fundamental pelo anti-individualismo, pelo espírito de família e de Igreja que nos conduz a nos assumirmos, como bons filhos e bons irmãos, para mais tarde podermos vir a ser bons pais. Acusar a si mesmo implica uma postura basicamente comunitária...” E como ele falou na última audiência, o reconhecermo-nos pecadores atrai o perdão de Deus: “Quem acusa a si mesmo abre espaço para a misericórdia de Deus; é como o publicano que não ousa levantar seus olhos (cf. Lc 18, 13). Quem sabe acusar a si mesmo é um homem que sempre se aproximará bem dos outros, como o bom samaritano, e , nessa aproximação, o próprio Cristo realizará o acesso ao irmão” (Jorge Mario Bergoglio, S.J., Sobre a acusação de si mesmo).



Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

terça-feira, 4 de junho de 2013

Contagem regressiva para o Vinde a Mim 2013

O encontro acontece no próximo final de semana e terá missa de encerramento com dom Belisario.

Com entrada franca e expectativa para receber milhares de fiéis na sede da Renovação Carismática Católica (RCC), praça do Viva Angelim, bairro do Angelim, em São Luís, o vigésimo segundo Vinde a Mim, encontro de Pentecostes da RCC, está sendo aguardado por toda comunidade católica.

Nesse ano, o lema “Batei e vos será aberto”(Mt 7,7) será desenvolvido pelos pregadores Ironi Spuldaro (PR), da Missão Há Poder de Deus e Luiz César Martins, coordenador nacional do Ministério de Intercessão da RCC Brasil.


“O Vinde a Mim é o encontro mais antigo da RCC, que nasceu há 22 anos, da necessidade de louvarmos a Pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo é quem nos apresenta Jesus. E no Vinde a Mim, Jesus faz um convite e uma promessa aos participantes: que venham até Ele todos os que estão cansados e oprimidos com o peso de seus fardos e Ele aliviará. A forma que Jesus tem de nos aliviar é enviando seu Consolador, o Espírito Santo”, explica diácono Francisco Camêlo, coordenador da RCC Maranhão, que há mais de 15 anos, época em que entrou no movimento da Renovação Carismática Católica, também teve esta experiência com o Consolador de Deus.

Já estão confirmadas caravanas de Zé Doca e da cidade de Paraibano e Rosário. Até o evento, a RCC de São Luís espera receber confirmações de caravanas de todo o Estado para o encontro de Pentecostes mais antigo da RCC do Maranhão, que nesse ano atrai pessoas que vêem na expectativas de receberem curas, durante as orações com Ironi Spuldaro, pregador da RCC Brasil que tem viajado o mundo inteiro orando pela cura dos enfermos.

“A primeira vez que vi o Ironi Spuldaro foi em um encontro para jovens, Vem pra Cá, em São Luís, no ano de 2000. Eu estava participando do encontro e o Espirito Santo realizou curas em minhas vida que foram reveladas durante as orações com ele”, relembra Sara Nascimento, da cidade de Santa Inês, ao saber do retorno do Ironi, dessa vez, para o encontro de Pentecostes da RCC de São Luís.


Na programação, a organização reservou momentos com Adoração ao Santíssimo Sacramento, seguido de oração por cura e libertação dos participantes. Além de pregações inspiradas no tema da Fé e no lema do Vinde a Mim desse ano. Também ficarão disponíveis sacerdotes para o atendimento do sacramento da confissão. Para o encerramento, está confirmada missa presidida por Dom José Belisário, Arcebispo de São Luís do Maranhão.  

domingo, 2 de junho de 2013

Reconhecimento mútuo do Batismo em Igrejas nos Estados Unidos



No dia 29 de janeiro de 2013, nos Estados Unidos, foi dado um significativo passo no caminho da unidade dos cristãos. Nessa data, em Austin, representantes de cinco igrejas cristãs assinaram um Acordo de reconhecimento mútuo do batismo.

Coroando um período de sete anos de conversações, a Igreja Católica Romana, a Igreja Presbiteriana (EUA), a Igreja Cristã Reformada, a Igreja Reformada da América e a Igreja de Cristo Unida reconheceram mutuamente o batismo, rejeitando qualquer ato que possa significar um rebatismo. Para a validade, requer-se no batismo o elemento água e a fórmula trinitária: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


O secretário geral da Igreja Reformada da América, Wes Granberg Michaelson, lembrou que um acordo semelhante já foi assinado na Austrália e na Alemanha. Por sua vez, o bispo Joe Vasques, da Igreja Católica de Austin, afirmou que “este esforço ecumênico, este reconhecimento mútuo do batismo, é parte de nossa resposta à oração de Jesus: ‘Que todos sejam um’”.

Além da Austrália e Alemanha, declarações de reconhecimento recíproco do batismo foram assinadas no Brasil (1979) entre luteranos, anglicanos e católicos; na Argentina (1986) entre a Igreja Católica e a Igreja Evangélica do Rio da Prata (IERP); no Uruguai (1993) entre a Igreja Católica e a Igreja Luterana Unida; na Noruega (1997) entre a Igreja Metodista Unida e a Igreja da Noruega (luterana); no Oriente Médio (1991) entre a Ortodoxa, Patriarcado de Antioquia, e a Igreja Sirian Ortodoxa (pré-calcedoniana); na Polônia (2000), entre a Igreja Católica, Luterana, Igreja Evangélica Reformada, Igreja Metodista e Igreja Ortodoxa; no Chile (1999), entre a Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igreja Evangélica Luterana, Metodista, Reformada, Comunidade dos Irmãos e duas igrejas pentecostais; no Egito (1989), entre ortodoxos e coptas; na República Eslovaca (2001), entre luteranos, católicos romanos e católicos gregos; na Nova Guiné (2003) entre a Igreja Católica Romana, Igreja Luterana e Igreja Anglicana; nas Jordânia (2006) entre luteranos e reformados.


No Brasil, no dia 15 de novembro de 2007, representantes das igrejas-membro do CONIC (Católica Romana, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana, Presbiteriana Unida e Sirian Ortodoxa) assinaram um Ato deReconhecimento Mútuo do sacramento do Batismo. A assinatura teve lugar no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, por ocasião da celebração dos 25 anos do CONIC.


Artigo escrito por
Carlos Jeremias Klein

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Mastectomia no Neopentecostalismo


Disse a atriz americana Angelina Jolie: “Meus filhos não vão me perder para o câncer”. A bela atriz anunciando ter feito uma mastectomia preventiva (1).

Temos que realizar pelo poder do Evangelho de Cristo uma mastectomia contra o terrível câncer das heresias do neopentecostalismo e suas patologias como: teologia da prosperidade, sessão de descarrego, corrente da meia-noite, exorcismo teatral, mágica da determinação da benção, idolatria do dízimo, toalha suada do apóstolo, evangelho do show gospel, igrejas do mercado religioso e a posse da bênção pela confissão positiva.

Diante da atual proliferação de seitas e heresias, requer dos verdadeiros líderes ortodoxos, ministros fiéis da santa doutrina dos apóstolos de Jesus Cristo uma COMISSÃO DA VERDADE TEOLÓGICA para fazer ciente a população brasileira a autêntica proclamação do Evangelho do Reino de Deus contra a propaganda enganosa do evangelho capitalista do reino dos homens do mercado religioso.


Diz o pastor Ricardo Gondim: “A corrida política dos evangélicos é reflexo da disputa entre as igrejas no mercado religioso” (2). Afirmação muito forte é a do intelectual Dr. Candido Mendes: “sexo, dinheiro e exploradores do evangelismo pentecostal. A exploração vai ao exponencial, nas multi-igrejas dos “últimos dias”, e na formação instantânea dos ditos pastores, nascidos das conveniências da hora” (O Globo, 31/05/2013, p.15).

“A Universal do Reino de Deus é uma grande empresa que usa o imaginário da população e tem uma alta elaboração. Cada semana ela lança um produto novo, como qualquer empresa que sabe qual é o seu público alvo; existe uma corrente dos 70 pastores, outra para os empresários, para quem tem problemas financeiros...”, enumera Saulo de Tarso Cerqueira Baptista, autor de Cultura Política e Neopentecostais (3).

IGREJA ELETRÔNICA

“O pastor Silas Malafaia não me representa. Envergonha-me da forma como se dirige aos evangélicos. Envergonho-me das suas grosseiras com a Bíblia na mão desacatando a sociedade brasileira. Envergonho-me da nossa falta de vergonha em desautorizá-lo”, escreve o pastor Valdemar Figueredo e diz mais: “já foi provado que a igreja eletrônica gera mais antipatia do que conversos; enche mais os bolsos do que as almas; constrói mais celebridades do que gente; reúne mais multidão do que rebanho” (4).

Diretor e professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, o pastor Lourenço Stelio Rega é doutor em Ciências da Religião e mestre em teologia. Autor do livro Dando um jeito no jeitinho (Editora Mundo Cristão), no qual trata da ética cristã, Rega é um dos maiores especialistas brasileiros no tema. Sob esta ótica, ele avalia a atuação do pastor Silas Malafaia: “Malafaia não sabe dialogar, só gritar, para alimentar a sede belicosa de seus fãs. Com o uso de uma estratégia apologética tão guerreira, está causando um prejuízo incalculável à imagem dos evangélicos. Ele está numa obsessão sem controle. Quem vai conseguir convencê-lo disso? Para poder tocar toda a estrutura que criou, Silas Malafaia acabou tendo de focalizar parte de sua mensagem no tema dinheiro. É uma armadilha terrível essa em que ele e os outros protagonistas da teologia de mercado, com o evangelho da prosperidade, têm caído”.

“Silas sempre vai falar na televisão o que lhe convém. De bobo, ele não tem nada. Assim como Satanás, fala algumas verdades para encobrir muitas outras mentiras”, afirma Flávio Magalhães, empresário e pastor da Igreja do Evangelho Simples, no Rio de Janeiro. “Violência verbal e ênfase no dinheiro levam Silas Malafaia a atrair rejeição dentro da Igreja Evangélica” (5).

GRANDES ESCÂNDALOS

“Tribunas estão sendo transformadas em púlpitos do fundamentalismo. E, de maneira estranha à atividade parlamentar, a tecnologia é usada na campanha viral de ataques à honra de pessoas que lutam contra a hipocrisia e a repressão dos que fecham os olhos à diversidade humana. Procura-se, por todos os meios e covardemente, reforçar antigos estigmas sociais. Vemos a infeliz combinação da influência religiosa com e para fins políticos e da política com e para objetivos que têm mais a ver com a disputa mundana de poder do que com algum propósito espiritual. Em qualquer dos casos, trata-se de uma excrescência a ser combatida. Devemos denunciar os que tentam manobrar politicamente a massa de fiéis e nos insurgimos contra a exploração da religiosidade para benefícios eleitorais”, escreve Dr. Wadih Damous que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade no Rio (6).

O renomado pregador Inglês, conhecido como: “O príncipe dos Pregadores”, Charles Spurgeon disse: “Os pregadores não estão encontrando diamante nas Sagradas Escrituras, mas apenas um caco de vidro quebrado” (7).

A etiologia do neopentecostalismo, das seitas e heresias é a ganância idolátrica pelo dinheiro, a luxúria e a ânsia radical pelo poder religioso e político. Esses ingredientes são causas estupendas dos grandes conflitos e crimes e na esfera religiosa tais conflitos são colossais e duradouros. É urgente uma comissão no estilo do G20 para uma renovada Ordem Mundial Cristalina da doutrina cristã com total transparência da verdade, caridade, paz e justiça.

O neopentecostalismo é a suprema heresia no cristianismo pós-moderno e o seu fundamento é a esotérica teologia da prosperidade. A nossa era é refém dos grandes escândalos entre “igrejas” e dinheiro, evangelho e mercado, fé e heresias, seitas e denominações, pastores e mercenários, Bíblia e mercantilismo, ecumenismo e cismas, escatologia e fundamentalismo apocalíptico.

Não resta outra coisa, senão uma radical mastectomia, sem anestesia no pentecostalismo e muito mais no seu maldito filho: o neopentecostalismo. Não vamos perder mais fiéis para esse terrível câncer.

A voz profética em prol das ovelhas de Cristo contra os lobos deve ser radical e urgente!


Pe. Inácio José do Vale
Pesquisador de Seitas
Professor de História da Igreja
Instituto de Teologia Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
Pesquisador do CAEEC (Área Pós-Graduação)
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Notas:
(1)                O GLOBO, 19/05/2013, p.2.
(2)                CARTA CAPITAL, 24/04/2013, p. 25.
(3)                REVISTA SAMUEL, N° 6, p. 38.
(4)                CRISTIANISMO HOJE, DEZ/JAN. DE 2013, p. 64.
(5)                CRISTIANISMO HOJE, ABRIL/MAIO DE 2013, pp. 20,22 E 26.
(6)                O GLOBO, 18/05/2013, p. 23.
(7)                CHARLES HADDON SPURGEON, CITADO EM STEVE MILLER, C.H. SPURGEON ON SPIRITUAL LEADERSHIP (C.H. SPURGEON. SOBRE LIDERANÇA ESPIRITUAL). CHICAGO IL.: MOADY PUBLISHERS, 2003, p. 106.
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A lógica de Deus é a do serviço, do amor e da fé, destaca Papa no Angelus


Angelus
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 2 de junho de 2013



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quinta-feira passada celebramos a festa de Corpus Christi, que na Itália e em outros países foi transferida para este domingo. É a festa da Eucaristia, Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo.

O Evangelho nos propõe a passagem do milagre dos pães (Lc 9, 11-17); gostaria de concentrar-me sobre um aspecto que sempre me impressiona e me faz refletir. Estamos às margens do lago da Galileia, a noite aproxima-se; Jesus se preocupa com o povo que há tantas horas está com Ele: são milhares e têm fome. O que fazer? Também os discípulos veem o problema e dizem a Jesus: “Despede a multidão” para que vá às vilas vizinhas encontrar algo para comer. Jesus, em vez disso, diz: “Vós mesmos dais a eles o que comer” (v. 13). Os discípulos permanecem confusos e respondem: “Não temos mais que cinco pães e dois peixes”, como dizer: apenas o necessário para nós.

Jesus sabe o que fazer, mas quer envolver os seus discípulos, quer educá-los. A atitude dos discípulos é aquela humana, que procura a solução mais realista, que não crie problemas: Despede a multidão – dizem –, cada um se vira como pode, de resto já fez tanto por eles: pregou, curou os doentes…Despede a multidão!


A atitude de Jesus é diferente e é ditada por sua união com o Pai e pela compaixão pelo povo, aquela piedade de Jesus para com todos nós: Jesus ouve os nossos problemas, as nossas fraquezas, as nossas necessidades. Diante daqueles cinco pães, Jesus pensa: eis a providência! Deste pouco, Deus pode tirar o necessário para todos. Jesus confia totalmente no Pai celeste, sabe que a Ele tudo é possível. Por isso diz aos discípulos para fazer o povo sentar-se em grupos de cinquenta – não é por acaso isto, porque isto significa que não são mais uma multidão, mas transformam-se em comunidade, alimentada pelo pão de Deus. Então toma aqueles pães e peixes, eleva os olhos para o céu, recita a benção – é clara a referência à Eucaristia – depois os parte e começa a dá-los a seus discípulos, e os discípulos os distribuem…e os pães e peixes não acabam, não acabam! Eis o milagre: mais que uma multiplicação é uma partilha, motivada pela fé e pela oração. Todos comeram e seguiram adiante: é o sinal de Jesus, pão de Deus para a humanidade.

Os discípulos viram, mas não entenderam bem a mensagem. Foram tomados, como a multidão, pelo entusiasmo do sucesso. Mais uma vez seguiram a lógica humana e não aquela de Deus, que é a do serviço, do amor, da fé. A festa de Corpus Christi nos pede para convertermos a fé na Providência, para saber partilhar o pouco que somos e que temos e não nos fecharmos nunca em nós mesmos. Peçamos à nossa Mãe Maria para ajudar-nos nesta conversão, para seguir verdadeiramente mais aquele Jesus que adoramos na Eucaristia. Assim seja.


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Tradução: Jéssica Marçal