Mostrando postagens com marcador Liturgia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Liturgia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia VIII



Neste novo artigo sobre a liturgia da Santa Missa, vamos nos deter na Oração Eucarística, também chamada de Anáfora. É a parte mais importante de toda a celebração. Eis algumas observações:

1. A Oração Eucarística é precedida por uma Oração sobre as Oferendas e pelo Prefácio com o canto ou recitação do “Santo”. É importante observar que não se pode mudar a letra do “Santo”. Quando ele é cantado deve-se usar uma letra o mais próxima possível daquela que está no Missal.

2. Quanto à Oração Eucarística, deve-se ter cuidado na escolha. É sempre preferível utilizar uma das quatro, aprovadas para toda a Igreja. O prefácio da Oração IV não pode ser substituído por um outro. A Oração V é tipicamente brasileira. Aos domingos dever-se-ia utilizar sempre uma das quatro principais. Nas grandes solenidades o ideal é utilizar a Oração Eucarística I, também conhecida como Cânon Romano. As orações eucarísticas “para diversas circunstâncias” somente devem ser usadas em circunstâncias especiais, nunca aos domingos nem nas missas ordinárias. O que se faz atualmente – inclusive os venenosos jornaizinhos – é um abuso e um erro.

3. O celebrante não pode mudar nada na Oração Eucarística. É absolutamente proibido!

4. A quem é dirigida toda a Oração? Ao Pai pelo Filho no Espírito. O celebrante deve ter todo o cuidado para não dar a entender que está fazendo a Oração dialogando com o povo! O diálogo é do padre, em nome de toda a Igreja, com Deus-Pai e não com a assembléia!

5. Deve ser bem realçado o rito de impor as mãos sobre as ofertas, pedindo ao Pai que derrame sobre elas o Espírito Santo do Senhor Jesus. É na força do Santo Espírito e no pronunciar as santas palavras do Senhor Jesus, cheias do Espírito Santo, que se dá a Consagração.

6. O padre deve ter o maior cuidado de, na hora da Consagração, não estar narrando a Última Ceia para o povo! É um erro gravíssimo! É não ter compreendido nada da dinâmica da Missa! A narração que o padre faz (“Na noite em que ia ser entregue...”) é ao Pai! É a Igreja toda que, pela voz do celebrante, faz memória ao Pai e diante do Pai de tudo quanto o Senhor Jesus fez pela nossa salvação!

7. Também é um gravíssimo erro quebrar a hóstia logo na hora da Consagração: “Ele tomou o pão, deu graças e partiu”... Aqui não se parte a hóstia! Ela será partida no momento do Cordeiro! É preciso compreender que a estrutura da Missa segue os quatro gestos de Jesus: ele tomou o pão e o vinho (Apresentação das Ofertas), deu graças (Oração Eucarística), partiu (no momento do Cordeiro) e o deu aos seus discípulos (Comunhão). Partir o pão na hora da Consagração avacalha a espinha dorsal da celebração numa clara e triste demonstração de desobediência à Igreja e ignorância litúrgica!

8. Outro erro muito comum e muito feio é a mania de ler intenções da Missa durante a Oração Eucarística. Quebra-se totalmente a dinâmica da oração ao Pai... É como meter um monte de avisos e informações para a assembléia bem no meio da Oração! Seria possível dizer neste momento o nome do morto por quem se está celebrando se fosse um ou dois mortos apenas... Mas, no Brasil, são muitas intenções numa Missa só! Então, o momento de dizer as intenções é no início da Missa, antes da entrada do celebrante ou logo após o “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo” ou, ainda e melhor que todas as opções, ao final da Oração dos Fiéis. Pode um leitor ou o próprio padre dizer mais ou menos assim: “Pelas intenções pelas quais é oferecida esta santa Eucaristia...” E aí se colocam as intenções, começando pelos vivos e terminando pelos mortos... Depois, como nas outras preces, diz-se o “Rezemos ao Senhor”... Na Oração Eucarística não se lê mais intenção alguma!

9. Lembrem-se todos que as respostas dentro das Orações Eucarísticas são facultativas...

10. Importante: o “Por Cristo...” é dito somente pelo celebrante. Nenhum padre tem direito ou autoridade para mandar o povo rezar com ele esta Doxologia (glorificação) final!

11. Ainda um lembrete: Na hora da Consagração todos os que tiverem saúde nos joelhos se ajoelham, inclusive os diáconos! Esta é a norma litúrgica da Igreja e ninguém é lícito fazer diversamente.

12. No caso de concelebração, ao erguer o Corpo e o Sangue do Senhor no “Por Cristo...”, o celebrante principal não deve dar aos concelebrantes outras âmbulas que estejam sobre o altar. Nesta situação, ele eleva a patena, com a Hóstia consagrada deitada sobre ela (é absolutamente errado levantar a patena mostrando a Hóstia ao povo. Isso se faz na elevação após a Consagração) e dá o cálice ao diácono ou, na ausência deste, a um dos padres concelebrantes. E pronto; as âmbulas devem ficar sobre o altar, e não serem dadas aos demais concelebrantes!

13. É muito aconselhável que o “Por Cristo” seja sempre cantado e o povo responda com um “Amém” também cantado!

Continuaremos no próximo número...

Côn. Henrique Soares da Costa
____________________________________
Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/145--temas-de-liturgia-viii

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia VII



Prosseguimos ainda com as observações sobre a liturgia. Recordo ao leitor que são observações soltas, que vou fazendo à medida que recordo os usos e abusos mais comuns nas nossas comunidades, alguns deles com o conselho, o incentivo e o aval de conhecidos liturgistas em nada comprometidos com as orientações emanadas pela Santa Sé. E, assim, o nosso povo vai se tornando cobaias de um laboratório (ou oficina, como é moda dizer) litúrgico – como se a liturgia pudesse ser fabricada em laboratório ou inventada artificialmente...

Assim, vamos agora à Liturgia Eucarística, que se inicia com a apresentação das ofertas e vai até a oração após a comunhão. Eis as observações que proponho:

1. É um abuso que se deixa para cobrir o Altar neste momento. Na liturgia latina, o Altar deve sempre estar coberto, mesmo que seja uma mesa bela e artisticamente rica. Altar descoberto significa abstinência de celebração da Eucaristia e é um símbolo próprio do período que vai do encerramento da Missa na Ceia do Senhor até a tarde do Sábado Santo, quando se ornamente a igreja para a Vigília Pascal. Pior ainda é deixar o Altar descoberto mesmo durante a Liturgia Eucarística, usando somente o corporal!

2. Não esqueçamos: a toalha deve ser branca, digna, não deve ser vazada, pois deve reter os fragmentos da hóstia que porventura caiam ou o vinho consagrado em caso de acidente.

3. É importante que os vasos sagrados não sejam uma adaptação de mau gosto, mas sejam próprios para a liturgia. Por exemplo: muitas vezes, para o lavabo, colocam uma bacia comum e uma leiteira com a água para lavar as mãos, além de uma toalha de rosto! Está errado! Outras vezes, as galhetas são improvisadas em vidrinhos ou galhetas de refeição comum. Não é adequado. Pior ainda quando, ao invés do cibório ou âmbula, toma-se um recipiente de vidro próprio para se guardar doce ou biscoitos! É puro mau gosto!

4. Deve-se evitar encher o altar de coisas: jornalzinho, folha de cânticos, agenda com intenções, etc. O Altar é imagem de Cristo; deve ser reverenciado e respeitado! Sobre ele devem estar somente o indispensável: o corporal, o sanguinho, a patena com o pão, a âmbula, o cálice com a pala e o missal (se for necessário com um apoio para facilitar a leitura do celebrante). Se não tiver outra solução, coloquem-se ainda sobre ele duas velas (uma de cada lado). Nas missas solenes podem ser colocadas quatro ou até seis. Sete velas somente podem ser usadas nas missas presididas pelo Bispo. Ao lado ou sobre o Altar coloca-se também o crucifixo (sempre com o Crucificado). Se já houver um grande no fundo da igreja, voltado para o povo, basta. Neste caso, havendo cruz processional, ela é colocada voltada para o celebrante.

5. Quanto à procissão das ofertas, somente se apresenta coisas que sejam para o sacrifício (pão, vinho e água), donativos para os pobres ou objetos que depois sirvam para doação ou para o uso da igreja. Nunca se ofertam coisas que depois sejam retomadas: isso é teatro, coisa totalmente alheio ao espírito litúrgico! Então, é totalmente errado ofertar um casal, uma mãe, uma um cartaz, etc. Também não se ofertam os objetos que já são da igreja: as velas que serão colocadas sobre o Altar, o lavabo, o cálice vazio... Tudo isso é totalmente sem sentido! É teatrinho de faz-de-conta! Também não há necessidade alguma de fazer comentário sobre o que se está oferecendo! A apresentação é a Deus e Deus já sabe do que se trata. Tudo quanto se puder evitar de comentários durante a missa somente fará bem à celebração! Rito não é para ser explicado; rito é para ser vivido, saboreado!

6. Quanto ao canto das ofertas, não é necessário que tenha que falar em ofertório, em pão ou em vinho. Qualquer canto litúrgico que ajude a aprofundar o mistério celebrando ou seja dirigido a Deus e não seja contrário ou alheio ao espírito do rito que se está realizando, pode ser usado...

7. O bom é que as galhetas e o lavabo não sejam colocados sobre o Altar. Uma vez utilizados deveriam ser recolocados na credência.

8. Está se introduzindo um costume abusivo nas nossas missas, um rito novo, extra-litúrgico: oferecer água ao padre para beber. Isso está errado! Se algum celebrante tem problema de garganta, pigarro ou coisa do gênero, admite-se. Mas, que isso se torne regra, é totalmente errado! Durante a celebração não se come nem se bebe nada a não ser as sagradas espécies na hora liturgicamente prevista. Esse abuso revela o quanto a sacralidade e o espírito de renúncia e auto-disciplina vão desaparecendo na Igreja! Do mesmo modo não é nada elegante o coral ficar bebendo água dentro do espaço litúrgico durante a celebração. Quem precisar beber, vá à sacristia!

Continuaremos depois.

Côn. Henrique Soares da Costa
________________________________
Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/146-temas-de-liturgia--vii

domingo, 17 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia VI



Retomamos com este artigo nosso pequeno comentário sobre a liturgia da Missa. Agora, depois de termos visto os ritos iniciais, veremos a Liturgia da Palavra, que vai da primeira leitura até a oração dos fiéis. Eis as observações que gostaria de fazer:

(1) O centro da Liturgia da Palavra é o ambão. Assim como toda igreja deve ter o Altar, deve ter também o ambão. Mesmo uma capelinha modesta deve tê-lo. Onde colocá-lo? De preferência, segundo antigo costume, no lado esquerdo do Altar, o chamado lado do Evangelho na liturgia antiga. Mas, pode também ser colocado em outro lugar, desde que seja no presbitério. Deve estar num lugar bem visível e não deve ser uma simples estante móvel. Deve ser fixo e, de preferência, do mesmo material do Altar. Do ambão são proferidas somente as leituras, o salmo e o precônio pascal. Também daí pode ser feita a homilia e as intenções das orações dos fiéis. Nunca se faz o comentário ou se dá avisos do ambão: sua dignidade exige que aí suba somente quem vai proclamar a Palavra! Para comentários e avisos (e, se for o caso, para a oração dos fiéis), coloque-se uma estante simples e digna fora do presbitério.


(2) Quanto às leituras: (a) Se houver comentários antes delas (coisa totalmente desnecessária, chata, antipática e inoportuna), estes devem ser brevíssimos. (b) O comentarista nunca pode dizer qual o livro que será lido e muito menos dizer capítulo e versículo. (c) É o leitor quem anuncia: “Leitura do... leitura da...”, conforme está no Lecionário, sem inventar moda. (d) Nunca se faz a leitura pelo jornalzinho ou pela liturgia diária! A dignidade da Palavra de Deus e o respeito profundo que se lhe deve ter exigem que esta seja proclamada do Lecionário. Também é absolutamente errado fazer a leitura pela bíblia. Não somente é errado como é também proibido. Só as Conferências Episcopais podem fazer adaptações relativas aos textos proclamados na Missa e, assim mesmo, respeitando o princípio de que os textos sejam escolhidos do Lecionário devidamente aprovado (cf. Instrução Geral sobre o Missal Romano, 362). Então, se numa missa especial deseja-se escolher uma leitura diferente, pode-se fazê-lo, desde que ela seja escolhida dentre as que existem no Lecionário. Nada de tomar diretamente da Bíblia! A regra é clara e sem exceção: a Palavra de Deus, na Santa Missa, é sempre proclamada do Lecionário. (e) Não é conforme à tradição litúrgica da Igreja latina fazer procissão com a Bíblia! Isso nunca existiu na Igreja. A única procissão com a Palavra de Deus que é liturgicamente correta é o diácono ou um leitor entrar na procissão de entrada com o Evangeliário (O Livro dos Santos Evangelhos), que simboliza o próprio Cristo, presente em sua Palavra. Não se entra com o Lecionário em procissão! São abusos, ritos artificialmente inventados que não têm nenhum respaldo na tradição milenar da Igreja. Nunca se deve fazer um rito porque é bonito – isto não é critério litúrgico nem é criatividade; é pura e simples mutilação e desfiguração da liturgia! (f) É proibido e, portanto, totalmente errado fazer leitura encenada. A leitura é proclamada por um só leitor. É errado e abusivo um casal fazer a mesma leitura. É um leitor só para cada leitura. Também não se pode dividir as várias partes do Evangelho entre várias pessoas. Isso somente é permitido na Semana Santa, para a proclamação da Paixão do Senhor. (g) O Salmo de meditação não pode em hipótese alguma, ser substituído por um cântico de meditação, nem mesmo que seja um cântico inspirado num salmo. Em outras palavras: deve-se cantar ou recitar o salmo como está no Lecionário! (h) Na tradição litúrgica da Igreja, proclamar as leituras não é função do presidente; assim, devem sempre os leigos proclamarem as leituras e o diácono, o Evangelho. Somente na falta deste é que o padre deve proclamá-lo. Contudo, se na assembléia não houver quem possa proclamar de modo claro e edificante, o próprio padre proclame as leituras e o Evangelho.

(3) A homilia é preferencialmente feita do ambão. Pode também ser feita da cadeira. É costume que o padre faça a homilia em pé. O Bispo pode fazê-la sentado. O tema da homilia é sempre um comentário da Palavra de Deus, colocada no hoje da nossa vida, uma explicação dos mistérios da fé cristã ou sobre o tema da festa que se está celebrando. Nunca, em hipótese alguma, a homilia pode ser usada para fins alheios à sua natureza, como fazer propaganda política, dar recados velados a pessoas da comunidade, repreender o povo, etc. A homilia é parte integrante da Liturgia da Palavra e como tal deve ser respeitada em toda a sua dignidade. A homilia somente pode ser proferida por um ministro ordenado: Bispo, padre ou diácono. Por mais ninguém! É abuso e indisciplina que religiosos que não sejam ministros ordenados façam homilia. Se for necessário, por algum motivo, que alguém diga uma palavra de edificação, deve fazê-lo após a oração após a comunhão, antes dos avisos, mas nunca no momento reservado à homilia!

(4) Quando se canta ou se recita o Credo, que se tenha o cuidado de não lhe mudar a letra que está no missal.

(5) Quanto à oração dos fiéis, pode ser apresentada pelo diácono ou por um ou mais fiéis. Pode ser feita do ambão ou da estante. Deve-se evitar deixar que se faça espontaneamente do meio do povo. Isso somente tem sentido quando a Santa Missa é celebrada com grupos pequenos. O correto é que a oração seja em forma de intenção apresentada ao povo, assim: “Por... pela.../ para que.../ rezemos ao Senhor”. Não é a melhor forma litúrgica apresentar a oração diretamente a Deus, assim: “Senhor,..... /nós vos pedimos”. Nunca se deve substituir a oração dos fiéis por uma oração recitada por todos, pela ladainha de Nossa Senhora, pela ladainha de todos os santos ou uma outra qualquer. Os jornaizinhos, às vezes fazem isso; mas, já sabemos que tais jornaizinhos não têm o mínimo respeito pelas normas litúrgicas da Igreja. Fazem como querem, como se fossem os donos da Missa!

(6) Como no Brasil toda missa tem muitas intenções, é melhor que a útlima oração seja a apresentação de tais intenções, começando pelos vivos e terminando pelos falecidos. Mas, é preciso escrever tais intenções de uma forma elegante, concisa e objetiva. Às vezes, tais intenções são apresentadas de um modo impossível!
Continuaremos.

Côn. Henrique Soares da Costa
_______________________________________
Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/147-temas-de-liturgia--vi

sábado, 9 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia V



Nos passados artigos sobre a liturgia, apresentei algumas questões gerais sobre o sentido dos ritos na Igreja. Agora, vou tratar concretamente de alguns ritos e partes da Santa Missa, começando, naturalmente, pelos ritos iniciais. Esses ritos são a entrada, o ato penitencial, o “Senhor, tende piedade”, o Glória e a oração do dia (chamada de “coleta”). Qual o sentido de todos estes ritos? Preparar e introduzir a comunidade num clima de comunhão e escuta sagrada da Palavra de Deus. Estes ritos, portanto, preparam a comunidade para entrar no clima de uma verdadeira ação litúrgica!

A procissão de entrada é feita pelo sacerdote, o diácono (caso haja um) e os ministros, isto é, os acólitos. Não é previsto nem é de acordo com a tradição litúrgica da Igreja que entrem os leitores e os que farão as preces. O correto é que esses estejam nos seus lugares no meio da assembléia sem nenhuma veste “litúrgica” que os destaque.

O canto de entrada não é para “receber o nosso celebrante, padre fulano de tal” – como se diz por aí a fora! O canto de entrada tem como finalidade abrir a celebração, promover a unidade da assembléia pela mesma voz e introduzir no sentido daquilo que se está celebrando, de acordo com o tempo ou a festa litúrgica. Então, é errado o comentarista dizer: “Fiquemos de pé para receber o nosso celebrando, os acólitos, etc...” Fica-se de pé para cantar louvando a Deus, e canta-se para introduzir a celebração. Também não se deve dizer o nome do sacerdote. É sempre e somente Cristo quem celebra! Na liturgia não há lugar para personalismos! Aliás, os comentários devem ser simples e diretos, com pouquíssimas palavras. Nunca se deve dizer o nome da pessoa que fará esta ou aquela ação; é um cristão, membro da comunidade. Basta!

Diante do Altar todos fazem uma reverência – a não ser que o Santíssimo esteja colocado no fundo da igreja, atrás do Altar. Neste caso, faz-se genuflexão. Só o sacerdote (e o diácono) beija o Altar. O sacerdote, inicia a Missa diretamente com o sinal da cruz. Aqui é importante esclarecer: nunca o padre deve fazer algum comentário neste momento. Simplesmente, começa a Missa e pronto! Para ser bem claro: a primeira palavra do padre na Missa é “Em nome do Pai...” Não pode ser outra! Depois do “Bendito seja Deus...” é que ele, antes de convidar ao ato penitencial, pode, com breves palavras, dar as boas vindas e introduzir no sentido da Missa daquele dia. Então, não é o comentarista quem diz: “Boa noite! Sejam todos bem-vindos!” Está errado! Não se deseja boa noite nem bom dia na celebração litúrgica! São essas coisas que vão tornando a missa um showzinho meloso e insuportável, que parece não mais ter fim! Ainda sobre o canto de entrada: ele deve terminar logo que o padre beija o Altar e se dirige à sua cadeira. É importante compreender que quando o canto acompanha um rito, terminado o rito, termina também o canto!

Quanto ao Ato penitencial, há algumas observações importantes. A primeira delas é a seguinte: é preciso distinguir o Ato penitencial do “Senhor, tende piedade”. Não são a mesma coisa! O Ato penitencial é um pedido público de perdão por parte da comunidade e de cada seu membro; o “Senhor, tende piedade”, ao invés, é um canto de aclamação ao Senhor morto e ressuscitado e de pedido pela sua gloriosa misericórdia. Este “Senhor, Cristo, Senhor” não é dirigido à Trindade, mas ao Cristo: é ele o Senhor!

O Ato penitencial pode ser feito de três modos diferentes: 1) “Confessemos os nossos pecados...”; e reza-se o Confesso, 2) “Tende compaixão de nós, Senhor...” e 3) unido ao “Senhor, tende piedade”... Sobre este terceiro modo, veremos logo abaixo. O Ato penitencial é concluído pela absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós...” Depois disso, canta-se ou recita-se o “Senhor, tende piedade...”, que não tem nada a ver com o Ato penitencial!

Mas, como disse acima, pode-se unir o Ato penitencial e o “Senhor, tende piedade”. Como fazer? O sacerdote convida a reconhecer os pecados e, depois diz-se: “Senhor, que... Cristo, que... Senhor, que...” apresentando-se uma invocação. Após isso, o padre dá a absolvição: “Deus todo-poderoso tenha compaixão...” Então, resumindo: quando se diz “Senhor, que... Cristo, que... Senhor, que...” isso já é o “Senhor” com o Ato penitencial misturados; quando se reza o modelo 1 ou 2 de Ato penitencial, após a absolvição, tem-se que rezar o “Senhor”, e aí é de modo simples: “Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós” e passa-se logo ao Glória ou ao Oremos. É só olhar o Missal, que explica isso direitinho! No entanto, é muitíssimo comum errar nisso! Sendo assim, o coral deve sempre dizer ao padre que canto penitencial irá cantar. Se no canto penitencial já tiver “Senhor, Cristo, Senhor tende piedade”, então, com isso dá-se a absolvição passa-se ao Glória ou Oremos. Caso o canto penitencial não tenha o “Senhor”, terminada a absolvição, canta-se ou recita-se o “Senhor, tende piedade”, como eu expliquei logo acima.

Quanto ao canto do Glória, é importante saber que trata-se de um hino de louvor ao Pai pelo Filho no Espírito e sua letra não pode ser substituída por outra. A Introdução do Missal diz claramente: “O texto deste hino não pode ser substituído por outro”. Lembrem-se os responsáveis pela liturgia que tal hino é cantado nos Domingos, solenidade e festas, exceto no Advento e na Quaresma.

Os ritos iniciais terminam com a Coleta, isto é, a Oração do dia. O padre diz “Oremos”, guarda um breve silêncio para que aí, cada um se coloque diante de Deus com suas intenções para a Santa Missa; depois diz a oração. Todos se sentam para a Liturgia da Palavra.

Continuaremos no próximo número.

Côn. Henrique Soares da Costa
_________________________________
____
Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/148-temas-de-liturgia--v

Temas de Liturgia III



Já afirmei, nos artigos passados desta série, que a liturgia não pode ser manipulada. Somente a autoridade competente pode estabelecer e modificar as normas litúrgicas. Quem são essas autoridades? A Santa Sé, enquanto exprime e executa as determinações do Papa e, em alguns casos bem específicos, a Conferência Episcopal e o Bispo local. Fora disso, ninguém – nem mesmo um padre – tem autoridade para introduzir mudanças na liturgia. Isso seria um abuso! E, no entanto, todos sabemos o quanto tais abusos são comuns, tornando-se quase uma regra... Alguns exemplos? Não faltam: missas com excessos de cânticos, missas nas quais se mudam arbitrariamente os textos litúrgicos, orações eucarísticas inventadas, o costume absolutamente errado de permitir que os leigos aproximem-se do altar e tomem com suas próprias mãos a sagrada comunhão, o costume de permitir ou até mesmo mandar que os fiéis rezem juntamente com o padre a oração da paz e a doxologia “Por Cristo, com Cristo, em Cristo”, as missas-show ou de cura da Canção Nova... A lista de abusos e indisciplina seria enorme...

O mesmo vale para alguns especialistas em liturgia, que se acham no direito de desobedecer publica e sistematicamente às normas da Igreja. Vejamos alguns exemplos: recentemente, numa revista de liturgia das paulinas, uma conhecida doutora em liturgia, professora em alguns cursos no Brasil, a Ir. Ione Buyst, escreveu que não é correto ajoelhar-se durante a Oração Eucarística e nem mesmo durante a Consagração. Pois bem, a cara Doutora está totalmente errada e fere as normas da Igreja. Uma coisa é uma opinião que um estudioso de liturgia tenha; isso é mais que legítimo. Outra, bem diferente, é um liturgista meter-se a legislador da prática litúrgica da Igreja. No caso da Ir. Ione, ela apresenta um monte de motivos para demonstrar que o ideal seria permanecer de pé mesmo durante a consagração. É uma opinião dela e a Igreja permite que ela tenha essa opinião; mas não permite que ela deobedeça às normas litúrgicas e faça do seu jeito e, o que é pior, ensine o Povo de Deus a fazer errado, desobedecendo às determinações da Santa Sé. Isso seria um abuso, uma exorbitância que os católicos devem claramente rejeitar. Quanto ao ajoelhar-se na Consagração e na Oração Eucarística, eis o que diz a Instrução Geral do Missal Romano, aprovada pela Santa Sé, a quem todos, inclusive a Ir. Ione,devem obediência: “Ajoelhem-se durante a Consagração, a não ser que, por motivo de saúde ou falta de espaço, ou o grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na Consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração” (n. 43). Ainda mais: “Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até ao final da Oração Eucarística e antes da comunhão quando o sacerdote diz ‘Eis o Cordeiro de Deus’, é louvável que ele seja mantido” (n. 43). Então, ainda que algum liturgista não goste desta norma, tem, no entanto, o dever de respeitá-la e ensinar ao Povo de Deus de modo correto. Do mesmo modo, os padres e arquitetos, têm o dever de providenciar para que os bancos das igrejas tenham o genuflexório para que os fiéis possam se ajoelhar: “Sobretudo nas novas igrejas que são construídas, disponham-se os bancos ou as cadeiras de tal forma que os fiéis possam facilmente assumir as posições requeridas pelas diferentes partes da celebração...” (n. 311).

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Tensão Litúrgica: uma ameaça.

A liturgia continua sendo a fonte e o cume da vida da Igreja (SC 10) e por isso, desperta muito interesse em todas as instâncias da comunidade eclesial. Nos últimos anos a sede pela pastoral litúrgica tomou conta dos leigos, dos seminaristas, dos diáconos, de alguns padres e bispos. Falar de liturgia é falar do “tchan” do momento. E todo este movimento tem gerado uma grande tensão.

Todo processo formativo deve ser sempre bem planejado, acompanhado, adaptado e desenvolvido com cautela e prudência tendo em vista os resultados a serem obtidos. Quando falamos em liturgia, dificilmente encontramos essa consciência de que um processo de inserção na vida litúrgica não acontece do dia para a noite.

Ultimamente tenho percebido no ambiente da Igreja, aquilo que arrisco a chamar de uma Tensão Litúrgica que vem ameaçando a unidade e a comunhão de muitas comunidades que desejam desenvolver um trabalho litúrgico fundamentado nos anseios da Igreja expressos na Constituição Sacrosanctum Concilium.

Tensão Litúrgica, no meu ponto de vista, surge a partir do conflito de ideias e ideais das “diversas tendências” litúrgicas que surgem hoje. Basta olharmos alguns exemplos: os modos de presidir e celebrar a eucaristia; os padres midiáticos que instauram um modo próprio de fazer a sua liturgia; as diversas celebrações que são transmitidas pelas TVs, os diversos sites, blogs que surgem na internet provocando conflitos, artigos e mais artigos que são publicados sem fundamento algum.


E por detrás de cada exemplo desses, existem as linhas de pensamento. Uns querem um terceiro Concílio Vaticano, outros querem voltar ao Concílio de Trento, outros querem uma liturgia onde tudo pode e outros não querem nada. E isso atinge diretamente o modo de celebrar de nossas comunidades eclesiais. Se não estiver enganado hoje o espaço da pastoral litúrgica tornou-se um lugar tenso, conflitante, desgastante, desmotivador. Não que não fosse antes, mas a intensidade e as feridas que se abrem são cada vez maiores e mais demoradas de serem curadas.

Hoje há uma preocupação excessiva com o aspecto jurídico da liturgia: “o pode e o não pode”. Estamos esquecendo que liturgia é antes de tudo uma fonte espiritual.  

No processo formativo, nós presbíteros, aprendemos que a liturgia é base da vida eclesial e de que ela necessita de pastoreio especifico. Mediante as tendências que estão enraizadas em nossas comunidades, é preciso que nós, ministros ordenados, tomemos a frente para que a liturgia não caia no descaso e no “se faz de qualquer modo e está tudo bem”. Não! Não está tudo bem. Existem critérios, fundamentos bíblicos, teológicos.

Estejamos atentos. Estamos criando nas comunidades uma série de ministros e coroinhas, acólitos que acham que entender de liturgia, é só colocar uma batina e sair cerimoniando aqui ou acolá. Liturgia é muito mais que uma batina, uma celebração, um senta e levanta. Liturgia é antes de tudo espiritualidade que se alimenta no coração e que se vive no dia a dia.

Estamos caminhando para os 50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium, muitos eventos serão realizados, reflexões, seminários, estudos. Por isso, dando os primeiros passos nesta perspectiva, deixo para você, caro leitor, uma proposta de análise:
“A liturgia consta de uma parte imutável, divinamente instituída, e de partes suscetíveis de mudança. Estas, com o correr dos tempos, podem ou mesmo devem variar” (Sacrosanctum Concilium 21).

Considerando esta afirmação da Constituição Litúrgica, observe a vida litúrgica de sua comunidade, as tendências, os cantos, o modo como os ministros estão envolvidos com a celebração e depois responda:  vivemos ou não uma tensão litúrgica em nossas comunidades?
Pe. Kleber Rodrigues
_______________________________________________
Fonte: http://www.diocesedetaubate.org.br/portal/?p=1983

domingo, 22 de abril de 2012

Bispos condenam abusos das Missas de Cura e Libertação


As chamadas "Missas de cura"

Depois de muita reflexão e cuidadoso discernimento, os Bispos das Províncias eclesiásticas de Medellin e de Santa Fé de Antioquia [englobam um total de 13 bispos e 10 dioceses] decidimos escrever a todos os sacerdotes, religiosos e fiéis de nossas dioceses uma Carta Pastoral Sobre as chamadas "Missas de cura". Vimos necessário uma orientação sobre iniciativas e eventos que foram se espalhando em algumas paróquias, que seguramente apresentam  aspectos e procedimentos que não estão de acordo com a doutrina, a liturgia e a prática pastoral da Igreja.

Com o ambíguo nome de "Missa de Cura" (pois em todas as missas a Palavra e o Corpo de Cristo podem nos curar) se designa uma certa maneira de manipular a celebração desse Sacramento, com interesses diversos que vão desde as melhores intenções até a simonia [venda de bens espirituais]. É necessário evitar que este tipo de celebração se preste à exploração da emotividade, da necessidade de cura e da visão fantasiosa que algumas pessoas podem ter. Acima de tudo, nunca se pode aceitar que se faça negócio com o sofrimento das pessoas.

A Igreja sempre rezou e continua hoje a rezar para pedir o restabelecimento da saúde dos enfermos. O que preocupa é a introdução de certas formas e objetos na oração, e mesmo na liturgia, como que para pressionar a Deus e garantir aos que sofrem que receberão a graça suplicada. Algumas vezes se chega a uma espécie de oferta comercial de curas e de objetos "miraculosos" que as facilitam. Com isso se produzem graves confusões na comunidade, como a de atribuir a graça de Deus a pessoas, lugares, tempos e objetos especiais ou exclusivos.

Junto com as erroneamente chamadas "Missa de cura" também são promovidos exorcismos, unções, orações de libertação e outras práticas que alteram gravemente o sentido da vida sacramental da Igreja. Na realidade, através da catequese e de celebrações dignas, devemos procurar que tanto a Eucaristia como os sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo, ajudem com a graça de Deus às pessoas que precisam de auxílio espiritual.

Como o assunto é vasto e complexo, a partir dos ensinamentos dos últimos Papas e de outros documentos da Santa Sé quisemos escrever esta Carta Pastoral para dar uma instrução mais precisa e completa. Convido os sacerdotes a divulgar esta Carta e os fiéis a que a adquiram. Espero também que seja estudada em grupos e comentada. Acima de tudo, peço encarecidamente que seus ensinamentos sejam postos em prática.

A partir de agora deve ficar claro que devemos celebrar e aproveitar devidamente os sacramentos da Eucaristia, da Penitência e da Unção dos Enfermos; que para celebrar Missas nas quais se queira pedir de modo especial a cura dos enfermos se requer uma permissão por escrito do Bispo e que nelas fica proibido receber qualquer estipêndio ou oferta. Não podem ser mais admitidas formas degradantes de comércio, onde são vendidos serviços religiosos ou objetos benzidos ou onde de alguma forma se cobra para que os fiéis obtenham as graças de Deus.

+ Ricardo Restrepo Tobon
Arcebispo de Medellín
_______________________________________
Tradução, negritos e [comentários] do site de origem:
Fonte: http://missaaosdomingos.blogspot.com.br/2012/03/bispos-condenam-abusos-das-missas-de.html

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Missa não é Opereta


Opera é um teatro todo cantado. Opereta, um teatro declamado, falado e cantado. Pode haver danças no meio. É mais ou menos isso! Os detalhes eu deixo para os especialistas em artes cênicas. Missa é culto católico, com séculos de história, que não depende de lugar para acontecer, mas, em geral, acontece num templo. Não é nem nunca foi ópera ou opereta. Quem dela participa não é ator e nem o presidente da assembléia nem os cantores podem ser sua principal atração.
Mas são! E o são por conta de um fato: a maioria não estudou ou não respeita as orientações dos especialistas de uma ciência chamada “liturgia”. Liturgia deve ser o que impede que o altar vire palco, e o lado direito ou esquerdo dele vire coxia! Regula o culto de maneira que transpareça a catequese e a teologia daquele momento. Na hora em que o presidente daquele culto, ofuscado pelas luzes e pela fama local ou nacional, e algum cantor ou cantora deslumbrado com a sua chance de mostrar seu talento roubam a cena, temos mais uma exibição de opereta, num templo católico. Gestos, corridinhas, roupas lindas, música que estoura os ouvidos, o padre onipresente, inserções aqui e ali no script do que tratam como peça de arte, vinte músicas para uma missa, as canções duram 50 minutos e as palavras da missa 12 ou 15, o sermão do padre 25… E o povo que não pagou para assistir, é convidado a deixar sua contribuição no ofertório. Na semana que vem haverá outra exibição… Isto, nos cultos em que o altar vira palco e o celebrante que poderia, sim, ser alegre, comunicativo, acolhedor, resolve se o ator principal com alguns coadjuvantes chamados banda católica. 


Nos outros cultos chamados de eucaristia e tratados como eucaristia a coisa é bem outra! Tem decoro, tem lógica, obedece-se ao conteúdo e aos textos daquele dia, as canções são verdadeiramente litúrgicas, os leitores sabem ler e não engasgam, os microfones não estouram, ninguém toca nem fala para ensurdecer, músicos não entram em competição, nenhum solista canta demais, cantores apenas lideram o povo, ninguém fica dedilhando cançõezinhas durante a consagração, como fundo para Jesus que faz o seu debut, as canções são ensaiadas e escolhidas de acordo com o tema da missa daquele dia, não se canta na hora da saudação de paz porque ninguém diz bom dia, ou como vai cantando… Tais coisas só acontecem nas operetas…
Nas missas sérias e com unção ninguém fica passando à frente ou atrás do altar, ministro não fica mexendo no altar enquanto o padre prega, padre não exagera nas vestes, não berra, não grita, não dá show de presença, tudo é feito com muita seriedade e decoro. O padre até se destaca pela seriedade. Celebra-se, dentro das nuances permitidas, o mesmo ato teológico com implicações sociais que se celebra no mundo inteiro. Todos aparecem e ninguém se destaca.
Mas receio ser inútil escrever sobre estas coisas, porque pouquíssimas bandas e pouquíssimos sacerdotes admitem que isso acontece com eles… E ai de quem disser que acontece! Mandam consultar o ibope sobre as novas missas transformadas em operetas, nas quais se privilegia mais canção do que os textos do dia. Perguntem se, depois daquele “somzão” e daquelas inserções com exorcismo, oração em línguas e outros adendos não aumentou a freqüência aos templos! É! Pois é!
Pe. Zezinho, scj
___________________________________
 Fonte: http://www.rainhadosapostolos.com/2012/01/padre-zezinho-missa-nao-e-opereta.html

sábado, 7 de abril de 2012

Vigília Pascal - Ano B


1. Hoje é o grande dia da Vigília Pascal: a vida venceu para sempre a morte.
Duelaram forte e mais forte, mas é a vida que vence a morte.
O amor supera e vence a morte. O amor sempre supera tudo.

2. O silêncio da Vigília Pascal está grávido de aleluias!
Os que crêem no Cristo já podem preparar a festa como as mulheres que, ao contemplar de longe o lugar em que depositaram o corpo de Jesus, teimavam em crer que a vida é mais forte, e foram premiadas por sua fé e coragem.

3. Vitória! Nosso maior e último inimigo foi vencido!
As portas – da Vida que não termina – foram abertas pelo primogênito dentre os mortos.
Surge brilhante a estrela da manhã!  


I. – Os Símbolos Pascais
4. O simbolismo do fogo

4.1. O fogo, reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, é um princípio ativo.

4.2. Suas características são certa “materialidade” e certa “espiritualidade” que o tornam próximo a Deus.

4.3. Tem capacidade de purificar e regenerar. Os ritos de purificação são bem conhecidos, como as queimadas para limpar o terreno para o plantio, o crisol onde são purificados os metais, entre outros.

4.4. Em sentido translato, o fogo representa o amor, as paixões que se aninham nos corações.
4.5. O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o fogo é sinal da presença e da ação de Deus no mundo. É expressão de santidade e transcendência divinas. (Ex 3,2ss: a sarça ardente).

4.6. As teofanias sob a forma de fogo marcam momentos ímpares da revelação de Deus: no Sinai (19,18ss). São também importantes do ponto de vista da vocação de alguns profetas: Isaías – Is 6,6; Ezequiel – Ez 1,4; Eliseu – 2Rs 2,11.

4.7. Na liturgia da Vigília Pascal, o fogo representa a grande teofania de Deus: a nova criação realizada na ressurreição de Jesus.

5. O simbolismo da luz

5.1. A luz é força fecundante, condição indispensável para que haja vida. As trevas são símbolo do mal, da infelicidade, da perdição e da morte. A luz exalta o que é belo e bom.

5.2. Na Bíblia, Deus é luz: – O Senhor é minha luz e salvação – Sl 27,1;
- o povo que caminhava nas trevas, viu uma grande luz – Is 9,1). Jesus é a luz do mundo: – enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo – Jo 9,5).
- Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida – Jo 8,12;

5.3. – Quem crê se torna luz: – vós sois a luz do mundo – Mt 5,14;
- reflexo da luz de Cristo: – o mesmo Deus que mandou a luz brilhar na treva, iluminou as vossas mentes, para que brilhe no rosto de Cristo a manifestação da glória de Deus – 2Cor 4,6.
- A vida inspirada pela fé é um caminhar na luz: – …. já brilha a luz verdadeira. Quem diz que está na luz, mas odeia seu irmão continua em trevas…” – 1Jo 2,8-11.
- A transfiguração de Jesus, – manifestação de sua filiação divina, – é uma antecipação da glória pascal que ilumina os que crêem.

5.4. Dentre os simbolismos que derivam da luz e do fogo, o Círio Pascal é a expressão mais forte por sua riqueza de significados. É a fusão da lua cheia de Nisan (símbolo da salvação pascal) com o rito da luz (quando à tardinha, os hebreus acendiam as lâmpadas), que é uma ação de graças pelo dom da luz.

5.5. Representa Cristo Ressuscitado,
- vencedor das trevas e da morte (os cravos do círio),
- Senhor da história (os algarismos),
- princípio e fim (A e Z),
- sol que não conhece ocaso.
É aceso com o fogo novo, produzido em plena escuridão, pois na Páscoa tudo renasce.

5.6. A tipologia da luz é descrita no “canto do Exultet” que forma um todo orgânico com o anúncio da libertação pascal. A aclamação “Eis a luz de Cristo!” é um memorial da Páscoa. A procissão com o Círio marca a presença de Cristo no meio do seu povo.

6. O simbolismo da água

6.1. A água é símbolo da vida. Sem água não há vida de forma alguma. Representa a eficácia do sangue redentor de Cristo comparado à água que lava.

6.2. A imersão do Círio Pascal na água é a união do elemento divino com o humano, a força fecundante de Cristo, – gerador de vida nova, – para que todos os que se banharem nessa água fecundada se tornem filhos de Deus.

6.3. A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, lava-nos e purifica-nos… Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo  nascimento: “quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). Na celebração eucarística mistura-se a água (=nossa humanidade) com o vinho (=divindade). Do lado aberto de Cristo na cruz, traspassado pela lança, “saiu sangue e água” (Jo 19,34). Do interior de quem crê em Jesus – morto e ressuscitado – “fluirão rios de água viva” (Jo 7,38).

7. O simbolismo da cor branca

7.1. Embora os símbolos fortes e marcantes da Vigília Pascal sejam o fogo, a luz e a água, queremos também lembrar o simbolismo da cor branca que predominará durante todo o tempo pascal.

7.2. O branco é a cor da alegria e da festividade. Coélet , o pregador, dá o conselho: “vai, come teu pão com alegria e bebe gostosamente o teu vinho … que tuas vestes sejam brancas em todo tempo e nunca falte perfume sobre a tua cabeça” (Eclesiastes 9,7s). Segundo a lei mosaica, era prescrito um fino linho branco para os tecidos do santuário (Ex 26,1; 27,9). Também para as vestes dos sacerdotes “empregarão ouro, púrpura escarlate, carmesin e linho fino branco (Ex 28, 5-8): a túnica e o turbante devem ser confeccionados inteiros com linho branco (Ex 28,39). Na visão de Daniel, Deus aparece como “Ancião”: “suas vestes eram brancas como a neve; e os cabelos de sua cabeça, alvos como a lã ” (Dn 7,9).

7.3. No monte da transfiguração, a face de Cristo ficou brilhante como o sol, “e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz” (Mt 17,2). “Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de alvura tal como nenhuma lavadeira na terra as poderia alvejar” (Mc 9,3). Os anjos presentes na ressurreição do Senhor sentavam-se, “vestidos de branco” junto ao sepulcro (Jo 20,12). No Apocalipse a cor branca simboliza a pureza perfeita e a glória inacessível. Aqueles que entram na Jerusalém celeste, vindos da grande tribulação, “lava ram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,13s). (ex Lurker M., Dicionário de figuras e símbolos bíblicos, Paulus, 2ª.ed., 2006).

7.4. Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal… e a paz que Jesus Ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência …” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no Livro da Vida (Ap 3,4-5).
___________________________________
Fonte: parte extraída de http://www.celebrando.org.br/reflexao-dominical/ano-b/vigilia-pascal-ano-b/

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O lava-pés


A quaresma é tempo de fazer "caminho" com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. "Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: "Tudo está realizado" (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções..., também algo para comer.

- Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

- Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

- Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. "Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo" (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

- Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha...

- E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons...

- Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas...

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar: Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
www.portalcatolico.org.br
_____________________________________
Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/semanasanta/12.htm

sábado, 31 de março de 2012

Domingo de Ramos

A partir de hoje memorizamos a figura de um justo sofredor, Jesus Cristo, que vence a batalha pela coerência, que enfrenta todo tipo de insulto, tortura e perseguição. Sua atitude foi sempre contra a violência e a opressão, e acaba vencendo. Não só isto, mas também convencendo os opressores de que estavam errados.

É a Semana Santa, momento em que o aparente fracasso se transforma em vitória, o que era considerado maldição pelos judeus, isto é, a morte acontecida na cruz, transforma-se em glória. Foi a realização plena daquilo que já era previsto no Antigo Testamento, nas palavras sábias e inspiradas proferidas pelos profetas.

Jesus, em toda a sua paixão e morte na cruz, mostra que a violência não é vencida com outra violência e com vingança. Revela também que o sofrimento nunca pode ser causa de desânimo e de perda total de esperança. Deve ser sim, fonte de atenção aos apelos do momento e ao caminho de conquista de uma cultura de paz.

Entrar com Jumento

 
Jesus, o Rei dos reis, quis usar um meio de transporte simples. Poderia entrar triunfalmente numa carruagem dourada na capital de seu país. Aliás, queremos ver um Deus poderoso com todas as honras que costumamos dar às mais importantes autoridades. Sabemos que Ele, no entanto, não precisa disso. Está muito acima de tudo o que podemos imaginar das ambições humanas. O que Ele quer mesmo é um novo encaminhamento para nossa vida. O que mais vale não é ter tudo o que imaginamos de conforto sensível na ordem física e material. Isso não é finalidade de vida realizadora. É apenas instrumento. Se for usado adequadamente, como a boa saúde, pode nos ajudar a entrar, como Jesus, para um estágio de vida realmente feliz. Ele vai à frente, com seu jumentinho emprestado, para nos dizer sobre outra forma de vida, a de darmos de nós pela convivência digna, justa e fraterna. Enquanto não houver isso, o sacrifício da própria vida, continuarão acontecendo muitos mecanismos de morte e falta de promoção da dignidade humana. O divino Mestre não sai da raia, indo até o fim com sua doação total, para nos dar vida de sentido e realmente realizadora.

A vida simples e solidária nos gratifica muito mais do que trabalhar com a finalidade absoluta de conquista de mais dinheiro, fama e busca de satisfações passageiras como objetivo de vida. Jesus, o Rei pobre, enriquece-nos com sua riqueza do ser humano-divino. Na sua trilha aprendemos a olhar a vida com ternura, amor, misericórdia, compaixão e doação de nós pelo bem do semelhante.

No lançamento de mantos e ramos à passagem do Rei, o povo gritava seus vivas a Ele. A euforia reinava. Jesus indicava o caminho da vida de sentido para nós. O “viva!” não pode ser só para um momento. Aliás, se não for compromisso para o seguimento do Senhor, pouco adianta. Seria como a oração sem o consequente esforço para a realização da vontade de Deus. Que vontade? Não será a de imitarmos o Rei pobre, com a pobreza do ser? Isto é, com o esvaziamento dos ídolos que não nos deixam encher o vaso de nosso eu com a riqueza do amor de Deus? Este nos leva a olhar para as necessidades do semelhante, a partir do doente, do sofredor, do empobrecido, do drogado, do alcoolizado, do que vive sem sentido, do casal brigado, da criança agredida e abandonada, do povo que precisa de políticas públicas adequadas a resolver suas necessidades, da promoção do voto para quem tem condição ética e com capacidade de governar ou legislar bem!

Como poderíamos ter uma vida mais modesta nas exigências materiais para sermos mais solidários e promovermos realmente o bem comum! Nosso progresso pessoal, familiar, empresarial e social não pode ser feito somente com o acúmulo de bens para o enriquecimento de minorias ou com políticos que trabalham, acima de tudo, para se elegerem e reelegerem com métodos ilícitos e sem compromisso com o povo, principalmente o mais sofrido. Às vezes é esse o mais enganado, recebendo alguns pequenos favores em troca do voto.

A entrada na Semana Santa nos convida a ter a atitude de Jesus, que nos deu a vida, até a última gota de sangue, para termos condição de mudança, chegando com Ele à verdadeira ressurreição, no que compete a nós, para uma vida de autêntico amor!
 
Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros
Presidente do Regional Leste II da CNBB
 

terça-feira, 26 de julho de 2011

DEDICAÇÃO DA IGREJA (Parte 3) - Significado


Celebra-se anualmente o aniversário da consagração ou bênção da Igreja, sob o nome de “DEDICAÇÃO DA IGREJA”. Como Salomão, por ordem de Deus, consagrara, solenemente o Templo em Jerusalém, assim a Santa Igreja, com belas e comoventes cerimônias, dedica e consagra os seus templos, antes de os entregar ao culto publico.

Com esta consagração, torna-se sagrado o lugar ou edifício que fica reservado exclusivamente aos atos do culto divino; usá-los para outros fins, não religiosos, seria uma profanação e até um sacrilégio. Se já os antigos respeitavam os templos, que erigiam aos seus deuses falsos, quanto mais nós, cristãos, devemos tratar respeitosa e santamente os templos e as igrejas que são destinados ao culto de Deus e à celebração dos misterios divinos! “À casa de Deus, se deve santidade”, afirma o profeta.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dedicação da Igreja (Parte II): Rito



"Esta é tua casa, Senhor, o lugar onde habitarás para sempre" (1Rs 8,13).
 
A Igreja, desde que construída como edifício destinado unicamente e de modo estável a reunir o povo de Deus e a realizar os atos sagrados, torna-se casa de Deus. Por isso, de acordo com antiquíssimo costume da Igreja, convém que seja dedicada ao Senhor mediante rito solene. Quando a igreja é dedicada, tudo o que nela se encontra , fonte batismal, cruz, imagens, órgão, sinos, estações da “via-sacra”, deve considerar-se abençoado e erigido com o próprio rito da dedicação, não sendo precisa nova bênção ou ereção. Toda igreja dedicada deve ter um Titular.
Convém se mantenha a tradição da Liturgia Romana de encerrar sob o altar relíquias dos Mártires ou de outros Santos. Note-se que sejam partes dos corpos e que de tamanho tal que isso seja notado e que sejam postas sob a mesa do altar.

A liturgia de dedicação principia com as I Vésperas no dia anterior, quando havendo relíquias são apresentadas para veneração pública. Se existem relíquias, é muito conveniente que seja celebrada uma vigília com as mesmas. Tais cerimonias se fazem em uma capela ou outro local fora da Igreja a ser dedicada.

Preparativos

Deve-se preparar:
a) no local onde sai a procissão:
  • Pontifical Romano
  • Missal Romano
  • Paramentos para todos (lembremo-nos das vimpas)
  • Insígnias para o bispo (especialmente nesta ocasião seria conveniente que usasse dalmática)
  • Cruz processional (sem velas)
caso se transportem relíquias, prepara-se ainda:
  • cofre com as relíquias, ladeado de flores e tochas
  • para os diáconos que vão transportá-las salva, estola e dalmáticas vermelhas, se os que carregam forem padres, estola e casula vermelhas. Se não forem mártires os mesmos paramentos, mas brancos.
b) No presbitério da igreja a ser dedicada:
  • Missal Romano
  • Lecionário
  • Caldeirinha com água e hissopo
  • Santo Crisma
  • Toalhas para limpar a mesa do altar
  • Toalha impermeável e 1 ou 2 outras toalhas para o altar
  • cruz e sete velas (ou no mínimo 2) para o altar
  • Lavabo e manustérgio para lavar as mãos do Bispo
  • (Sabonete e limão para lavar as mãos, tirando o óleo e o cheiro característico do Santo Crisma)
  • gremial e manícoto
  • pequeno fogareiro
  • pão, vinho e água para a celebração da missa
  • flores para enfeitar o altar
  • uma vela pequena que o bispo há de entregar ao diácono
  • véu-umeral, caso também se inaugure a capela do santíssimo sacramento ou o sacrário
Início

O bispo é comodamente recebido, se iniciar-se a celebração em outra igreja, reza como de costume onde se encontra a reserva Eucarística. Se for na própria igreja e não houver ali reserva eucarística, segue da porta para o vestiário.
Para se entrar na Igreja a ser dedicada existem 3 opções: procissão, entrada solene, entrada simples. Dando-se preferência à primeira.