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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dedicação da Igreja (Parte II): Rito



"Esta é tua casa, Senhor, o lugar onde habitarás para sempre" (1Rs 8,13).
 
A Igreja, desde que construída como edifício destinado unicamente e de modo estável a reunir o povo de Deus e a realizar os atos sagrados, torna-se casa de Deus. Por isso, de acordo com antiquíssimo costume da Igreja, convém que seja dedicada ao Senhor mediante rito solene. Quando a igreja é dedicada, tudo o que nela se encontra , fonte batismal, cruz, imagens, órgão, sinos, estações da “via-sacra”, deve considerar-se abençoado e erigido com o próprio rito da dedicação, não sendo precisa nova bênção ou ereção. Toda igreja dedicada deve ter um Titular.
Convém se mantenha a tradição da Liturgia Romana de encerrar sob o altar relíquias dos Mártires ou de outros Santos. Note-se que sejam partes dos corpos e que de tamanho tal que isso seja notado e que sejam postas sob a mesa do altar.

A liturgia de dedicação principia com as I Vésperas no dia anterior, quando havendo relíquias são apresentadas para veneração pública. Se existem relíquias, é muito conveniente que seja celebrada uma vigília com as mesmas. Tais cerimonias se fazem em uma capela ou outro local fora da Igreja a ser dedicada.

Preparativos

Deve-se preparar:
a) no local onde sai a procissão:
  • Pontifical Romano
  • Missal Romano
  • Paramentos para todos (lembremo-nos das vimpas)
  • Insígnias para o bispo (especialmente nesta ocasião seria conveniente que usasse dalmática)
  • Cruz processional (sem velas)
caso se transportem relíquias, prepara-se ainda:
  • cofre com as relíquias, ladeado de flores e tochas
  • para os diáconos que vão transportá-las salva, estola e dalmáticas vermelhas, se os que carregam forem padres, estola e casula vermelhas. Se não forem mártires os mesmos paramentos, mas brancos.
b) No presbitério da igreja a ser dedicada:
  • Missal Romano
  • Lecionário
  • Caldeirinha com água e hissopo
  • Santo Crisma
  • Toalhas para limpar a mesa do altar
  • Toalha impermeável e 1 ou 2 outras toalhas para o altar
  • cruz e sete velas (ou no mínimo 2) para o altar
  • Lavabo e manustérgio para lavar as mãos do Bispo
  • (Sabonete e limão para lavar as mãos, tirando o óleo e o cheiro característico do Santo Crisma)
  • gremial e manícoto
  • pequeno fogareiro
  • pão, vinho e água para a celebração da missa
  • flores para enfeitar o altar
  • uma vela pequena que o bispo há de entregar ao diácono
  • véu-umeral, caso também se inaugure a capela do santíssimo sacramento ou o sacrário
Início

O bispo é comodamente recebido, se iniciar-se a celebração em outra igreja, reza como de costume onde se encontra a reserva Eucarística. Se for na própria igreja e não houver ali reserva eucarística, segue da porta para o vestiário.
Para se entrar na Igreja a ser dedicada existem 3 opções: procissão, entrada solene, entrada simples. Dando-se preferência à primeira.

sábado, 16 de julho de 2011

DEDICAÇÃO DA IGREJA (Parte 1)


"Esta é tua casa, Senhor, o lugar onde habitarás para sempre" (1Rs 8,13).
                         

 A riqueza simbólica da liturgia de dedicação de uma igreja constitui uma verdadeira catequese que exige ser aprofundada e degustada. Oferecemos ao leitor algumas considerações sobre o significado desse belo cerimonial litúrgico.

Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis se reuniam em assembléia (ecclesiæ) para celebrar a Eucaristia, ministrar os sacramentos e ouvir a pregação da Palavra de Deus. Os lugares de reunião eram habitualmente suas próprias casas, onde utilizavam a sala mais espaçosa para esse fim. Alguns desses locais de culto são mencionados no Novo Testamento.

É certo - afirma o rubricista espanhol, Pe. Joaquín Solans, em seu Manual Litúrgico - que os Apóstolos celebravam os Divinos Mistérios em casas particulares. Nos Atos dos Apóstolos (20, 7-11), conta-se que São Paulo o fez num terceiro andar, adornado com muitas lâmpadas, onde se haviam reunido os fiéis, aos quais, depois de bem instruídos, distribuiu o Pão Eucarístico.

Também é tradição certa que o Príncipe dos Apóstolos, São Pedro, se hospedava em Roma em casa do senador Pudente. Ali se congregavam os cristãos para ouvir suas instruções, assistir aos santos Mistérios e receber a Sagrada Eucaristia. Pode-se ainda ver esse venerando recinto na igreja de Santa Pudenciana, filha do fervoroso e santo senador 1.
Com o tempo, as casas nas quais se reunia a assembléia passaram a ter cômodos específicos reservados para o culto divino. E, a partir do fim do século II, esses prédios começam a ser chamados de Domus Ecclesiæ.
          
            Ao longo do século III, esses aposentos foram crescendo em importância e as outras partes do edifício, destinadas a finalidades profanas, vão sendo separadas dele. A Domus Ecclesiæ se transforma em Domus Dei.