quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Sobre a queda dos católicos no Brasil...


Historicamente, nossa catequese deixou muito a desejar e nas últimas décadas piorou muito: é uma catequese de ideias vagas, mais ideológica que propositiva, ambígua, que não tem coragem de apresentar a fé com todas as letras... Ao invés, apresenta a opinião desse ou daquele teólogo… Assim, troca-se a clareza e simplicidade da fé católica (como o Catecismo a apresenta) por complicadas e inseguras explicações, fazendo a fé parecer uma questão de opinião e não uma certeza que vem de Deus; algo acessível a especialistas letrados e não aos simples mortais.

Céu, inferno, anjos, diabo, purgatório, valor da missa, doutrina moral – cada padre diz uma coisa, cada um acha que pode construir sua verdade… Tudo tende a ser relativizado… Uma religião assim não segura ninguém e não atrai ninguém. Religião é lugar de experimentar a certeza que vem de Deus, não as dúvidas e vacilações dos tateamentos das opiniões humanas.

Somos Patriotas


Estamos na Semana da Pátria, porque no dia 7 comemoraremos a Independência do Brasil, o nascimento do nosso país como nação. Data especial para cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país, incluído no 4º Mandamento da Lei de Deus.

Jesus, nosso divino modelo, amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus. Não temos também motivos para chorar sobre nossa pátria amada? Nação que nasceu cristã, mas que anda esquecida dos valores cristãos legados pelos nossos missionários, presa de ideologias espúrias; povo nem sempre bem educado, nem sempre pacífico nem cortês e que não sabe escolher bem seus representantes; na política, corrupção, falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs, necessárias ao bom convívio e à vida em sociedade.

Observando as redes sociais notamos a ausência total do respeito à opinião alheia, o ódio, a incitação à violência, a falta de humildade e modéstia, o desaparecimento da tolerância, do apreço pela verdade, o disseminar de calúnias, intrigas e suspeitas. Tudo isso se constitui no oposto às virtudes humanas e cristãs, que são a base da verdadeira civilização. 

E as virtudes da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade desinteressada, do comedimento no falar, do respeito para com o próximo, do amor pela verdade, da convicção religiosa, da constância, da fidelidade nas promessas, do cumprimento da palavra dada?

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Grito dos excluídos é instrumentalizado para atacar o governo e suas reformas


Já se tornou tradição, desde 1995, no dia 7 de setembro, data na qual se comemora oficialmente a Independência do Brasil, ocorrerem as manifestações chamada de “Grito dos Excluídos” que reúne católicos em diversas dioceses por todo território brasileiro.

Estas manifestações têm como objetivo de abrir caminhos aos excluídos da sociedade, denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para uma sociedade mais inclusiva.

Neste ano de 2019 o tema do grito dos excluídos é “Vida em primeiro lugar” e o lema escolhido foi “Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade.”

Instrumentalização Política

Leia a declaração do bispo de Ipameri (GO), dom Guilherme Antônio Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da CNBB:

“Vivemos tempos difíceis. Os direitos e os avanços democráticos conquistados nas últimas décadas, frutos de mobilizações e lutas, estão ameaçados. O ajuste fiscal, as reformas trabalhista e a reforma da previdência estão retirando direitos dos trabalhadores para favorecer aos interesses do mercado. O próprio sistema democrático está em crise, distante da realidade vivida pela população”.

Esta opinião, que distorce a realidade, está sendo replicada em cartas por diversas dioceses e lida durante a missa em centenas de paróquias.

Um recado aos católicos que promovem linchamento virtual ao Presidente Bolsonaro


Nesta semana o presidente Jair Bolsonaro, que se auto-declara católico, foi abençoado pelo “bispo” Edir Macedo na frente de uma multidão de quase 10 mil fiéis no Templo de Salomão, sede da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo, o que fez que muitos católicos expressassem nas redes sociais sua insatisfação com o ocorrido.

Um católico, por outro lado, veio em defesa do presidente. Leia seu comentário:

Meu recado aos Católicos que mais uma vez estão promovendo linchamento virtual do presidente Bolsonaro.

Quando Bolsonaro era deputado e falava contra o famigerado Kit de sexualização precoce infantil, a CNBB virava as costas para ele e se juntava aos promotores do kit em pautas de esquerda que nada dizem respeito a doutrina e ao magistério da Igreja Católica. Ao seu lado estavam os pastores evangélicos e os políticos protestantes que se uniram ao parlamentar católico em defesa da família.

Quando Bolsonaro levou uma facada, nenhum padre ou bispo de Juiz de Fora o procurou na Santa Casa. Da mesma forma, após ser transferido para São Paulo, Dom Odilo em momento nenhum se solidarizou por sua luta pela vida e levou um mês para que o primeiro sacerdote católico o visitasse. Ao seu lado estiveram desde o primeiro momento, durante todo o tempo em que permaneceu convalescente, os pastores e políticos evangélicos.

Quando Bolsonaro foi eleito, o Papa não lhe deu os parabéns e mandou como representante para sua posse um representante do Vaticano considerado alguém desprestigiado de escalão inferior.

Com Bolsonaro eleito, o Vaticano e os bispos católicos se voltaram para o tal Sínodo da Amazônia, com foco político de oposição ao governo Bolsonaro e a Soberania Nacional brasileira numa clara afronta onde um Estado nacional soberano (Vaticano) visa ditar como outra nação deve proceder na condução de suas riquezas naturais e no domínio de seu território.

Buscando a aproximação com a Igreja Católica, o presidente Bolsonaro foi a Canção Nova, frequentou uma Missa publicamente, visitou freiras e padres, fez uma cerimônia em homenagem a Nossa Senhora e em todas as ocasiões foi duramente criticado pela opinião pública católica.

Dom Cláudio Hummes, relator do Sínodo da Amazônia, participa de evento contra o governo Bolsonaro


O teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA) hospedou, anteontem, o evento “Direito já”, protagonizado por partidos de esquerda e centro-esquerda, em oposição aos “retrocessos do governo Bolsonaro”.

Ao lado de dezenas de políticos esquerdistas, pousa ninguém menos que o arcebispo emérito de São Paulo, o cardeal Dom Cláudio Hummes, relator do Sínodo Pan-amazônico, a ser realizado dentro de um mês, em Roma.

Numa entrevista anterior ao próprio Estadão, Dom Cláudio, falando sobre as polêmicas entre o Sínodo da Amazônia e o governo, disse que: “Foi na campanha eleitoral que começou tudo isso. O governo, que se diz de direita, considera a Igreja de esquerda. Mas a Igreja não é partido político. Não é de esquerda. Não aceita essa qualificação, essa etiqueta. A Igreja é para todos”. E, mais adiante: “Esse governo apresentou uma questão sobretudo de soberania nacional. Mas todos sabemos que o Sínodo é da Igreja e para a Igreja. Não é para políticos, militares e outros”.

Dois cardeais criticam documento de trabalho do Sínodo da Amazônia


Os cardeais Walter Brandmüller e Raymond Burke escreveram cada um uma carta em italiano a outros membros do Colégio Cardenalicio, – às que o grupo ACI teve acesso – fazendo uma grave denúncia de alguns pontos do documento de trabalho (Instrumentum laboris) do Sínodo da Amazônia, que se realizará no Vaticano de 6 a 27 de outubro.

“Em poucas semanas começará o chamado Sínodo da Amazônia. O que se sabe até agora sobre o Sínodo não pode senão suscitar as mais sérias preocupações. Alguns pontos do Instrumentum laboris parecem não só estar em dissonância com o ensino autêntico da Igreja, mas são contrários a Ela”, afirma por sua parte o Cardeal alemão Walter Brandmüller em sua carta datada em 28 de agosto.

“Como mostra a experiência destes últimos sínodos, deve-se temer tentativas não só de manipular a sessão sinodal mas as de exercer fortes pressões sobre ela”, alertou.

A seguir o Cardeal expressou sua preocupação sobre a participação do Cardeal brasileiro Claudio Hummes, que preside a Rede Eclesiástica Panamazónica (Repam), instituição que, segundo o Bispo Emérito de Marajó (Brasil), Dom José Luis Azcona, teve um papel protagonista na redação do texto.

“O simples fato de que o Cardeal Hummes seja seu presidente lhe possibilitará uma grave influência no sentido negativo, e, isto nos basta para que nossa preocupação seja fundamentada e realista, de igual maneira no caso da participação dos bispos (Erwin) Kräutler, (Franz-Josef) Overbeck, etc.”, afirma o Cardeal Brandmüller.

Recorda-se que Dom Overbeck se manifestou em maio deste ano a favor da “greve de mulheres” na Alemanha, uma espécie de protesto à negativa do Papa Francisco à proposta de ordenar diaconisas; e que Erwin Kräutler, que serve como vice-presidente da Repam, defende a ordenação sacerdotal de homens casados.

O Cardeal Brandmüller advertiu também que “as formulações nebulosas do Instrumentum, como a pretendida criação de novos ministérios eclesiásticos para as mulheres e, sobretudo, a ordenação presbiteral dos chamados viri probati, suscitam a forte suspeita de que será colocado em questão até mesmo o celibato sacerdotal”.

O Instrumentum Laboris propõe, que no caso da Amazônia, a ordenação de homens casados e de comprovada virtude poderá compensar a ausência de sacerdotes em algumas regiões.

Ante esta situação, continuou o Cardeal que é perito em história da Igreja e que foi também professor universitário, “teremos que confrontar sérios ataques à integridade do Depositum fidei (o depósito da fé), à estrutura hierárquico-sacramental e à Tradição Apostólica da Igreja. Com tudo isto se criou uma situação nunca antes vista em toda a história da Igreja, nem sequer durante a crise arriana dos séculos IV e V”.

Arrio foi um bispo que negava a divindade de Cristo, que logo seria conhecida como a heresia do arrianismo. Em seu tempo um dos que a combateu fortemente foi outro bispo, Santo Atanásio.

Em relação às ameaças que vê no Instrumentum laboris, o Cardeal Brandmüller indicou que “aparece então a grave pergunta sobre como nós cardeais, nesta situação historicamente inédita, podemos atuar à altura de nosso solene juramento cardinalício e como poderemos reagir a eventuais afirmações ou decisões heréticas do Sínodo”.

“Certamente você como cardeal já refletiu sobre a situação e inclusive nos possíveis passos a dar em comum. Por isso espero que Sua Eminência, por sua parte, tome a ocasião de corrigir, segundo o ensino da Igreja, certas posições expressas no Instrumentum laboris do Sínodo da Amazônia, usando também as redes sociais”, concluiu.

“Crê para compreender, compreende para crer”


No homem atual, assim como no de outros momentos históricos, se encontra a pergunta sobre a relação entre a fé e a razão. Estes dois conceitos seriam contraditórios (ou eu acredito, ou eu compreendo) ou seriam correspondentes (eu creio, por isso compreendo e eu compreendo, por isso creio)? A resposta da fé católica a esta pergunta é clara: “Crer é um ato da inteligência humana que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça” (Santo Tomás de Aquino – S. Th. II-II,2.9). O nosso ato de resposta a Deus, longe de excluir a inteligência, faz dela uma instância de tal resposta. Desta forma, nós podemos afirmar uma relação positiva entre fé e razão: “Mas, ainda que a fé esteja acima da razão, jamais pode haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porque o mesmo Deus que revelou os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão, e Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade” (Concílio Vaticano I – Dei Filius – DS 3017).

Historicamente, nós encontramos três tipos de resposta à pergunta da relação fé e razão. Destas repostas, duas a Igreja considera insuficiente. A primeira resposta insuficiente é o fideísmo. Este pode ser entendido como a aceitação dos mistérios revelados por Deus sem o auxílio da razão. De maneira geral, podemos exemplificá-lo da seguinte maneira: “Eu creio porque Deus disse! Eu creio porque está na Bíblia! Eu creio porque para Deus tudo é possível!”. Esta postura carrega de positivo a abertura para a Revelação Divina. Todavia, não leva a sério o fato de que o conteúdo da Revelação foi dirigido para nós, homens. Nós fomos criados por Deus capazes não só de aceitar as verdades de Fé, mas também de entendê-las, de aprofundá-las, de retirar conclusões delas. Sem esta faculdade crítica, nós seríamos levados por todo vento de doutrina sem critérios para nos guiar.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Palavra de Vida: «Consolai-vos uns aos outros e edificai-vos reciprocamente» (1 Ts 5, 11).


O apóstolo Paulo escreve à comunidade cristã de Tessalônica, comunidade que nasceu através dele. Já não poderá voltar àquela cidade, porque teve de fugir de lá, devido a grandes dificuldades e perseguições. Contudo, com as suas cartas, Paulo continua a acompanhar aqueles cristãos com o seu amor, chegando mesmo a louvá-los pela sua constância e perseverança na fé. Os tessalonicenses tornaram-se testemunhas exemplares!

Paulo conhece as interrogações profundas daquela comunidade, bem como as suas questões existenciais: O que é que nos espera depois da morte? Se o Senhor vai voltar depressa, como devemos preparar-nos convenientemente para a sua vinda definitiva?

Paulo responde-lhes, não para dar preceitos para cumprir. Em vez disso, professa de novo a sua fé: Jesus deu a sua vida por amor a toda a humanidade, e ressuscitou, abrindo para todos os homens o caminho que leva à Vida.

E para que se preparem para a vinda de Jesus, Paulo aconselha-os a viverem segundo o Evangelho na vida quotidiana, continuando a trabalhar honestamente e a construir uma comunidade fraterna:

«Consolai-vos uns aos outros e edificai-vos reciprocamente».

Paulo experimentou-o pessoalmente: o Evangelho faz germinar a semente de bondade que Deus colocou no coração humano.

É uma semente de esperança, que cresce no encontro pessoal e quotidiano com o amor de Deus e floresce no amor recíproco. É um estímulo para combater as sementes ruins do individualismo e da indiferença, que provocam isolamento e conflitos, e para levar os pesos uns dos outros, encorajando-nos reciprocamente.

É uma Palavra simples que todos nós podemos compreender e pôr em prática, e que é capaz de revolucionar os nossos relacionamentos pessoais e sociais.

É um conselho precioso, que nos ajuda a redescobrir a verdade fundamental da fraternidade, raiz de muitas culturas. Assim o exprime o princípio da filosofiabantu do Ubuntu: «Eu sou aquilo que sou por mérito daquilo que somos todos nós juntos».

Foi este o princípio que, na África do Sul, guiou a ação política do grande líder metodista Nelson Mandela. Ele afirmava: «Ubuntunão significa não pensar em si mesmo, mas sim pôr-se a pergunta: “Quero ajudar a comunidade que me rodeia?”» (1). A sua ação coerente e corajosa provocou uma reviravolta histórica no seu país e constituiu um grande passo em frente na civilização.