quinta-feira, 20 de junho de 2019

EUA: igrejas católicas abrem as portas aos sem-teto


“Dar abrigo aos peregrinos” é uma das quatorze obras de misericórdia que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis como exercício de amor e compaixão para com o próximo, em suas necessidades corporais e espirituais. Entre elas, também encontramos as orientações de dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, visitar os enfermos, consolar os aflitos, entre outras. Inspirados nessas ações e preocupados com o número cada vez maior de pessoas em situação de rua, a americana Shelly Roder e o padre Louis Vitale deram início a um projeto que abriu, literalmente, as portas das paróquias de seus bairros para as pessoas sem-teto.

O The Gubbio Project foi fundado em 2004 e acontece até hoje nas paróquias de São Bonifácio, no bairro de Tenderloin, e de São João Evangelista, no distrito de Mission – ambas ficam em São Francisco, cidade do estado da Califórnia, nos EUA. A partir das 6 horas, os moradores de rua são acolhidos nas duas paróquias e, nelas, encontram um lugar seguro e acolhedor para descansar pois, segundo os fundadores da obra, a falta de sono é um dos problemas de saúde mais críticos para os desabrigados.

As igrejas não oferecem somente os bancos para dormir, mas também cobertores, meias, kits de higiene, cuidados com os pés, encaminhamentos para serviços e recursos externos, acompanhamento espiritual e até massagens (parceiros do projeto oferecem o serviço uma vez por semana). Somando as duas paróquias, cerca de 330 desabrigados são acolhidos por semana.

O nome Gubbio faz referência à cidade italiana onde, segundo uma lenda, o santo católico São Francisco de Assis negociou um acordo de paz entre os habitantes da cidade que estavam assustados e um lobo faminto, mostrando que com a comunicação, poderiam encontrar um terreno em comum.

Bispo chinês prefere perseguição a aderir à Associação Patriótica


Dom Vincenzo Guo Xijin, Bispo Auxiliar de Mindong (China), está disposto a sofrer perseguições junto aos outros sacerdotes não oficiais ou clandestinos, em vez de aderir à Associação Patriótica (AP), controlada pelo governo, e obrigar seus presbíteros a tal adesão.

Assim informou a agência ‘Asia News’, citando fontes da diocese que, segundo alguns, seria o "projeto piloto" para a aplicação do Acordo Provisório assinado pela China e o Vaticano em setembro de 2018.

Depois do acordo e por uma decisão do Papa Francisco, o Bispo oficial da diocese, Dom Vicenzo Zhan Silu, foi retirado da excomunhão, assim, Dom Guo Xijin aceitou retroceder a Bispo Auxiliar para deixar a sede de ordinário para Dom Zhan Silu.

Sendo Dom Guo Xijin um Bispo reconhecido apenas pela Santa Sé, a Frente Unida e o Departamento de Assuntos Religiosos o fizeram assinar um documento no qual lhe exigia obediência ao novo Bispo, mas, sobretudo, submissão às leis do país e adesão aos princípios de “independência” da Igreja na China em relação ao Vaticano e à Associação Patriótica (AP).

No entanto, Dom Guo Xijin conseguiu assinar um documento aceitando obediência ao Bispo, às leis do país, mas não à "independência“ nem à AP, cujos princípios são "incompatíveis com a fé católica", como assinala a carta de Bento XVI aos católicos chineses do ano de 2007.

Desta forma, Dom Guo Xijin foi reconhecido como bispo e pôde celebrar a Missa Crismal em público na última Quinta-Feira Santa.

As autoridades não querem publicar este documento e exigem que todos os sacerdotes não oficiais ou subterrâneas da diocese – a maioria, com cerca de 60 – assinem a adesão à AP, fazendo crer que Dom Guo Xijin também o fez.

Daí a revolta de Dom Guo, que inclusive prefere não ser reconhecido como bispo pelo governo, a ver seus sacerdotes obrigados a assinar a pertença à Associação Patriótica.

O problema, indica ‘Asia News’, está no que o Acordo Provisório entre a China e o Vaticano não tornou público. A agência assinala que o acordo prevê a submissão de sacerdotes e bispos às leis da China, mas mantém como facultativa a adesão à Associação Patriótica.

No entanto, a organização do governo que controla a Igreja exige a inscrição obrigatória dos sacerdotes e bispos, sob a pena de serem excluídos de seu ministério.

Para reivindicar liberdade para si e para os seus sacerdotes, Dom Guo Xijin escreveu uma carta na qual retirou o seu pedido de reconhecimento por parte do governo e a enviou ao Departamento para a Segurança Pública de Fuan, ao Departamento de Assuntos Religiosos de Fuan e ao Bispo Zhan Silu.

Na carta, Dom Guo Xijin explicou suas razões: "O governo já decidiu perseguir os sacerdotes que se recusem a assinar o pedido (de adesão à AP). Se eu não puder protegê-los, não vale a pena que eu seja reconhecido como bispo auxiliar. Estou disposto a enfrentar a perseguição junto com outros sacerdotes".

Haiti: bispos convocam um ano de oração pelo país

 
“O momento é grave! Os eventos desses últimos dias devem questionar o sentido de cidadania e a consciência patriótica de todos. Precisamos agir em sinergia para salvar o Haiti, nossa pátria e nossa casa comum. Não devemos ser indiferentes. O Haiti não é algo dos outros, mas de cada haitiano.”

É o que escreve a Conferência Episcopal Haitiana (Ceh) numa mensagem na qual destaca mais uma vez a difícil situação do país caribenho e lança a iniciativa de uma grande oração pelo Haiti, até Pentecostes de 2020, segundo informações da Agência Sir.

Apelo à conversão para reencontrar esperança e dignidade

“Conscientes de tudo o que está acontecendo em nosso país e da importância da corresponsabilidade do homem em relação à ação de Deus na transformação da cidade”, lê-se na mensagem, nós, os bispos do Haiti, queremos, através dessa nota, renovar o nosso chamado ao amor, ao patriotismo, à conversão e à oração a fim de tirar o nosso povo fora do abismo em que se encontra e guiá-lo num caminho de esperança e dignidade. Voltemos o nosso olhar para Cristo, Redentor e Salvador do ser humano e de toda a humanidade”.

Considerações sobre o documento 'Instrumentum laboris' que auxiliará bispos no Sínodo da Amazônia


O Vaticano apresentou ao público no dia 17 de junho, o "Instrumentum laboris", o documento que irá auxiliar os Bispos e participantes do Sínodo da Amazônia, que acontece entre os dias 06 e 27 de outubro deste ano [1].

A expectativa, desde o anúncio do Sínodo, ficou centrada em dois pontos: o celibato e a ordenação de mulheres. Muito se especulou, e os que ousaram alertar sobre as manobras, os riscos e perigos, eram logo descartados como histéricos. Mas, tudo agora parece confirmado.

Sobre o celibato, o documento estabelece o seguinte: "Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, PARA AS ÁREAS MAIS REMOTAS DA REGIÃO, se estude a possibilidade da ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE PESSOAS IDOSAS, de preferência INDÍGENAS, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã" (129, a, 2).

É evidente que uma proposta sobre o celibato não seria colocada de forma radical, algo que escandalizasse os fiéis, sobretudo com a polêmica que se arrasta, inclusive com autoridades eclesiásticas levantando-se veementemente para defender a tradição da Igreja. A mudança é gradativa, e o passo inicial pode estar aí: "PARA AS ÁREAS MAIS REMOTAS DA REGIÃO, se estude a possibilidade da ORDENAÇÃO SACERDOTAL DE PESSOAS IDOSAS, de preferência INDÍGENAS" [...].

 
Acontece que o interesse alegado - "assegurar os Sacramentos", acompanhar e sustentar a "vida cristã" - fica sob suspeita com a própria redação do documento e contradiz toda a argumentação que os seus proponentes e entusiastas têm utilizado para justificar a ordenação de homens casados. Se pregavam sobre a necessidade de atender as tais "áreas remotas", percorrendo todas as comunidades e tribos, como "pessoas idosas" darão conta de um trabalho tão exigente e extenuante? Ademais. Como farão com o cuidado, a atenção e o sustento de suas próprias famílias com as novas e rigorosas atribuições?

No que se refere à ordenação de mulheres, o "Instrumentum laboris" não é nada claro: "Identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica" (129, a, 3). Essa imprecisão não parece ser inocente.

A palavra final do Papa São João Paulo II, na Carta Apostólica "Ordinatio Sacerdotalis", sempre foi levantada para frear os intentos de ordenar "sacerdotisas". O diaconato feminino, contudo, nunca saiu da pauta. Em 2016, o próprio Papa Francisco ordenou a criação de uma comissão de estudos sobre o assunto; e, embora tenha recentemente tergiversado sobre a conclusão dos estudos, na coletiva de imprensa dada a bordo do voo que o trouxe de volta da Macedônia a Roma, o "Intrumentum laboris" não deixa dúvida de que a possibilidade de ordenação de diaconisas está aberta, no mínimo para "discussão". A propósito, a ordenação de "diaconisas" - e também de "sacerdotisas" (!) - foi um pedido da própria Regional Norte 1 da CNBB - Conferência dos Bispos, com a publicação de uma carta da "assembleia territorial pré-sinodal", que se reuniu exatamente em Manaus, na capital do estado do Amazonas. Regional Norte 1 que tem como presidente Dom Mário Antônio da Silva, agora o segundo vice-presidente da CNBB [2].

Enfim, no que diz respeito a esses dois principais temas - o celibato e a ordenação de mulheres -, o Sínodo da Amazônia vem para tentar o que alguns já apontavam: abrir as portas e introduzir já certas mudanças significativas, na esperança de uma "revolução" ainda maior no futuro. Os índios são apenas um pretexto. Trata-se de um verdadeiro atentado "progressista" contra a Santa Igreja Católica.

terça-feira, 18 de junho de 2019

"Jesus Cristo foi morto como a Marielle", diz professor para alunos em sala de aula


Mais um episódio de doutrinação ideológica em sala de aula foi gravado pelos alunos e divulgado no último final de semana. Se trata de um professor de Geografia do Sesi de Suzano. O vídeo mostra o docente fazendo críticas ao cenário cultural e político do país, indiretamente, induzindo a opinião dos alunos sobre tais aspectos.

O professor identificado como Jefferson, segundo informações do movimento Escola Sem Partido (ESP), aparentemente contextualiza sua fala ao modo como a figura da mulher é tratada na sociedade atual, tema de um trabalho feito pelos alunos. No entanto, o mesmo chega à comparar o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), à morte de Jesus Cristo.

Ideologia de gênero e a desconstrução da família


Ao definir ideologia de gênero, devemos considerar dois conceitos bem particulares, que assumem significados distintos: ideologia e movimento. Algumas ideologias viraram movimentos, ao passo que muitos movimentos nasceram sem ideologia.

Hoje, quando precisamos nos referir à ideologia de gênero, é mais prático utilizar a expressão agenda de gênero – lembrando-se de que o termo “agenda” significa projeto, planejamento e sequência.

Essa questão remete a um movimento promovido, no início do século XIX, por uma pessoa de nome Lewis Henry Morgan. Ele dedicou seus estudos a estabelecer três itens no incipiente movimento chamado, então, de “sociedade primitiva”. A intenção de Morgan era demonstrar que o Estado, a ideologia de gênero, a crise da identidade sexual e religião tinham causado grandes problemas na configuração da família. Para Morgan, que desenvolveu sua pesquisa ao lado da tribo dos Iroqueses, nada poderia ser mais errado do que estabelecer o conceito de família na sociedade, pois os vínculos consanguíneos, segundo ele, não existem.

Testemunho: "Após 18 anos sendo protestante fervorosa, fui vencida pela Verdade".


Eu fui vencida pela Verdade. É isso que costumo dizer quando alguém me pergunta o motivo de ter me tornado católica. Resolvi escrever um breve relato de minha pequena história porque para muitos a mudança ainda assusta e as pessoas não entendem como fui “capaz” de me tornar católica.

Fui protestante por dezoito anos, desde muito pequena eu vou à igreja, cresci na Assembleia de Deus e lá permaneci até mais ou menos doze anos de idade.

A partir daí foi só ladeira abaixo, entrei numa igreja de célula M12, é um negócio complicado demais para eu explicar num post de facebook, mas lá participava de encontros em que colocavam-nos num sítio por um fim de semana inteiro e nos submetiam a palestras de cura e libertação. Eu ainda estou no começo dos estudos sobre o assunto tentando entender o fenômeno, então digo, por hora, que a coisa toda fica entre um tipo de psicoterapia grupal, sob a liderança de pastoras desnorteadas, e lavagem cerebral. Eu não quero ofender os membros da seita, os respeito como almas imortais, no entanto eu preciso dizer a verdade do que sei, e sei por experiência direta e contínua.

Não era bonito. Eles abriam as feridas da minha alma e davam-me paliativos para que pudessem abrir de novo quantas vezes precisassem até que eu estivesse domesticada o bastante, era terrível! Fora as humilhações a que era submetida e a vigilância constante das mínimas decisões que tomava em minha vida. Uma submissão total à liderança.

Bem, vivi nesse caos por seis anos, nunca satisfeita, sempre com aquele vazio enorme no peito. Saí da seita depois de um término de namoro muito doloroso e comecei a frequentar outras igrejas protestantes, batista, presbiteriana, etc.

Então num dia difícil, onde eu vivia de crise em crise, com depressão e ansiedade, automutilação, burrice sem fim e perdida na dor que o subjetivismo atroz e a incompreensão do que a vida realmente é me causavam, eu conheci o filósofo e professor Olavo de Carvalho. E minha vida mudou.

Estava eu assistindo vídeos no YouTube quando o Nando Moura, explicando sobre a decadência em que estamos metidos, citou o professor e fui atrás para saber quem era; foi uma centelha de esperança que me invadiu quando assisti o professor pois pela primeira vez na vida eu ouvia alguém falar com veracidade, sem tapeação e com uma inteligência extraordinária, um mestre que ensina e um pai que aconselha; percebi que havia encontrando um tesouro então assisti quase tudo o que havia dele no youtube.

A respeito do catolicismo o que me fez começar a pensar no assunto foi quando ele disse: — fé não é crer no sentido de crença, fé é confiança numa pessoa real, Nosso Senhor Jesus Cristo; você pode crer o quanto quiser mas se não confiar na pessoa real do Cristo você não é cristão — isso foi no podcast dele com o Yuri Vieira e a partir daí eu fui tomada por uma ânsia em buscar a verdade.

Vaticano prepara documento doutrinário sobre ideologia de gênero


A Congregação para a Doutrina da Fé está preparando um documento sobre o ensinamento da Igreja e a antropologia correta no contexto da ideologia de gênero, uma corrente global que nega que o sexo seja algo natural, mas o considera como uma construção sociocultural.

Segundo indicou uma fonte do Vaticano a CNA – agência em inglês do Grupo ACI –, a Congregação para a Doutrina da Fé deveria publicar o texto nos próximos meses, com uma profundidade maior do que o documento divulgado em 10 de junho pela Congregação para a Educação Católica, intitulado "Homem e mulher os criou", que busca ser uma orientação para abordar a questão da ideologia de gênero no contexto educacional de crianças e jovens.

Este documento se centra na educação por ser o âmbito da congregação que o produziu, embora outros especialistas também tenham sido consultados, como é habitual no Vaticano.