segunda-feira, 4 de março de 2019

Arquivos do pontificado de Pio XII serão abertos em 2020, anuncia Papa



O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, 4, um grupo de colaboradores e responsáveis do Arquivo Secreto Vaticano, por ocasião dos 80 anos da eleição do Papa Pio XII, Servo de Deus. No encontro, anunciou a abertura dos arquivos vaticanos referentes a esse Pontífice daqui a um ano, em 2 de março de 2020.

“Decidi que a abertura dos Arquivos Vaticanos referentes ao Pontificado de Pio XII se dará em 2 de março de 2020, a um ano exato do octogésimo aniversário da eleição de Eugenio Pacelli à Cátedra de Pedro”, afirmo Francisco.

O Santo Padre lembrou que Pio XII conduziu a Igreja em um dos momentos mais tristes e obscuros do século XX, conturbado pela última guerra mundial. Por desejo de Bento XVI, desde 2006 a equipe do Arquivo Secreto Vaticano trabalha em um projeto comum de preparação da documentação produzida durante o pontificado de Pio XII, a qual, em parte, São Paulo VI e São João Paulo II já tornaram consultáveis.

“O trabalho de vocês se desenvolve no silêncio e distante dos clamores, cultiva a memória e, em certo sentido, parece-me que possa ser comparado ao cultivo de uma majestosa árvore, cujos ramos estão voltados para o céu, mas cujas raízes estão firmemente ancoradas na terra”.

Escola de samba encena Satanás “vencendo” Jesus em desfile e gera polêmica



No desfile da escola de samba Gaviões da Fiel, na madrugada do domingo, 3 de fevereiro, em São Paulo, a comissão de frete trazia uma encenação na qual Jesus era vencido por Satanás, em uma “batalha do bem contra o mal”.

A escola de samba paulista reeditou o samba-enredo de 1994, “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente”, sobre a história do tabaco.

Ao trazer a descrição do desfile da escola de samba, o site ‘Carnavalesco’ explica que a comissão de frente da Gaviões conta “sobre uma lenda árabe” sobre o surgimento do tabaco, relacionada a Santo Antão.

Esse santo “teria abdicado sua vida toda a percorrer a África levando a mensagem de Cristo, ele acreditava nesse conceito cristão. Já adulto encontrou uma serpente, maltratada, judiada, com sede, descamando, e a acolheu. Quando ela se restabeleceu, a serpente picou o braço desse santo, traiu a confiança dele. O santo assustado pela picada, jogou a cobra longe e chupou o veneno da cobra na mordida. No local que ele cuspiu esse veneno, surgiu um pé de tabaco”, descreve o site.

Diante disso, comentaristas do desfile afirmaram que o personagem da comissão de frente vestido com um tecido em volta do quadril, usando uma coroa de espinhos e com marcas de flagelação era o santo e não Jesus Cristo.

Entretanto, durante a transmissão da Rede Globo, logo após o desfile, os comentaristas receberam no estúdio integrantes da comissão e o coreógrafo, quando foi feita a correção de que o personagem em questão não era o Santo Antão, mas sim Jesus Cristo.

“O foco era chocar. Essa comissão de frente foi incrível e alcançou nosso objetivo, que era mexer com essa polêmica de Jesus e o diabo, com a fé de cada um”, afirmou o coreógrafo Edgar Junior.

O fato logo levou à repercussões nas redes sociais, com muitos cristãos lamentando esta encenação.

sábado, 2 de março de 2019

“Não houve nenhum tipo de conduta ilícita” reitera Dom Orani em documento


O Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro Dom Orani João Tempesta reafirma em documento que “não houve nenhum tipo de conduta ilícita”, em referência as insinuações de corrupção desferidas  pelo ex-governador Sergio Cabral e o padre demitido do estado clerical Wagner Portugal,  publicadas pela Revista Época. “Como a própria revista [Época / Globo]  reconhece, não há indícios de que tais insinuações sejam verdadeiras”, lê-se em outro trecho da carta enviada ao padres daquela Arquidiocese, que deve ser lida nas 275 paróquias após as missas deste período.

Confira o comunicado:

Caríssimos sacerdotes,

Peço que, se for oportuno ou solicitado, levem ao povo os esclarecimentos acerca das notícias veiculadas pela imprensa nesta semana.

1) Ao contrário do que insinuou o ex-governador em audiência à justiça, não houve nenhum tipo de conduta ilícita.

2) Nunca exerci cargo na administração da Pró-Saúde, não pratiquei atos de gestão, nem influenciei em sua administração.

3) Jamais utilizei minha posição de cardeal e arcebispo para solicitar benefícios para quaisquer instituições.

4) O fato de alguém utilizar meu nome, não significa que tenha recebido a minha autorização.

Todos os caminhos levam ao Terço


Desde que passei a rezar o terço diariamente, minha vida mudou - e para melhor. Muitas vezes, ao contemplar um dos mistérios da antiga oração popularizada por São Domingos, abrem-se para mim novos caminhos de entendimento de cuja existência eu nem suspeitava. Os passos de Jesus e da Sagrada Família são uma espécie de compêndio de tudo que acontece na vida humana. Você pode nem desconfiar, mas a sua biografia pessoal, caro leitor, é uma repetição do terço.

Alegro-me ao verificar como o terço marca as pessoas. Há alguns dias, o amigo Matheus Bazzo, cujas belas fotos por vezes ilustram a Avenida Paraná, estava em viagem para Roma, quando foi obrigado a fazer uma demorada conexão em Frankfurt, o que permitiu a ele dar um passeio pelo centro da cidade alemã. Meu amigo decidiu então visitar a Catedral de São Bartolomeu, uma das igrejas mais antigas da região. Era uma quinta-feira chuvosa; Matheus conseguiu chegar à catedral por volta das 16h30.

Matheus chegou à igreja e passou os olhos pelo quadro de avisos aos fiéis. Em Frankfurt, segundo ele, é raro encontrar placas ou cartazes em outras línguas que não o alemão, mesmo inglês. Contudo, para sua grande surpresa, havia um folheto escrito em sua língua natal: "Oração do terço em português todas as quintas às 16:40". Matheus estava dez minutos adiantado.

Meu amigo então se dirigiu à capela onde se rezava o terço na língua de Camões. A iniciativa era de uma senhora alemã chamada Brigitte Henss, que viveu sete anos no Brasil quando criança. Começou rezando sozinha, depois pediu autorização ao pároco da catedral para fazer a oração todas as semanas.

Quando Matheus perguntou a ela o motivo de rezar o terço no nosso idioma, algo tão peculiar numa cidade alemã, obteve uma resposta comovedora: "Eu senti que o Brasil precisa muito de orações, então decidi rezar em português na intenção de todos os brasileiros".

Palavra de Vida: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).





De acordo com a narração de São Lucas, Jesus, depois de ter anunciado as bem-aventuranças aos seus discípulos, propõe-lhes o seu revolucionário convite: amar cada pessoa como a um irmão, mesmo que se revele um inimigo.

Jesus sabe bem o que isso significa e explica-o: somos irmãos porque temos um único Pai, que está sempre à espera dos seus filhos.

Ele quer estabelecer um relacionamento com cada um de nós, apelando para isso à nossa responsabilidade. Mas, ao mesmo tempo, mostra que o seu amor é um amor que se preocupa, que trata, que nutre. A sua é uma atitude maternal, de compreensão e ternura.

Assim é a misericórdia de Deus que vai, pessoalmente, ao encontro de cada ser humano, com todas as suas fragilidades. Aliás, Ele tem predileção por aqueles que estão à beira da estrada, os que são excluídos e marginalizados.

A misericórdia é um amor que enche o coração, para depois transbordar sobre os outros, tanto sobre os vizinhos como sobre os estranhos, sobre a sociedade à sua volta.

Porque somos filhos deste Deus, podemos assemelhar-nos a Ele naquilo que O carateriza, isto é, no amor, no acolhimento, no saber esperar os tempos do outro.

Homilética: 8º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "A boca fala do que o coração está cheio".



O tema central da liturgia deste domingo convida-nos a refletir sobre esta questão: aquilo que nos enche o coração e que nós testemunhamos é a verdade de Jesus, ou são os nossos interesses e os nossos critérios egoístas?

O Evangelho dá-nos os critérios para discernir o verdadeiro do falso “mestre”: o verdadeiro “mestre” é aquele que apenas apresenta a proposta de Jesus gerando, com o seu testemunho, comunhão, união, fraternidade, amor; o falso “mestre”, ao contrário, é aquele que manifesta intolerância, hipocrisia, autoritarismo e cujo testemunho gera divisões e confusões: o seu anúncio não tem nada a ver com o de Jesus.

A primeira leitura, na mesma linha, dá um conselho muito prático, mas muito útil: não julguemos as pessoas pela primeira impressão ou por atitudes mais ou menos teatrais: deixemo-las falar, pois as palavras revelam a verdade ou a mentira que há em cada coração.

A segunda leitura não tem, aparentemente, muito a ver com esta temática: é a conclusão da catequese de Paulo aos coríntios sobre a ressurreição. No entanto, podemos dizer que viver e testemunhar com verdade, sinceridade e coerência a proposta de Jesus é o caminho necessário para essa vida plena que Deus nos reserva. Do nosso anúncio sincero de Jesus, nasce essa comunidade de Homens Novos que é anúncio do tempo escatológico e da vida que nos espera.

Igreja trabalha para colocar em prática acordo com China, afirma Cardeal Parolin



O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, declarou que a prioridade atual para a Igreja na China é colocar em prática o Acordo realizado em 22 de setembro do ano passado com a República Popular da China sobre a nomeação de bispos neste país.

Em declarações recolhidas e divulgadas por Vatican News nesta sexta-feira, 1º de março, o Cardeal Parolin explica que "o acordo com a China exigiu um longo trabalho. No final, conseguimos e esperamos que possa realmente dar frutos para o bem da Igreja e do país”.

"O próximo passo – assinalou – será implementar o acordo sobre a nomeação de Bispo, ou seja, fazê-lo funcionar na prática".

O acordo realizado com as autoridades comunistas chinesas implica, explicou a Santa Sé, a readmissão "à plena comunhão eclesial dos Bispos 'oficiais' ordenados sem mandato pontifício" que ainda não estavam em comunhão com Roma.

O Vaticano defendeu em todo momento que se trata de um acordo pastoral, não político, que permitirá que a Igreja cumpra a sua missão de difundir o Evangelho.

Com esse acordo, décadas de divergências diplomáticas entre a Igreja Católica e a China comunista foram encerradas.

A política do Partido Comunista Chinês contra a liberdade religiosa levou à divisão da Igreja na China em duas instituições: a Igreja Patriótica Chinesa, leal ao Partido Comunista, e a chamada "Igreja clandestina", em comunhão com o Pontífice.

Após anos de negociações complicadas, a última grande questão sobre a qual havia discordância e que impedia a normalização das relações era justamente a nomeação de bispos.

As autoridades chinesas se recusavam a aceitar as nomeações de Bispos realizadas pelo Papa e insistiam em nomear eles mesmos os titulares das sedes episcopais, algo rejeitado pelo Vaticano.

Os Bispos legítimos que permanecem fiéis ao Papa vivem uma situação próxima à clandestinidade, constantemente perseguidos pelas autoridades comunistas.

Antes da assinatura deste acordo, todo Bispo reconhecido pelo governo chinês deveria ser membro da Associação Patriótica, e muitos bispos nomeados pelo Vaticano que não são reconhecidos ou aprovados pelo governo chinês enfrentaram perseguição.

Agora, em virtude do acordo realizado, esta situação chegaria ao fim. No entanto, o acordo encontrou oposição interna na Igreja.

Sínodo da Amazônia: rumo a uma Igreja ecológica que enxota Jesus Cristo e desagrega o Brasil?



A jornalista holandesa Jeanne Smits ficou estarrecida quando tomou conhecimento do documento preparatório do Sínodo especial sobre a Amazônia.

Esse será realizado em outubro de 2019, em Roma, reunindo os bispos da “Pan-Amazônia” – portanto, dos nove países que dividem a soberania sobre essa imensa região geográfica.

Jeanne está acostumada a ler os documentos comuno-católicos mais radicais, dos quais, aliás, não comparte nem os pressupostos nem os fins.

Porém, o que se está preparando em ambientes católicos “progressistas” para a Amazônia superou todos os erros e horrores filosóficos e morais que já viu, escreve pormenorizadamente em seu site.

Cultura e crenças pagãs e primitivas inspirariam nova Igreja mais ‘cristã’ e ‘ecologicamente correta’. Maloca na fronteira com o Peru

A nota dominante, segundo ela, é seu “caráter horizontal”, quer dizer, seu igualitarismo extremado. Pois não é a mera igualdade niveladora da sociologia marxista que, infelizmente, desabrocha em tantos documentos eclesiásticos de nova data.

Trata-se de um igualitarismo materialista e evolucionista ecológico – e nisto nos adiantamos na apresentação – que nivela radicalmente todos os seres.

O homem fica no nível do animal, da planta, do minério, a ponto de desaparecer num magma erigido em divindade: a “Mãe Terra”, a “Pachamama”, “Gaia” ou qualquer outro nome usado nas utopias panteístas, pagãs ou ecologistas.

Religiosa na Missão Anchieta entre os indígenas da Amazônia: modelo da evangelização e civilização que o Sínodo panamazônico recusa.
 
O Sínodo especial, segundo aponta o Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos para a Assembleia Especial para a Pan-Amazônia [outubro de 2019], visa a “conversão pastoral e ecológica” para essa nova pan-religiosidade. 

Segundo ele, não se trataria mais de levar o Evangelho aos pobres povos indígenas, como fizeram heroicos – e quantos santos e mártires! – missionários durante séculos.

Pelo contrario, a “melhor maneira de contribuir à salvação e à redenção (sic!) dos povos autóctones da bacia pan-amazônica” é a Igreja “conscientizá-los” do ambientalismo esotérico, da luta pela biodiversidade e do valor sagrado de suas primitivas “cosmovisões” e espiritualidades supersticiosas.

Smits discerne, “navegando sem cessar” nessas páginas do Vaticano, o mito iluminista e anticristão do bom selvagem de Jean-Jacques Rousseau!

Mas não é só isso. O documento transuda uma permanente denúncia da evangelização dos séculos passados, ainda viva em sacrificados e isolados missionários do presente.

A evangelização tradicional foi acompanhada da natural e indispensável civilização, levada a cabo por religiosos portugueses e espanhóis, em sua maioria, à custa de ingentes esforços que lhes consumiram por vezes a própria vida.

O fato pasmoso é essa meritória obra ser apresentada como um funesto prelúdio da globalização neoliberal, filha dos piores defeitos do capitalismo, inoculada facinorosamente pela Igreja e que agora se trataria de reparar.

Em suma, jogar novamente os índios no primitivismo.