domingo, 24 de fevereiro de 2019

Crianças emocionam ao enviar cartas para bombeiros em Brumadinho: "Muito obrigada"



Desenhos, letras coloridas e mensagens positivas estão sendo envidas por crianças aos bombeiros, que trabalham no resgate de vítimas do rompimento da barragem da mineradora da Vale. São cartas para os “heróis de Brumadinho”, as quais expressam gratidão e admiração aos militares que se arrastaram na lama e seguem na missão de localizar corpos.

Desde a tragédia, 166 mortes foram confirmadas e 155 pessoas estão desaparecidas. A barragem 1 da Mina Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro, na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, liberando um tsunami de água, terra e rejeitos sobre funcionários da Vale e moradores da região.

Segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Estadual, 393 pessoas foram resgatadas. O reconhecimento pelo trabalho árduo tem sido manifestado de várias formas.

“Muito obrigada por salvar tantas vidas. O trabalho de vocês foi uma dádiva de Deus. Vocês têm muito trabalho pela frente e podem ter certeza que Jesus também vai trabalhar na vida de vocês”, escreveu uma menina.

Cardeal: "A Igreja não deve encobrir abusos por medo de escândalo"



O Arcebispo de Chicago (Estados Unidos), Cardeal Blase Cupich, destacou que "o chamado da Igreja para acompanhar as vítimas exige uma mentalidade que rejeite categoricamente os encobrimentos por razões legais ou por medo de escândalo".

Assim afirmou o purpurado no dia 22 de fevereiro durante o encontro do Papa com os líderes da Igreja sobre o tema da proteção de menores.

"O conselho de nos distanciarmos dos sobreviventes de abuso por razões legais ou medo de escândalo, impede o verdadeiro acompanhamento daqueles que foram vítimas", denunciou o Cardeal Cupich que é membro da comissão organizadora deste importante evento realizado no Vaticano.

O cardeal assegurou que os 190 participantes estão reunidos em Roma “como episcopado universal, numa união afetiva e substancial com o sucessor de Pedro, para discernir através de um diálogo vivo onde o nosso ministério como sucessores dos apóstolos nos chama a enfrentar de maneira adequada o escândalo do abuso sexual por parte do clero que feriu tantos inocentes".

Nessa linha, o Arcebispo norte-americano assegurou que "é preciso considerar o desafio que enfrentamos à luz da sinodalidade, aprofundando com toda a Igreja os aspectos estruturais, jurídicos e institucionais da obrigação de prestar contas". "Um processo que se limite a mudar políticas não é suficiente, mesmo que seja o resultado dos melhores atos de colegialidade", assegurou.

Além disso, Dom Cupich exortou à "construção de uma cultura do prestar contas, com estruturas adequadas para modificar radicalmente a nossa abordagem a fim de salvaguardar os menores" e para isso, disse que o ponto de referência deve ser "o espaço sagrado da vida familiar".

Deste modo, o Cardeal exortou a ancorar todos os esforços na "dor profunda daqueles que foram abusados e das famílias que sofreram com eles".

Desta forma, o prelado exortou cada conferência episcopal a adotar procedimentos que "capacitem uma igreja sinodal a fazer com que os bispos envolvidos em má conduta e má gestão possam prestar contas". 

Venezuela: Bispos pedem que deixem entrar e distribuir ajuda humanitária



A presidência da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) pediu em um comunicado que "deixem entrar e distribuir ajuda humanitária em paz", já que "atende a situações graves de crise, e não a interesses políticos".

A CEV, durante uma coletiva de imprensa realizada na quainta-feira, 21 de fevereiro, informou sobre as condições graves em que o povo está vivendo e insistiu em seu chamado ao regime de Nicolás Maduro para ouvir "o clamor do povo".

Diante da crise na Venezuela, sobre a escassez de alimentos e medicamentos, a Assembleia Nacional "tomou a iniciativa de organizar esta ajuda", com o apoio de outros países e abrir um canal humanitário que foi muitas vezes negado pelo regime de Chávez.

Atualmente, as ajudas de medicamentos e alimentos estão armazenadas em Cúcuta (Colômbia), Roraima (Brasil), e os Países Baixos também ofereceram Curaçao para receber doações internacionais.

De acordo com Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado "presidente interino" da Venezuela, esta ajuda iria começar a entrar no sábado, 23 de fevereiro, apesar da oposição de Maduro, que nega que haja uma crise humanitária.

Em seu comunicado, os Bispos recordaram que "o regime tem a obrigação de atender as necessidades da população, e, para isso, facilitar a entrada e distribuição da ajuda humanitária, evitando qualquer tipo de violência repressiva".

Indicaram que solicitar e receber ajuda "não é nenhuma traição à pátria", como afirma Maduro, mas "um dever moral que cabe a todos nós".

Também mencionaram o trabalho pastoral e social que a Igreja realiza através da Cáritas. Nesse sentido, renovaram o compromisso de contribuir com a experiência desta instituição na recepção e distribuição de ajuda humanitária, junto com outras organizações.

"A ajuda consiste principalmente em porções de emergência e suplementos para crianças e idosos com déficit nutricional e suprimentos médicos, principalmente terapêuticos. É limitada em cobertura e tempo", explicou a CEV no comunicado. 

Alerta de um cardeal aos bispos: não busquem "inventar" uma nova Igreja



Observando os desafios que a Igreja enfrenta na Alemanha, o cardeal Rainer Maria Woelki, Arcebispo de Colônia, disse à EWTN em uma recente entrevista que, em meio às muitas disputas sobre a “direção” que a Igreja deve tomar, os bispos são chamados a preservar a fé e não mudá-la segundo critérios do mundo moderno, fazendo alusão ao caso de bispos da Alemanha e outros países que afirmaram que é chegada a hora da Igreja mudar sua doutrina para adequar-se aos tempos de hoje.

“A situação atual na Alemanha é realmente difícil. E parece haver uma disputa sobre a direção geral [da Igreja], que certamente também foi desencadeada pelo escândalo dos abusos. Aparecem agora aquelas vozes que argumentam que é hora de deixar de lado tudo o que mantivemos até agora. Que devemos abandonar os velhos tempos. Acho que esse é um conceito muito perigoso”, disse o Cardeal Woelki ao diretor do programa da EWTN em alemão, Martin Rothweiler, no dia 13 de fevereiro.
  
“Somos parte de uma grande tradição. A Igreja também representa verdades que transcendem o tempo. E não é nossa tarefa agora sair e inventar uma nova Igreja por nós mesmos. A Igreja não é apenas uma alavanca que nos foi dada para usar como bem entendemos. Pelo contrário, é nossa tarefa, como bispos, preservar a fé da Igreja, tal como nos veio através dos apóstolos, e para afirmá-la e proclamá-la em nossos dias, como também preservá-la para as gerações futuras, e expressá-la de tal maneira que elas também possam encontrar em Cristo sua salvação”. 

Abusos Sexuais: Novo documento orientador e criação de «task forces» para ajudar bispos são primeiras medidas da cimeira



O Vaticano vai enviar, nas próximas semanas, uma “vade-mécum” a todas as Conferências Episcopais, documento orientador para a prevenção e combate a casos de abusos sexuais.

O anúncio foi feito hoje pelo moderador do encontro sobre proteção de menores, padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.

O documento foi preparado pela Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé), para ajudar os bispos do mundo “a compreender os seus deveres e tarefas” em casos de abusos sexuais.

O padre Federico Lombardi afirmou que este é um texto breve, direto e preciso, “do ponto de vista jurídico e pastoral”.

Outra medida saída da cimeira dedicada aos abusos de menores, com presidentes de conferências episcopais e superiores de institutos religiosos, é a criação de “task forces” para ajudar dioceses que tenham falta de recursos.

“Num espírito de comunhão com a Igreja universal, o Papa manifestou a intenção de criar task forces de pessoas competentes para ajudar conferências episcopais e dioceses com dificuldades em enfrentar problemas e produzir iniciativas para a proteção de menores”, assinalou o padre Federico Lombardi.

Outra iniciativa anunciada é um novo Motu Proprio (decreto pontifício) do Papa Francisco, sobre a proteção de menores e pessoas vulneráveis, para “reforçar a prevenção e o combate contra os abusos” na Cúria Romana e o Estado da Cidade do Vaticano.

O decreto, que será divulgado “em breve”, adiantou o padre Lombardi, será acompanhado por uma nova lei para Estado da Cidade do Vaticano e linhas-guia para o vicariato do Vaticano, sobre o mesmo tema.

190 participantes reuniram-se desde quinta-feira, no Vaticano, para um debate sobre a proteção de menores, reunindo presidentes de Conferências Episcopais e chefes de Igrejas Orientais, superiores gerais de institutos religiosos, membros da Cúria Romana e do Conselho de Cardeais.

“Estes primeiros passos são sinais encorajadores que vão acompanhar-nos na nossa missão de pregar o Evangelho e de servir todas as crianças no mundo, em solidariedade mútua com todas as pessoas de boa vontade que querem abolir qualquer forma de violência e abuso contra menores”, concluiu o moderador da cimeira. 

A culpa da ditadura na Venezuela é da esquerda brasileira



Enquanto o Brasil forja crises, a nossa vizinha Venezuela vive o caos em estágio avançadíssimo, com crueldades e barbarismos só vistos em ditaduras as mais brutais do século XX, enquanto a mídia finge que ela vive uma “crise”, ignora a palavra socialismo ou esquerda para descrever o seu bizarro sistema bolivariano e trata como uma questão de opinião as diferenças entre o ditador Nicolás Maduro (e seu eterno mandante do além Hugo Chávez) e o líder da oposição Juan Guaidó, numa situação que pode gerar o maior banho de sangue da história da América do Sul.

Mas o mais curioso de tudo é como a visão brasileira sobre a Venezuela exime ao fim e ao cabo a responsabilidade da própria esquerda brasileira no processo de destruição de um país que, como o Brasil, parecia ter um futuro promissor ao explorar o seu petróleo nativo.

Além de ignorar a articulação da esquerda latino-americana em criar ditaduras do “socialismo do século XXI” na América Latina tendo o Brasil como o país “não tão socialista” financiando toda a barafunda dos ditadores bolivarianos, a mídia e a Academia chegaram a tratar até como “teoria da conspiração” o maior think tank do mundo: o Foro de São Paulo, reunião de partidos de esquerda da América Latina que articulava como “ganhar na América Latina o que perderam no Leste Europeu”, segundo seus criadores, Fidel Castro e Lula (imagine-se o Apocalipse que seria se Bolsonaro se reunisse com um ditador de menor poder de matança, como Pinochet). 

O Brasil “prende demais” ou tem que criminalizar homofobia (sem lei)? Decidam-se!



A equiparação da chamada “homofobia” ao crime de racismo julgada nesta semana pelo STF é mais um dos estímulos primitivos com os quais a esquerda forma sua visão de mundo, despreocupada integralmente de comportamentos de extrema-direita, como a coerência.

Ministros do STF até há poucos dias soltavam presos, muitas vezes perigosíssimos ou que somavam o rendimento de uma geração familiar inteira em roubos, sob o argumento de que o Brasil “prende demais”, sem muita explicação sobre alguma alternativa além de soltar (e o corolário inescapável de permitir novos crimes descaradamente) ou sobre o fato de que tal ocorre porque aqui também se comete crimes demais. Era o chamado “punitivismo”, preferindo-se sem meias palavras o deixa roubar e deixa matar.

Agora, praticando o infame ativismo judicial, o STF quer que o Brasil possua uma “lei” que equipare o que alguém chamar de “homofobia”, sem definição clara, a racismo. A indefinição da homofobia é extremamente tirânica e orwelliana: não se trata de punir agressões a alguém por ser homossexual – tal ato já é crime definido pelo legislador. Trata-se de qualquer coisa de que um homossexual não goste.

Uma igreja que determine que uma relação homossexual é pecaminosa (como também considera que a masturbação, a traição ou o sexo antes do casamento é pecaminoso) estará em risco de praticar algo comparável (na prática, incluído) a um ato “racista”, como se comportamento fosse o mesmo que cor de pele. Ou o que a turminha no Twitter chama de “homofobia”, como piadinhas.

Racismo é um crime inafiançável e imprescritível: além de racismo, apenas a atuação de grupos armados contra a ordem a ordem constitucional e o Estado de Direito é imprescritível. Racismo é imprescritível, tortura, assassinato, estupro, seqüestro etc não o são. O que o STF está fazendo é criando mais um tipo penal que cairá nesta regra: a tal “homofobia”, um termo criado por ideólogos de esquerda para impedir que qualquer visão além do pansexualismo seja permitida.

Ou seja: se alguém seqüestrar, estuprar, torturar, matar, esquartejar alguém e escapar de julgamento por 20 anos (lembrando que é praxe no Direito brasileiro punir apenas o crime mais grave), estará free to go. Um homem íntegro, pronto para freqüentar a sociedade e talvez até freqüentar o banheiro da sua filha (do contrário, será “transfobia”). Já se fez uma piadinha com a palavra “viado” no Facebook, talvez ainda mereça mofar na cadeia pelo resto da vida se for descoberto daqui a 40 anos. 

"Chegou a hora" de erradicar os abusos sexuais, diz o Papa



HOMILIA
Missa de encerramento do Encontro sobre Proteção dos Menores na Igreja, no Vaticano
Domingo, 24 de fevereiro de 2019


Amados irmãos e irmãs!

Ao dar graças ao Senhor que nos acompanhou nestes dias, quero agradecer também a todos vós pelo espírito eclesial e o empenho concreto que manifestastes com tanta generosidade.

O nosso trabalho levou-nos a reconhecer, uma vez mais, que a gravidade do flagelo dos abusos sexuais contra menores é um fenômeno historicamente difuso, infelizmente, em todas as culturas e sociedades. Mas, apenas em tempos relativamente recentes, se tornou objeto de estudos sistemáticos, graças à mudança de sensibilidade da opinião pública sobre um problema considerado tabu no passado, ou seja, todos sabiam da sua existência, mas ninguém falava nele. Isto traz-me à mente também a prática religiosa cruel, difusa no passado em algumas culturas, de oferecer seres humanos – frequentemente crianças – como sacrifícios nos ritos pagãos. Todavia, ainda hoje, as estatísticas disponíveis sobre os abusos sexuais contra menores, compiladas por várias organizações e organismos nacionais e internacionais (Oms, Unicef, Interpol, Europol e outros), não apresentam a verdadeira extensão do fenômeno, muitas vezes subestimado, principalmente porque muitos casos de abusos sexuais de menores não são denunciados, sobretudo os numerosíssimos abusos cometidos no interior da família.

De fato, as vítimas raramente desabafam e buscam ajuda. Por trás desta relutância, pode estar a vergonha, a confusão, o medo de retaliação, os sentimentos de culpa, a difidência nas instituições, os condicionalismos culturais e sociais, mas também a falta de informação sobre os serviços e as estruturas que podem ajudar. Infelizmente, a angústia leva à amargura, e mesmo ao suicídio, ou por vezes a vingar-se, fazendo o mesmo. A única coisa certa é que milhões de crianças no mundo são vítimas de exploração e de abusos sexuais.

Seria importante referir os dados gerais – na minha opinião, sempre parciais – a nível global e sucessivamente a nível da Europa, da Ásia, das Américas, da África e da Oceânia, para ter um quadro da gravidade e profundidade deste flagelo nas nossas sociedades. Para evitar discussões desnecessárias, quero antes de mais nada salientar que a menção de alguns países tem por único objetivo citar os dados estatísticos referidos nos citados Relatórios.

A primeira verdade que resulta dos dados disponíveis é esta: quem comete os abusos, ou seja, as violências (físicas, sexuais ou emotivas) são sobretudo os pais, os parentes, os maridos de esposas-meninas, os treinadores e os educadores. Além disso, segundo os dados Unicef de 2017 relativos a 28 países no mundo, em cada 10 meninas-adolescentes que tiveram relações sexuais forçadas, 9 revelam que foram vítimas duma pessoa conhecida ou próxima da família.

De acordo com os dados oficiais do governo americano, nos Estados Unidos mais de 700.000 crianças são, anualmente, vítimas de violência e maus tratos. Segundo o Centro Internacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (Icmec), uma em cada 10 crianças sofre abuso sexuais. Na Europa, 18 milhões de crianças são vítimas de abusos sexuais.

Se tomarmos o exemplo da Itália, o relatório 2016 de «Telefone Azul» salienta que 68,9% dos abusos acontece dentro das paredes domésticas do menor.

Palco de violências não é apenas o ambiente doméstico, mas também o do bairro, da escola, do desporto e, infelizmente, também o ambiente eclesial.

Dos estudos realizados, nos últimos anos, sobre o fenômeno dos abusos sexuais contra menores, resulta também que o desenvolvimento da web e dos mass-media contribuiu para aumentar significativamente os casos de abusos e violências perpetrados on-line. A difusão da pornografia cresce rapidamente no mundo através da internet. O flagelo da pornografia assumiu dimensões assustadoras, com efeitos deletérios sobre a psique e as relações entre homem e mulher, e entre estes e os filhos. Um fenômeno em crescimento contínuo. Uma parte considerável da produção pornográfica tem, infelizmente, por objeto os menores, que deste modo ficam gravemente feridos na sua dignidade. Estudos neste campo documentam que isto acontece sob formas cada vez mais horríveis e violentas; chega-se ao extremo dos atos de abuso sobre menores comissionados e seguidos ao vivo através da internet.