sábado, 10 de março de 2018

Isaías 17 e a guerra na Síria!


Ontem foi postado um texto bíblico de Isaías 17 aqui na página que menciona uma destruição da Síria. Muitos vieram de imediato com links e argumentações sem parar para refletir que o texto, ainda que ele tenha um contexto histórico passado, pode ser relido hoje para perceber a própria instabilidade histórica das nações. As pessoas querem muito se mostrar conhecedoras das coisas se esquecendo que a Palavra de Deus é maior que o contexto original da própria Escritura podendo iluminar outros momentos históricos, e qualquer teólogo sabe disso.

Quantas vezes a Escritura se atualiza sobre nossas próprias vidas? Se não fosse assim, a Palavra de Deus tenderia a ser um livro histórico enfurnado em nossas gavetas. Somos vítimas do chamado historicismo na leitura dos textos sagrados, onde as pessoas se preocupam mais com uma cientifização da sua leitura que com o sentido pleno da palavra. Uma postura mais racionalizante produz a sensação de uma fé mais segura e de mais elevado nível que a de outros, anseio que inclusive leva muitos à soberba. Isso gera muitas vezes um reducionismo da Escritura a dados históricos e exegéticos, que são boníssimos, mas não podem limitar a sua exposição.

Ora, se a Síria foi relativamente destruída no passado, quantas vezes mais será até que as nações se convertam dos seus pecados e ouçam a voz de Deus? Pois a guerra é fruto do pecado humano. Quantas vezes Jerusalém foi destruída e o Templo posto abaixo? Duas! A história da nação israelita se repetiu? Podemos reler numerosas profecias do Antigo Testamento para refletir sobre o destino histórico de Jerusalém na sequência de suas infidelidades à Aliança e como isso tem a ver com a perda de sua identidade, o enfraquecimento da nacionalidade e a dispersão entre os povos.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Thammy diz que vai ser padrinho de um menino: "Igreja é obrigada a aceitar".



Thammy Miranda será padrinho pela primeira vez. O filho “transgênero” de Gretchen vai batizar uma criança junto com a namorada, a modelo Andressa Ferreira, e contou a novidade nas redes sociais. Alguns seguidores, então, quiseram saber se ela vai batizar a criança no modo tradicional mesmo, ou seja, na Igreja Católica, e Thammy explicou que sim, pois já tem a documentação necessária para se tornar padrinho (no sexo masculino mesmo).

"É um afilhado tradicional batizado na igreja católica? Se for, conta pra gente qual igreja aceitou com bons olhos realizar esse batismo. Precisamos falar sobre isso! Tenho essas dúvidas e hoje em dia só encontro igrejas preconceituosas que até filhos de mães solteiras se recusam a batizar", questionou uma internauta.

"Sim. Hoje com a documentação que eu tenho, no caso, tudo no masculino, são obrigados a aceitar", respondeu Thammy.

"Mas será um afilhado tradicional, aquelas da igreja católica?", indagou mais um.

"Exatamente. Já tenho documentos pra isso", reafirmou o filho de Gretchen. 

A condenação da Igreja ao comunismo e ao capitalismo ainda está em vigor?



Um leitor protestante (J.O., RJ) perguntou à nossa redação se a carta encíclica do Papa Leão XIII que condena o comunismo, socialismo e o niilismo e sua associação ao mesmo tem um período vigente pois percebe uma grande concentração de padres e fiéis adotando-o como visões.

Olá, J. O,
a graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, esteja com você e com os seus.

A condenação ao comunismo ainda é vigente porque é uma condenação lógica. De fato, estas coisas afrontam a identidade católica, a práxis, a prática católica, então, sim, há uma condenação a tudo isso: ao comunismo, ao niilismo, ao socialismo e, também, você não citou, ao capitalismo. No Compêndio da Doutrina Social da Igreja, há uma condenação clara ao comunismo e também ao capitalismo.

O que não podemos é tomar uma parcialidade, tipo “Ah, a Igreja condena o comunismo” e ponto. Na verdade, a Igreja condena também, o capitalismo. O que precisamos entender, ao final das contas, é o que a Igreja condena? Já que temos que viver em um dos dois (capitalismo ou socialismo), qual é o que devemos escolher? Então entendemos que é mais fácil viver no capitalismo porque, ao menos, ele nos dá a liberdade religiosa do que no comunismo. Mesmo assim o capitalismo tem os seus problemas! Vemos, por exemplo, George Soros com Globalismo. Globalismo é um conceito capitalista! 

Tanto o capitalismo quanto o socialismo vão seguir o mesmo caminho, a diferença é quem tem o poder. No capitalismo o poder está nas empresas (vide George Soros), no socialismo o poder está no governo. E olhando, por exemplo, para o resultado da Lava Jato,sabemos que, na verdade, as grandes empresas e o governo, estão juntos. A verdade, portanto, é que há uma tentativa de dominação e tanto faz se o nome disso é capitalismo ou socialismo porque os dois estão de mãos dadas desde que eles consigam dominar corações e mentes, e fazer da gente o que bem quiser, e pra isso, têm que instruir famílias, etc.

Então, existe a condenação ao comunismo mas a carta encíclica do Papa Leão XVIII, não acarreta em excomunhão. Repetindo: há a condenação ao comunismo e ao capitalismo, no entanto, não há excomunhão automática de forma tão irrestrita, como muitos afirmam.

A questão da excomunhão é que haveria um decreto de excomunhão automática ipso facto (latae sententiaepara quem é comunista. Isso não existe, e as pessoas gostam de dizer, por exemplo, que "se você votou no PT está automaticamente excomungado", o que não procede. Primeiro porque não se trata de um decreto. Fosse assim, estaria revogado pelo Código de Direito Canônico (CDC) de 1983, mas não é um decreto, é uma consulta feita à Congregação para a Doutrina da Fé, na época pós-segunda guerra em que o mundo estava se dividindo entre capitalismo e comunismo. Naquela época, as pessoas queriam saber qual lado deveriam adotar então consultaram a congregação para saber se o comunismo é compatível com a fé católica e Congregação para a Doutrina da Fé respondeu que a prática comunista não é compatível com a prática católica. Por que prática? Porque a prática comunista, naquela época, que era o stalinismo, era fechar igrejas, proibir a fé, matar as pessoas que eram contra, etc... Então obviamente que, sendo assim, a prática comunista é incompatível. Então a resposta da Congregação para a Doutrina da Fé foi a seguinte: “Se você praticar o comunismo, ou seja, matar as pessoas, fechar as igrejas, proibir o culto, etc, você não consegue ser católico". É, portanto, preciso apostatar a fé católica pra se comportar desta maneira. E a apostasia é condenada, até hoje, pelo Código de Direito Canônico com a excomunhão automática.

quinta-feira, 8 de março de 2018

De um leigo comprometido, sobre a polêmica envolvendo a CNBB!


Participo das coisas da Igreja Católica desde os 13 anos de idade. São quase 30 anos nessa vida. Mas sinceridade? Me sinto tão mal quando existe uma crítica (verdadeira) de católicos engajados a algo na Igreja (como por exemplo essa história da CNBB) e vem um padre ou bispo dizer:

 - Olha, não exponha a Mãe Igreja nas redes sociais... Chame um padre e converse com ele. Procure o bispo da sua diocese...

1. Não pense que criticar algo que acontece na Igreja, ou a postura de alguém na Igreja é criticar a Igreja. Existe diferença e eu sei onde começa um e onde termina o outro. E tem muito leigo engajado e de caminhada que sabe essa diferença. E muitos que já se omitiram ou tentaram falar com os padres e bispos receberam portas fechadas, sabem que é preciso tentar de outra forma.

2. Não pensem que padres ou bispos (ou até o Papa), amam mais a Igreja do que os leigos. Tem leigo que dá a vida na sua paróquia ou diocese, gasta tempo, deixa de ficar com a família, tira até do seu bolso para ajudar a Igreja POR AMOR (nessa hora nego presta). Mas se critica algo (de forma justificada) já não é tão bom.

Não se mede amor à Igreja por usar batina ou não. Não se consagra quem ama mais. Se consagra (ou deveria ser assim) quem tem VOCACÃO. O fato de eu ou outros sermos leigos não quer dizer que amemos menos. Quer dizer que temos outra vocação cujo fim é servir a Igreja de Cristo. Nem todo padre ama a Igreja demais, nem todo leigo ama a Igreja de menos. Se assim fosse não tinha tanto sacerdote dando mal exemplo defendendo o PT e o corrupto do Lula.

Nunca um leigo pode ser considerado superior ao um sacerdote, com relação ao seu chamado. No caso do sacerdote é um chamado nobre. Mas esse chamado não acontece por que a pessoa ama mais a Igreja. A pessoa é chamada por que Deus a escolheu. Ponto. É escolha de Deus. Ele quis por que Ele quis. Deus não premia alguém lhe dando uma vocação. Ele só chama e cada pessoa deve responder.

3. Se eu como leigo não posso expor a Igreja nas redes sociais, por que certos bispos e padres podem expor o nome da Igreja em eventos ligados ao comunismo, a esquerda (que tem valores diferentes a fé católica) ou ajudando a manter ONGs abortistas? Se hoje tem gente criticando alguns setores ligados a CNBB, não seria por que tem gente dando motivo?

4. Sim a Igreja é uma grande família. Mas a família que guarda "podre" de algum familiar, ajuda essa pessoa ou simplesmente passa a mão na cabeça abafando o caso?

O cerne do problema que envolve a CNBB


De tudo que se falou a respeito da CNBB e da Campanha da Fraternidade até agora, contra e a favor, o principal não foi sequer respondido e esclarecido minimamente.

Não podemos deixar que notas e manifestações, favoráveis ou contrárias, anestesiem o cerne do problema:

- Temas, termos e abordagens de ideologia de gênero na Via Sacra elaborada pela CNBB;

- O apelo desarmamentista da cartilha da CNBB, contrários ao ensino da Tradição católica;

- A própria ABONG em nota (26/02) admitiu "ter sido a responsável pela administração dos recursos recebidos" da Campanha da Fraternidade em nome da tal Plataforma;

- O que a CNBB tem a dizer sobre os repasses à ABONG e suas pautas contrárias ao ensino e fé da Igreja?

- Os repasses à Fundação Grupo Esquel, parceiro da ABONG, MST e Cáritas;

Destruição da Síria é cumprimento de profecia?


Queridos amigos, bom dia! Acredito que, em nome da verdade, não devemos nos calar sobre certas coisas. Sem querer causar um acirramento de ânimos, mas querendo apenas esclarecer, como padre e estudioso da Sagrada Escritura, quero me pronunciar a respeito do texto de Is 17,1-2 que tem circulado na internet como sendo uma prova bíblica de que Deus anunciou e está querendo a guerra na Síria.

Tal interpretação de Isaías é um grande equívoco. O contexto do texto é o seguimento: tanto a Síria quanto o reino do Norte, Israel, eram vassalos da Assíria, um grande império no século VIII a.C. A Síria e o Reino do Norte, Israel, se rebelaram contra a Assíria e, por isso, a Assíria marchou contra Damasco em 732 a.C., destruindo a cidade e deportando seus habitantes, como vem descrito em 2Rs 17,1-6. O Reino do Norte, Israel, também foi deportado dez anos depois, e a interpretação do profeta para os acontecimentos foi que este foi um castigo divino pelos pecados que Israel havia cometido.

A profecia de Is 17,1-2 é, portanto, um anúncio de juízo realizado há 2.800 anos e não foi relido pelo cristianismo como anúncio de um juízo futuro para a mesma cidade de Damasco.

quarta-feira, 7 de março de 2018

O pronunciamento do Padre Paulo Ricardo a respeito das denúncias sobre a CNBB


Meus queridos irmãos!

Desde quando começou essa polêmica em torno na CNBB, muita gente me perguntou: Padre, o que fazer? E eu, como padre jovem, decidi esperar o pronunciamento de alguém mais experiente, e vieram dois: o de Dom Fernando Rifan e do Padre Paulo Ricardo. Dois homens de Deus, conhecidos e admirados por defender a Doutrina Católica no nosso país.

Todos os dois, como bons filhos da Igreja, seguiram a linha de Santa Catarina de Siena. Não ficaram em cima do muro, mas também não perderam a caridade no falar.

O problema está no que veio depois: centenas de comentários dizendo: Padre Paulo é um morno... Padre Paulo se acovardou... Padre Paulo é careca... Etc.

Então, agora podemos "dividir" a Igreja do Brasil em três grupos:

1 - Aqueles que, como foi PROVADO, cometeram excessos e desvios.

2 - Aqueles que estão rezando para que tudo se resolva, como aconselhou o Padre.

3 - Aqueles que querem ver o circo pegar fogo e o sangue sendo derramado.

Fico a me perguntar. Os que fazem parte do terceiro grupo são católicos de fato? Ou será que acreditam mais na força de um vídeo no YouTube, que na força da oração?

Considerações sobre as polêmicas envolvendo a CNBB



Irmãos e irmãs, temos acompanhado com apreensão e tristeza as denúncias envolvendo vários bispos da CNBB. Uma parcela significativa destas denúncias já não são novidade para muitos que as presenciam em suas paróquias e acompanham notícias pelas manchetes publicadas nos meios de comunicação.

O flagelo pútrido da heresia se espalhou a tal ponto que a maior parte dos que a seguem acreditam prestar homenagem a Deus... Aqueles que são destinados ao sacerdócio são corrompidos pela peste da heresia, especialmente por teólogos “da libertação” ainda muito presente e viva nos seminários católicos. Não são poucos os seminaristas que defendem uma igreja independente de Roma, que dizem ser a CNBB autossuficiente, que são contra o celibato, a favor da ordenação feminina (assunto este já encerrado para a Igreja), e tantas outras banalizações do sagrado – a situação fica mais crítica quando lembramos que o seminarista de hoje é o padre de amanhã; os lugares santos, sempre venerados das igrejas, tornam-se negligenciados, caem em ruínas; por penoso que seja admiti-lo nega-se o batismo, abomina-se a Eucaristia, despreza-se a penitência, recusa-se a criação do homem e a ressurreição da carne, anulam-se todos os sacramentos da Igreja, etc. Os leigos estão saturados de tanta profanação!

A Santa Missa tem, cada vez mais, se configurado a uma peça de teatro feita de qualquer forma, na qual se admite um ministro qualquer, um pão qualquer, um vinho qualquer... as leituras podem ser escolhidas e substituídas por um texto qualquer... os ministros estão cada vez mais tornando-se “artistas” onde cada qual briga pela sua participação seja na leitura, no canto, no altar que para muitos tornou-se um palco e a assembleia uma plateia... Alguém precisa fazer alguma coisa! E aqueles que, em primeiro lugar, devem manifestar-se CONTRA estes abusos são os nossos bispos! Quanta decepção quando vemos que muitos destes não apenas são omissos, mas incentivam e até promovem estes abusos!

Aqueles que procuram viver uma vida santa, que aderem ao que pede a Santa Mãe Igreja são, seja no seminário ou na paróquia, taxados de hipócritas, de lobos em pele de ovelhas, de pessoas capazes de fazer algo pior que eles mesmos e, na primeira oportunidade, logo são afastados de suas funções. Desta forma, sem apoio, desistem e fazem morrer muitas vocações sacerdotais e religiosas, muitas vocações católicas que se perdem contrariados nesta Babel e acabam descambando para as seitas onde geralmente são muito bem acolhidos. Não é à toa que estatísticas afirmam que o Brasil em breve será, em sua maioria, uma nação protestante.

Quando uma pessoa procura a Igreja, ela não está em busca de mundanismo, ela está em busca do evangelho, dos sacramentos, de um encontro pessoal com Cristo Senhor. Triste quando, para o escândalo, encontra pessoas descomprometidas, que não conhecem as Escrituras, ignoram os sacramentos, vivem uma “fé” – se é que ainda podemos chamar de fé – banal. Pior ainda quando toda essa politização da fé tem apoio do clero!

Isso evidencia que todas as denúncias são verdadeiras enquanto a própria CNBB, em vez de tentar desacreditar o autor, não responde às acusações. Não responde ao que os católicos têm o direito de saber...