sábado, 31 de outubro de 2015

CONACAT: Sínodo inspira Congresso Católico digital no Brasil


A partir de uma visão católica, dar respostas práticas a problemas comuns da vida em família. Esse é o objetivo do 2° Congresso Nacional Católico Digital (Conacat) que, este ano, aborda o tema “Sempre Família”, inspirado pelo Sínodo das Famílias convocado pelo Papa Francisco.

O evento digital, organizado pelo jornalista católico maranhense, Wagner Moura, acontecerá de 9 a 13 de novembro e reúne em sua segunda edição mais de 25 voluntários, leigos de vários estados brasileiros e do exterior, além de contar com a participação do padre dehoniano, João Carlos Almeida (padre Joãozinho), do provincial da Ordem Mercedária no Brasil, frei Rogério Soares, e da missionária e cantora da Comunidade Católica Shalom, Suely Façanha.

Evangelizar por meio da internet

“Os Pontifícios Conselhos para a Cultura e para as Comunicações há bastante tempo orientam a evangelização do continente digital – forma como conceituam o ambiente da internet. O tema, particularmente, atraiu-me ainda mais após a formação que tive ao representar os países de língua portuguesa no Vatican Blog Meeting, encontro internacional promovido por esses pontifícios conselhos, no Vaticano, em 2011”, afirma o organizador do Conacat, Wagner Moura.

Para participar do Conacat os interessados precisam fazer, gratuitamente, uma inscrição simbólica no site Católico em Rede, apenas inserindo seu e-mail de contato. É pelo e-mail que os participantes serão avisados sobre a programação completa que, este ano, contará ainda com a participação de jovens autores de romances católicos como Elisa Hulshof, André Krupp e Tássila Maia. 

Terra de Maria nos Cinemas


O documentário espanhol de 2013 que foi sucesso em 25 países só chegou este ano ao Brasil mas também causou um grande frisson nas salas de cinema, passando da terceira semana de exibição (o requisito da programação era a procura).

Sinopse: Era uma vez… Deus. E viveram felizes para sempre. Adeus, Pai Nosso. Até nunca, seres celestiais. Se não os vemos, não acreditamos. Decidimos viver assim, como se não existissem. Contudo… milhões de pessoas continuam a falar de Jesus Cristo, a quem chamam “Irmão”. E com a Virgem Maria, a quem chamam “Mãe”. Acreditam que somos filhos de Deus e, por isso, chamam-no de “Pai”. O Advogado do Diabo recebe uma nova missão: investigar, sem medo, esses que ainda confiam nas receitas do céu. São uns enganadores ou foram enganados? Se as suas crenças forem falsas, a nossa vida continuará igual. Mas… e se não for um conto de fadas?

Terra de Maria não vem para comprovar cientificamente as aparições de Nossa Senhora, mas para confirmar no coração dos fiéis que a conversão por intermédio da Virgem é sentida e vivida por milhões de pessoas todos os dias. Como afirmou o próprio diretor do filme, o jornalista Juan Manuel Cotelo, “é dificil definir o gênero do filme, pois mistura documentário com ficção, humor com religiosidade, drama com mistério… você chora, ri e pensa na mesma medida.” A parte ficcional do longa tem como maior objetivo dar movimento à história, quebrando a sequência dos vários testemunhos presentes.

Abordando a vida de várias pessoas em 10 países diferentes, cada um conta informalmente sua história e como teve a experiência de conversão diretamente ligada à Virgem Maria. Aborto, prostituição, doenças e grandes mazelas sociais marcam muitos dos depoimentos de católicos e não-católicos que, por muito tempo, viveram longe de Cristo mas que foram alcançados por Sua imensa misericórdia.



Ouvimos na fala do sacerdote, do médico, da modelo, da ex-dançarina, do missionário, entre outros, o quão importante é a intercessão de Nossa Senhora, que os atraiu muitas vezes sem que eles ainda estivessem sequer buscando a Deus. Terra de Maria não pretende explicar a devoção mariana por uma ótica teológica, mas visa apresentar a Mãe de Deus de forma simples para quem não a conhece, por meio da vida transformada de muitos. “Para mim a chave é fugir da artificialidade (…). Contemos a realidade da fé, sem acessórios, nos centremos na beleza das coisas, com certeza há gente boa em todo lugar”, conta o cineasta. A parte cômica fica por conta das entrevistas curiosas do “advogado do Diabo”, que trabalha para uma agência de espiões que quer descobrir quem é esta Virgem que liga os crentes à Deus… que fé é esta que ainda atrai tantos? Que revolução é esta que mesmo nos dias de hoje não perde a força?

Documentário quer expor “hipocrisia” de padres e pastores que pregam contra a homossexualidade


"O Sacerdote, ou é um Santo, ou é um demônio. Ou santifica, ou arruína" 
– São Pio

Enquanto os líderes da Igreja Católica debatiam no Sínodo dos Bispos para defender a família, o inimigo preparava um contra-ataque que pode gerar polêmicas e grande confusão em meio aos cristãos. Trata-se de um documentário para expor líderes religiosos que possuem uma vida homossexual ativa.

O documentário, produzido e dirigido por Dener Giovanini, vai mostrar gravações de 150 religiosos, incluindo pastores protestantes, padres, bispos e seminaristas, praticando sexo virtual com um ator contratado. “O documentário está em fase de finalização e tem data prevista de lançamento mundial daqui a três meses e irá revelar a prática por trás do discurso de ódio contra os homossexuais”, diz o site.

O diretor Dener Giovanini decidiu divulgar o filme nesse momento por conta da realização do Sínodo dos Bispos que está debatendo exatamente os temas família e sexualidade. “Apesar do filme ainda não estar totalmente finalizado, tomei a decisão de falar publicamente sobre ele porque uma das maiores religiões do mundo está definindo agora a forma como conduzirá esse assunto no futuro”, afirma Giovanini.

"Temos umas 500 horas de gravações com centenas de religiosos católicos, evangélicos, protestantes e anglicanos praticando sexo virtual na frente da webcam, assim como os arquivos de suas conversas com o nosso ator nas redes sociais", disse Giovanini.

Os produtores do filme começarão agora a contatar possíveis empresas interessadas a distribuir o filme ao redor do mundo. “Temos consciência do potencial explosivo que temos em mãos. Já fizemos muitas cópias de segurança e inclusive enviamos algumas para fora do Brasil”, afirma o diretor.

Giovanini aponta que espera causar grande repercussão na Igreja Católica, por causa de imagens com religiosos do próprio Vaticano, em cenas que ele classifica como “chocantes”.

Não sabemos se as imagens que irão mostrar no documentário que promete escandalizar muitas pessoas são verdadeiras ou falsas, porém, sendo ou não, de fato, podem causar grandes escândalos, principalmente entre os mais fracos na fé.

Como cristãos, devemos ter em mente que os bispos e padres não falam em seu próprio nome, mas em nome de Cristo. Por isso, ainda que alguém não pratique o evangelho, se a mensagem for de Jesus Cristo, ela sempre irá censurar comportamentos que vão contra a ótica do evangelho, seja o comportamento daquele que anuncia a mensagem que não é sua (cf. Jo 7,16) ou daquele que a escuta. Ainda assim, é importante lembrar que o mensageiro da Palavra é o primeiro ouvinte por isso, ele deve não obstante as falhas, adequar-se à mensagem que anuncia e dar testemunho com a vida, é por isso que o apóstolo diz: “Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,22).

Divórcio e Recasamento


As estatísticas de divórcio nas sociedades ocidentais modernas são catastróficas. Eles mostram que o casamento não é mais considerado como uma realidade independente, que transcende a individualidade dos cônjuges, uma realidade que, pelo menos, não pode ser dissolvida pela vontade individual de um dos parceiros. Mas ele pode ser dissolvido pelo consentimento de ambas as partes, ou por vontade de um Sínodo ou de um Papa? A resposta deve ser negativa, pois, como o próprio Jesus declara explicitamente, o homem não pode separar o que o próprio Deus uniu. Tal é o ensinamento da Igreja Católica.

A compreensão cristã do que seja uma boa vida afirma a sua validade para todos os seres humanos. No entanto, mesmo os discípulos de Jesus ficaram chocados com as palavras de seu Mestre: “Não seria melhor”, questionaram eles, “nunca se casar?”. O espanto dos discípulos ressalta o contraste entre o modo de vida cristão e o modo de vida dominante no mundo. Quer se queira quer não, a Igreja no Ocidente está a caminho de se tornar uma contracultura, e seu futuro agora depende principalmente se é capaz, como o sal da terra, de manter o seu sabor e não ser pisada pelos homens.

A beleza do ensinamento da Igreja pode brilhar somente quando ele não está diluído. A tentação de diluir a doutrina é reforçada nos dias de hoje por um fato perturbador: os católicos estão se divorciando quase tão frequentemente quanto os não-católicos. Algo está claramente errado. Não faz sentido pensar que todos os católicos divorciados e novamente casados ​​no civil começaram seus primeiros casamentos firmemente convencidos de sua indissolubilidade, e, em seguida, mudaram de ideia ao longo do caminho. É mais razoável supor que eles entraram no matrimônio sem se dar conta claramente do que estavam fazendo. E o que eles fizeram, em primeiro lugar, se resume em: dar um passo definitivo, sem retorno (ou seja, até a morte), de modo que a própria ideia de um segundo casamento simplesmente não deveria existir para eles.

Infelizmente, a Igreja Católica não é isenta de culpa. A preparação para o matrimônio cristão, muitas vezes, não consegue dar aos casais de noivos uma imagem clara das implicações de um casamento católico. Se isso fosse feito de forma eficaz, muitos casais, muito provavelmente, decidiriam não se casar na Igreja. Para outros casais, é claro, uma boa preparação para o casamento daria um impulso útil à conversão. Há um apelo imenso na ideia de que a união de um homem e uma mulher está “escrita nas estrelas”, e que nada poderá destruí-la, seja “em tempos bons ou ruins”. Esta convicção é uma fonte maravilhosa e emocionante de força e alegria para os cônjuges que passam por crises conjugais e que procuram dar vida nova ao seu antigo amor.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O Relatório Final do Sínodo sobre a família já é um documento de orientação para toda a Igreja?


O Papa Francisco, em seu discurso de conclusão do Sínodo dos Bispos sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo” afirmou que “certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família” e que não “encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família” na atualidade, mas que, com coragem, dedicação e sem medo de afrontar os desafios postos às famílias e na família, “procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança”, sem cair em repetições simplistas.

Com efeito, o Relatório Final do Sínodo foi entregue ao Papa Francisco, como reza o Artigo 41 do Regulamento do Sínodo dos Bispos (Ordo Synodi Episcoporum). Segundo as explicações do próprio regulamento, não há uma regra estabelecida de antemão sobre a elaboração de um documento final do Sínodo. Fato é que, após várias assembleias sinodais, os últimos papas publicaram um documento retomando ou levando em conta o fruto do trabalho do Sínodo. Haja vista que os bispos, ao entregar o Relatório Final da assembleia, fizeram um pedido ao papa para que ele publicasse um documento, é de se esperar que isso aconteça nos próximos meses.

Assim sendo, o texto que foi publicado no fim de semana passado não é um documento normativo nem definitivo. Virá a sê-lo se o papa assim o quiser. Mas poderá também passar por modificações por parte do papa. Por isso, é temerário já agora tirar orientações bem precisas em nível prático para a ação pastoral da Igreja, embora não nos seja impedido de começar – ou continuar – a refletir sobre isso.

No que concerne a situação de alguns de nossos irmãos e irmãs divorciados recasados, com quem caminhamos e conversamos pelo Brasil afora, é necessário redobrar a prudência no que concerne as interpretações do texto publicado, pois o texto sequer menciona o acesso à Eucaristia e ao Sacramento da Confissão.

O título no qual se aborda o assunto fala de “discernimento e integração”, deixando, propositadamente, a questão aberta e a ser cada vez mais discernida, com misericórdia e verdade, não só pelas pessoas implicadas, mas também por toda comunidade eclesial, inclusive levando em conta aspectos culturais, como também mencionado pelo Papa Francisco no seu discurso final. A respeito do acesso à Eucaristia, alguns comentários observaram que o texto não diz nem que “sim” nem que “não”. Isso também é válido para aquelas formas de impedimentos hoje existentes na prática eclesial. Tal responta obliqua e não direta do texto faz-nos voltar ao que o papa disse no discurso final, ou seja, de que o sínodo não ofereceu soluções exaustivas a todas as situações complexas, pois estas são múltiplas e variadas. Anunciar aos quatro cantos um acesso ao Sacramento da Eucaristia para todos os que se encontram nesta situação, não somente vai além do que afirma o texto conclusivo do sínodo – repitamo-lo: ainda não normativo nem definitivo –  mas também não respeita a complexidade da história de vidas envolvidas num divórcio e suas consequências temporais, que, quer se queira ou não, toca a noção de comunhão no sentido mais amplo (comunhão eclesial, eucarística, mas também conjugal e familiar), que pode ter sido, em certos casos, gravemente rompida. 

Vaticano diz que Dia das Bruxas é ‘perigoso’ e faz duras críticas à data


O Vaticano fez duras críticas  ao Halloween, feriado de Dia das Bruxas comemorado em 31 de outubro, um dia antes do Dia de Todos os Santos, da Igreja Católica. Segundo o “Daily Mail”, a instituição afirmou ser uma data “anticristã” e “perigosa”, por ter ligação com o oculto. A condenação do Papa ao Dia das Bruxas vem dias depois de bispos da Igreja Católica espanhola pedirem que os pais não permitam que os filhos se fantasiem de fantasmas e duendes para celebrar a data.

Em um artigo intitulado “As perigosas mensagens do Halloween”, o jornal oficial do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, citou o perito litúrgico Joan Maria Canals, que disse que “o Dia das Bruxas é uma corrente do ocultismo e completamente anticristão”. Padre Canals pediu que os pais fiquem “atentos e tentem direcionar o significado da festa para a saúde e a beleza em vez do terror, do medo e da morte”.

“L’Osservatore” elogiou uma igreja em Alcala de Henares, que decidiu realizar uma vigília de oração na noite de sábado, e também a ideia da arquidiocese de Paris de fazer um dia de imersão para as crianças, batizado de “Holywins” (“o sagrado vence”, na tradução do inglês). 

Papa concede indulgência plenária aos Legionários de Cristo


O Papa Francisco concedeu a indulgência plenária, em forma de Jubileu, aos Legionários de Cristo e membros do Movimento Regnum Christi durante o ano de comemoração do 75º aniversário da sua Fundação. O jubileu se concluirá na solenidade do Sagrado Coração do ano 2016.

A Penitenciaria Apostólica da Santa Sé emitiu um decreto assinado pelo Penitencieiro-Mor, o Cardeal Mauro Piacenza, em resposta ao pedido do diretor geral do Regnum Christi e da Legião de Cristo, Pe. Eduardo Robles-Gil, L.C.

Os Legionários e os membros do Regnum Christi poderão receber a indulgência plenária na solenidade de Cristo Rei em 2015 e na solenidade do Sagrado Coração em 2016, se renovarem, por devoção, os compromissos que os unem ao Movimento ou à Legião, e rezarem pela fidelidade de sua terra natal à sua vocação cristã, pelas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada e pela defesa da família.

A indulgência plenária é concedida quando se dedicarem por um tempo conveniente à prática de obras corporais e espirituais de misericórdia, concluindo com o Pai-Nosso, o Credo e a invocação a Maria, Rainha dos Apóstolos.

A indulgência plenária é concedida também toda vez que dedicarem um tempo conveniente a ensinar ou a aprender a doutrina cristã ou participar em missões de evangelização. 

CNBB divulga nota sobre a realidade sociopolítica brasileira


A REALIDADE SOCIOPOLÍTICA BRASILEIRA
DIFICULDADES E OPORTUNIDADES

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 27 a 29 de outubro de 2015, comprometido com a vivência democrática e com os valores humanos, consciente de que é dever da Igreja cooperar com a sociedade para a construção do bem comum, manifesta-se acerca do momento de crise na atual conjuntura social e política brasileira.

A permanência e o agravamento da crise política e econômica, que toma conta do Brasil, parecem indicar a incapacidade das instituições republicanas que não encontram um modo de superar o conflito de interesses que sufoca a vida nacional, e que faz parecer que todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo. A frustração presente e a incerteza no futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista, gerando um pessimismo contaminador, porém, equivocado, de que o Brasil está num beco sem saída. Não nos deixaremos tomar pela “sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85). 

Somos todos convocados a assegurar a governabilidade que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura, cuidar das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrer com os desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo. Cada protagonista terá que ceder em prol da construção do bem comum, sem o que nada se obterá. 

É preciso garantir o aprofundamento das conquistas sociais com vistas à construção de uma sociedade justa e igualitária. Cabe à sociedade civil exigir que os governantes do executivo, legislativo e judiciário recusem terminantemente mecanismos políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam a violência, entre os quais o estado penal seletivo, as tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional. No genuíno enfrentamento das atuais dificuldades pelas quais passa o país, não se pode abrir espaço para medidas que, de maneira oportunista, se apresentam como soluções fáceis para questões sabidamente graves e que exigem reflexão e discussão mais profundas com a sociedade.