sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Por que temos de sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?


Todos nós, seres humanos, fomos criados de tal modo, que podemos livremente eleger entre os caminhos possíveis que temos por diante, inclusive com a terrível capacidade de negarmos o nosso próprio Criador.

Realmente, é impressionante a liberdade humana. Deus nos cria com ela, preferindo o risco de que o neguemos a obrigar-nos a amá-Lo por coação. Deseja, assim, que o amemos livremente, como filhos, e não como escravos.

Observando a nossa história pessoal, não é difícil perceber que a cada uma dessas escolhas que fazemos nos tornamos responsáveis pelas suas consequências. Quando preferimos o pecado à vontade de Deus, inevitavelmente experimentamos suas amargas consequências, e é justo que seja assim. Mas o que dizer quando o pecado de uma outra pessoa passa a ser, de algum modo, atribuído também a mim? Por que temos que sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?

Com efeito, afirma São Paulo: “Como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Rm 5, 12). Nossos primeiros pais pecaram gravemente. Abusando de sua liberdade, desobedeceram ao mandamento de Deus. Nisto consistiu o primeiro pecado do homem (cf. Rm 5, 19). Por este pecado perderam o estado de santidade no qual haviam sido criados. O pecado entra na história, portanto, não procedendo de Deus, mas do mal uso da liberdade do homem. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Os homossexuais após o Sínodo


Na Igreja, ultimamente, tem-se prestado muita atenção à homossexualidade. Tudo começou com a famosa frase proferida pelo papa Francisco a bordo do voo que o levou do Rio de Janeiro a Roma, em 2013: “Quem sou eu para julgar a consciência de um gay?” O carinho e o respeito de sua santidade para com essa parcela de irmãos homossexuais manifesta-se sempre. Sem embargo, em nenhum instante o bispo de Roma relevou uma vírgula sequer da moral cristã, que exproba os chamados “atos homossexuais” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2357). Mas, a grande característica do sumo pontífice reinante consiste em aproximar-se dos dramas humanos, sem medo, sem preocupação com o que vão dizer. Afinal de contas, ele é o vigário de Cristo, do salvador que veio ao mundo para trazer vida abunda nte (Jo 10,10).

A Relatio Synodi, publicada no dia 24 de outubro de 2015, reitera a doutrina de que “não existe nenhum fundamento para uma analogia, nem mesmo remota, entre a união homossexual e o designío de Deus sobre o matrimônio e a família” (n. 76), porém, frisa a obrigação de se acolher o homossexual com todo respeito e alude à premência de se prover uma atenção específica, bem como um acompanhamento dessas situações (idem).

Espera-se que o santo padre, dentro em breve, divulgue uma exortação apostólica pós-sinodal, roborando e explicitando as temáticas agitadas no sínodo de 2015, inclusive a questão da solicitude pastoral para com os homossexuais. 

O ENEM e o controle ideológico da população


Um exame que foi pensado como mero indicador de qualidade acadêmica transformou-se num forte instrumento de controle, inclusive ideológico, de acesso ao ensino superior. E já está sendo usado para consolidar a ideologia de gênero

Nunca houve, na história do Brasil, um instrumento potencialmente tão completo, em termos de dominação ideológica do país, como o ENEM. De fato, ele é, hoje, basicamente a única porta de acesso a todo o ensino superior e a toda a estrutura de pós-graduação no país – vale dizer, quem não estiver preparado para demonstrar não somente qualidade acadêmica, mas também afinação com os pressupostos ideológicos que regem os elaboradores e corretores do exame está condenado a não obter vaga nas universidades, ou ao menos privar-se das universidades de maior qualidade e dos cursos mais procurados.

Não se trata de discutir se o ENEM é ou não um instrumento pedagógico tecnicamente bom. Possivelmente ele é, e isto não diz nada em seu favor: são exatamente os instrumentos bons os que são mais aptos de produzir danos enormes quando mal utilizados. Uma faca extremamente afiada é um instrumento soberbo para um bom churrasco, mas é também uma arma letal nas mãos de um assassino. Há uma confusão básica – também no campo da educação – entre ética e técnica, como se o avanço técnico da ciência pudesse influir diretamente, ou mesmo determinar, as fronteiras da ética.

Neste ponto, há que se frisar: nenhum governo autoritário do Brasil jamais dispôs de um instrumento tão completo, abrangente e eficaz, no plano do controle ideológico, como é o ENEM. Para o bem ou para o mal. Trata-se, como disse, de condicionar o acesso a todo o ensino superior à porta única de entrada que é este exame. E que, é claro, submete-se (potencialmente ao menos, senão em ato) a um grande controle ideológico sob o ângulo de certos consensos acadêmicos e midiáticos que estão bem estabelecidos, hoje, no nosso país e no mundo.

Dou um exemplo: há uma grande discussão, hoje, sobre a verdadeira noção de “identidade sexual”. Tradicionalmente, sempre se entendeu que a “identidade sexual” do ser humano é binária: somos homens e mulheres, e as exceções clínicas, raríssimas, somente confirmavam a regra. Há, é claro, (e tradicionalmente se entendia assim) o campo das tendências, inclinações, desejos e opções sexuais, mas estes não faziam parte da própria identidade sexual, da substância da pessoa humana, senão do campo dos condicionamentos e das escolhas, das opções e vivências culturais e pessoais, na riqueza da sexualidade humana. Compreendia-se que havia homens e mulheres, e que havia diversas maneiras e modos de se viver na prática a sexualidade, sem que tais maneiras e modos passassem a integrar a própria noção de identidade sexual. É assim que a Declaração Universal de Direitos Humanos, já nos seus “consideranda”, fala em “dignidade e valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres”, ou em vedação de “distinção de sexo”, já no seu artigo 2º. É assim, também, que no seu art. 16, reconhece-se que “Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução”. Para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, portanto, a questão de uma “identidade sexual” diversa do sexo das pessoas nem sequer se colocava. Éramos, e sempre fomos, homens e mulheres. Ponto. Todo o resto estava no campo dos condicionamentos, das escolhas, das tendências e desvios, alguns publicamente reprimidos, como a pedofilia, alguns simplesmente tolerados, como a promiscuidade, outros estimulados, em função do seu interesse para todos, como a formação de famílias complementares e fecundas. E as coisas foram assim até pelo menos os anos setenta.

Sínodo: Algumas propostas eram um “cavalo de Troia” para minar a doutrina, diz Cardeal.


"Alguns pensavam que o recente Sínodo, mais em particular o ‘Sínodo paralelo’, o que poderíamos chamar de ‘Sínodo da mídia’, teria, na prática, dado a autorização para os católicos divorciados e recasados civilmente – que, pelo que parece, alguns consideram como as únicas famílias que fracassaram, as únicas famílias que estão em dificuldade – de se aproximarem da Santa Comunhão. Claramente o texto do Sínodo que foi aprovado não faz nenhuma menção à comunhão aos divorciados recasados civilmente. Alguns ficaram felizes com este resultado, e não nos surpreendeu que o Sínodo Paralelo dos meios de comunicação tenham proclamado rapidamente que a Igreja abriu-se a tal possibilidade quando o texto não fala nada sobre isso”.

Não deixa margem para dúvidas o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia, que falou hoje para a abertura do ano acadêmico 2015-2016 do Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre Matrimônio e Família. Na sua palestra inaugural com o tema "Fé, família e finanças hoje", o cardeal australiano voltou ao sínodo que concluiu domingo passado esclarecendo algumas discussões que ocorreram na Sala.

"Em algum momento - disse, por exemplo, o purpurado – foi proposto por alguns Padres uma solução de ‘foro interno’. Era, talvez, um cavalo de Troia usado para propor um ataque à belíssima doutrina da Igreja sobre consciência? Quando uma visão defeituosa de consciência poderia ser usada para desconstruir a doutrina católica sobre casamento, família e sexualidade...".

Esta questão de "foro interno" - recordou também o prefeito de finanças do Vaticano - "foi criada, mais ou menos, da mesma forma depois da Humanae Vitae". A consciência - explicou - "não é um egoísmo clarividente, nem o desejo de ser coerentes consigo mesmos”, mas sim “um severo conselheiro”, embora se “nestes séculos foi esmagada por uma falsificação: o direito de agir segundo o prazer próprio; o direito de falar, escrever, segundo o próprio julgamento e o próprio humor dar nenhum pensamento a Deus”.

Falando de "práticas eucarísticas contrárias à disciplina da Igreja", o cardeal sublinhou que "a Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e redução. No recente texto do Sínodo da família, apesar das declarações dos meios de comunicação em sentido contrário, a questão da comunhão aos divorciados recasados não foi nem sequer mencionada. A herança de João Paulo II permanece intacta. E nos damos conta de que há uma relação simbiótica entre a família humana e a família eclesial. Porque a Eucaristia alimenta a vida espiritual de ambos”.

Portanto "valorizar e proteger a prática é de vital importância”. “Precisamos – evidenciou Pell – de um claro ensinamento sobre a família e a Eucaristia para ajudar a dissipar as sombras de práticas e de doutrinas não aceitáveis para que a Eucaristia continue a resplandecer no seu mistério radiante".

À margem do Dies Academicus, ZENIT fez algumas perguntas ao cardeal.

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Homilética: Finados (2 de Novembro): Comemoração de Todos os Fiéis Falecidos: "Outra visão da morte"


Neste dia 2 de novembro celebramos o dia de Finados, momento de fazer memória aos parentes e amigos já falecidos, em uma manifestação pública de afeto. Para os cristãos, este é também o momento de olhar para o futuro e ter o conforto de saber que o nosso destino está em Deus e que a morte nada mais é do que o nascimento para a vida eterna. A Igreja nos convida neste dia a comemorar todos os fiéis defuntos, a voltar o nosso olhar a tantos rostos que nos precederam e que concluíram o caminho terreno. Para nós cristãos a morte é iluminada pela ressurreição de Cristo e para renovar a nossa fé na vida eterna.

A liturgia do dia de Finados poderia ser chamada também de liturgia da esperança, pois, a vitória sobre a morte é o critério da esperança do cristão.  Diante da morte a resposta do cristão deve ser: “A vida não é tirada, mas transformada”.  E esta resposta baseia-se na fé na Ressurreição de Jesus. Somos unidos com Ele na vida e na morte.  Somente quem pode reconhecer uma grande esperança na morte, pode também viver uma vida a partir da esperança. O homem tem necessidade de eternidade e esse desejo de eternidade foi o que Jesus veio trazer quando disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26).


A Palavra de vida e de esperança é um profundo conforto para nós, face ao mistério da morte, especialmente quando atinge as pessoas que nos são mais queridas. Embora nos tenhamos entristecido porque tivemos que nos separar delas, e ainda nos amargura a sua falta, a fé nos enche de íntimo alívio perante o pensamento de que, como aconteceu para o Senhor Jesus e sempre graças a Ele, a morte já não tem qualquer poder sobre eles (cf. Rm 6,9). Passando, nesta vida, através do Coração misericordioso de Cristo, eles entraram “num lugar de descanso” (Sb 4,7).

A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida. No horizonte final do homem não está a morte, o fracasso, o nada, mas está a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida eterna.

No Evangelho, Jesus deixa claro que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão” que conduz à vida eterna. Para aceder a essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e beber o sangue” de Jesus) é, ao longo da nossa caminhada pela terra, um momento privilegiado de encontro e de compromisso com essa vida nova e definitiva que Jesus veio oferecer.

Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalônica que Cristo virá de novo, um dia, para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.

Na primeira leitura, Isaías anuncia e descreve o “banquete” que Deus, um dia, vai oferecer a todos os Povos. Com imagens muito sugestivas, o profeta sugere que o fim último da caminhada do homem é o “sentar-se à mesa” de Deus, o partilhar a vida de Deus, o fazer parte da família de Deus. Dessa comunhão com Deus resultará, para o homem, a felicidade total, a vida definitiva.

Jesus Cristo ilumina o mistério da dor e nos ensina a olhar a morte além da angústia e do medo. Ele venceu o lado angustiante da morte, através da sua Ressurreição, pela qual foi possível abrir a porta da esperança para a eternidade. Cristo transformou a morte, que anteriormente era vista como um túnel escuro e sem saída, em uma passagem luminosa, um caminho para a Páscoa.

Cristo morreu e ressuscitou e nos abriu a passagem para a casa do Pai, o Reino da vida e da paz. Quem segue Jesus nesta vida é recebido onde Ele nos precedeu. Portanto, enquanto visitamos os cemitérios, recordemo-nos que ali, nos túmulos, repousam só os despojos dos nossos entes queridos na expectativa da ressurreição final. As suas almas, como diz a Sagrada Escritura, já “estão nas mãos de Deus” (Sb 3,1). Portanto, o modo mais justo e eficaz de os honrarmos é rezar por eles, oferecendo atos de fé, de esperança e de caridade em união ao Sacrifício Eucarístico (cf. BENTO PP XVI, Angelus, 1 de novembro de 2009).

O dia de finados é sempre excelente ocasião, não somente para rezar pelos nossos irmãos já falecidos, mas também para alagarmos nosso conceito de vida, pensarmos no modo como estamos vivendo, bem como reforçarmos a nossa esperança de um dia estarmos todos diante do Pai. Portanto, a nossa oração pelos defuntos é útil e também necessária, enquanto ela não só os pode ajudar, mas ao mesmo tempo torna eficaz a sua intercessão em nosso benefício (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 958).

Cada Santa Missa possui um valor infinito e é o que temos de mais valioso para oferecer pelas almas.  Também podemos oferecer por elas as indulgências que lucramos na terra: as nossas orações; a melhor maneira de demonstrarmos o nosso amor pelos nossos parentes e amigos e por todos os que nos precederam e esperam o seu encontro definitivo com Deus.


Nas nossas orações, peçamos para que também nós, peregrinos na terra, mantenhamos sempre orientados os olhos e o coração para a meta derradeira pela qual aspiramos, a casa do Pai, o Céu. E que o  Senhor nos conceda, no final da nossa peregrinação terrestre, uma morte santa e que possamos estar entre os seus escolhidos para que Ele possa dizer neste dia a cada um de nós: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança o reino que para vós está preparado desde a criação do mundo” (Mt 25,34). Assim seja.

Ideologia de Gênero no ENEM cria polêmica.


O Ministério da Cultura não desiste mesmo de querer impor à sociedade brasileira, sobretudo aos jovens, a Ideologia de Gênero, que quer colocar em nossa cabeça a “fórceps” que não existe sexo, num desrespeito ao que já foi aprovado pelas autoridades do governo.

O Plano Nacional de Educação foi aprovado pelo Congresso Nacional, excluindo dele a Ideologia de Gênero; e a Lei foi sancionada pela Presidente da República. Ora, o assunto, ao menos em nível governamental, deveria cessar. Há uma definição clara e legal sobre a matéria.

Mas os ideólogos que defendem essa cultura, vencidos no campo legal, insistem em usar os meios controlados pelo governo para insistir nesta tecla.

Em um vídeo muito divulgado na internet, o Procurador Regional da República em Brasília, Dr. Guilherme Scheib, afirma que:

“O governo federal e alguns governos locais cometem graves ilegalidades contra a família e a infância, ao propor e implantar em escolas públicas e particulares a ideologia de gênero. Diversas denúncias revelam a prática de ministrar aulas para crianças sobre sexo anal, bissexualidade, sexo com animais, prostituição e até masturbação. Além de apresentar temas sexuais complexos ao entendimento de crianças e adolescentes, procura-se relativizar abusivamente na mente das crianças os conceitos morais de masculinidade e feminilidade”. 

E o Procurador apresenta até um “Modelo de notificação extrajudicial” que se for necessário pode a ser entregue ao diretor da escola de seu filho.

Agora, a questão volta no ENEM (24-25 de outubro de 2015). Uma questão da prova de Ciências Humanas do Enem 2015 chamou a atenção porque colocou em uma das questões a ousada afirmação da feminista Simone de Beauvoir (†1986), uma das ativistas da Ideologia de Gênero:

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”. (Simone Beauvoir, O segundo sexo, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980).

Ela deixa claro que “o objetivo final do movimento feminista é eliminar a diferenciação entre os sexos. A meta é a ectogênese, ou seja, a possibilidade de ter filhos fora de um corpo feminino”. Por isso, já se trabalha na construção de um útero artificial. 

Ipads e Smartphones não podem substituir Missal na Liturgia


O Padre Antônio Spadaro, conhecido popularmente como o “ciberteólogo” do Vaticano, explicou por que os distintos dispositivos móveis como Ipad, Smartphones e tablets não podem substituir o Missal Romano nem os tradicionais livros na liturgia católica.

O sacerdote, membro do Pontifício Conselho das Comunicações, comentou em seu blog a decisão da Conferência Episcopal da Nova Zelândia de negar-se ao pedido de vários sacerdotes do país que solicitaram usar estes dispositivos móveis nas liturgias que celebram. 

Através da edição de julho da revista italiana ‘Jesus’, e no seu blog “CyberTeologia”, o Padre Spadaro explica como muda o conceito do livro sagrado nos tempos do iPad, e considera que graças aos aplicativos que permitem rezar a oração do Breviário, ou o Missal, como o iBreviary, pode-se difundir o uso dos livros litúrgicos no mundo digital. 

Porém, recordou que “a página do Evangelho, permanece como parte integrante da ação ritual da comunidade cristã”. 

O presbítero explicou que “é inimaginável que se leve em procissão um iPad ou um computador portátil, ou que em uma liturgia um monitor seja solenemente incensado e beijado”, e portanto, “a liturgia, é o baluarte de resistência da relação texto-página contra a volatilização do texto desencarnado de uma página de tinta; o contexto no qual, a página permanece como o ‘corpo’ de um texto”. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Você mataria este menino sabendo que ele é Adolf Hitler?

New York Times: uma pergunta cruel e uma ideia distorcida sobre o livre arbítrio

Se, por absurdo, você pudesse encontrar Adolf Hitler quando ele ainda era criança, você o mataria?

Esta foi a pergunta que o jornal The New York Times fez aos seus leitores, embalado pelo recente frenesi em torno ao filme “De Volta para o Futuro” e seu enredo de viagens no tempo. O resultado da pesquisa foi anunciado via Twitter: 42% responderam que matariam o garoto de olhos sonhadores que viria a se tornar o Führer nazista. 30% não o matariam e 28% não souberam o que decidir.

É importante recordar que as pesquisas via Twitter não têm valor científico, mas este caso, em concreto, sugere uma possível concepção geral de que cada pessoa está de alguma forma “predestinada” a fazer o que faz – e que nada poderia alterar o seu “destino”, exceto, talvez, soluções radicais como o assassinato. A maioria dos participantes da enquete se declarou disposta a matar um inocente (o menino Adolf) para punir um criminoso (o adulto Hitler).

O caso indica a nossa ilusão de ler em todo ser humano “digitalizado” um prenúncio do gênio ou da abjeção. Chamamos isso de “metadados” – e ainda não sabemos até que ponto o Google já nos classificou e arquivou em sua memória mais profunda e inacessível com base neles. Quando os metadados indicam que algo ou alguém é mau, tendemos a acatar essa catalogação sem muito senso crítico: podemos até reagir como se nos fosse indicado o próprio signo do diabo e dispensamos maiores aprofundamentos antes de condenar o “acusado” à fogueira (assim como é comum condenarem sumariamente a Igreja à fogueira por “ter queimado milhões de pessoas na Idade Média”, embora os historiadores mais sérios desmintam as lendas sensacionalistas propagadas pelo laicismo mais raivoso a respeito da Inquisição).