terça-feira, 26 de novembro de 2013

Aborto: Papa descarta mudanças!


O Papa Francisco descartou hoje qualquer possibilidade de mudança na posição da Igreja contra o aborto, afirmando que este "não é um assunto sujeito a supostas reformas ou «modernizações»". "Porque é uma questão que mexe com a coerência interna da nossa mensagem sobre o valor da pessoa humana, não se deve esperar que a Igreja altere a sua posição sobre esta questão", escreve, na sua primeira exortação apostólica, 'Evangelii Gaudium' (a alegria do Evangelho). Francisco assume a intenção de ser "completamente honesto", sobretudo com quem esperaria alterações neste campo, para declarar que "não é opção progressista pretender resolver os problemas, eliminando uma vida humana".

O Papa admite, no entanto, que a Igreja Católica tem de fazer mais para acompanhar "adequadamente" as mulheres que estão "em situações muito duras, nas quais o aborto lhes aparece como uma solução rápida para as suas profundas angústias". Essa necessidade é sentida "particularmente quando a vida que cresce nelas surgiu como resultado duma violência ou num contexto de extrema pobreza". "Quem pode deixar de compreender estas situações de tamanho sofrimento?", questiona. Francisco refere-se à "predileção" da Igreja pelos seres mais frágeis, como as crianças por nascer, "os mais indefesos e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir". "Muitas vezes, para ridicularizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano", assinala o Papa.


A exortação apostólica reforça, neste sentido, a convicção de que "um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento". O Papa deixa também apelos à defesa do meio ambiente, inspirando-se na figura de São Francisco de Assis, e convida os políticos a "privilegiar as ações que geram novos dinamismos na sociedade". Francisco retomou a reflexão de Bento XVI, no último discurso de Natal à Curia Romana, em dezembro de 2012, para afirmar que neste momento "existem sobretudo três campos de diálogo onde a Igreja deve estar presente, cumprindo um serviço a favor do pleno desenvolvimento do ser humano e procurando o bem comum". Esses campos são "o diálogo com os Estados, com a sociedade — que inclui o diálogo com as culturas e as ciências — e com os outros crentes que não fazem parte da Igreja Católica". O documento pontifício propõe "um pacto social e cultural" e sugere que o Estado tenha uma "profunda humildade social", no atual momento de crise. OC
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Disponível em: Central Católica

Venda de igreja protestante completa, membros inclusos...


A imagem acima mais parece uma brincadeira de mal gosto, sim, parece, mas não é. Pode não haver veracidade no caso especifico deste anuncio publicado em um jornal, mas, de fato, esse procedimento vem se tornando cada vez mais comum.

Há alguns anos eu fui testemunha de uma negociata entre dois pastores envolvendo, dinheiro, chantagem, e uma Igreja completa com uns 100 membros mais ou menos. Vi e ouvi ameaças dignas de um gangster novayorquino, percebi, naquele momento, que muito do que vemos nos púlpitos e programas radio/televisivos é um teatro bem montado e que a fé daqueles que se dedicam ao cristianismo é mero detalhe mercadológico para este lobos travestidos de cordeiros.

Há casos famosos, que viraram briga na justiça.

Um dos casos recentes, de grande repercussão se deu em São José dos Campos, interior de São Paulo. A Igreja Assembleia de Deus, na rua Conselheiro Rodrigues Alves, no centro de São José dos Campos, foi invadida por um grupo de oito pessoas armadas, que causaram bastante tumulto em frente ao templo.

Este era apenas mais um episódio da briga entre os "pastores" Luiz Sellari e Samuel Câmara pelo controle da especifica Igreja. A repercussão do assunto ganhou as redes sociais e foi amplamente debatida entre cristãos das mais variadas denominações.(entenda o caso).

Para mim não importa quem tenha razão, se é que alguém tem razão alguma para usar tais artifícios, sejam eles no cumprimento da justiça ou não. O simples fato da igreja ou seus lideres envolverem juízes e tribunais em seus assuntos já indica a falta dos frutos do Espírito e, principalmente, de cristianismo entre os envolvidos.

Isso revela a ausência da Graça na Igreja. Quando questões que firam o bom testemunho cristão, por causa de brigas pelo poder e domínio, ultrapassam os parâmetros bíblicos, significa que está na hora da igreja voltar a ser Igreja.


Ou tipo de comercialização de templos e Igrejas se dá em países onde o Evangelho se tornou desinteressante. Cada vez mais igrejas na Europa são vendidas a outras religiões ou interessados do mercado privado. Também na Suíça a prática está se tornando cada vez mais comum. Templos vem sendo adaptados para moradia, boates, clubes, etc.

Os seguidores destas seitas modernas, inclusive, as chamadas "Igrejas Pentecostais", desconhecem o por que de serem o que são, e o que os trouxe até aqui. Vivem de fábulas e promessas promovidas por seus "líderes" que navegam para onde o vento da oportunidade sopra, não se importando com o verdadeiros ideais cristãos. Vivem de milagres instantâneos, milagres aparentes, milagres convenientes, que na verdade, não passam de shows pirotécnicos, um circo de mágicos ilusionistas com uma plateia bem afinada, pois estão recebendo(e pagando caro) o que desejam.

Pouco importa o que Deus pensa disso, Ele é apenas um sócio minoritário nestas franquias da fé.

O que grita mais alto neste momento é a INDIGNAÇÃO daqueles que desejam viver uma fé sincera, mas é um grito silencioso, no âmago da alma. Um grito sem voz, sem mídia, sem canal de rádio e TV. O grito dos excluídos(ou dos que se excluíram) dessa fantasiosa maneira de crer.

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. (Mateus 24,24)

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. (Mateus 7,15). 


E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. (2Pedro 2,1). 
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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Eu danço como o Rei Davi? Uma proposta de reflexão para os dançarinos di Zizuiz

Obra de James Tissot:
Davi dançando diante do Senhor com toda a sua energia

Na procissão triunfal da entrada da Arca de Aliança em Jerusalém, ele dançou empolgadão ao som dos tamborins. O Rei Davi jamais poderia imaginar que este gesto o levaria, dois mil anos depois, a ser “eleito” o padroeiro extra-oficial dos “ministros da dança litúrgica”.

A passagem bíblica que cita a dança diante da Arca é usada como um muro de intransigência, que torna os padres modernistas e dançarinos di Zizuiz imunes a qualquer questionamento. Não adianta citar as declarações do Cardeal Arinze; é inútil apresentar as observações de Bento XVI ou relembrar os documentos da Igreja sobre o significado do santo Sacrifício da Missa. Tudo isso bate no muro e se espatifa, como coisa sem valor.

Seguir a Tradição da Igreja e as orientações do Papa pra quê, se eu sei interpretá a bibra? Solta a musiquinha da Mara Marabília, didjêi! Eu danço, eu daaaançoooo…

Mas, vamos refletir um pouco: é válida a comparação entre a dança de Davi diante da Arca e a dança na Missa? Estas são coisas equivalentes?

Vejamos…

Por que a música católica está uma bagunça?*


Esta pergunta me é feita com tanta frequência que justifica um artigo. Um homem católico, tentando firmar-se mais na sua Fé, mas que não assiste à Missa regularmente, decide que é hora de tentar de novo. Ele vai a uma paróquia perto da sua casa. A procissão de entrada lhe diz: não mudou nada desde a última vez. Ele range os dentes o tempo todo. Na hora da Comunhão, já está enlouquecendo. No canto final, já enlouqueceu. Ele vai para o estacionamento xingando mentalmente, irritado, lembrando-se de por que não vai à igreja com freqüência. 

O problema é a música. É música pop mal tocada por pessoas que, no entanto, parecem se orgulhar da sua performance. Durante toda a Missa, o homem se pergunta: como é que pode acontecer que a mais bela liturgia, produto de dois mil anos de tradição, seja reduzida a isso? E, mais importante que isso, não há nada que se possa fazer a esse respeito? 

Recebo telefonemas e e-mails com histórias parecidas com esta, e já faz anos. O forte contraste entre a realidade e o que eles lembram de como é a Missa, ou imaginam como possa ser, é demais para se tolerar. 


Vejo meu trabalho aqui uma tentativa de acalmar as pessoas e lhes mostrar que a origem do problema não é, como pensam, a princípio, metafisicamente maliciosa. Não precisamos de um expurgo, mesmo que seja uma ideia tentadora. A solução também não é um salto para um futuro autoritário no qual um bispo ou o Papa imponham um certo repertório e lancem fora todo mundo que não o siga, por mais satisfatória que seja tal fantasia. 

Há várias razões principais pelas quais este problema persiste, e essas razões se relacionam entre si de maneira complexa. Esclareçamos primeiro que os próprios músicos experimentam certo desconforto em relação ao que fazem. Eles não têm certeza absoluta de que estão realmente contribuindo com a liturgia. Sentem uma espécie de desconexão com o que está acontecendo no altar. Não têm clareza quanto à propriedade da música que estão fazendo. Porém, são voluntários (isto é, não são pagos), conscientes de que ninguém parece ter objeções, e recebem elogios de tempos em tempos. Então, assim eles raciocinam, eles podem muito bem continuar a fazer o que fazem, isto é: aparecer meia hora antes da Missa e escolher hinos e fazer o que já sabem como se faz. [O que Tucker chama de "hinos" não são os hinos litúrgicos que fazem parte do Ofício, mas a música não-litúrgica que acaba entrando na Missa, sejam relativamente sóbrios como os de antes, sejam as canções pop de hoje] Eles não veem o cenário mais amplo. Eles não imaginam aquilo que não sabem fazer e compreender musicamente. 

A questão número um, no meu ponto de vista formado ao longo de uma década de estudo, é que os próprios músicos não conhecem o assunto. A maioria das pessoas que estão fazendo música na Igreja Católica não possuía nem mesmo uma compreensão rudimentar das exigências musicais do Rito Romano. Elas não sabem quais as partes da Missa que constituem o Ordinário. Elas não sabem que o Próprio da Missa existe. Elas não têm ideia de como a música se relaciona à palavra ou ao calendário (além de Natal e Páscoa). Elas não sabem o que é obrigatório, o que é opcional, o que é escolha da Igreja, o que é escolha da editora de música, o que é da tradição, nem como diferenciar a música litúrgica genuína da música não-litúrgica. 

E é porque isto nunca lhes foi explicado. Uma razão para nunca terem aprendido isto é que muito poucas pessoas realmente têm essa compreensão. Você pode participar de dez convenções nacionais [ou certos cursos], ler dez livros, assinar todas as publicações sobre liturgia, ler sites o dia inteiro, falar com o seu pároco e predecessores, e mesmo assim nunca descobrir estes pontos básicos da liturgia católica e suas exigências musicais. Sim, você vai se deparar com slogans e com o conhecimento de que “o povo” tem que participar, mas não participa (é sempre mais fácil focar no pecado dos outros), mas só.

A informação essencial quanto ao papel da música é desconhecida, e este problema não é sério apenas na raiz; chega também no topo. De novo, não é a malícia que evita a difusão desse conhecimento; é que existe tanta informação que se perdeu nestas décadas confusas que existe muito pouca gente que realmente entende. 

O segundo problema é que os recursos para uma verdadeira contribuição musical com a liturgia estão faltando há algumas décadas. O livro de música do Rito Romano, o Gradual Romano, é desconhecido de 98% dos músicos da Igreja Católica. Eles nunca viram um exemplar, nem sequer ouviram falar dele, embora seja mencionado tanto no Missal quanto na Instrução do Missal (IGMR). Mesmo na improvável possibilidade de que tenham visto o livro, eles não sabem ler nem a língua (latim) nem a notação (pauta de quatro linhas). Eles não sabem que há versões em inglês disponíveis. [Lembrando que o autor do texto é americano. Da nossa parte, precisamos de música litúrgica em português. O Salvem a Liturgia tem trabalhado nisto, e certamente existem trabalhos feitos nos países de língua portuguesa que merecem e precisam ser difundidos] Se eles soubessem que há, não saberiam como obter. 
Historiadores que examinaram este problema de perto notam que tudo isso começou na década de 1960 como uma extensão do problema que já existia antes do Concílio Vaticano II. Numa cultura de Missas Baixas, era comum substituir o Próprio cantado por hinos e o Próprio recitado. [Missa Baixa é o nome dado à Missa apenas rezada, não cantada, na Forma Extraordinária do Rito Romano. Às vezes imaginamos o passado como um paraíso de Missas Altas com canto gregoriano e polifonia o tempo todo, todo Domingo. Nem sempre era o caso; onde não houvesse tais recursos artísticos, humanos e materiais, a Missa Baixa era a regra, por força das circunstâncias. Isto é o que o autor chama de "cultura de Missas Baixas"] Quando o estilo dos hinos, nos anos 60, mudou de pesadão para modernete, o Próprio da Missa ficou de lado. Por isto é que foi nos anos 60 que começaram a aparecer os sinais daquilo que muitos veem como uma corrupção. A música pop começou a dominar, primeiro como canções que substituíam o Próprio. Só mais tarde tornou-se comum a substituição dos cantos do Ordinário da Missa por outros que combinavam com o estilo das novas canções. No começo da década de 1970, a limp­­­eza tinha sido geral. Toda a música da Missa tinha uma cara completamente nova. Quando o Gradual Romano da Forma Ordinária foi publicado em 1974, a questão já tinha sido resolvida e o livro foi largamente ignorado. 

Há outros problemas, claro. Fala-se sobre o problema do cartel de editoras. Mas, como sempre lembro às pessoas, o jeito de lidar com este problema é simplesmente uma questão de mudar o mercado. Você tem que mudar as preferências de compra dos consumidores. É muito simples. Você pode fazer isto sem legislação, batidas policiais, intimidação ou beligerância. É apenas uma questão de oferta e demanda. Nos mercados, produtos vêm e vão. Se você não gosta daquilo que vende, apoie outra coisa. 

E quanto a legislação e decretos? Declarações vindas do alto? Imposições da autoridade? Não considero nada disto como parte de soluções reais. Continuará a haver declarações, assim como tem havido já faz décadas. Elas não são tão importantes quanto a verdadeira mudança de corações por meio de experiências reais. Por isto é que colóquios educacionais e conferências são tão importantes. E é por isso que o Parish Book of Chant [Livro Paroquial de Canto] e os Simple English Propers [Próprios Simples em Inglês] são também tão importantes. [Esses dois livros são publicações recentes que contêm música litúrgica autêntica para uso nos Estados Unidos, de fácil obtenção, preço baixo e, muito importante: permanentes] Nós precisamos dos recursos. E precisamos de dinheiro para financiar a produção desses livros e conferências – e doadores generosos (benditos sejam!) são poucos. 


Isto é meu esboço do mundo que herdamos e de como devemos trabalhar para mudá-lo. Existe uma solução para o problema e ela pode acontecer rápido. Não precisamos de décadas. Mas precisamos de paixão, trabalho, ajuda financeira e oração.


Jeffrey Tucker
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NOTA: Em alguns trechos (poucos), Tucker fala de situações que fazem mais sentido nos Estados Unidos (como o cartel de editoras que acabam controlando o repertório litúrgico); entretanto, o texto quase inteiro é uma descrição excelente da atual situação da música litúrgica na Igreja Católica, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos e na maioria dos outros países onde vivem católicos.
*As notas do tradutor aparecem em vermelho, entre colchetes.
Disponível em: Salvem a Liturgia!

“Se você quer admirar uma dança, sabe aonde ir… Mas não na Missa!” (Cardeal Arinze).


Em 2002, na Cidade do México, durante a Missa que celebrou a canonização de Juan Diego, índios realizaram danças diante do Papa João Paulo II. Deem uma olhada no vídeo, que pitoresco!


E aí, o que vocês acharam da dança e dos trajes do corpo de baile indígena? Eu achei o máximo, lindíssimos. Só me incomodei com um detalhe: os dançarinos estavam na hora e no lugar errados. O templo de Deus – no caso, a Basílica da Virgem de Guadalupe – não é lugar para esse tipo de coisa, muito menos durante uma Missa. Além do mais, a apresentação lembra muito mais um ritual pagão (se é que não o foi, de fato) do que um rito cristão.


Eventos como esse acabaram por abrir um precedente desastroso. Milhares de sacerdotes e leigos em todo o mundo se acharam no direito de inserir os mais variados e bizarros remelexos na liturgia. Já ouvi falar de gente fazendo dança do ventre na Missa e já vi jovens de mini-saia sambando em frente ao altar (ué, se os dançarinos mexicanos podem exibir coxas e barrigas na igreja, porque não elas?). Em um post sobre as “missas avacalhadas“, mostramos um vídeo em que um casal com pouca roupa requebra em uma Missa ao som de “Pérola Negra”, de Daniela Mercury.

Diante de tanta zona, é um alento ter acesso às orientações do Cardeal Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos entre 2002 e 2008. Em um evento, ele respondeu com muito bom-humor a perguntas sobre a “dança litúrgica”. No vídeo, que vimos no blog Missa aos Domingos , o Cardeal nigeriano enfatiza que “A dança é algo estranho ao rito latino da Missa”, e não deve ser realizada em nenhum momento da liturgia. Ele pondera, porém, que os povos de cultura asiática e africana podem realizar alguns movimentos refinados, típicos de sua cultura, no momento do ofertório, por exemplo.

MAS ATENÇÃOo cardeal falou que os bispos – em especial aqueles dos países africanos e asiáticos – devem avaliar a possibilidade de autorizar movimentos REFINADOS na Missa, não danças. NÃO É PRA DANÇAR NUNCA!


Papa Bento XVI, em seu livro “El espíritu de la liturgia – Una introdución”, já havia esclarecido esta questão (tradução e grifos nossos):

A dança não é uma forma de expressão da liturgia cristã. Houve círculos docéticos-gnósticos que pretenderam introduzí-la na liturgia cristã, por volta do século III. Para eles, a crucificação era só aparência (…), de tal maneira que o baile podia ocupar o lugar da liturgia da cruz (…). As danças cultuais das diversas religiões têm finalidades diversas: encantamento, magia analógica, êxtase místico; nenhuma destas figuras corresponde à orientação interior da liturgia do ‘sacrifício da palavra’.

“O que é completamente absurdo é quando, com a intenção de fazer com que a liturgia que seja mais ‘atrativa’, se introduzem pantomimas [gestos teatrais] em forma de dança. Quando é possível, se realizam inclusive com grupos de dança profissionais que, frequentemente, terminam com aplausos (…). Quando se aplaude pela obra humana dentro da liturgia, nos encontramos diante de um sinal claro de que se perdeu totalmente a essência da liturgia, que foi susbstituída por uma espécie de entretenimento de inspiração religiosa.”

Na contramão das orientações do Papa, sacerdotes e leigos, por orgulho, por vaidade ou por pura desinformação, continuam a promover essa porcaria chamada “dança litúrgica”, que só serve para transformar o templo de Deus num circo de bizarrices ou num arremedo de culto pagão. Pior ainda é quando o presbitério vira um cabaré de carolas, onde rapazes saradinhos aproveitam a desculpa da “arte” para fazer performances sem camisa e moças fazem movimentos sensuais com roupas colantes.


É preciso considerar que, muitas vezes, os realizadores desse tipo de abuso não o fazem por maldade; há entre eles cristãos sinceros e bem intecionados. Porém, isso não anula o fato de estarem incorrendo em um grave erro, que fere a dignidade do templo e a sacralidade da liturgia. É preciso mostrar a estas pessoas o seu engano, e ajudá-las a compreender mais a fundo o significado sacrificial da missa. É preciso fazê-las entender que a “liturgia da cruz” não suporta esse tipo de firulas. Muitos católicos estão com um pé no paganismo; se ninguém fizer nada, não tardarão a enfiar os dois pés.

Os grupo de dança paroquiais podem ser muito bons e úteis, desde que saibam o seu lugar. Podem atuar nos salões paroquiais, como disse o Cardeal Arinze, mas não devem continuar a fazer o presbitério de palco. O Senhor derrama Seu precioso Sangue sobre o altar a cada Missa… Será que é tão difícil de entender isso?

Os sacerdotes e leigos que desejam ser fiéis ao magistério da Igreja devem se perguntar com honestidade: essa dança ou teatro que estamos planejando é uma expressão autêntica da liturgia cristã, ou não passa de um “entretenimento de inspiração religiosa”, como disse Bento XVI? É preciso ter humildade e amor pela Verdade; assim, poderemos nos desapegar dos nossos gostos e opiniões pessoais sobre a liturgia e ser mais fiéis àquilo que a Santa Igreja determina.

Pra encerrar, #ficaadica do Cardeal Arinze pros sacerdotes e leigos membros de “ministérios da dança” espalhados pelo Brasil afora:


“As pessoas que estão discutindo dança litúrgica deveriam usar o seu tempo rezando o Rosário, ou (…) lendo um dos documentos do Papa sobre a Sagrada Eucaristia. Nós já temos problemas suficientes. Por que banalizar mais? Por que dessacralizar mais? Já não temos confusão suficiente?”
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Fonte: O Catequista

Reencarnação: almas não são recicláveis!


Lembra que aquela sua tia esotérica garantiu que você tinha sido um poderoso rei em uma outra encarnação? Pois é.  Não fique triste, mas era caô.  Reencarnação não existe e a doutrina da Igreja sempre deixou isso bem claro.  Obviamente, alguns defensores da reciclagem de almas tentam dizer o contrário, retorcendo os ensinamentos da Igreja.  E vamos agora colocar os pingos nos “I”s.

Alguns irmãos espíritas buscam legitimar a doutrina da reencarnação dizendo que esta um dia já foi defendida pela Igreja Católica, em seus primórdios. Amigos, por favor… não apelem! Um mínimo de conhecimento teológico e histórico faz essa historinha cair por terra.

Abaixo, confira um dos textos divulgados por espíritas no Facebook.

CAÔ ESPÍRITA na web:

“Você sabia?

A Reencarnação era aceita pela Igreja Católica até o ano de 553.

Mas essa tese foi recusada no segundo Concílio de Constantinopla, não pela Igreja ou pelo Papa, mas pelo Imperador Justiniano por influência de sua esposa, ex-prostituta, que não achava conveniente a lei do carma.”

A assombração que escreveu isso viajou no ectoplasma, hein?

Como muitos sabem, a doutrina da Igreja se baseia na Tradição dos Apóstolos e na Bíblia. A Tradição que herdamos dos Apóstolos está registrada, em parte, nos escritos dos padres dos primeiros séculos. Então, vejam a seguir o que dizem a Bíblia e os primeiros padres.

Na Carta aos Hebreus (9,27), está dito: “E como é fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento…”. Tal ensinamento é confirmado na parábola de Jesus sobre o “Rico e o Lázaro”: após a morte, o rico egoísta vai direto para os tormentos do inferno, enquanto o bom Lázaro é acolhido imediatamente por Abraão, em um bom lugar (Lucas 16,19-31). Em nenhum momento Jesus diz que o rico reencarnaria pra ter uma nova chance.

Lembremos que Jesus prometeu a Dimas, o bom ladrão, que naquele mesmo dia ele estaria no Paraíso. Ou seja, nada de reencarnar pra purgar o mal que fez.

Em outra passagem, Jesus ensina que “se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus” (Jo 3,3). Nicodemos, então, pergunta se trata de algo como entrar no ventre da mãe e renascer, e a isso Jesus responde: “ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nasce da água e do Espírito”. Ou seja, não tinha nada a ver com um renascimento biológico, carnal, pois “Quem nasce da carne é carne”; mas sim de um renascimento espiritual, marcado pelo batismo, que é feito… com água!

Reparem que Jesus diz precisamente a Nicodemos o que é preciso para esse renascimento – a fé: “Quem acredita n’Ele não está condenado; quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no Nome do Filho único de Deus”. E, logo depois da conversa com Nicodemos, Jesus foi à Judeia para batizar as pessoas, isto é, para fazê-las renascer pela água e pelo Espírito.


Papa faz autocrítica e corrige três erros, segundo vaticanista


No espaço de alguns dias, o Papa corrigiu ou fez corrigir, alguns elementos significativos da sua imagem pública. Três, pelo menos.

O primeiro diz respeito à conversa que teve com Eugenio Scalfari, posta por escrito por este campeão do pensamento ateu no jornal La Repubblica, em 1º de outubro.

A transcrição da conversa havia produzido, de fato, um descontentamento generalizado, causado por algumas afirmações colocadas na boca de Francisco que pareciam mais em sintonia com o pensamento laico dominante do que com a doutrina católica.

Como, por exemplo, a seguinte: “Cada um de nós tem uma visão do Bem e também do Mal. Devemos incitar a proceder para aquilo que cada um pensa que seja o Bem.”.

Entretanto, nesse momento, a entrevista havia sido aprovada pelo padre Federico Lombardi como “fiel ao pensamento” do Papa e “fidedigna em seu sentido geral”.

Mas não acabou por aí. Poucas horas depois da sua publicação no La Repubblica, a entrevista foi reproduzida na íntegra tanto no L’Osservatore Romano como no sítio oficial da Santa Sé, assim como acontece com os outros discursos e documentos do Papa.


Nasceu assim a ideia de que Jorge Mario Bergoglio havia escolhido a propósito a modalidade expressiva daentrevista, tanto nesta ocasião como em outras posteriores, como a nova forma do seu magistério capaz de chegar de maneira mais eficaz ao grande pública.

Mas, ao longo das semanas seguintes, o Papa se deu conta do risco que esta modalidade entranhava: que o magistério da Igreja seja rebaixado ao nível de simples opinião oferecida ao livre confronto.

De fato, daí derivou a decisão, no dia 15 de novembro, de retirar do sítio da Santa Sé o texto da entrevista comScalfari.

“Ao tirá-lo – explicou o padre Lombardi –, precisou-se a natureza desse texto. Havia algum equívoco e debate sobre seu valor”.

No dia 21 de novembro, entrevistado na sede romana da imprensa internacional, Scalfari revelou, no entanto, outros detalhes deste assunto.
Disse que o Papa, ao término da conversa, teria consentido em publicá-la. E diante da proposta de Scalfari de lhe mandar o texto antes de ser publicado, teria respondido: “Me parece perda de tempo, confio em você”.
Efetivamente, o fundador do La Repubblica enviou o texto ao Papa, acompanhado de uma carta na qual, entre outras coisas, dizia: “Tenha em conta que não referi algumas coisas que você me contou. E que algumas coisas que o faço dizer, não as disse. Mas eu as acrescentei para que o leitor saiba quem é você”.

Dois dias depois – e de acordo com o que Scalfari refere – o segundo secretário do Papa, Alfred Xuereb deu, por telefone, o ok para a publicação, que saiu no dia seguinte.

Scalfari comentou: “Eu estou disposto a acreditar que o Papa não compartilha algumas coisas escritas por mim e atribuídas a ele, mas também creio que ele considera que, expressadas por um não crente, são importantes para ele e para a ação que desenvolve”.

* * *
Mas também a equilibrada e estudadíssima entrevista do Papa Francisco à revista La Civiltà Cattolica – publicada no dia 19 de setembro simultaneamente por 16 revistas da Companhia da Jesus, em 11 idiomas – entrou nos últimos dias na oficina das coisas que é preciso corrigir.

Sobre um ponto chave: a interpretação do Concílio Vaticano II.

Compreendeu-se isto ao tomar conhecimento de uma passagem da carta autógrafa escrita por Francisco ao arcebispoAgostino Marchetto por ocasião da apresentação de um livro escrito em sua honra, no dia 12 de novembro, no solene marco do Capitólio, carta que o Papa quis que fosse lida em público.

A passagem é a seguinte: “Você manifestou este amor [à Igreja] de muitas maneiras, inclusive corrigindo este erro ou esta imprecisão da minha parte – e por isso lhe agradeço de coração –, mas sobretudo se apresentou com toda a sua pureza nos estudos realizados sobre o Concílio Vaticano II. Uma vez lhe disse, querido mons. Marchetto, e desejo repeti-lo hoje, que o considero o melhor hermeneuta do Concílio Vaticano II”.

Já a definição de Marchetto como “o melhor hermeneuta” do Concílio é espetacular. De fato, Marchetto é, desde sempre, o crítico mais implacável da “Escola de Bolonha” – fundada por Giuseppe Dossetti e Giuseppe Alberigo, e hoje dirigida pelo professor Alberto Meloni –, que tem o monopólio mundial da interpretação do Vaticano II em chave progressista.

A hermenêutica do Concílio defendida por Marchetto é a mesma defendida por Bento XVI: não “ruptura” e “novo início”, mas “reforma na continuidade do único sujeito Igreja”. E esta é a hermenêutica que o Papa Francisco quis demonstrar que compartilha ao manifestar uma apreciação tão elevada de Marchetto.

Mas quando se relê a sucinta passagem que Francisco dedica ao Vaticano II na entrevista à La Civiltà Cattolica, a impressão que se tem é diferente. “Sim, há linhas de continuidade e de descontinuidade”, admite o Papa. “Mas – acrescenta – uma coisa está clara”: o Vaticano II foi “um serviço ao povo” que consiste em “uma releitura do Evangelho à luz da cultura contemporânea”.

Em três ocasiões, nas poucas linhas da entrevista dedicadas ao Concílio, Bergoglio define dessa maneira sua essência, que ele aplica também à reforma da liturgia.

Tal julgamento sobre o grandioso acontecimento que foi o Concílio pareceu tão sumário a muitas pessoas, a ponto de o próprio Antonio Spadaro, diretor da revista La Civiltà Cattolica e autor da entrevista, confessar seu assombro ao transcrever as palavras de Francisco.

Entretanto, este julgamento foi ganhando amplos consensos.

Por exemplo, o presidente da República italiana Giorgio Napolitano, ao receber o Papa em sua visita ao Palácio Quirinal, no dia 14 de novembro, citando as palavras exatas deste, agradeceu-lhe exatamente por fazer “vibrar o espírito doConcílio Vaticano II como ‘releitura do Evangelho à luz da cultura contemporânea’”.

E estas mesmas palavras foram aplaudidas – e este é outro exemplo – pelo número um dos liturgistas italianos, Andrea Grillo, professor no Pontifício Ateneu Santo Anselmo, segundo o qual Francisco teria, finalmente, inaugurado a verdadeira e definitiva “hermenêutica” do Concílio, após ter “situado imediatamente em um segundo plano essa diatribe sobre a ‘continuidade’ e a ‘descontinuidade’ que havia prejudicado durante muito tempo – e muitas vezes paralisando tudo – qualquer hermenêutica eficaz do Vaticano II”.

Efetivamente, não é um mistério que “serviço ao povo” e releitura do Evangelho “atualizada para hoje” sejam conceitos apreciados pelas interpretações progressistas do Concílio e, em particular, pela “Escola de Bolonha”, que várias vezes se declarou entusiasta deste Papa.

Mas, evidentemente, há quem fez observar pessoalmente ao Papa Bergoglio que reduzir o Vaticano a estes conceitos é, pelo menos “impreciso”, senão mesmo “errado”.

E foi exatamente Marchetto quem deu este passo. Entre ele e Bergoglio há, desde muito tempo, uma grande confiança, com estima recíproca. Marchetto mora em Roma, na casa do clero da Via della Scrofa, onde ocupa o quarto n. 204, vizinho ao n. 203, no qual se hospedava o então arcebispo de Buenos Aires em suas passagens por Roma.

O Papa Francisco não só ouviu as críticas de seu amigo, mas que as acolheu, a ponto de lhe agradecer, na carta lida no dia 12 de novembro, o fato de tê-lo ajudado “corrigindo um erro ou imprecisão da minha parte”.

Presume-se que no futuro Francisco se expressará sobre o Concílio de outra maneira, que não aquela da revista, mais em sintonia com a hermenêutica de Bento XVI, e com grande decepção para a “Escola de Bolonha”.

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A terceira correção é coerente com as duas anteriores. Refere-se ao selo “progressista” com que o Papa Francisco viu que foi marcado nestes primeiros meses de pontificado.

Há um mês, no dia 17 de outubro, parecia que Bergoglio confirmava uma vez mais este perfil quando, na homilia matutina na Capela Santa Marta, havia dirigido palavras duras contra os cristãos que transformam a fé em “ideologia moralista”, feita toda ela de “prescrições sem bondade”.

Mas, um mês depois, em 18 de novembro, em outra homilia matutina o Papa tocou uma música muito diferente.

Tomou como ponto de partida a rebelião dos Macabeus contra as potências dominantes da época para dar uma tremenda reprimenda a esse “progressismo adolescente”, também católico, disposto a se submeter à “uniformidade hegemônica” do “pensamento único fruto da mundanidade”.

Não é verdade, disse Francisco, que “diante de qualquer escolha seja justo seguir em frente apesar de tudo, em vez de permanecer fiel à própria tradição”. À força de negociar sobre tudo acabam esvaziando de sentido os valores, razão pela qual ficam apenas os “valores nominais, não reais”. Pelo contrário, acaba-se negociando precisamente “o que é essencial para o próprio ser, a fidelidade ao Senhor”.

O pensamento único que domina o mundo – continuou o Papa – legaliza também “as condenações à morte”, “os sacrifícios humanos”. “Mas, vocês – perguntou – pensam que hoje não se fazem mais sacrifícios humanos? Se fazem muitos, muitos! Embora haja leis que os protegem”.

Difícil não ver neste grito de dor do Papa Francisco as inumeráveis vidas humanas suprimidas antes mesmo de nascer pelo aborto, ou destruídas pela eutanásia.

Lamentando o avanço “deste espírito de mundanidade que leva à apostasia”, o Papa citou um romance “profético” do começo do Século XX, que é uma das suas leituras preferidas: O Senhor do Mundo, de Robert H. Benson, um sacerdote anglicano, filho de um arcebispo de Canterbury, que se converteu ao catolicismo.

Com a exceção de alguns veículos católicos, os meios de comunicação de todo o mundo ignoraram esta homilia do Papa Francisco que, com efeito, contradiz de maneira flagrante os esquemas progressistas, ou inclusive revolucionários, com os quais é descrito de modo geral.

Mas agora está nos documentos, e ali fica.

Uma curiosa coincidência: na missa na qual Francisco pronunciou esta homilia participou também o novo secretário de Estado, Pietro Parolin, em seu primeiro dia de trabalho na cúria romana.

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“FRANCISCO ME DEU DUAS VEZES UM ‘OK’ 
PARA A PUBLICAÇÃO DA ENTREVISTA”, 
AFIRMA SCALFARI

IHU – O fundador de “La Repubblica”, Eugenio Scalfari (foto), admitiu ontem que o texto publicado como entrevista concedida pelo Papa não refletia exatamente as palavras de Francisco, embora tenha recebido por duas vezes um “ok” do Pontífice, por meio de seu secretário pessoal, Alfred Xuereb.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 22-11-2013. A tradução é do Cepat.

Em declarações à Associação da Imprensa Estrangeira em Roma, Scalfari reconheceu que “não escrevi algumas das coisas que me contou e que ele não disse algumas das coisas que eu escrevi como citações”.

“Eu fui, tivemos uma longa conversa, não anotei nada. O encontro durou uma hora e vinte minutos. Ao final, disse-lhe: ‘Santidade, me permite tornar público que tivemos esta reunião?’ ‘Certamente’, respondeu-me. ‘Permite-me relatar o conteúdo da conversa entre nós dois?’ ‘Claro, relate-o’. ‘Como concorda, mando-lhe a cópia’. ‘Parece-me tempo perdido’, acrescentou. Disse-lhe que não era tempo perdido, ‘porque eu reconstruo o que conversamos, mas, pode ser que não goste, nesse caso, exclua e é como se não tivesse sido escrito. Ou melhor, faça todas as correções. ‘Eu coloco este texto em suas mãos’. Então, ele disse:‘Está bem, se você insiste mande-me, mas repito, perdemos tempo. Eu confio em você”, contou Scalfari.

Acrescentou que uma vez escrito, todo o relato foi enviado ao Vaticano com uma carta adicional, na qual especificou que o seu texto havia sido uma “reestruturação”, em que incluiu alguns elementos alheios, para indicar aos leitores que pessoa é o Pontífice.

O jornalista citou uma advertência que estava incluída em sua carta: “Considere que algumas coisas que me disse, eu não as reproduzi, e algumas coisas que eu o faço dizer entre aspas, não as disse, mas eu as coloquei porque considerava que o fazendo dizer certas coisas, o leitor consegue entender quem o senhor é. Por isso, leia bem esta reconstrução”.

“Após três dias, telefonou-me Alfred (Xuereb, o secretário papal), que me comunicou o “ok” à publicação. No entanto, eu perguntei-lhe: ‘Ele leu esta carta?’ ‘Isto não me disse’, respondeu-me. ‘Por favor, pergunte ao Papa se leu o relato’. Porém, nessa manhã, o Papa estava fora, então ficou de me telefonar mais tarde. Retornou-me a ligação após as duas horas, e sua frase foi: ‘O Papa disse ok’. Eu o indaguei se ele havia confirmado a leitura, mas Alfred me disse que o Papa insistiu: ‘De manhã, já disse ok para você, repita a ele novamente’”, apontou o fundador de “La Repubblica”.

Na semana passada, a entrevista do dia 1º de outubro, realizada por Scalfari, foi retirada da página web do Vaticano. O porta-voz Federico Lombardi disse que era “confiável em nível geral, mas não em cada ponto individual analisado”.

Scalfari, de 89 anos, fundador do jornal de centro-esquerda “La Repubblica”, defendeu seu trabalho e disse que desde que começou sua carreira, em 1949, nunca tomou notas ou usou gravadores durante as entrevistas. “Tento compreender quem é a pessoa com quem falo e, em seguida, escrevo minhas perguntas e as respostas com minhas próprias palavras”, explicou o jornalista.

Acrescentou que enviou o texto ao papa Francisco, para sua prévia revisão, e recebeu como resposta que estava “ok”. Para demonstrar isso, mostrou uma carta, datada em 23 de outubro, na qual Francisco lhe diz que gostou de continuar discutindo com ele os temas teológicos.


O primeiro contato do Papa com o jornalista foi em setembro, quando lhe respondeu, através de uma carta, as dúvidas de fé que havia expressado em dois editorais. Algumas das declarações que Scalfari atribuiu ao Papa causaram alvoroço, como a rejeição ao proselitismo, ao ato de converter pessoas ao catolicismo como “necessidade solene” e a ideia de que “cada um tem sua própria ideia do bem e o mal e deve escolher seguir o bem e combater o mal como o concebe”.
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Disponível em: Links Católicos