terça-feira, 25 de junho de 2013

Será que foi suficiente?


A convulsão social que se aninhou em nossa pátria, nas últimas semanas, é coisa nunca vista em país tropical. Aparentemente é resultado de um inconsciente coletivo, protagonizado pela classe média, com objetivos que se foram clarificando com o correr do tempo. A multidão nem sempre sabia para onde ir. Em alguns momentos chegou a lembrar a tomada da Bastilha, da revolução francesa. Vamos partir do princípio de que o movimento, nas suas intenções, é válido. Os manifestantes quiseram dizer: agora chega; vocês são uns aproveitadores; as lideranças não tem interesse pelo povo; vocês são uns podres. É claro que os anarquistas (que não foram tão poucos), encontraram ambiente para expressar o tipo de governo impossível que desejam. Jesus, nosso eterno modelo, amou a sua pátria, como narra o evangelista: “chegando e vendo a cidade de Jerusalém, chorou sobre ela” (Lc 19, 31). Nós não chegamos ao ponto de prever uma catástrofe nacional. Mas estamos prevendo que muita gente vai “matar a bola no peito”. Explico-me.


Todos os dirigentes públicos, de qualquer nação, precisam fechar as atenções em cima de um “projeto de nação”. São os planos de desenvolver objetivos de bem comum, referentes à saúde pública, à educação da nova geração, de fortalecimento da moeda, da produção industrial e agrícola, de segurança na liberdade de ir e vir, de proteger a livre iniciativa dos cidadãos, de combater a corrupção. O que se vê, muitas vezes, é uma ardorosa retórica em cima desses pontos. Mas só válidos enquanto estiverem a serviço do segundo projeto, esse sim, o dinamizador de todas as atividades. Trata-se do “projeto de poder”. Tudo é feito para seqüestrar as atenções da população, e garantir a próxima eleição. As ações devem produzir impactos eleitoreiros. Qual é o real perigo a que estamos expostos? É que as lideranças entenderam muito bem o que o povo deseja pelas suas manifestações. Querem uma seriedade total no projeto de nação. Querem dirigentes de nação que sejam estadistas. Mas os espertos vão torcer a vontade popular, modificando rapidamente o seu projeto de poder, fazendo de conta que o levante popular não é com eles.



Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta aberta dos movimentos sociais para a presidenta Dilma


O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas de cidades.Concordamos com suas declarações que afirmam a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao país passarão pela mobilização popular.

Mais que um fenômeno conjuntural, as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo, insatisfeito com as medidas neoliberais, votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação, esse outro projeto enfrentou grande resistência principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com muita força na sociedade.

Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que na disputa das políticas de governo impede a realização das reformas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.


A crise internacional tem bloqueado o crescimento e, com ele, a continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o momento sustentou o governo.

As recentes mobilizações são protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso à saúde, à educação, à terra, à cultura, à participação política e aos meios de comunicação.

Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti-Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade.

Trata-se, no entanto, de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade.

Diante do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para manifestar nosso pleito:

Em defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas.

O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos comprometemos em promover todo tipo de debates  em torno desses temas e nos colocamos à disposição para debater também com o Poder Público.

Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que  envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais,  e os representantes de todos os movimentos sociais.

De nossa parte, estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades. O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão.

Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo, e não contra ele.

Assinam:

ADERE - Associação dos Trabalhadores Assalariados Rurais de MG
Assembleia Popular
Jornalistas do Barão de Itararé
CIMI - Conselho Indigenista Missionário
CMP - Central de Movimentos Populares
MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
CMS - Coordenação de Movimentos Sociais
Coletivo Intervozes pela Democratização dos Meios de Comunicação
CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras
Consulta Popular
CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT - Central Única dos Trabalhadores
Fetraf - Federação dos agricultores familiares
FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Mídia
FUP - Federação Única dos Petroleiros
Juventude Koinonia (das igrejas cristãs tradicionais)
Levante Popular da Juventude
MAB - Movimento dos atingidos por barragens
MAM - Movimento Nacional pela Soberania Popular frente à Mineração
MCP - Movimento Camponês Popular, de Goiás
MMM - Marcha Mundial de Mulheres
Movimentos da Via Campesina
MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
SENGE/PR - Sindicato dos Engenheiros do Paraná
Sindipetro - Sindicato Petroleiros de São Paulo
SINPAF - Sindicato dos Trabalhadores e Pesquisadores da EMBRAPA e Codevasf
UBES - União brasileira de estudantes secundaristas
UBM - União Brasileira da Mulher
UJS - União da Juventude socialista
UNE - União Nacional dos Estudantes
UNEGRO - União Nacional do Negro

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Por que os católicos rezam pelos mortos?


O termo “dormir” refere-se apenas ao corpo e não à alma.

O repouso dos santos é igual ao repouso de Deus, e o repouso de Deus não é inconsciente. 

Hb 4,10: “Pois aquele que entrou no seu repouso, descansou das suas obras, assim como descansou Deus das suas.” 

As almas dos santos estão bem acordadas servindo ao Cordeiro.


“Por isso, estão diante do trono de Deus, e o servem, dia e noite, no seu Templo.” (Ap 7, 15) 

“E clamavam com grande voz: «a salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro».” (Ap 7,10).

Rm 8,38-39: “Porque estou certo de que, nem a morte... nos poderá separar do amor de Deus[...]”.

Os mortos estão conscientes

- Abraão, Lázaro e o rico: (Lc 16,1ss.);

- Elias e Moises: (Mt 17,2 e Mc 9,3);

- Os santos do Céu: (Ap 6,9-11; Ap 4,4; Ap 18,20);

- Os mortos detidos no cárcere: (1Pd 3,18-19);

- Samuel (Jr 15,1; 1Sm 28,13-16);

Todos os santos estão conscientes agradando ao Senhor:

2cor 8,9: “[...] Vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe”. 

Até no inferno, os mortos estão conscientes: (Is 14,9; Ez 32,21; Lc 16,1ss).
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Disponível em: A realidade é Cristo

São João Batista, o Reino vem chegando!


O mês de junho é animado e iluminado pela Natividade de João Batista, o precursor e o batedor dos caminhos de Deus. Coube-lhe a missão de preparar um povo justo e integro para a chegada do Salvador. É o homem do deserto, da pureza da Aliança, que conclama para a conversão de vida e a endireitar as estradas e rumos da existência.

Seu perfil de profeta, mártir, celibatário e consagrado para ser a voz o microfone da verdadeira Palavra e a lâmpada da Luz Eterna, faz ressoar ainda hoje na Igreja seu chamado a santidade e a justiça. Ele era uma presença incomoda e interpeladora para a corte do rei Herodes, e para seus asseclas. Nestes dias em que parece assomar uma reação a corrupção generalizada e ao maquiavelismo político reinante, celebrar a memória de São João Batista é um verdadeiro estímulo para passar a limpo o pais, para passar da ficha limpa dos candidatos a ficha nova de lideranças e partidos não atrelados ao marasmo e a impudica do poder.

O “gigante” acordou. O que querem os manifestantes?


Havia tempo que o Brasil não conhecia manifestações populares de protesto e insatisfação como aquelas que vimos nesses dias passados. Será que o “gigante pela própria natureza” resolveu levantar-se do “berço esplêndido” em que jazia “eternamente”?

As manifestações tiveram inicio em São Paulo, com o protesto de combater o aumento do bilhete do transporte coletivo urbano. Logo, estenderam-se para outras capitais do Brasil. A reivindicação pelo bilhete foi atendida, depois de alguns dias; mas as manifestações, inicialmente, sobretudo de estudantes, só foram aumentando em volume e extensão. E já não eram mais apenas jovens: também pessoas adultas, idosas e até crianças.

Os motivos do protesto, que quer seu político mas não partidário, passaram a ser os mais diversos: corrupção e desperdício no uso do dinheiro público, estádios suntuosos e interesses “esportivos” pouco transparentes em vez de hospitais, escolas, mais infra-estrutura de transportes urbanos; contra a politização da justiça e tantos outros motivos foram expressos em palavras de ordem de lideranças pouco identificáveis, ou cartazes improvisados nos cortejos dos manifestantes.


O que querem mesmo esses manifestantes, que enchem ruas, praças e rodovias, ameaçam tomar símbolos do poder, como os palácios do governo ou câmaras legislativas? “Não é por 0,25 centavos”, lia-se em muitos cartazes. Por certo, o aumento das passagens do transporte coletivo urbano foi apenas a gota d’ água que fez transbordar a medida, que já andava cheia, mas não se percebia, nem se queria levar a sério o grau de insatisfação da Nação verde-amarela.

O povo, sobretudo os jovens, cansou-se de ouvir falar em corrupção, impunidade, falta de reforma política, povo que continua pobre na “5ª economia do mundo”... Quem disse que os jovens só querem navegar na “rede” e trocar mensagens cifradas, mantendo-se alienados da realidade que os cerca, estava bem equivocado. De um momento a outro, a indignação explodiu e se derramou de maneira ruidosa pelas ruas. Sem saber bem verbalizar a insatisfação que experimentam, adolescentes e jovens dizem, simplesmente: “não dá mais; temos que fazer alguma coisa; vamos mudar o Brasil”...

Mas nos cortejos das manifestações pacificas também apareceram os oportunistas nada pacíficos e pouco interessados em protestar, mas em extravasar em violência, ou em promover atos de vandalismo e depredação do patrimônio público e privado. Lamentavelmente, além dos danos materiais causados, esses anti-sociais também roubam a cena e ameaçam o caráter cívico das manifestações. Felizmente, houve uma clara repulsa desses atos por conta dos manifestantes.

O fenômeno dos protestos estendeu-se a todo Brasil, mesmo a cidades médias e pequenas. Não foi só pelo poder convocatório e contagiante das mídias sociais, mas pela vontade de mudar o Brasil para melhor. Como fazer? Ainda não se sabe bem como. Não se quis dar conotação partidária às manifestações, nem cunho institucional, mas estritamente popular: as massas querem falar; povo não identificável com partidos, ideologias, siglas e bandeiras, que acredita ser possível melhorar o Brasil, mas não se sente identificado com o andar das coisas, nem com discursos e estatísticas oficiais... Como vão conseguir isso? Ainda não se vê claro.


O certo é que o Brasil “real” está mostrando insatisfação com o Brasil “institucional”. Susto para os políticos! Barbas de molho para os que ainda achavam que o Gigante está “deitado eternamente em berço esplêndido!” Erro de cálculo para quem acha que estádios caros e suntuosos para a Copa do Mundo são a melhor política pública, porque enchem o povo de ufanismo campeão do mundo! O povo está cobrando um Brasil mais sério e justo para todos. Futebol, carnaval e internet já não bastam. Os jovens torcem por um presente de grandeza real para a Pátria amada idolatrada! Que sejam ouvidos.


Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Protagonistas


Daqui a exatamente um mês, estaremos iniciando a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Antes de nos encontrarmos no Santuário Mundial da Juventude, os jovens estarão vivendo a “semana missionária” por todas as cidades do Brasil. Eis um tempo de graça e de esperança!

Na oração oficial da JMJ, nós concluímos pedindo que, impulsionados por este momento único, os jovens se tornem “grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo”. É justamente isso que tenho visto por onde tenho encontrado os jovens. É o que constatamos com a peregrinação dos símbolos da JMJ por todos os cantos do mundo e agora, nestes dois últimos anos, pelo nosso país.

Basta ver o “Comitê Organizador Local” – o COL – para perceber a maioria de jovens que decide e organiza o evento mundial com capacidade, criatividade, animação. Também sabem vencer as dificuldades e problemas que a cada momento ocorrem numa organização como essa. Nestes dias em que os jovens brasileiros expõem ao mundo seus anseios de uma vida mais justa, fraterna e com dignidade, focando de maneira especial na saúde, educação e transporte, vemos a importância desse momento para o país. Esse programa precisa ser acrescentado com o saneamento básico, dignidade de moradia, segurança, lazer, alimentação e tantos outros itens. Como teremos aqui, durante a JMJ, jovens de mais de 172 nações, a partilha de experiências poderá ajudar o mundo a ser diferente com o protagonismo deles.


Em todas as Dioceses por onde passaram os símbolos da JMJ, o testemunho foi sempre de entusiasmo e participação! É alegria por ver o despertar dos jovens. O interesse de todos para participar da JMJ aparece a cada momento e para nós, organizadores, isso soa como um momento de comunhão, de unidade em meio a tanta diversidade.

Temos valores que norteiam nossas vidas e também nosso trabalho. Acreditamos que os valores cristãos que marcam a nossa civilização poderão ser a luz que ilumina todos os anseios de um mundo novo nascendo em nosso tempo. Por isso, é providencial que tenhamos justamente neste tempo esse momento com os jovens do mundo e com o Papa Francisco. É a graça de Deus que nos precede e nos alimenta em nossa esperança e caminhada.

Os episódios lamentáveis que alguns grupos minoritários causaram nestes dias demonstram como necessitamos de uma espiritualidade para alimentar o coração e curar feridas e, assim, construir positivamente esse sonhado tempo novo. Nós cremos num mundo novo com Cristo Ressuscitado! A boa notícia que nos enche a vida a cada momento deve ser extravasada para contagiar, com uma alegria incontida, todos os que de nós se aproximam nesses dias de partilha de vida em nossa JMJ.

Os jovens que vêm como peregrinos, fazendo sacrifícios para estarem aqui conosco, irão encontrar uma família de irmãos e irmãs que os acolhem. Irão encontrar uma cidade que, à semelhança do Cristo Redentor, os acolhe de braços abertos. Irão encontrar seus irmãos jovens que anseiam, como eles, por dias melhores para a sociedade. O jovem é protagonista de tudo isso. Eles estiveram no início de tudo e estarão nas consequências como protagonistas desse mundo novo.

Teremos muitos legados importantes da JMJ: rede para atender os dependentes químicos, educação ecológica, sustentabilidade, acessibilidade, trabalho em conjunto com entidades internacionais e nacionais sobre Paz, justiça, futuro. Viveremos isso no diálogo com as religiões e entre os cristãos. Teremos também a oportunidade da admiração do belo e da arte para os que em nada creem. Mas a grande herança que queremos deixar para todos é a esperança de um “novo amanhecer” para o mundo. É ver os sonhos que todos trazem em seus corações terem caminhos de solução. Em tempos de tantas situações e diversidades o poder dizer, providencialmente, que “o mundo tem jeito” e que a esperança deve estar presente no olhar de cada jovem será um legado que eles levarão para sempre em seus corações.


E diante de tudo isto, depois de tantas controvérsias, trabalhos, incompreensões, lutas, preocupações poderemos olhar para traz com alegria do dever cumprido e, voltados para o futuro, dizer: “valeu a pena”! Deus seja louvado por esse dom que nos concedeu!


Dom Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Presidência da CNBB visita a presidente Dilma


A Presidência da CNBB foi recebida pela presidente Dilma Roussef, no final da tarde da sexta-feira, 21 de junho. O encontro durou cerca de 45 minutos e discutiram a visita do papa ao Brasil e a Jornada Mundial da Juventude. Dom Damasceno entregou à presidente a nota que a CNBB divulgou hoje sobre as manifestações que ocorrem no país. A presidente confirmou a importância do evento mundial e da visita do Papa.

Além dos três membros da Presidência da CNBB, estavam também o ministro Gilberto Carvalho e padre Geraldo Martins, assessor político da CNBB. Segundo a Agência Brasil, a presidenta Dilma garantiu a segurança para a realização da JMJ. Dom Damasceno lembrou que “É missão do Estado, do município, do próprio governo estadual dar garantia a todos os cidadãos que vêm ao Brasil. E é claro que ela vai nos garantir porque se trata de um evento muito grande. Falamos em 2 milhões de pessoas. E além do mais, temos a presença do santo padre”.



O presidente da CNBB, em entrevista coletiva concedida no final da reunião do Conselho Permanente da Conferência, no início da tarde da sexta-feira, antes de sua visita á presidente Dilma, lembrou que ainda que possa ocorrer manifestações, paralelamente ao encontro da JMJ, isso será normal, como já aconteceu em outros países que sediaram a jornada: “Não estou preocupado. Tudo está ocorrendo normalmente, não vamos fazer nenhuma modificação, tanto na programação quanto na data. Os governos têm a missão, a tarefa de guardar a segurança daqueles que vão participar da jornada. Temos certeza de que jovens que virão serão muito bem acolhidos”.
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Fonte: CNBB

domingo, 23 de junho de 2013

Discurso do Papa à Associação dos Santos Pedro e Paulo


DISCURSO
Audiência com os membros da Associação dos Santos Pedro e Paulo
Sala das Bençãos do Palácio Apostólico
Domingo, 23 de junho de 2013

Bom dia!

Gostaria de dizer-vos obrigado, muito obrigado! Desde o início vocês me acompanharam com a vossa oração, com o vosso afeto e com os vossos preciosos serviços nas várias celebrações. Por isto agradeço-vos de coração.

Sei que “nos bastidores” há muito trabalho de organização. E depois sei que, além do vosso serviço de acolhida na Basílica de São Pedro, para as celebrações litúrgicas, o vosso apostolado se estende às atividades culturais e caritativas. Sobretudo a caridade, a atenção concreta para com os outros, para com os pobres, frágeis e necessitados é um sinal distintivo do cristão. Vocês têm também um intenso programa de formação dos aspirantes e dos jovens estudantes que querem participar da vida da Associação. Crescer na consciência e no amor de Deus é essencial para levar e para viver a sua misericórdia a todos, vendo no rosto de quem encontramos a sua Face. Por tudo isto, desejo exprimir-vos o meu apreço e a minha gratidão. Felicito também os vinte e dois novos sócios que fizeram a sua promessa nesta manhã: o amor de Cristo seja sempre a vossa certeza, para serem suas testemunhas generosas e convictas!


É belo fazer parte de uma associação como a vossa, composta por homens de diversas idades, unidos no comum desejo de dar um particular testemunho de vida cristã, servindo à Igreja e aos irmãos sem pedir nada em troca. Isto é belo: servir sem pedir nada em troca, como fez Jesus. Jesus serviu a todos nós e não pediu nada em troca! Jesus fez as coisas com gratuidade e vocês fazem as coisas com gratuidade. A vossa recompensa é propriamente esta: a alegria de servir ao Senhor e de fazê-lo juntos! Conheçam-No sempre mais, com a oração, com os dias de retiro, com a meditação sobre a Palavra, com o estudo do Catecismo, para amá-Lo sempre mais e servi-Lo com coração generoso e grande, com magnanimidade. Esta bela virtude cristã: a magnanimidade, ter um coração grande, alargar o coração sempre, com paciência, amar todos; e não aquela pequenez que nos faz tanto mal, mas a magnanimidade. O vosso testemunho será mais convincente e eficaz e também o vosso serviço será melhor e mais alegre.

Confio-vos todos à materna proteção de Maria e à intercessão dos Santos Pedro e Paulo. Rezo também pelos vossos familiares, especialmente os doentes, e pelos vossos filhos que estão crescendo. Vi tantas crianças aqui: é belíssimo, é belíssimo! Continuem a rezar por mim. A todos com afeto a minha Benção. Obrigado!

Agora vos darei a Benção. Pensem em todos aqueles aos quais querem tanto bem: na família, nos amigos, a fim de que a Benção se estenda sobre eles. Mas pensem também em alguns a quem não querem tanto bem, alguns que fizeram mal a vocês, alguns com os quais vocês estão um pouco irritados. Pensem também nestes e que a Benção seja também para eles.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal