terça-feira, 20 de novembro de 2012

Não mais "Deus seja louvado"?



A atual Constituição Brasileira tem de modo explícito o cuidado do Estado em matéria de liberdade religiosa (cf. Inciso VI do art. 5º), como toda a tradição social jurídica e religiosa do Brasil. Contudo, nesta época de pós-modernidade, com o ressurgimento das formas de laicismo de matiz iluminista, tristemente, tem se espalhado uma visão míope e distorcida do que seja a laicidade do Estado. Surgem, hoje, formas sutis de preconceito religioso ou intolerância; tais atitudes, por vezes, aparecem envoltas em argumentações nada convincentes sobre a laicidade do Estado. O exemplo é o pedido da Procuradoria Regional de Direitos dos Cidadãos (PRDC), de São Paulo, para retirar a frase “Deus seja louvado” das cédulas da moeda brasileira. As argumentações é que o Brasil é um país laico, portanto, não deve estar vinculado a qualquer manifestação religiosa, e a frase citada “constrange a liberdade de religião de todos os cidadãos que não cultuam Deus, como os ateus e os que professam a religião budista, muçulmana, hindu e as diversas religiões de origem africana”.

Logo, a Casa da Moeda informou que cabe ao Banco Central (BC) “não apenas a emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas” das cédulas. Já o BC afirmou que o fundamento legal para a existência da expressão “Deus seja louvado” nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteção de Deus”. Diante disso, o Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, afirma bem que a frase citada nas cédulas de real “não constrange, mas pode incomodar aos que afirmam não crer. As pessoas que vivem a sua fé, em suas diversas expressões, certamente não se sentem constrangidas, pois vivem da grandeza da transcendência. É que fé não é em primeiro lugar culto a um deus, mas relação. Se a frase lembra uma relação, poderia lembrar que o próprio dinheiro deve estar a serviço das pessoas, especialmente dos pobres, na partilha e na solidariedade. Se assim for, Deus seja louvado!”.

É importante também saber que a liberdade religiosa e a correspondente neutralidade do Estado não significam arreligiosidade ou “ateísmo” público. Um ateísmo público não seria neutralidade religiosa, mas um credo de caráter antireligioso. Um “Estado Laico é aquele em que há separação entre duas esferas, com autonomia do Estado e da Igreja, mas de relação de mútua cooperação, respeitada a liberdade religiosa e o pluralismo religioso, sem uma religião estatal, tal como se verifica no Brasil, onde a Constituição Federal de 1988 previu a independência e colaboração entre o Estado Brasileiro e as confissões religiosas existentes no País, com a garantia da liberdade religiosa”. Assim, “quando se fala de Estado Laico, não se pode pensar num Estado avesso ao fator religioso, agnóstico ou ateu, mas num Estado que respeita a liberdade religiosa”. É inaceitável atitudes, a título de preconceito religioso, de excluir dos espaços públicos os símbolos religiosos e retirar a frase “Deus seja louvado” das cédulas da moeda brasileira. Não duvido da disposição e tempo disponível ainda para entrar na justiça com uma ação para descer o Cristo Redentor do Corcovado no Rio de Janeiro, trocar nomes de Estados (São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina), de cidades com nomes religiosos e acabar com os feriados religiosos no Brasil. A questão não é reivindicar privilégios para esta ou aquela religião, nem que o Estado tenha uma religião oficial. Pelo contrário, o Estado não deve impor a religião, nem discriminar cidadãos por causa dela, mas assegurar-lhes plena liberdade religiosa; também àqueles que não têm fé. Enfim, sim, que Deus seja louvado, ontem, hoje e sempre.

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira (PB)

A.A. - Alcoólicos Anônimos



Ao longo de minha caminhada pastoral, recebi, aqui e ali, convites para visitar grupos de Alcoólicos Anônimos - A.A. A cada encontro com eles, ao ouvir seus depoimentos e ao testemunhar a amizade que os une, nasce, espontâneo, o desejo de louvar o Senhor por tudo o que posso ver e ouvir. Semana passada, por ocasião da reunião comemorativa do 59º aniversário de A.A. na Bahia, passei novamente por essa experiência.

É importante deixar claro que os A.A. não estão ligados a nenhuma confissão religiosa, nem exigem de seus associados alguma crença em particular. Entre eles, encontramos pessoas de diversas religiões, sem religião e ateus. Embora o programa de recuperação se baseie em determinados valores espirituais, cada um é respeitado em sua crença. Em “Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos”, lemos: “Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos” (2º e 3º passos).
Os A.A. têm um belo ideal, e uma consciência clara dos próprios limites. Sua meta é ajudar aqueles que querem deixar de beber. Longe de montarem grandes organizações, mantêm um mínimo de estrutura, distribuem as responsabilidades entre os próprios membros e evitam a acumulação de patrimônio. O grupo se mantém com as contribuições voluntárias dos que dele participam. Quantos, no mundo inteiro, participam dos grupos de A. A.? É difícil precisar dados, mesmo porque os A.A. evitam registros: calcula-se que haja, atualmente, cerca de dois milhões de membros, em cerca de 97  mil grupos, espalhados em mais de 180 países – o que não deixa de ser significativo para uma associação que começou em 1935. Mas é preciso reconhecer que o trabalho realizado por eles atinge somente uma mínima parte das pessoas que sofrem das consequências do alcoolismo.

Cresce cada vez mais a convicção de que o alcoolismo não é um vício, mas uma doença. O corpo de algumas pessoas tem uma particular reação ao álcool, e elas acabam se tornando dependentes. Assim como um diabético não pode comer açúcar como os outros, da mesma forma 10% dos que bebem precisam evitar a bebida porque, caso contrário, entrarão num campo em que não mais serão donos de seus próprios atos. Eles passarão a sentir uma necessidade compulsiva da bebida, que fará deles verdadeiros escravos. A experiência tem demonstrado que, em situações assim, é difícil sair dessa situação, sem a ajuda de outras pessoas. Aí reside, justamente, a grande força dos A.A.: em suas reuniões, recordando desafios e problemas, contando suas experiências e falando de suas vitórias, cada qual ajuda o companheiro. E, nesse processo de ajuda, também se ajudam, na linha daquele pensamento chinês: “Quem acende uma vela, é o primeiro a ser iluminado por ela”.

Os trabalhos dos A.A. são também baseados nas “Doze tradições”, fruto de sua longa experiência. Na impossibilidade de enumerá-las, destaco duas: “Nenhum grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem de nosso propósito primordial” (6º); “O anonimato é o alicerce espiritual das nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades" (12º).

No trabalho com pessoas dependentes do álcool, a dificuldade maior será sempre, sem dúvida, convencer um doente-alcoólatra de que precisa participar dos A.A. Um dos primeiros sintomas da dependência da bebida é justamente a negação do próprio problema. Como já disse um alcoólico anônimo: “O doente não consegue enxergar que a bebida está estragando sua vida e criando enorme sofrimento para as pessoas que ele mais ama”. Nesse caso, será importante a presença em sua vida de um “Simão Cirineu” – aquele que ajudou Jesus a levar sua cruz até o Calvário. Esse irmão ajudará o doente-alcoólatra a encontrar a porta sempre aberta dos A.A.

Dom Murilo S. R. Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

Mártir da não violência!



Estávamos em missão no povoado de Mutuns, a aproximadamente 25km da BR-402. Éramos mais de trezentos delegados vindo das 56 igrejas (comunidades) que constituem a Paróquia São José do Periá de Humberto de Campos, da Forania São Benedito. Durante três dias iríamos refletir na XXII Assembléia de Pastoral daquela região o tema “Missão e Mística na Paróquia de Humberto de Campos” e o lema “É Missão de Todos Nós”.

Fui convidado por padre Bernardo e padre Ribamar para ser facilitador daquele encontro com a finalidade de nos preparar para os 400 anos de evangelização da Igreja no Maranhão. Foi uma oportunidade para estudo do Documento de Aparecida, de juntos redescobrirmos nossa identidade missionária.

No inicio do encontro, dia 19 de novembro, com muita animação e mística, o evangelho teve seu eco nas palavras do Pe. Bernardo. Entre os tambores e atabaques celebramos o Mistério de Jesus Cristo. A alegria e o entusiasmo do neo- presbítero me impressionava, pois aquilo que ele tanto almejou, isto é, ser sacerdote do Senhor, tinha alcançado.

No dia seguinte, celebrávamos o Dia Internacional dos Direitos da Criança e Dia Nacional da Consciência Negra, por lembrar o martírio de Zumbi dos Palmares em 1695. Este dia foi marcado pela manhã com celebrações e animações. Vivemos os últimos momentos com o Pe. Bernardo. Durante a tarde estávamos em espírito de animação quando recebemos a triste notícia... Não sentimos o chão quando recebemos à noite a notícia que Pe. Bernardo havia partido para a casa do Pai, se tornando mártir da não violência. Não queria estar em mim naquele momento...


Então vou falar da alegria de conhecer o padre Bernardo. Eu o conheci em 2002 no seminário cura D´Ars, hoje Seminário de Filosofia da Arquidiocese. Lembro que ao conhecê-lo ele falava para um grupo de colegas vocacionados da sua magnífica experiência entre os jesuítas ao convite do Pe. Luigi Muraro, pois tinha sido seminarista jesuíta por alguns tempos trabalhando junto com os posseiros e agricultores de um dos estados do nordeste que não me recordo no momento.

Tive a chance de conviver com o padre Bernardo durante cinco anos no Seminário Santo Antônio. Trabalhamos juntos em dupla missionária entre os anos de 2005 a 2006. Nesse período fizemos nosso estágio pastoral na “Quase Paróquia” de Nossa Senhora de Boa Viagem, área industrial da Ilha de São Luís. Em especial fomos companheiros de pastoral nos bairros: Nova República, Poeirão, Rio Grande, Residencial 2000, Coqueiro e Estiva. Esse tempo fortaleceu nossa amizade, pois o amor pela pastoral e pela Igreja nos fez mais irmãos. Nessa época tínhamos desentendimentos pastorais, mas isso nos deixou mais amigos. Vivemos assim as fortes palavras de Dom Elder Câmara quando dizia “a diferença não me empobrece, mas sempre me enriquece e me enaltece”.  Aprendi várias coisas junto ao padre Bernardo, sobretudo o zelo pela pastoral. Era amigo de todos e como sabia conviver fraternalmente e chamar a juventude para o Senhor! Era verdadeiro com aquilo que fazia, pois sabia que a realidade desafiante da Igreja Particular precisava de homens que fossem verdadeiramente cristãos. Uma das grandes características de padre Bernardo era a de ser articulador e íntegro naquilo que acreditava.

Amava a Igreja Particular do Maranhão, principalmente as paróquias da área rural pelas quais tinha grande carinho e dedicação. Entre os seminaristas, era um dos mais dispostos para o trabalho pastoral. Não encontrava dificuldade com o serviço para o qual era chamado. Estimava a cultura maranhense, em especial tinha um grande amor pelo Boi de Morros, pois nos anos 90 tinha participado como membro. Era o responsável pelo esporte do Seminário, foi um dos melhores jogadores do time SASA (Seminário Arquidiocesano Santo Antônio). Em padre Bernardo era presente aquilo que os gregos diziam “educar o espírito e o corpo”. Vestia a camisa do Flamengo, seu time do coração, e como todo jovem, gostava de comentar sobre futebol.

Por ser verdadeiro, muitas vezes era criticado por seus próprios colegas. Tinha uma “personalidade forte” em dizer aquilo que pensava. Era livre com as palavras e as atitudes, exemplo máximo para aqueles que acreditam que é preciso ser sempre cristão. Em Pe. Bernardo percebemos que para ser padre não há necessidade de muitas coisas extraordinárias ou fabulosas, não é preciso se clericalizar, nem tampouco se europeizar ou se romanizar, mas é preciso apenas ser entranhado na realidade maranhense tão sofrida. É preciso, sobretudo, ser íntegro e verdadeiro com aquilo que a Santa Mãe Igreja nos pede hoje, principalmente com as exigências do evangelho. Padre Bernardo estava em inicio do seu ministério, planejava ficar onde a Igreja lhe enviasse. Se ficasse na capital, planejava se dedicar aos estudos jurídicos, acreditava que isso lhe ajudaria em seu ministério.

Em menos de seis meses a Igreja Particular de São Luís sofre duas grandes perdas: o primeiro de ordenação marcada, MÁRIO DAYVIT. O segundo, um neo- presbítero de dois meses e quinze dias de ordenado, PADRE BERNARDO. Ambos foram vítimas da violência e da falta de segurança pública. A primeira vítima foi na capital, o segundo foi vitima no interior. A violência se alastra em toda sociedade, sejam centros urbanos, sejam nas áreas periféricas ou rurais. É hora de sermos profetas missionários! O sangue desses mártires clama por justiça! Se calarmos, as pedras falarão!

Marcio dos Santos Rabelo
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Hoje, 20/11/2012, faz 2 anos que o Pe. Bernardo partiu para a casa do Pai. Haverá uma celebração com os padres da Arquidiocese de São Luís às 19h na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida do Munin - Morros-MA. Todos estão convidados!
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Fonte: http://www.arquidiocesedesaoluis.com.br/2011/2/25/martir-da-nao-violencia-1147.htm

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É possível ser Umbandista e Cristão ao mesmo tempo?


“Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14, 6).

O nosso Deus tem por nós um amor como de um esposo, e o que mais fere o coração de um esposo é a traição. Agimos com traição para com Deus e para com o seu projeto de amor quando procuramos outro caminho que não seja Jesus Cristo. Mas, apesar de nossas infidelidades, o Senhor continua a nos amar (Os 3, 1). Por causa deste tão grande amor é que, em sua Palavra, Deus vem nos orientar (Dt 18, 9 – 14).

O Senhor quer que sejamos somente d’Ele, que não coloquemos nossa confiança em nada que, oferecido pelo mundo como recurso, ofusque a Providência e a Onipotência divinas.

Dentre as práticas abomináveis por Deus segundo o trecho em estudo, vejamos as que são mais comuns em nosso meio:

1) A astrologia começou a Babilônia, no meio de um povo pagão, onde tudo que se movia e irradiava luz era tido como Deus. O fato de os astros se moverem e apresentarem luz significava para eles que lá habitavam forças espirituais que emanavam luz para a Terra. Em nosso meio, a astrologia se manifesta por meio dos horóscopos. Quem acredita em horóscopos está afirmando que os astros têm o poder de influenciar sua vida.

Algo muito enganoso, já que astros e homens são criaturas de Deus, sendo o homem a Sua obra-prima, imagem e semelhança do Criador. Teria uma criatura tal poder sobre outras criaturas?

Quando aceitamos Jesus Cristo como o Senhor de nossas vidas, proclamamos que somente Ele tem autoridade sobre nós. Vale ressaltar que, o que Deus condena é a astrologia (estudo da suposta influência dos astros na vida humana), e não a astronomia (ciência que estuda os astros em sua constituição, posição e movimento).

2) Quanto ao espiritismo, o Senhor nos dá ordens expressas (Lv 19, 31). Trata-se de uma prática que se baseia na possibilidade de evocar os espíritos.

Para os espíritas, todas as almas foram criadas por Deus desde a eternidade, e destinadas a evoluir rumo à perfeição, que seria alcançada através de múltiplas reencarnações. Segundo a doutrina cristã, Deus cria a alma imortal no momento da concepção, sendo que o sacrifício de Jesus é que nos redime e paga os nossos pecados.

O cristão autêntico acredita na ressurreição dos mortos, visto que a Palavra de Deus nos afirma que morremos uma só vez, sendo em seguida julgados por Deus (Hb 9, 27). Na visão espírita, Cristo existiu, mas não era Deus. Tendo alcançado a perfeição de múltiplas reencarnações, Cristo teria sido um médium incomparável, mandado por Deus para ensinar como o homem pode aperfeiçoar-se. Portanto, para os espíritas, Cristo não é aceito como Salvador, pois o homem salva-se a si mesmo, seguindo o caminho de Cristo.

Assim, os espíritas levam, por meio da caridade, mola mestra do cristianismo, ao engano muitas pessoas cheias de boa vontade. A caridade é um fruto do Espírito Santo que vai além do ato de dar coisas aos necessitados.

É o próprio Espírito que, transformando nossa vida, nos capacita para vivermos o amor e o despojamento do nosso egoísmo (1 Cor 13, 1 – 7).

Na verdade, mesmo sendo elas necessárias, a garantia de nossa salvação não vem simplesmente do mérito de  nossas obras, mas do sacrifício de Cristo (Lc 23, 39 – 43).
Pelos frutos da salvação em nós, somos chamados a viver a caridade, testemunhando o seguimento de Jesus Cristo.

3) Tendo muitos pontos em comum com o espiritismo, destaca-se a Umbanda.

Tanto os espíritas como os umbandistas aceitam a necromancia, isto é a evocação dos mortos. Porém, o umbandista pretende evocar os espíritos com o fim de colocá-los à disposição do homem para efeito de um trabalho a favor ou contra alguém.

Embora muitas vezes considerada como folclore, a umbanda é uma falsa doutrina a qual como cristãos autênticos, devemos renunciar.

Não devemos condenar as pessoas, mas a filosofia de vida, contrária aos princípios evangélicos.

O homem de Deus rompe com a astrologia, a adivinhação, a magia, os espíritos, a evocação dos mortos e não teme e nem se submete a agouros, feiticismos, supertições, simpatias.

Os homens de hoje estão sempre buscando novas doutrinas, filosofias e seitas. As pessoas se deixam influenciar por outras pessoas ou por suas próprias opiniões, abandonando o verdadeiro Mestre que é Jesus Cristo (II Tm 4, 1 – 5).

A ordem do Senhor é para que sejamos prudentes em tudo. Em busca de paz, tranquilidade, descanso e segurança, muitos procuram doutrinas e técnicas, como ioga, relaxamento, controle mental, meditação transcendental, quando pelas Escrituras descobrimos que só Jesus Cristo é a verdadeira paz (Ef 2, 14) e os que n’Ele se abandonam, não se abalam. Os cristãos têm obrigação contínua de examinar criticamente os movimentos e ideologias da cultura secular, à luz do ensinamento cristão.

Na Umbanda, encontram-se vários elementos africanos que são denominados de fetichismo, são usados conjuntamente com elementos de bruxaria europeia, como por exemplo, o famoso livro de São Cipriano, elementos constantes de superstição, o que a nossa Santa Madre Igreja Católica condena, tais como mau-olhado, encruzilhada, gato preto e etc, todos eles também condenados pela Sagrada Escritura em Dt. 18,10-12.


Além disso, a Umbanda considera o homem como uma partícula da divindade (heresia!) e aceita a necromancia (adivinhação pela evocação dos mortos). Nesta "religião", também são realizados trabalhos a favor de alguém (magia branca-umbanda) ou contra alguma pessoa (magia negra - quimbanda). E todos nós sabemos o sentido do termo "trabalho" para a Umbanda.

É um costume dos adeptos desta religião usar elementos do Catolicismo em sua religião, tais como os Santos da Igreja, fazendo uma mistura deles com alguns deuses pagãos. Valem-se de adivinhações com búzios e/ou rosário ou colar de ifá.

A posição das Sagradas Escrituras em relação à estas práticas demoníacas, é muito clara, como vemos no Antigo Testamento, em Deuteronômio: Dt 18, 10-12.

MAS COMO ENTENDER A UMBANDA?


A palavra “U-mbanda”, da linguagem dos negros bantu, é derivada de “Ki-mbanda” pelo prefixo “u”.

Umbanda, no seu significado original, designa:

1.       A ciência ou arte de: cura por meio de medicina natural (remédios) ou medicinal supernatural (encantos); adivinhação do desconhecido pela consulta aos espíritos dos mortos, aos gênios e aos demônios; indução desses espiritos a agir sobre os homens, para o bem-estar ou para a desgraça da humanidade.

2.      As forças que atuam na saúda, na adivinhação, etc.

3.      Os objetos que, como dizem, fazem a ligação entre os espíritos e o mundo físico; tais objetos chamados “encantos”.

Atualmente, Umbanda designa uma modalidade de espiritismo kardecista fundido com elementos da religiosidade africana, trazida para o Brasil pelos escravos. Não se pode indicar com precisão a data em que se terá dado essa fusão; crê-se, porém, que é da primeira metade do século XX.

Umbanda, a “Quarta revelação”?

Embora aceite integralmente a Relevação Kardecista, a Umbanda pretende aperfeiçoá-la e ultrapassá-la.

Para os umbandistas, se Kardec é grande, a Umbanda  é maior. Dizem eles que Moisés trouxe a Primeira Revelação de Deus aos homens; Cristo proclamou a Segunda Revelação; Kardec, pregando o espiritismo, difundiu a Terceira Revelação; e a Umbanda é a última e mais perfeita manifestação da divindade. Assim como Cristo superou Moisés e Karced suplantou Cristo, a Umbanda julga vencer Karcec, Cristo e Moisés.

Fundamentam os umbandistas essa afirmação dizendo que tiveram a felicidade de entrar em contato com espíritos superiores aos que ditaram mensagens a Allan Kardec, espíritos estes que possuem mais vasta concepção do universo e reconhecem a existência de outra ordem de espíritos (não humanos, cujas relações com humanos não devem ser apenas de intercâmbio, mas também de culto ritual prestado pelos homens a esses espíritos superiores).


Podemos diferenciar a Umbanda do kardecismo em dois pontos marcantes:

1.      Para Kardec, todos os espíritos do além são almas humanas “desencarnadas”; não existem anjos e demônios no sentido cristão desses vocábulos. Ao contrário, a Umbanda admite três tipos diferentes de espíritos no além:

a)   Os “Orixás”, que são semideuses;

b)  Os “Exus”, espíritos perversos, também ditos “elementais”;

c)   Os “Eguns”, que seriam os desencarnados.

Originalmente, os africanos só evocam Orixás e Exus, e não queriam trabalho com Eguns; Mais os umbandistas, influenciados pelo espiritismo, evocam também os desencarnados, principalmente sob a forma de “Pretos Velhos” e “Caboclos”.

2.   Os kardecistas são moderados no rito evocativo e desconhecem um cerimonial de culto. Ao contrário, os umbandistas apresentam ritualismo exuberante para evocação e incorporação dos espíritos.

Costuma-se distinguir entre Umbanda e Quimbanda. A palavra “Kimbanda” é que deu origem ao vocábulo “U-mbanda”.

A Quimbanda é anterior a Umbanda; representa a religião primitiva africana em sua forma mais pura, ao passo que a Umbanda é a modalidade mais recente e enxertada pelo kardecismo. Os umbandistas entendem por Quimbanda a corrente voltada para a magia negra ou para fazer mal aos homens. A Umbanda justifica a sua existência como sendo o combate à suposta ação maléfica exercida pela Quimbanda através de seus Exus.

Acontece, porém, que o mesmo terreiro pode servir tanto à Umbanda como à Quimbanda. O nome “Macumba”, que designava a primitiva religião africana trazida para o Brasil, tende a desaparecer. Macumba é a matriz de Quimbanda e Umbanda; o vocábulo assumiu forte conotação depreciativa, de modo que os “pais-de-santos” umbandistas não querem ser chamados de “macumbeiros”.

A Umbanda, procurando fazer o bem, é dita “magia branca”. A palavra “magia” designa as artes tidas como infalíveis para se obter efeitos maravilhosos. O mago diz conhecer os segredos do além e saber como captar a benevolência dos espíritos superiores, a fim de que sirvam aos interesses dos homens; para tanto, é preciso oferecer-lhes dádivas ou “obrigações”: comidas, bebidas, charutos, cachaça, animais, apetrechos apropriados, etc, que são chamados “despachos”.
É necessário também empregar os sinais cabalísticos ou “pontos riscados”, os versos evocativos ou “pontos cantados”; dessa forma, podem ser desfeitos “trabalhos” ou malefícios que ameacem alguém.


A Umbanda admite uma longa hierarquia de Seres Superiores, que comandam a existência dos homens. São eles:

1.  A tríade superior, que consta de “Obatalá” (o Deus Supremo), “Oxalá” (Jesus Cristo) e “Ifá”(o Espírito Santo). Não tem corpo como o dos homens, mais sim um corpo fluídico. Vivem no Astral Superior;

2.   No médio Astral estão os “Orixás”;

3. Abaixo, estão a ordem dos “Pretos-Velhos”, a dos “Caboclos”, a das “Crianças” e o elemento ligado terra-a-terra ou o “Exu”. Obatalá, Oxalá e Ifá constituem a Corte Suprema ou Divina, da qual não participam os Orixás. São bons.Jamais cometem o mal.

Os Orixás (que correspondem ao santos do catolicismo), constituem o segundo escalão ou Segunda Corte Celestial. Participam da bem-aventurança divina, mas não condividem a natureza divina.

No terceiro plano temos, além dos desencarnados (“Eguns”), os Exus ou espíritos maus, dos quais a Umbanda conhece grande variedade:

• “Exu-Rei ou Maioral” – Identificado como Lúcifer; exige dos homens o tratamento de “Majestade”;

• “Exu-Rei das Sete Encruzilhadas” – Senhor absoluto de todas as estradas e caminhos; seus despachos são, por isso, colocados em encruzilhadas;

• “Exu Tranca Ruas ou Eliô” – Também manda nas ruas; possui grande falange de auxiliares;

• “Exu Veludo” – Tem o poder de proteger ou castigar os inimigos daqueles que recorrem aos seus incalculáveis benefícios;

• “Exu Tiriri” – Companheiro de Tranca Ruas;

• “Exu Quebra-Galho” – Manda principalmente nas matas; evocado para obter a separação de casais ou para a união ilícita de homem e mulher;

• “Exu Pomba Gira” – É a maldade em forma de mulher; encarrega-se das vinganças e defende principalmente as mulheres;

• “Exu das Sete Cruzes” – Encarregado da entrada dos cemitérios;

• “Exu Tronqueira” – Encarregado das tronqueiras ou entradas de portas. A esta entidade é preciso saudar no início de qualquer sessão de Umbanda;

• “Exu das Sete Portas ou das Sete Chaves”- Faz desaparecer objetos ou ajuda a descobrir objetos escondidos. Seus despachos devem ser colocados em lugares onde hajam formigueiros, pois gosta de formigas;

• “Exu das Sete Poeiras” – Vive a perseguir aqueles que trafegam pelos caminhos onde o bafejo do progresso ainda não conseguir fazer ruas calçadas;

• “Exu Morcego” – Trabalha principalmente depois da meia-noite; tem o poder de transmitir toda e qualquer espécie de moléstia. É a ele que se fazem as rezas do gado atacado de bicheiras e vermes;

• “Exu Tranca Tudo” – Ajuda em tudo. Seu despacho deve conter galo preto, farinha misturada com azeite de dendê, ovos cozidos e marafo, que sejam colocados de preferência nas encruzilhadas;

• “Exu da Pedra Negra” – Muito poderoso. Evocado para se descobrir tesouros e realizar grandes negócios comerciais. Gosta de vinho tinto misturado com mel de abelha;

• “Exu da Capa Preta” – É o fiscal dos demais Exus;

• “Exu Caveira” – A serviço de Omulum, rei dos cemitérios. Os despachos devem ser feitos após a meia-noite;

• “Exu da Meia-Noite” – Ensina a falar imediatamente qualquer língua e  tem o poder de decifrar qualquer enigma;

• “Exu Pagão” – Dissemina o ódio, a incompreensão e tudo o que resulta em separação de casais que vivem harmoniosamente.

• “Exu Ganga” – Tanto cura como mata qualquer individuo;

• “Exu Quirimbó” – Leva aos jovens ao caminho da prostituição;

• “Exu Brasa” – Provodador de incêncios. Tem o poder de conceder aos praticantes da magia negra o caminhar entre chamas sem se queimar.

Em I Cor 10,20 São Paulo já nos exorta: “Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios.” Não é preciso realçar o quanto as doutrinas da Umbanda são alheias ao Cristianismo e à fé Católica.

Se os despachos são realizados aos “Exus”, que são os espíritos maus, logo quem faz tais despachos conseguem coisas e feitos pelas mãos de demônios e não de Deus.

Se você se encontra em dívida com o demônio hoje e não consegue enxergar como ter esta dívida perdoada para se converter ao Cristianismo, saiba que pelo  poder de Nosso Senhor Jesus Cristo esta dívida, ou pacto pode ser quebrado. Basta você querer.

O brasileiro é um povo pacífico e crédulo, tem muita fé, é um povo religioso, não é difícil enganar pessoas tão ingênuas. Existe uma barafunda geral, na cabeça das pessoas com relação a religião, cada um faz a sua como bem quer ou como bem entende que deva fazer (a tal da verdade absoluta) o que o guia do babá ou da babá de terreiro disser, é que é o certo e pronto.

Se em cada esquina tiver um centro de umbanda, e formos perguntar como funciona, vamos verificar que cada um funciona de acordo com a cabeça do dono da casa, e não de acordo com o que dita as regras gerais do que deva ser um centro de umbanda.


Diferença entre candomblé e umbanda:

1) O candomblé é uma religião iniciática, que apesar de bem deturpada, tem seus fundamentos nas religiões tribais africanas (milenares) trazidas pelos escravos para o Brasil. E com eles vieram os orixás africanos, todos negros, sem mistura de credo, pois não conheciam as religiões católica e espírita nem de longe (os escravos).

2) A umbanda foi criada por volta de 1900, não se sabe exatamente a data, no Rio de Janeiro, onde o primeiro babá de terreiro criou as regras, ou foram ditas por seus guias, assim foi criada a umbanda, que hoje, já não se sabe mais o que é realidade ou fruto de imaginação.

A mistura é tão grande, e a imaginação de cada um vai tão longe, que foram criando falanges e mais falanges que não se entende mais nada, nem os próprios umbandistas sabem dar certas explicações.

A umbanda começou com os caboclos (espíritos de índios brasileiros) e pretos velhos (espíritos dos escravos), depois foram aparecendo novas entidades como ciganos, indianos, já tem gente incorporando Cleópatra, Messalina, Afrodite, Lampião, etc... dá pra acreditar?

Antigamente na religião africana, existia uma separação entre o culto de Egun e o culto de orixá, era bem definido e os locais de culto eram independentes e separados. Exemplo disso, podemos ver nas casas de candomblé da Bahia (casas de Ketu tradicional), onde se cultua orixá, (tem apenas um quarto onde são homenageados os eguns dos filhos da casa que já morreram), os Eguns dos pais de santo, são cultuados em outras casas, as mais conhecidas estão na Ilha de Itaparica.

Mulher quando morre não é Egun, é alma, sendo cultuadas em outras casas. Nessas casas onde são cultuados os babá Egun, também é feita uma separação bem definida, quando um babá Egun está dançando no barracão e vira um orixá de alguém que esteja assistindo, em respeito ao orixá, esse babá Egun se retira da sala e só volta quando o orixá tiver ido embora. No candomblé, o único motivo de se usar contra-egun, é para que um egun não incorpore em uma pessoa iniciada para o orixá.

A umbanda não é iniciática, portanto não tem feitura de orixá. As entidades que incorporam na umbanda não são orixás, são guias, porém.nem tudo que vemos incorporado na umbanda são guias, pode ser fruto da imaginação muito fértil de algumas pessoas (com exceções).

No candomblé tem gente feita de santo que continua virando com guias de umbanda, isso não é novidade, é até muito frequente de se ver. (Prof. Reginaldo Prandi).

Dizer que foi feito de um orixá na umbanda, é novidade. A não ser que o pai de santo tenha sido feito, mas aí a casa deixa de ser umbanda e passa a ser de candomblé e que também toca umbanda.

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Postagem original: http://berakash.blogspot.com.br/2012/01/e-possivel-ser-umbandista-e-cristao-ao.html
Fonte: Bettencourt, Estêvão Tavares-O.S.B. Crenças, religiões, igrejas & seitas: Quem são?

Por que não é possível arrepender-se após a morte?



O livre arbítrio nos é dado no “tempo que se chama hoje” para nossas decisões definitivas.

Victor Hugo (Ateu) dizia : 

"Quem poupa o lobo põe em risco as ovelhas."

A própria razão nos faz pensar desta forma como Victor Hugo pensava.

O inferno, portanto é a mais alta justiça de Deus, pois imagine alguém que odeia a Deus, ter que conviver a eternidade inteira com alguém que odiasse ? Deus respeita o nosso livre arbítrio,

Por isto o purgatório não é segunda chance, mas PURIFICAÇÃO, para lá só vão almas que já estão com a salvação GARANTIDA.

Só existe perdão onde há arrependimento, se a pessoa não se arrepende de seus atos e não quer se corrigir, como pode haver perdão? 

Se houvesse perdão sem arrependimento seria injusto, concordam? Se alguém comete um delito grave, tem que pagar por ele.

Por que a pessoa não pode arrepender-se após a morte? Simples, por que:



Na eternidade a relação tempo e espaço não existe mais, ou seja, já não ha mais tempo para arrependimentos, pois ao cruzar a linha do tempo com a morte, passa-se para a eternidade em “ESTADO" de: arrependimento, salvação, ou de perdição, e convicto disto.


Ninguém vai encontrar tanto no céu como no inferno, pessoas dizendo:

“Vim para cá a força, eu não queria estar aqui....”

O Céu é Graça imerecida o inferno é mérito, e só vai para o inferno quem livremente optou em viver uma vida injusta, desregrada e depravada e prejudicando aos seus semelhantes.

“Pregando a Verdade e confirmando os irmãos na verdadeira fé, com a graça de Deus construo Catedrais nas almas para que nelas possam habitar o Espírito Santo de Deus” ( Pierry de Craon).
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Fonte: http://berakash.blogspot.com.br/2012/11/por-que-nao-e-possivel-arrepender-se.html

domingo, 18 de novembro de 2012

Igreja e Maçonaria



A maçonaria tem uma origem difícil de ser comprovada. Alguns afirmam remontar ao tempo anterior ao dilúvio de um tal Jabal, construtor contratado por Caim e Enoch. Jabal ensinou uma arte secreta para trabalhar com lâminas de ouro. Esses conhecimentos chegaram a Abraão, por meio de quem seriam transmitidos aos egípcios. Estes os transmitiram aos Judeus, que alcançaram o seu apogeu na construção do templo de Salomão. Depois da destruição do templo, o conhecimento teria passado para os cristãos. Os depositários desses segredos seriam os "quatro santos coroados" e Santo Albano na Inglaterra, o qual com a ajuda do rei Athelstan os teria codificado. 

A maioria dos estudiosos não aceita essa primeira origem, ela é considerada um tanto fantasiosa. Admiti-se que a origem remota da maçonaria moderna (franco-maçonaria = pedreiros livres) desenvolveu-se a partir das organizações medievais que agrupavam arquitetos, mestres- de- obras e pedreiros, os quais, por construírem castelos e igrejas eram considerados espiritualmente nobres. Tinham como meta construir a liberdade e a tolerância e o aperfeiçoamento da humanidade. Professavam a existência de um Principio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo.  


A maçonaria, conforme é conhecida até os nossos dias, foi criada em 24 de junho de 1717, como a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Surgiu da iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. A partir de então a maçonaria adotou uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante. 

Durante o século XVIII surgiram lojas na Europa e na América. Com o tempo os maçons tornaram-se anticlericais, sendo por isso, excomungados pela Igreja Católica (1738). Após a cisão que resultou na fundação do Grande Oriente, na França, em 1773, a maçonaria alcançou o apogeu, tendo importante papel nos acontecimentos da Revolução Francesa. 

A maçonaria tem como principio professar as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros é cristã, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo poderá ser o Alcorão, o Tora, o livro de Maomé, os Vedas etc., de acordo com a religião de seus membros. 

Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII escreve a encíclica IN EMINENTI, em que condenou abertamente pela primeira vez a maçonaria. A partir dessa palavra oficial da Igreja foi proibido aos católicos pertencer á maçonaria. 

Nos séculos seguintes inúmeros papas confirmaram essa mesma posição por meio de diferentes documentos:

• Benedicto XIV, Providas, 18 de maio de1751.

• Pio VII, Ecclesiam a Jesu Chisto, 13 de setembro de 1821. 

• LeãoXII, Quo Graviora, 13 de março de 1825.

• Pio VIII, Traditi Humilitati, 24 de maio de 1829.

• Gregório XVI, Mirari Vos, encíclica, 15 de agosto de 1832.

• Pio IX, Qui Pluribus, encíclica, 9 de novembro de 1846.

• Leão XIII, Humanum Genus, encíclica, 20 de abril de 1884.

• Leão XIII, Dall Alto Dell Apostólico, Seggio, encíclica, de 15 de outubro de 1890. 

A encíclica HUMANUM GENUS, escrita por Leão XIII, é um das mais fortes e extensas no que diz respeito a indicar os erros da maçonaria e sua incompatibilidade com a doutrina cristã.O papa ensina, nessa encíclica, que a Igreja católica e a maçonaria são como dois reinos em guerra. Entre os pontos principais apresentados por Leão XIII sobre os erros da maçonaria, destacam-se:

- a finalidade da maçonaria é destruir toda ordem religiosa e política do mundo inspirada pelos ensinamentos cristãos e substituí-las por uma nova ordem de acordo com suas idéias.

- Suas idéias procedem de um mero "naturalismo". A doutrina fundamental do naturalismo é a crença de que a natureza e a razão humana devem guiar tudo. - A maçonaria apresenta -se como religião natural do homem. Por isso afirma ter sua origem no começo da história da humanidade. 

- O conceito de DEUS é diferente daquele apresentado na Bíblia e na doutrina católica. Para a maçonaria, DEUS é um conceito filosófico e natural. DEUS passa a ser a imagem do homem. Por isso, não existe uma clara distinção entre o espírito imortal do homem e DEUS.

- A maçonaria nega a possibilidade de DEUS ter ensinado algo.

- Não aceita ser entendida pela inteligência humana.

- A maçonaria estimula o sincretismo religioso, isto é, a mistura das mais diferentes crenças.

- A maçonaria compara a Igreja católica a uma seita. 

Em 1917, no antigo CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO (lei oficial da igreja), a maçonaria foi comparada explicitamente:

CÂNON 2.335: Pessoas que entram em associações da seita maçônica, ou outra do mesmo tipo que conspire contra a Igreja e a autoridade civil legítima, recebem excomunhão simplesmente reservada á Sé Apostólica. 

Em 17 de fevereiro de 1981, a Sagrada Congregação para a doutrina da fé divulgou uma orientação para os católicos sobre a maçonaria, em que reafirma a posição tradicional da Igreja. 

O Código de Direito Canônico atual, publicado em 1983, não fala de modo explícito da maçonaria, somente dá uma orientação geral contra esse tipo de associação: 
CÂNON 1.374: Quem der nome a uma associação, que maquine contra a igreja, seja punido com justa pena; quem promover ou dirigir tal associação seja punido com interdito. 

Por não falar da maçonaria, alguns católicos, pensaram que esse cânon não se aplicasse a ela. Surgiu um impasse: teria acabado a proibição para os católicos participarem das lojas maçônicas? Para esclarecer essa dúvida, em 26 de novembro de 1983, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé publicou a Declaração sobre as Associações maçônicas, QUAESITUM EST:

“Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo fato de que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior. 

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto ás outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas. 

Permanece, portanto, imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de fevereiro de 1981"( cf. AAS 73,1981,pp. 240-241). 

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação. 

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de novembro de 1983.

Joseph Card. Ratzinger. 
PREFEITO

+ Fr. Jérôme Hamer, O.P. 
SECRETÁRIO.
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Título Original: Maçonaria e Catolicismo


Site: Dicionário da Fé
Editado por Henrique Guilhon