terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Estação Ágape promove caravana para a JMJ 2013

Cardeal Willian Levada diz que Igreja combate a pedofilia


O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, abrindo o simpósio internacional para bispos e superiores religiosos sobre o abuso sexual, esclareceu que existe o máximo empenho por parte do Papa, da Santa Sé e das Conferências episcopais para "encontrar as melhores maneiras para ajudar as vítimas, proteger os menores e formar os sacerdotes de hoje e de amanhã para que estejam conscientes desta chega e seja eliminada do sacerdócio".

Texto publicado pela Agência de notícias da Conferência Episcopal Italiana divulgado nesta terça, 7 de fevereiro, expressa que a Congregação para a Doutrina da Fé, também "sob a constante orientação do card. Joseph Ratzinger", assistiu a "um dramático aumento" do número de casos criminosos de abusos sexuais contra menores por parte de clérigos, também por causa da cobertura da mídia que estes escândalos tiveram no mundo todo. Nos últimos dez anos, chegaram até a Congregação vaticana mais de 4 mil casos de abusos sexuais contra menores e estes casos "revelaram, por um lado, uma resposta inadequada do Código de Direito Canônico a esta tragédia em por outro, a necessidade de uma resposta mais abrangente".


Em sua conferência, o Prefeito também lembrou o que o Papa fez neste setor, a partir d escândalo dos abusos sexuais que estourou nos EUA nos anos 2001 e 2002. "Quero expressar - disse dom Levada - a minha pessoal gratidão ao Papa Bento, que como prefeito, foi determinante" na aplicação de "novas normas para o bem da Igreja". "Mas o Papa - acrescentou - enfrentou duros ataques na mídia nos últimos anos em várias parte do mundo, quando, no entanto, deveria ter recebido a gratidão de todos nós, na Igreja e fora". Após este esclarecimento, o cardeal continuou sua intervenção abordando vários temas: desde a necessidade das vítimas de serem ouvidas à obrigação para a Igreja de ouvir e compreender "a gravidade daquilo que a vítimas sofreram". Desde a "proteção dos menores" nos vários setores da Igreja à formação dos candidatos ao sacerdócio, que devem ser submetidos a "um maior escrutínio".

Ainda na conferência, o Prefeito afirmou: "a colaboração da Igreja com as autoridades civis nestes casos reconhece a verdade fundamental que o abuso sexual contra os menores não é só um crime no direito canônico, mas também um crime que viola as leis penais na maior parte das jurisdições civis". No fina, porém, de sua relação, o cardeal quis terminar com uma observação: "É bom repetir. Aqueles que abusaram são uma pequena minoria de fiéis e leigos comprometidos. No entanto, esta pequena minoria provocou um grave dano às vítimas e à missão da Igreja".
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Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/8631-cardeal-willian-levada-diz-que-igreja-combate-a-pedofilia

Papa manda mensagem ao arcebispo do Rio de Janeiro sobre desabamento dos prédios


O recém-nomeado secretário da Congregação para os Bispos, dom Lorenzo Baldisseri, em correspondência enviada à arquidiocese do Rio de Janeiro, garante suas orações e transmite um telegrama enviado pela Santa Sé com uma mensagem do Santo Padre, o papa Bento XVI, à arquidiocese e a todo povo carioca pelo desabamento dos prédios do Centro da Cidade.

Leia a íntegra da mensagem do papa Bento XVI:


"Exmo Revmo Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro.


Profundamente amargurado com trágicas consequências do desabamento de três edifícios nessa cidade que enlutou muitas famílias do querido povo carioca, Sua Santidade Papa Bento XVI quer afirmar-se espiritualmente presente nesta hora de prova assegurando preces de sufrágio pelos falecidos ao mesmo tempo que pede ao Senhor conforto e apoio para feridos e todos provados pela tragédia, sem esquecer pessoas que participam na obra de socorro e assistência, ao enviar-lhes uma propiciadora bênção apostólica.

Cardeal Tarcísio Bertone,
Secretário de Estado de Sua Santidade"

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Virgindade sempre se dá bem no casamento


Mc 1,21-28: "Entraram em Cafarnauu e, logo no sábado, foram à sinagoga. E ali ele ensinava. Estavam espantados com o seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Na ocasião, estava na sinagoga deles um homem possuído de um espírito impuro, que gritava, dizendo, "Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para arruinar-nos? Sei quem tu ès: o Santo de Deus". Então o espírito impuro, sacudindo-o violentamente e soltando grande grito, deixou-o. Todos então se admiraram, perguntando uns aos outros: "Que é isto? Um novo ensinamento com autoridade! Até mesmo aos espíritos impuros dá ordens, e eles lhe obedecem!" Imediatamente a sua fama se espalhou por todo lugar, em toda a redondeza da Galiléia"

Na sua "Introdução à vida devota," São Francisco de Sales, doutor da Igreja (1567-1623), diz que colocar em prática o Evangelho (o que entendemos por "devoção") é possível e necessário em todas as esferas da vida do batizado, sem exceção: "É um erro, ainda mais, uma heresia, pretender excluir o exercício da devoção do ambiente militar, da oficina dos artesãos, da corte dos príncipes, das casas das pessoas casadas."

O santo Bispo de Genebra, depois de ter exemplificado alguns estados particulares de vida que corresponde a um modo próprio e legítimo de seguir ao Senhor, conclui: "a devoção não destrói nada quando é sincera, mas antes aperfeiçoa tudo e, quando incompatível com os compromissos de alguém, é definitivamente falsa. "

A mensagem é clara: em todas as condições humanas pode-se e deve-se testemunhar Jesus Cristo.Estas palavras nos ajudam a entender a segunda leitura.


Paulo, respondendo às perguntas do Corintios, havia declarado abertamente uma preferência pela virgindade mais do que pelo casamento: "Estás livre de mulher? Não vá buscá-la"(1 Cor 7, 27). Ele começou a falar dos dois estados de vida com uma declaração surpreendente, e que certamente não deve ser tomada literalmente: "É bom para o homem não tocar em mulher" (1 Cor 7,1).

O apóstolo aqui assume a questão de se é ou não é lícito a um cristão ter relações sexuais ("tocar uma mulher "), ou seja, é preferível para Deus: se casar ou não se casar? Ele já descartou categoricamente a "porneia" (relações pré-matrimoniais), e agora compara a condição das pessoas casadas com aquela das pessoas virgens.

A afirmação: "Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e do modo de agradar à esposa, e fica dividido" (1 Coríntios 7 ,32-34), não tem a intenção de mortificar o estado conjugal em comparação com a virgindade consagrada.

Para Paulo, todos os crentes, homens e mulheres, casados ​​ou não, devem se comprometer a viver o próprio estado de vida como um dom universal de santidade, em Cristo.

Claro, aos esposos não faltará as suas específicas "preocupações", com algum esforço para viver em plenitude o relacionamento com o Senhor; mas as relações sexuais são legítimas e santificadoras, desde que nenhum dos cônjuges faça delas um uso egoísta.
Neste sentido, a preocupação fundamental dos cônjuges não deve ser aquela de "sim/não" à relação sexual, mas do "sim" à verdade desta diante de Deus. E a verdade do relacionamento conjugal é esta: Deus quer que os dois sejam "uma só carne" (Mt 19,4-6), e que o sejam de modo "virginal", isto é, com pureza de coração e com pureza de amor.

Puro é o coração que no dom de si deseja em primeiro lugar, a felicidade do outro, sem instrumentalizar a relação sexual para o próprio prazer; puro é o amor, doado e recebido, que reconhece em Deus a sua Fonte e obedece cada dia a sua vontade e verdade.

É "o espírito dos cônjuges que não deve nunca ficar "impuro", sugere Paulo, sabendo bem que a concupiscência da carne, mesmo no casamento, é um pecado grave e tentação do diabo, porque contradiz radicalmente o significado esponsal inscrito pelo Criador no corpo.

Voltando agora ao Evangelho, compreendemos que o egoísmo sexual conjugal, mesmo se partilhado, é para o matrimônio uma ruína essencialmente "diabólica" ("diabo" é o outro nome de Satanás, que 'divide'), causa de profunda e dolorosa separação da alma do marido da alma da esposa, até mesmo na união dos seus corpos.

Em conclusão, sirvo-me aqui ainda de São Francisco de Sales: seja a devoção daqueles que não são casados, seja daqueles que são casados, são verdadeiras e justas diante de Deus, ainda que, nos dois diferentes estados de vida, igualmente chamados à santidade, cada um, também "nas coisas do mundo" antes de mais nada se preocupe "das coisas do Senhor" (1 Cor 7,32-33), ou seja, é o mesmo que dizer: buscar estar fazendo a Vontade de Deus em todas as suas ações.
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* Padre Angelo del Favero, cardiólogo, em 1978 co-fundou um dos primeiros centros de apoio à vida perto da Catedral de Trento. Tornou-se um carmelita em 1987. Foi ordenado sacerdote em 1991 e foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona, Itália. Atualmente dedica-se à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
[Tradução Thácio Siqueira]

Simpósio em Roma sobre combate à Pedofilia


A Universidade Gregoriana de Roma e a Congregação para a Doutrina da Fé promovem, a partir de segunda-feira, 6 de fevereiro, Simpósio com o tema “Em direção à cura e à renovação” sobre o problema dos abusos sexuais. O Frei Evaldo Xavier Gomes, assessor canônico da CNBB, é o representante da Conferência no encontro.

A CNBB é uma das primeiras conferências episcopais a tratar do assunto por meio de um documento específico  que está sendo preparado e logo deverá se publicado. Cada Conferência Episcopal enviou um seu representante, e participam também 30 representantes das ordens religiosas. Entre os palestrantes do Simpósio em Roma está o brasileiro, Pe. Edênio Vale.

O encontro vai proporcionar  a aquisição de informações para os bispos e os superiores religiosos sobre os recursos disponíveis, mundial e interculturalmente, para responder ao abuso sexual tanto dentro da Igreja como na sociedade em geral. O Simpósio vai levar em consideração a recente Carta Circular (de maio de 2011) da Congregação para a Doutrina na qual se pede que todas as dioceses desenvolvam “procedimentos adequados tanto para assistir as vítimas de tais abusos como para a formação da comunidade eclesial em vista da proteção dos menores”.  Especialistas em Direito Canônico, Teologia e Pastoral vão compartilhar seus conhecimentos para que os participantes possam promover uma resposta consistente e mundial por parte da Igreja que protege os mais frágeis.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Muito mais alto


Toda sexta feira, pela manhã, os fiéis de uma sinagoga sabiam que o rabino deles estava ausente. Não adiantava procurá-lo em casa ou no templo. Simplesmente sumia. Para onde ia ninguém tinha a menor ideia. Sobre isso, ele não falava. À tarde, voltava.  Desconfiados com essa atitude do rabino, os fiéis decidiram descobrir seu segredo e colocaram uma pessoa de confiança para segui-lo. Queriam saber com quem ele se encontrava e se por acaso, por ser um homem piedoso, se encontrava com o próprio Deus. Como tinham combinado, ao entardecer daquele dia, todos estavam reunidos antes que o rabino chegasse para a cerimônia do sábado.

- Então - perguntaram ao espião – o nosso rabino subiu para o céu?
- Foi muito mais alto – respondeu o homem que o tinha seguido. Ele havia descoberto que o rabino, toda sexta feira, pela manhã, visitava uma senhora idosa e paralítica, limpava a casa dela, lavava a roupa e lhe preparava o almoço. Quando tudo estava em ordem, rezava com ela. Queria deixar a senhora contente. Finalmente voltava para casa e celebrava o sábado.


Mais uma história de bondade. O céu está mais perto do que pensamos. Quem ajuda o próximo está cada vez mais perto de Deus. É nesse sentido que entendo o evangelho deste domingo. Começa com a cura da sogra de Pedro. Depois sabemos que muitos doentes procuravam encontrar Jesus ao ponto que os discípulos lhe dizem: “Todos estão te procurando”. Jesus cura, mas não fica somente por aí. Vai para frente, em outras cidades, para anunciar o evangelho, como ele mesmo declara.

Podemos dizer que Jesus cura e ensina, mas, se misturarmos um pouco as coisas, o resultado não muda. Jesus ensina também quando cura e quando cura continua ensinando o evangelho. Afinal, a boa notícia que Jesus veio nos comunicar é uma só: o amor de Deus-Pai para com todos. Para anunciá-lo Jesus não tem limites e nem lugares privilegiados. Ele cura a sogra de Pedro dentro de casa, cura outros doentes na frente da casa, outros na rua, andando, outros na beira da piscina, outros na sinagoga. A cura é o sinal que algo de novo estava acontecendo, era o amor de Deus se manifestando, mas também era o ensinamento claro de um caminho novo: se Deus age assim, nós também devemos cuidar dos sofredores, devemos ser  amorosos com quem precisa de conforto e de ajuda.

Muitas vezes nós pensamos que ser cristãos seja obedecer a um monte de regras e de normas. Talvez seja até mais fácil reduzir a fé ao cumprimento de meras obrigações. Sentimo-nos fiéis por ser obedientes e nos consideramos mais ou menos cristãos por causa disso. Quem não se encaixa no esquema, ou se julga sem condições para cumprir todos os deveres, acaba pensando não ter uma fé verdadeira e se autoexclui, muitas vezes, da comunidade cristã. Com certeza todas as regras e leis permitem nos orientarmos e organizarmos a nossa vida. Elas são necessárias porque, do contrário, viveríamos na confusão, mas não podem, e não devem, escravizar; menos ainda nos afastar de Jesus.

Por essa razão, a primeira parte do evangelho de Marcos é um grande anúncio da bondade de Deus manifestada em Jesus. Antes de propor o seu “novo” mandamento, a sua “nova” lei – que depois, sabemos, é a lei do amor a Deus e ao próximo – Jesus quis revelar o grande e infinito amor do Pai. Amor que vai além das curas físicas ou psicológicas, porque quer nos libertar da pior de todas as doenças: o pecado.

Contudo, para dizer a verdade, nós não procuramos com o mesmo afinco ser curados do pecado como procuramos ficar bons das doenças que nos acometem ao longo de nossa vida. Convencer a humanidade que precisa do amor de Deus para ser curada do pecado, raiz de todos os males, foi a difícil missão de Jesus. Após os primeiros tempos de sucesso, vieram as perseguições e a cruz. Mas Jesus nunca desistiu, foi até o fim. Ele tinha um segredo: retirar-se no deserto para rezar. Assim podia ficar a sós com o Pai. Estava na terra, mas o seu amor chegava ao céu na comunhão perfeita com o Pai na força do Espírito Santo. Ali estava a fonte de toda a sua generosidade, fidelidade e obediência.

Que bom se nós também tivéssemos um segredo que nos aproximasse mais de Deus: a oração e o amor aos necessitados. Às vezes “sumimos” para dar um tempo para descansar e nem sempre voltamos. Poderíamos “sumir” mais vezes para fazer o bem, para encontrar a Deus e ao próximo no amor e na fé.

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá (AP)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Diabo: esperto e experto!


Se alguém duvida da existência do Diabo talvez seja porque nunca foi vítima de assaltos e estupros, roubos e sequestros, mentiras e calúnias, torturas físicas e psicológicas – ou de qualquer outra injustiça. Ou então uma pessoa que não tem filhos drogados nem cônjuges alcoólatras. Alguém que não precisa passar horas, dias e meses nas filas de espera ou nos corredores de um hospital. Por fim – para não prolongar a ladainha e a procissão – quem ainda não foi atingido pela corrupção generalizada e institucionalizada que oprime em toda a parte.

Em matéria de maldade e depravação, o ser humano parece não ter limites, superando qualquer outro animal. A hecatombe perpetrada durante a 2ª Guerra Mundial por Hitler, sobretudo – mas não só – à custa de judeus e de cristãos, amordaçando a consciência de um povo culto e desenvolvido como era o alemão, prova que não estava equivocado o rei Davi ao declarar: «Prefiro cair nas mãos de Deus, cuja misericórdia é imensa, do que nas mãos dos homens» (1Cr21,13).


Ante o sangue derramado ao longo da história – tanto que, até há poucos anos, o que ela narrava, eram sobretudo guerras e de revoluções – e diante dos sete vícios capitais que ofuscam e oprimem a existência e as relações humanas, parece difícil negar a existência de uma raiz iníqua, uma fonte contaminada, personificação do erro e do mal, numa palavra, do “Maligno”.
Sobre ele, a Igreja é sóbria e incisiva, como atesta o “Catecismo da Igreja Católica”, publicado pelo Papa João Paulo II, a 15 de agosto de 1997: «Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja veem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo. A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus».

Provavelmente, esta doutrina se fundamenta num texto do Apocalipse: «Aconteceu uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou juntamente com seus anjos, mas foi derrotado, e no céu não houve mais lugar para eles. Esse grande Dragão é a antiga Serpente, que seduz todos os habitantes da terra» (Ap 12,7-9).

Para Jesus, duas são as definições que melhor traduzem a identidade e a atividade do “Tentador”. Primeiramente, ele é o “pai da mentira” (Jo 8,44), já que, ao longo da história, o que ele melhor faz é enganar as pessoas: «No dia em que comerem deste fruto, seus olhos se abrirão e vocês se tornarão como deuses, decidindo o que é bem e o que é mal» (Gn 3,5). É o que ele continua fazendo todos os dias, com experiência e resultados cada vez maiores...

Outra característica vista por Jesus no Demônio é de ser “assassino desde o início” (Jo 8,44). De fato, se existe na atualidade uma prova que mais fala da existência e do poder do Diabo é o clima de maledicência, discórdia, violência e vingança que medra em todos os ambientes e em toda a parte.

Na véspera de sua morte, Jesus rezou ao Pai por seus discípulos: «Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal» (Jo 17,15). Na oração do “pai-nosso”, aparece o mesmo pedido: «Não nos deixes cair na tentação, mas livra-nos do mal» (Mt 6,13). Em ambas as citações, “mal” e “Maligno” se identificam, já que todos os que são levados pelo mal, o fazem porque seduzidos pelo Maligno.

Costuma-se dizer que a grande vitória alcançada pelo Demônio no século XX foi a de fazer crer que ele não passa de uma invenção... «Se Deus não existe, tudo é permitido», escreveu Dostoiévski. Mas, se isso acontece com Deus, muito mais com o Diabo. Ele age sorrateiramente, «disfarçando-se em anjo da luz» (2Cor 11,14), confundindo e invertendo os valores. O pecado passa a atrair mais do que a virtude. A liberdade é transformada em devassidão. A sabedoria é substituída pela esperteza. O dever pelo prazer. O ser pelo ter. O amor pelo ódio.

Para o apóstolo São João, «quem comete o pecado é escravo do Diabo – o pecador desde o princípio – mas o Filho de Deus veio ao mundo para destruir as obras do Diabo» (1Jo 3,8). Quem tem Deus, não teme o Demônio: «Se Deus é por nós, quem será contra nós?» (Rm 8,31). O Diabo só existe e tem poder nas pessoas e ambientes donde Deus foi banido...

Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados  (MS)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Luz para iluminar as nações


No dia 2 de fevereiro a Igreja comemora a Apresentação do Senhor no templo, conforme nos narra o evangelista São Lucas (cf Lc 2,22-40). Trata-se de um dos “mistérios” da infância de Jesus, ainda com sabor de Natal; por esse motivo, o Papa João Paulo II queria que o presépio, na Praça de São Pedro, fosse desfeito apenas após o dia 2 de fevereiro...

É uma celebração muito querida ao Povo de Deus, que lhe foi atribuindo vários significados e expressões exuberantes de piedade popular. De fato, quem está no centro da festa é Nosso Senhor; mas Nossa Senhora também é lembrada, com vários títulos: N.Sra. da Luz, das Candeias, da Candelária, dos Navegantes... E não é sem razão, pois ela que deu à luz, para este mundo, aquele que é a própria luz do mundo; ela leva Jesus ao templo e o apresenta ao sacerdote; é ela que introduz no templo aquele que é o Senhor do templo e que, de fato, é o verdadeiro e único templo de Deus entre os homens.

As exclamações do “justo e piedoso” Simeão, certamente, são a expressão melhor do significado, para nós, da apresentação de Jesus no templo. Ele toma o menino em seus braços e bendiz a Deus, porque vê cumprida nesse pequenino a promessa da salvação feita a seu povo! Cheio de consolação, ele diz que agora já pode morrer, pois viu o que esperava ver: o socorro de Deus, a luz que brilhou para o povo de Israel e para toda a humanidade. Ele reconhece no menino Jesus o enviado de Deus, o Redentor! Da mesma forma, a velha profetisa Ana reconhece no menino Jesus aquele que Deus havia prometido para redimir o seu povo.

Dos muitos aspectos bonitos desta festa, o simbolismo da luz talvez é o mais destacado. Por isso também se faz a bênção das velas e a procissão com a luz, como prevê o próprio rito da Liturgia. Não se trata, simplesmente, de benzer velas e de levá-las para casa, como objetos de devoção em si mesmas... Elas devem ser acesas, iluminar, manifestar a luz, significando a luz que Maria introduziu no mundo e levou ao templo; luz que é o próprio Cristo Jesus em quem nós cremos.