sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Cristãos afegãos desesperados são barrados no aeroporto, dizem grupos de ajuda



Com o tempo para resgatar civis que fogem do Talibã acabando, cristãos afegãos estão sendo barrados no aeroporto da capital Cabul, disseram representantes de organismos de ajuda à CNA, agência em inglês do grupo ACI.

“Meus contatos em vários grupos que trabalham no resgate dos que ainda estão em perigo no Afeganistão _que devem ficar anônimos_ dizem que o Departamento de Estado (dos EUA) não está seguindo as listas que pediu que as organizações compilassem _mesmo tendo elas mandado as listas várias vezes.” Disse Faith McDonnell, da Katartismos Global, organização anglicana com sede na Virginia, EUA. “Parece que, no momento, ninguém tem prioridade, a não ser que tenha algum tipo de conexão especial dentro do aeroporto”, disse ela.

“Várias organizações relataram que, mesmo que os aviões dessas organizações tenham listas de passageiros, o pessoal do aeroporto está embarcando pessoas diferentes das que estão na lista nos aviões que estão partindo”, disse McDonnell. “Outros relataram que, às vezes, uma agência do governo rejeita pessoas que outra agência do governo aprovou e tentou trazer ao aeroporto”.

Rondando a crise humanitária que se aprofunda, há um prazo que expira na sexta-feira para as operações de retirada de civis no aeroporto de Cabul, para abrir caminho para o transporte dos 5,4 mil militares que ainda estão no país e têm que sair até 31 de agosto, data estabelecida meses atrás pelo presidente americano, Joe Biden, para a completa retirada dos EUA do Afeganistão.

Segundo a Casa Branca, os Estados Unidos retiraram e facilitaram a retirada em voos militares de cerca de 87,9 mil pessoas do Afeganistão desde o fim de julho. Dezenas de milhares ainda tentam sair do país por Cabul nos próximos dias.

Somando-se à crescente ansiedade de cristãos e membros de outros grupos religiosos cuja fé põe sob risco de perseguição pelos radicais muçulmanos do Talibã, funcionários de organizações de ajuda disseram que a designação P-2 que determina prioridades na retirada não inclui cristãos ou ou membros de outras minorias religiosas. A designação dá prioridade a “mulheres em risco”, jornalistas, acadêmicos, pilotos, e “populações minoritárias”, entre outros.

A Comissão sobre Liberdade Religiosa dos EUA, uma comissão governamental bipartidária e independente, pediu na quarta-feira 25 de agosto que o governo americano amplie a designação para “incluir explicitamente as minorias religiosas afegãs, reconhecendo os graves riscos que eles já enfrentam, que só vão aumentar depois do fim da retirada dos EUA”, segundo Frederick Davie, membro da comissão.


Alejandro Bermudez, Shannon Mullen e Matt Hadro
Por: ACI Digital

Nenhum comentário:

Postar um comentário