terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Homilética: Solenidade do Natal do Senhor - Missa da Noite* (24 de dezembro): "A grandeza e a humildade do menino-rei".



“Anuncio-vos uma grande alegria (…): hoje, na cidade de Davi, nasceu – vos um Salvador, que é o Messias Senhor” (Lc 2, 10-11). Neste dia solene, ressoa o anúncio do Anjo que é um convite – dirigido também a nós, homens e mulheres do terceiro milênio – para acolher o Salvador. Que a humanidade atual não hesite em fazê- Lo entrar nas suas casas, nas cidades, nas nações e em qualquer ângulo da Terra! É verdade que nos últimos séculos, foram muitos os progressos realizados em campo técnico e científico; podemos hoje dispor de vastos recursos materiais. Mas, o homem da era tecnológica corre o risco de ser vítima dos próprios êxitos da sua inteligência e dos resultados das suas capacidades inventivas, caminha para uma atrofia espiritual, um vazio do coração. Por isso, é importante abrir a sua mente e o seu coração ao Natal de Cristo, acontecimento de salvação capaz de imprimir uma renovada esperança à existência de todo o ser humano.

“Desperta, ó homem! Por ti, Deus se fez homem” (Santo Agostinho). Ó homem moderno, adulto e todavia às vezes débil de pensamento e de vontade, deixa o Menino de Belém conduzir – te pela mão; não temas, confia n’Ele! Deus se fez homem por amor do homem!

Na primeira leitura, o profeta Isaías anuncia o nascimento de um menino que será o rei por meio do qual Deus realizará plenamente sua salvação nesta terra. Esse menino é, no evangelho, Jesus, que, na humildade de seu nascimento, revela a glória de Deus e eliminará a guerra, o ódio, o sofrimento e inaugurará uma era de alegria, de felicidade e de paz sem fim. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.

A segunda leitura apresenta as razões pelas quais devemos viver uma vida cristã autêntica e comprometida entre o nascimento e a vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos: porque Deus nos ama verdadeiramente; porque este mundo não é a nossa morada permanente e os valores deste mundo são passageiros; porque, comprometidos e identificados com Cristo, devemos realizar as obras d’Ele.

O Evangelho apresenta a realização da promessa profética: Jesus, o “menino de Belém”, é o Deus que vem ao encontro dos homens para lhes oferecer – sobretudo aos pobres e marginalizados – a salvação. A proposta que Ele traz não será uma proposta que Deus quer impor pela força; mas será uma proposta que Deus oferece ao homem com ternura e amor.

Jesus é “nosso grande Deus e Salvador”. Essa é uma das confissões de fé mais concisas e, simultaneamente, de mais ampla dimensão em todo o Novo Testamento. Ao mesmo tempo, esse Deus que vem na glória é “nossa bendita esperança” (v. 13; cf. 1Tm 1,1; Cl 1,27), pois não veio, em sua encarnação, para esmagar o pecador, mas para levá-lo à verdadeira vida. Entre o Natal e a parusia, o cristão é chamado a viver uma vida digna, insuflada e moldada pela graça de Deus que se oferece e já se realiza em nós e pela esperança da manifestação final do Senhor.

Programa Zorra Total da Rede Globo, ridiculariza aparições de Nossa Senhora de Fátima.


Mais uma vez um programa de TV ridiculariza um personagem sagrado para milhões de brasileiros. O humorístico Zorra Total, Rede Globo, exibiu uma série de três esquetes onde faz chacota das aparições de Nossa Senhora de Fátima, neste sábado, dia 19.

A Arquidiocese de São Paulo se pronunciou através de uma nota. “Maria, a mãe de Jesus, não é um mito nem uma lenda. Ela é pessoa real e histórica, a santa mãe de Jesus Cristo, a quem os cristãos reconhecem como seu Salvador; e reconhecem a ela como Mãe querida dos cristãos”, diz o trecho do texto que ainda afirma: “Ela é uma pessoa sagrada e não fica bem “fazer zorra” da mãe dos outros, nem das pessoas e coisas sagradas”.

A nota é encerrada com um taxativo versículo bíblico: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor seria amarrar-lhe uma pedra de moinho ao pescoço e jogar ao mar”. Mateus 18, 6


Os católicos estão reagindo através de duas formas. A primeira é promovendo boicotes públicos ou privados à emissora. O pároco da Paróquia de São Pedro e São Pedro, no Bairro do Quintino Cunha, em Fortaleza, reforçou nas três missas dominicais que os fiéis evitassem assistir a Globo.

Um Natal diferente 'pra valer'.


Todas as nações, quaisquer que sejam os povos e suas Religiões, todas as nações sonharam com uma 'idade de ouro' ou 'estação de felicidade', isto é, com um tempo e um lugar, em que todos os homens e mulheres, crianças, jovens, adultos e anciãos se sentiriam felizes e bem-aventurados, porque saciados e realizados plenamente. Mas entre todos os povos, os judeus sonharam com 'uma era messiânica', 'idade de ouro também', na realização de todas as promessas que Deus fez à humanidade decaída.

No começo da história, em cima da miséria, o homem e a mulher quiseram ser 'como deuses, conhecendo o bem e o mal (Gn 3,5). A terra, 'o Paraíso das delicias', pela opção absolutamente maluca de Adão e Eva, tornou-se 'terra maldita'... onde comerás o pão com o suor de teu rosto, até que voltes à terra donde vieste, pois és pó e em pó te hás de tornar (Gn 3, 17-19).

Isto, de fato, aconteceu, mas o Senhor e Pai das Misericórdias olhou bem mais alto, viu bem mais longe e fez com que eles vissem, na distância e no futuro do amanhã, o reencontro com a felicidade e com o amor que haviam perdido. Aqui está, pois, a Grande Promessa, a Grande Profecia, matriz e mãe de todas as outras profecias, que passou, através de todos os 73 ou 66 livros do Antigo e Novo Testamento, até chegar à 'plenitude dos tempos', como afirma São Paulo (Gl 4,4-7): 'Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus mandou Seu Filho, nascido de uma Mulher, a fim de remir todos os que estavam debaixo da Lei, para que recebessem a adoção de filhos e pudessem clamar 'Aba-Papai'.

Essa promessa passou de geração em geração. Já o Profeta Isaias declarou abertamente, visualizando a Grande Utopia (Is 11, 6-8; 65, 25): 'O lobo e o cordeiro morarão juntos, o leão e o boi comerão juntos, a pantera se deitará ao lado do cabrito, a vaca e o urso se confraternizarão e, mais ainda, o leão passará a comer palhas como o boi e uma criança brincará na toca da serpente...'.

Essa Utopia messiânica acontecerá com todos os que aceitarem Jesus, o Messias, o Deus-Conosco. Isto ainda não existe, de fato, totalmente, mas já existe realmente em todos os que acolheram Jesus, o Deus-Conosco, o Emanuel. 'A multidão era um só coração e uma só alma... Ninguém tinha nada e todos tinham tudo... Era grande a graça e a alegria... E todos viviam unidos e tinham tudo em comum... (At 4, 32-34; 2, 42-47). 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Papa indica "antibióticos" para combater doenças da Cúria


DISCURSO
Encontro do Papa Francisco com a Cúria Romana para as felicitações de Natal
Sala Clementina – Vaticano
Segunda-feira, 21 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs!

Com alegria, vos dirijo os meus votos mais cordiais de um santo Natal e feliz Ano Novo, que estendo a todos os colaboradores, aos Representantes Pontifícios e de modo particular àqueles que, tendo chegado à idade da reforma durante este ano, terminaram o seu serviço. Recordamos também as pessoas que foram chamadas à presença de Deus. Para vós todos e vossos familiares, a minha estima e gratidão.

No meu primeiro encontro convosco, em 2013, quis salientar dois aspectos importantes e inseparáveis do trabalho curial: o profissionalismo e o serviço, apontando a figura de São José como modelo a imitar. Ao passo que no ano passado, a fim de nos prepararmos para o sacramento da Reconciliação, abordámos algumas tentações e «doenças» – o «catálogo das doenças curiais» – que poderiam afectar cada cristão, cúria, comunidade, congregação, paróquia e movimento eclesial; doenças, que requerem prevenção, vigilância, cuidado e, em alguns casos infelizmente, intervenções dolorosas e prolongadas.

Algumas dessas doenças manifestaram-se no decurso deste ano, causando não pouco sofrimento a todo o corpo e ferindo muitas almas.

Forçoso é dizer que isto foi – e sê-lo-á sempre – objecto de sincera reflexão e de medidas decisivas. A reforma prosseguirá com determinação, lucidez e ardor, porque Ecclesia semper reformanda.

Entretanto nem as doenças nem mesmo os escândalos poderão esconder a eficiência dos serviços que a Cúria Romana presta ao Papa e à Igreja inteira, com desvelo, responsabilidade, empenho e dedicação, sendo isso motivo de verdadeira consolação. Santo Inácio ensinava que «é próprio do espírito mau vexar, contristar, colocar dificuldades e turbar com falsas razões, para impedir de avançar; ao contrário, é próprio do espírito bom dar coragem e energias, consolações e lágrimas, inspiração e serenidade, diminuindo e removendo qualquer dificuldade, para avançar no caminho do bem».[1]

Seria grande injustiça não expressar sentida gratidão e o devido encorajamento a todas as pessoas sãs e honestas que trabalham com dedicação, lealdade, fidelidade e profissionalismo, oferecendo à Igreja e ao Sucessor de Pedro o conforto da sua solidariedade e obediência bem como das suas generosas orações.

Além disso, as próprias resistências, fadigas e quedas das pessoas e dos ministros constituem lições e oportunidades de crescimento, e nunca de desânimo. São oportunidade para «voltar ao essencial», que significa avaliar a consciência que temos de nós mesmos, de Deus, do próximo, do sensus Ecclesiae e do sensus fidei.

É deste «voltar ao essencial» que vos quero falar hoje, nos inícios da peregrinação do Ano Santo da Misericórdia, aberto pela Igreja há poucos dias e que constitui para ela e para todos nós um forte apelo à gratidão, à conversão, à renovação, à penitência e à reconciliação.

Na realidade, segundo diz Santo Agostinho de Hipona, o Natal é a festa da Misericórdia infinita de Deus: «Podia haver, para infelizes como nós, maior misericórdia do que aquela que induziu o Criador do céu a descer do céu e o Criador da terra a revestir-se dum corpo mortal? Aquela mesma misericórdia induziu de tal modo o Senhor do mundo a revestir-Se da natureza de servo, que embora sendo pão tivesse fome, embora sendo a saciação tivesse sede, embora sendo a força Se tornasse fraco, embora sendo a salvação fosse ferido, embora sendo vida pudesse morrer. E tudo isto para saciar a nossa fome, aliviar a nossa secura, reforçar a nossa fraqueza, apagar a nossa iniquidade, acender a nossa caridade».[2]

Por isso, no contexto deste Ano da Misericórdia e da preparação para o santo Natal, já à porta, quero apresentar-vos um instrumento prático para se poder viver frutuosamente este tempo de graça. Trata-se de um não-exaustivo «catálogo das virtudes necessárias», para quem presta serviço na Cúria e para todos aqueles que querem tornar fecunda a sua consagração ou o seu serviço à Igreja.

Convido os Responsáveis dos Dicastérios e os Superiores a aprofundá-lo, enriquecê-lo e completá-lo. É um elenco em acróstico que toma por base de análise precisamente a palavra «misericórdia», fazendo dela o nosso guia e o nosso farol: 

Homilética: Solenidade do Natal do Senhor - Missa da Vigília* (24 de dezembro): "Hoje sabereis que o Senhor vem salvar-nos. Amanhã vereis a sua glória".




A glória de Deus se manifesta nesta noite Santa pelo nascimento do Salvador: “Magno cum gaudio Christum natum adoremus. Salvator noster, dilectissimi, natus est: gaudeamus”. Com Júbilo no coração adoremos Cristo nascido, com um novo cântico. Caríssimos, alegrai-vos pois, o nosso Salvador é Nascido! Celebração que pode ser de luz ou de trevas, de esperança ou de ilusão, de paz ou de conflito... Vai depender de com qual espírito estaremos revestidos. A festa automaticamente já acontece, por força de tradição. Para muita gente não passa disso: presentes, relacionamentos amistosos, votos, mesas fartas... É preciso abrir a mente e o coração para a graça, pois Deus está mandando seu próprio Filho para nos salvar. Será que vai haver lugar para o Menino nascer?

Hoje, na ceia do natal, nas grandes ou pequenas celebrações familiares, lembremo-nos de tantas pessoas cujo Natal reproduzirá o despojamento do Senhor em Belém, rezemos por elas e pensemos no que fazer para ajudar a esses nossos irmãos e irmãs necessitados.

Não quero estragar essa noite nem quero que tenhamos peso de consciência ao comermos o peru natalino e brindar com champanhe. Mas eu gostaria – isso sim – que não fôssemos superficiais nessa noite e percebêssemos que todo o nosso alvoroço frequentemente contrasta, e fortemente, com o acontecimento da gruta de Belém: Jesus, acompanhado da sua mãe e do seu pai adotivo, algumas ovelhas e vacas, a natureza silenciosa e… ninguém mais.

Assim, nesta Santa vigília, nos preparamos com grande alegria para esta notícia jubilosa: Jesus nasceu para nos salvar! Vamos nos centrar no principal do Natal: não as festas exteriores, mais a interioridade, a luminosidade que vem do Menino que é nos é dado, homem e Deus, em tudo igual a nós, exceto no pecado, com uma missão muito específica: apagar a mancha do antigo inimigo, o pecado original, e nos conceder a salvação eterna.

Reunidos nesta vigília, celebramos o mistério da encarnação do Filho do Altíssimo entre nós. Nosso olhar se volta para Belém, onde, numa manjedoura repousa o Menino Deus. O amor se fez criança, humilde e sereno. Nele está a plenitude da vida, nossa salvação. Hoje o presépio é o altar, pois nele repousa o Senhor que, na Eucaristia, se oferece a nós para nossa redenção. Bendizemos ao Pai que não hesitou em seu amor, oferecendo-nos seu Filho único, nascido de Maria, a Mãe do Redentor.   


A festividade do Natal, que enche sempre as nossas almas de alegria e comoção, recorda-nos que a Igreja, querida e fundada por Jesus, tem como finalidade o anúncio da Encarnação do Filho de Deus, que veio ao mundo para revelar a Verdade e salvar todos os homens. Alegremo-nos todos no Senhor, porque nasceu o nosso Salvador. Desceu hoje sobre nós a verdadeira paz.

Bênção da Árvore de Natal em família


Em muitas famílias, costuma-se colocar a árvore de Natal em um lugar visível da casa e enfeitá-la com luzes, estrelas e presentes. Mas, o que significa para um cristão preparar sua árvore? Conheça a mensagem que traz este símbolo e como abençoá-lo em família.

A ÁRVORE nos traz à memória a árvore do Paraíso (cf. Gn 2,9-17) de cujo fruto comeram Adão e Eva, desobedecendo a Deus. A árvore, então, nos lembra a origem de nossa desgraça: o pecado. Também nos recorda que o menino que vai nascer de Santa Maria é o Messias prometido que vem nos trazer o dom da reconciliação.

AS LUZES nos recordam que o Senhor Jesus é a luz do mundo que ilumina nossas vidas, nos tirando das trevas do pecado e nos guiando em nosso peregrinar para a Casa do Pai.

A ESTRELA. Em Belém, há mais de dois mil anos, uma estrela se deteve sobre o lugar onde estava o Menino Jesus, com Maria e José. Este acontecimento gerou uma grande alegria nos Reis Magos (Cf. Mt 2, 9-10), quando viram este sinal. Também hoje, uma estrela coroa nossa árvore nos recordando que o acontecimento do nascimento de Jesus trouxe a verdadeira alegria a nossas vidas.

OS PRESENTES colocados aos pés da árvore simbolizam aqueles dons com os quais os Reis Magos adoraram o Menino Deus. Além disso, recordam-nos que Deus Pai tanto amou o mundo que entregou (como um presente) seu único Filho para que todo o que Nele crer tenha vida eterna. 

O encontro entre Maria e Isabel


O evangelho de hoje é tirado de Lucas 1,39-45. Nele nós descobrimos que não é fácil nos convencermos de que o símbolo da aventura cristã é a cruz e que ela se desemboca na alegria.

A alegria que vem da cruz não é fruto da dispersão ou na dissipação, mas é construída com paciência, abrindo espaço para presença de Deus na nossa vida, em família, nos lugares e com as pessoas com as quais compartilhamos o nosso dia a dia.

A alegria tem suas raízes no fundo da nossa existência na medida em que Cristo, em vez de vir até nós com doutrinas e mandamentos, se torna nosso hóspede e amigo de todas as horas.

Com ele se vive, com ele se sofre, com ele se fala, com ele se buscam soluções para todos os problemas da vida, da família, do crescimento dos filhos, da relação com a esposa, o marido.

Todos eles se fazem portadores de alegria na consciência de que o Cristo que procuramos e queremos já está em nós, em nosso coração e nos tornamos, através do serviço ao outro, como Maria, testemunhas da história que Deus vai tecendo através de nós.

É isso que nós podemos ver no encontro de duas mulheres que estão grávidas sem que isso fosse possível. De um lado, Isabel, idosa e estéril; e, de outro, Maria, jovem e virgem.

A idosa representando o Antigo Testamento se será a mãe do último profeta da Antiga Aliança. A jovem virgem representando o Novo Testamento se tornará a mãe daquele que no seu sangue selará a Nova e Eterna Aliança entre Deus e os homens. 

domingo, 20 de dezembro de 2015

Homilia do Papa na abertura da Porta Santa na Basílica de São João de Latrão


JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
SANTA MISSA E ABERTURA DA PORTA SANTA 
BASÍLICA DE S. JOÃO DE LATRÃO

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Domingo, 13 de Dezembro de 2015
III Domingo de Advento


O convite dirigido pelo profeta à antiga cidade de Jerusalém, hoje é endereçado também a toda a Igreja e a cada um de nós: «Rejubila-te... exulta!» (Sf 3, 14). O motivo da alegria é expresso com palavras que infundem esperança, e permitem olhar para o futuro com serenidade. O Senhor revogou qualquer condenação e decidiu viver no meio de nós.

Este terceiro domingo de Advento atrai o nosso olhar para o Natal já próximo. Não podemos deixar que o cansaço se apodere de nós; não nos é permitida qualquer forma de tristeza, mesmo se tivéssemos motivos devido às numerosas preocupações e às várias formas de violência que ferem esta nossa humanidade. Porém, a vinda do Senhor deve encher o nosso coração de alegria. O profeta, que traz inscrito no seu próprio nome — Sofonias — o conteúdo do seu anúncio, abre o nosso coração à confiança: «Deus protege» o seu povo. Num contexto histórico de grandes iniquidades e violências, praticadas sobretudo por homens de poder, Deus anuncia que Ele próprio reinará sobre o seu povo, que nunca mais o deixará à mercê da arrogância dos seus governantes, e que o libertará de qualquer angústia. Hoje é-nos pedido que «não se enfraqueçam os nossos braços» (cf. Sf 3, 16) por causa da dúvida, da impaciência ou do sofrimento.

O apóstolo Paulo retoma com força o ensinamento do profeta Sofonias e reafirma-o: «O Senhor está próximo» (Fl 4, 5). Por esta razão, devemos rejubilar-nos sempre e com a nossa afabilidade dar a todos testemunho da proximidade e do cuidado que Deus tem por cada pessoa. 

Papa nos convida a ver o Natal nos outros, na história e na Igreja


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 20 de dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo do Advento coloca em evidência a figura de Maria. A vemos quando, logo após a concepção na fé do Filho de Deus, enfrenta a longa jornada de Nazaré da Galiléia para as montanhas da Judéia para visitar e ajudar Isabel. O anjo Gabriel lhe havia dito que sua parente idosa, que não tinha filhos, estava no sexto mês de gestação (cf. Lc 1,26.36). Por isso, Nossa Senhora que carrega um dom e um mistério ainda maior, vai visitar Isabel e permanece com ela por três meses. No encontro entre as duas mulheres – imaginem - : uma anciã e a outra jovem; é a jovem, Maria, que primeiro cumprimenta. O Evangelho diz: "entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel" (Lc 1,40). Após a saudação, Isabel sentiu-se envolvida por uma grande surpresa - não se esqueçam desta palavra: surpresa. Isabel se sente envolvida por uma grande surpresa que ressoa em suas palavras: "A que devo a honra que a mãe do meu Senhor venha me visitar?" (V. 43). E elas se abraçam, se beijam, alegres estão estas duas mulheres: a anciã e a jovem, ambas grávidas.

Para celebrar o Natal de uma forma profícua, somos convidados a deter-nos sobre os "lugares" da surpresa. E quais são esses lugares de surpresa na vida cotidiana? São três. O primeiro lugar é o outro, no qual reconhecer o irmão, porque desde que aconteceu o Natal de Jesus, cada rosto assemelha-se ao Filho de Deus. Sobretudo quando é o rosto do pobre, porque Deus entrou no mundo pobre e para os pobres, as antes, deixou-se aproximar.

Outro lugar de surpresa em que, se olharmos com fé o encontraremos, o segundo, é a história. Tantas vezes nós pensamos que estamos olhando de modo correto, mas, em vez disso, corremos o risco de ver às avessas. Isso acontece, por exemplo, quando nos parece determinada pela economia de mercado, regulada pelas finanças e pelos negócios, dominada pelos poderosos. O Deus do Natal é sim um Deus que "baralha as cartas": Ele gosta! Como canta Maria no Magnificat, é o Senhor que depõe os poderosos de seus tronos e eleva os humildes, enche de bens os famintos com manda embora os ricos de mãos vazias (Lc 1,52-53). Esta é a segunda surpresa, a surpresa da história.

O terceiro lugar de surpresa é a Igreja: enxerga-la com a surpresa da fé significa não limitar-se a considerá-la apenas como uma instituição religiosa, mas senti-la como mãe que, embora com manchas e rugas - temos tantas! – deixa transparecer os traços da esposa amada e purificada por Cristo Senhor. Uma Igreja capaz de reconhecer os vários sinais do amor fiel que Deus continuamente lhe envia. Uma Igreja para a qual o Senhor Jesus nunca será uma posse a defender com ciúme: aqueles que fazem isso, erram; mas Aquele que vai ao encontro e sabe esperar com confiança e alegria, dando voz à esperança do mundo. A Igreja que chama o Senhor: "Vem Senhor Jesus!". A Igreja mãe que sempre tem as portas abertas e os braços abertos para acolher a todos. A Igreja mãe que tem sempre as portas abertas e os braçps abertos para acolher a todos. A Igreja mãe que sai das próprias portas para procurar com sorriso de mãe todos os longínquos e levá-los à misericórdia de Deus. É esta a surpresa do Natal!

No Natal, Deus nos dá tudo de si, dando-nos seu o seu Filho, o Único, que é toda a sua alegria. E somente com o coração de Maria, a humilde e pobre filha de Sião, que tornou-se a Mãe do Filho do Altíssimo, é possível exultar e alegrar-se pelo grande dom de Deus e pela sua surpresa imprevisível. Que ela nos ajude a ter a percepção da surpresa - estes três lugares de surpresa: o outro, a história e a Igreja - para o nascimento de Jesus, o dom dos dons, o dom imerecido que nos traz a salvação. O encontro com Jesus também nos fará sentir esta grande surpresa. Mas não podemos ter esta surpresa, não podemos encontrar Jesus se, não O encontramos nos outros, na história e na Igreja.

(Apelo) 

Homilia do Papa Francisco na Missa em honra a Nossa Senhora de Guadalupe


SANTA MISSA POR OCASIÃO DA FESTIVIDADE DE 
NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Basílica Vaticana
Sábado, 12 de Dezembro de 2015


«O Senhor teu Deus está no meio de ti [...]. Ele exultará de alegria por causa de ti; Ele te renovará pelo seu amor; Ele dançará por ti com gritos de júbilo» (Sf 3, 17-18).

Estas palavras do profeta Sofonias, destinadas a Israel, podem ser dirigidas também à nossa Mãe, a Virgem Maria, à Igreja e a cada um de nós, à nossa alma amada por Deus com amor misericordioso. Sim, Deus ama-nos a ponto de se alegrar e rejubilar juntamente connosco. Ama-nos com um amor gratuito, ilimitado, sem nada esperar em troca. Ele não gosta do pelagianismo. Este amor misericordioso é o atributo mais surpreendente de Deus, a síntese na qual está resumida a mensagem evangélica, a fé da Igreja.

A palavra «misericórdia» é composta por dois vocábulos: miséria e coração. O coração indica a capacidade de amar; a misericórdia é o amor que abarca a miséria da pessoa. É um amor que «sente» a nossa indigência como se fosse sua, com a finalidade de nos libertar dela. «Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho para expiar os nossos pecados» (1 Jo 4, 10). «A Palavra fez-se carne» — a Deus não agrada nem sequer o gnosticismo — e quis compartilhar todas as nossas fragilidades; desejou experimentar a nossa condição humana, a ponto de assumir com a Cruz toda a dor da existência humana. Esta é a profundidade da sua compaixão e da sua misericórdia: humilhar-se para se transformar em companhia e serviço à humanidade ferida. Nenhum pecado pode anular a sua proximidade misericordiosa, nem pode impedi-lo de praticar a sua graça de conversão, sob a condição de que a invoquemos. Aliás, é o próprio pecado que faz resplandecer com maior força o amor de Deus Pai que, para resgatar o escravo, sacrificou o seu próprio Filho. Esta misericórdia de Deus alcança-nos mediante o dom do Espírito Santo, que no Baptismo torna possível, gera e alimenta a nova vida dos seus discípulos. Por muito grandes e graves que sejam os pecados do mundo, o Espírito que renova a face da terra torna possível o milagre de uma vida mais humana, repleta de alegria e de esperança.

E também nós clamamos com alegria: «O Senhor é o meu Deus, o meu Salvador!». «O Senhor está próximo!», é o que nos diz o apóstolo Paulo; nada nos deve angustiar, Ele está próximo. E não está sozinho, mas com a sua Mãe. Ela dizia a são João Diogo: «Por que tens medo? Não estou porventura aqui Eu, que sou a tua Mãe?». Ele e a sua Mãe estão próximos! A maior misericórdia reside no seu estar no meio de nós, na sua presença e companhia. Caminha ao nosso lado, mostra-nos a senda do amor, levanta-nos quando caímos — e com quanta ternura o faz! — sustenta-nos nas nossas dificuldades, acompanha-nos em todas as circunstâncias da nossa existência. Abre os nossos olhos para que vejamos as misérias, nossas e do mundo, mas ao mesmo tempo enche-nos de esperança. «E a paz de Deus [...] haverá de guardar os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus» (Fl 4, 7), diz-nos Paulo. Esta é a fonte da nossa vida pacificada e feliz. Nada nem ninguém pode privar-nos desta paz e felicidade, não obstante os sofrimentos e as provações da vida. Com a sua ternura, o Senhor abre-nos o seu Coração, oferece-nos o seu amor. O Senhor é alérgico à rigidez! Cultivemos esta experiência de misericórdia, de paz e de esperança, durante o caminho de Advento que percorremos e na luz do Ano jubilar. Anunciar a Boa Nova aos pobres, como João Baptista, realizando obras de misericórdia, é um bom modo de esperar a vinda de Jesus na Natividade. Devemos imitar Aquele que doou tudo, que se entregou inteiramente. Nisto consiste a sua misericórdia, que nada espera em troca. 

O Senhor vem!


O Advento é o tempo durante o qual os cristãos são orientados a refletir sobre o modo como Deus se encarna na história humana. 

Durante as semanas que compõem este tempo, é considerado todo o mistério da vinda do Senhor até a sua conclusão. Há uma nota que perpassa todo o tempo: o Senhor vem! Deus entra na história! Entra na história para manifestar a sua misericórdia e salvar ‘todo homem de boa vontade’. 

Deus quer salvar seu povo. A história é o lugar da realização das promessas de Deus e está voltada para o ‘dia do Senhor’. Por isso, os fiéis, peregrinando no tempo, vivem a tensão entre o ‘já’ da salvação realizada em Cristo e o ‘ainda não’ da sua realização em nós, na expectativa da manifestação gloriosa do Senhor, justo juiz e salvador.

Neste tempo, a comunidade de fé é exortada a cultivar a atitude da espera vigilante e jubilosa. Espera da realização das promessas divinas. E Deus é fiel! A comunidade vive esta espera na vigilância e na alegria. Portanto, durante o Advento, vivemos, de forma ainda mais vigorosa, o dom da esperança: o Senhor virá!

Ao viver a esperança, o fiel é também questionado. A vinda do Senhor pressupõe atitude de vigilância e atenção; requer a superação do comodismo e da indiferença; exige conversão! A comunidade de fé é assim orientada a cultivar a atitude característica dos “pobres de Jahwé”: a mansidão, a humildade, a disponibilidade, a simplicidade de coração. 

Preparamo-nos para, ainda uma vez, celebrar a grandeza do mistério do Deus que, em Jesus, se faz criança na gruta de Belém. Jesus, na pobreza de uma gruta, nos revela o mistério de um Deus-Misericórdia! O próprio Jesus reconhece que esse mistério ‘é revelado não aos sábios e entendidos, mas aos pequeninos’, aos mansos e humildes; e louva por isso o Pai! Só os que têm o coração como os pequeninos são capazes de receber a revelação do Deus-Misericórdia. Só o coração humilde e manso sente a necessidade de se aproximar do presépio, de inclinar a cabeça, dobrar os joelhos e contemplar. Ao contemplar, reza e adora; dispõe-se à aventura do Deus que se doa sem reservas, sem limites! 

Muito já se escreveu sobre esse mistério! A arte buscou e busca representar o evento de inumeráveis formas. Entretanto, é dobrando os joelhos, em atitude de humildade e simplicidade, de prece e adoração, que o ser humano de todos os tempos pode, talvez, intuir e adorar, perceber e rezar! Pode-se dizer tanto sobre a encarnação do Deus-Misericórdia, mas tal não é sinônimo de compreensão. Há sempre os que se consideram sabedores do fato e, por isso, nada mais os surpreende! O Papa Francisco continuamente pede que nos ‘deixemos surpreender por Deus’. 

Natal: a ternura de Deus nos abraça!


Dentro de mais alguns dias, os sinos das igrejas estarão anunciando o nascimento do menino Jesus. Dessa forma irão repetir o anúncio feito pelo anjo do Senhor na noite do nascimento do filho de Maria, numa pequena gruta nos arredores de Belém: “Trago para vocês uma alegre notícia: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11).

Na preparação para o Natal, em sintonia com o Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, fomos motivados a nos deixarmos tocar pela ternura de Deus que deseja nos abraçar. Esta ternura se manifestou na visita do anjo a Maria e na visita de Maria a Isabel. E se manifestou, sobretudo, no nascimento do Menino Jesus, através dos atos da sua vida terrena e no momento em que, pregado na cruz, rezou: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).

Com as missas de Natal, a Igreja no Brasil também dará por encerrado o Ano da Paz. No dizer do nosso Papa, “as muitas luzes, enfeites, árvores luminosas e até presépios, são pura maquiagem se não vierem acompanhadas de gestos e atitudes de paz”. Por isso, renovo o convite a aproveitarmos as festividades do Natal para promovermos a paz na família, na comunidade e também na sociedade. Deixemo-nos tocar pelo canto da paz entoado pelos anjos na noite do nascimento de Jesus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14). 

Uma das condições da paz é o perdão. Por isso, é impossível celebrar o Natal quando se tem ódio no coração ou se não formos capazes de perdoar aos que nos magoaram. Diz o Papa que “o perdão das ofensas é um imperativo de que não podemos prescindir”. E, mais: “deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz”.  

É permitido gravar o leitor fazendo a leitura e projetá-lo depois durante a missa?



Eu recebi este e-mail com esta dúvida e eis a resposta:

Olá José. É absolutamente errado este proceder na liturgia. A leitura da missa se faz no momento da liturgia da Palavra que constitui um dos ritos da missa que está acontecendo em um lugar físico específico, possui um celebrante e uma assembleia reais. É parte integrante, essencial, da santa missa. Ter um leitor fazendo a leitura gravada e projetada num telão é erro grave. Quando não há leitores na missa é obrigação do sacerdote fazer a leitura. Pelo que percebi na pergunta era uma missa bem frequentada, portanto, nada justifica esta ação. Penso que o intuito era valorizar a pessoa que leu. No entanto, se ela não pôde se integrar na assembleia litúrgica, sua participação na liturgia também não tem sentido algum, muito menos para prestar-lhe uma homenagem projetando-a num telão fazendo uma leitura. Seria preferível fazer uma homenagem a esta pessoa noutro momento, até mesmo no tal encontro, menos na santa missa. Seria menos vergonhoso para quem preparou a liturgia.

Espero ter ajudado a sanar a dúvida.

Em Cristo

Pe Luis Fernando
padre da Diocese de Itumbiara. Cursou Filosofia no Instituto Dom Jaime Collins e Teologia no Instituto Santa Cruz em Goiânia. É Secretário do Conselho Presbiteral da Diocese de Itumbiara, Coordenador Regional de Pastoral e Promotor Vocacional Diocesano.
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Blog do Padre Luis Fernando

sábado, 19 de dezembro de 2015

Pergaminhos com bênção papal são adquiridos somente na Esmolaria Apostólica, esclarece Santa Sé


Os pergaminhos com as bênçãos papais são emitidos somente pela Esmolaria Apostólica Vaticana, recordou a Santa Sé a fim de evitar que os fiéis sejam enganados por pessoas inescrupulosas, logo depois que a Delegacia vaticana e a Polícia vaticana confiscaram cerca de 3.500 documentos falsos que seriam vendidos por um total de 70.000 euros.

“Os pergaminhos com as bênçãos apostólicas são emitidos somente pela Esmolaria Apostólica, o escritório da Santa Sé que tem a missão de realizar a caridade para os pobres em nome do Pontífice. Todos os recursos da Esmolaria Apostólica, sobretudo as ofertas pagas pela emissão dos certificados das bênçãos, são totalmente usados para as obras de caridade do Santo Padre”, assinalou ontem, 16, através da Rádio Vaticano.

Os papéis falsos foram vendidos aos peregrinos, aproveitando o Jubileu da Misericórdia inaugurado no dia 8 de dezembro deste ano.

Foram descobertos em um comércio próximo à Praça de São Pedro. O responsável pela fraude foi denunciado por produção e comércio de objetos falsificados.

Para obter a Bênção Apostólica em pergaminho oficial, é necessário dirigir-se pessoalmente “aos escritórios da Esmolaria Apostólica dentro da Cidade do Vaticano”.

“Também é possível fazer os pedidos pelo correio, escrevendo para: Elemosineria Apostólica, Ufficio Pergamene, Città del Vaticano – 00120, ou pelo fax +39 0669883132.

As pessoas que desejam o pergaminho, devem preencher um formulário que pode ser baixado na página da Esmolaria. 

Preparemo-nos para o Natal sem separar o que é divino do que é humano


O Tempo do Advento vivido pela Igreja e oferecido ao mundo como apelo à conversão é cheio de ensinamentos, correspondentes às realidades de nossa fé. Séculos se passaram, gerações e gerações de homens e mulheres plantaram e alimentaram a esperança, aguardando o cumprimento das promessas de Deus. Os profetas foram arautos da benevolência de Deus, cujo carinho e cuidado se refletia na atenção com aquele povo limitado e ao mesmo tempo teimoso na expectativa da realização dos planos de Deus.

Os tempos amadureceram e Deus realizou suas promessas, de forma surpreendente para todos os atores envolvidos na magnífica trama, cujas cenas se repetem diante dos olhos do mundo, nos presépios, pinturas, filmes, encenações teatrais, todas tentativas justificadas de uma aproximação ao mistério, que supera continuamente os nossos esforços. Por mais que nos empenhemos em penetrar nas páginas dos evangelhos, sempre estas nos superarão, pois se trata de realidades pensadas desde toda a eternidade. Possuí-las completamente seria pretender-nos maiores do que o próprio Deus. Surpresas fazem parte da revelação, processo que se completou com o final da era apostólica, mas se torna dom para cada pessoa de fé. A nós, na presente geração, cabe a abertura ao mistério, deixar que o coração se abra à perene novidade de Deus. Ninguém pretenda que a Bíblia esteja fechada, mas acolha continuamente a beleza do que Deus pode e quer oferecer-nos. Basta começar a aventura que começa com a profissão de fé no amor eterno de Deus.

A plenitude dos tempos aconteceu com a vinda do Salvador do mundo, nascido de uma mulher, como ensina o Apóstolo São Paulo: “Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos” (Gl 4, 4-5). Não é que os tempos amadureceram por si, mas o amor de Deus os fez completos, quando enviou o seu Filho ao mundo. A mulher que participou de perto, em nosso nome, da realização do mistério, é a Virgem Maria. Sua aventura pessoal foi de extrema simplicidade e, por isso mesmo, decisiva profundidade! Recebeu um anúncio, cujos detalhes certamente superam a aproximação da narrativa evangélica, especialmente nos descritos de São Lucas. Acredita-se que este evangelista tenha estado bem perto de Maria, com a qual teria dialogado, para descobrir coisas que só podiam vir das fímbrias do coração da Mãe.

Algumas atitudes de Maria nos fazem entrever a grandeza do mistério. Sua humanidade tinha sido muito preservada, certamente pela formação recebida de seus pais, Joaquim e Ana. Seu modo de agir e o canto do Magnificat revelam uma alma aberta para Deus, pronta para dar a grande resposta, em nome de todos os homens e mulheres, carentes da salvação que vem do alto. A viagem às montanhas de Judá foi feita com a presteza de quem se dispõe a servir e fazer o bem. Os três meses passados com Isabel, na preparação próxima do nascimento de João Batista foram vividos na dedicação, orvalhados de oração e diálogo, partilha sincera a respeito da obra realizada por Deus na alma daquelas duas mulheres, gerações diversas que se faziam uma coisa só, ligadas pelos laços do mistério.

Terceira Pregação do Advento 2015: "Maria no Mistério de Cristo e da Igreja".


MARIA NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA


1. A mariologia da Lumen Gentium

O objeto desta última meditação de Advento é o capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado "A Bem-Aventurada Virgem Maria, no mistério de Cristo e da Igreja". Ouçamos de novo o que o Concílio fala a este respeito:

"A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça[1]".

Junto com o título Mãe de Deus e dos crentes, a outra categoria fundamental que o Concílio usa para ilustrar o papel de Maria, é a de modelo, ou de figura:

“Pelo dom e missão da maternidade divina, que a une a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a Virgem intimamente ligada, à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já ensinava S. Ambrósio[2]".

A maior novidade do tratado conciliar sobre Nossa Senhora consiste, como se sabe, justamente no lugar em que foi colocado, ou seja, na constituição sobre a Igreja. Com isso o Concílio – não sem sofrimentos e lágrimas – operava uma profunda renovação da mariologia, em comparação com os últimos séculos[3]. O discurso sobre Maria não é independente, como se ela ocupasse um lugar intermédio entre Cristo e a Igreja, mas recolocado, como tinha sido na época dos Padres, no âmbito da Igreja. Maria é vista, como dizia Santo Agostinho, como o membro mais excelente da Igreja, mas um membro dela, não fora, ou acima dela:

"Santa é Maria, bem-aventurada é Maria, porém, mais importante que a Virgem Maria é a Igreja. Por quê? Porque Maria é uma parte da Igreja, um membro santo, excelente, superior a todos os demais, contudo, é um membro de todo o corpo. Se é um membro de todo o corpo, sem dúvida, mais importante que um membro é o corpo[4]”.

As duas realidades iluminam-se mutuamente. Se, de fato, o discurso sobre a Igreja ilumina o que é Maria, o discurso sobre Maria ilumina o que é a Igreja, ou seja, “corpo de Cristo” e, como tal, “quase que uma extensão da encarnação do Verbo”. São João Paulo II destaca isso na sua encíclica Redemptoris Mater: “Apresentando Maria no mistério de Cristo, o Concílio Vaticano II encontra também o caminho para aprofundar o conhecimento do mistério da Igreja[5]”.

Outra novidade da mariologia do Concílio é a insistência na fé de Maria[6], um tema também retomado e desenvolvido por João Paulo II que o faz tema central da sua encíclica mariana "Redemptoris Mater[7]". É um retorno à mariologia dos Padres que, mais do que sobre os privilégios da Virgem, apela à sua fé, como contribuição pessoal de Maria no mistério da salvação. Também aqui se nota a influência de Santo Agostinho:

"Ora, até a própria bem-aventurada Virgem Maria, ao crer, concebeu a quem deu à luz crendo...Depois que o anjo falou, ela, cheia de fé (fide plena), concebendo a Cristo antes no coração que no ventre, respondeu: Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra[8]”. 

Segunda Pregação do Advento 2015: "O chamado universal dos cristãos à santidade"


O CHAMADO UNIVERSAL DOS CRISTÃOS À SANTIDADE

Há poucos dias comemoramos o quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II e entramos no ano jubilar da misericórdia, pelo qual, Santo Padre, somos-lhe muito gratos. Devemos dizer que não é nem um pouco arbitrária a ligação existente entre o tema da misericórdia e o concílio vaticano II. No discurso de abertura, no dia 11 de outubro de 1962, São João XXIII indicou na misericórdia a novidade e o estilo do concílio:

“Sempre, escrevia, a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes, também, condenou-os com a máxima severidade. Agora, porém, a Esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia, mais do que o da severidade”[1]

Em certo sentido, à distância de meio século, o ano da misericórdia celebra a fidelidade da Igreja àquela sua promessa. Às vezes, surge a pergunta de se insistir muito na misericórdia não é correr o risco de se esquecer o outro atributo de Deus que é a justiça. Mas, a justiça de Deus, não só não contradiz a sua misericórdia, mas consiste justamente nessa! Deus se faz justiça, fazendo misericórdia. Deus é amor; por isso faz justiça a si mesmo – ou seja, se demonstra verdadeiramente por aquilo que é – quando faz misericórdia. Bem antes de Lutero Santo Agostinho tinha escrito: ‘A justiça de Deus’ é aquela, pela qual, por sua graça, Deus nos torna justos, exatamente como ‘a salvação do Senhor’ (salus Domini) (Sl 3, 9) é aquela, pela qual, Deus nos salva[2]”.

Isso não esgota todos os sentidos da expressão “justiça de Deus”, mas é certamente o significado principal dela. Um dia existirá, também, uma justiça de Deus retributiva, que dará a cada um de acordo com os próprios méritos (cf Rom 2, 5-10); mas, não é dessa que o Apóstolo fala quando diz: “Agora se manifestou a justiça de Deus” (Rom 3, 21). Aquela é um evento futuro, esta um evento presente. Em outro lugar o próprio apóstolo explica assim: “Quando se manifestou a bondade de Deus e o seu amor pelos homens, ele nos salvou, não em virtude de obras de justiça realizadas, mas pela sua misericórdia” (Tt 3, 4-5). 

1. “Sejam santos porque eu, vosso Deus, sou santo”

O tema desta meditação é o capítulo V da Lumen gentium, intitulado “A vocação universal à santidade na Igreja”. Nas histórias do Concílio este capítulo só é lembrado por uma questão, digamos, de redação. Os vários Padres conciliares, membros de ordens religiosas, pediram com insistência que fosse dedicado um tratado a parte sobre a presença dos religiosos na Igreja, como tinha sido feito para os leigos. Foi assim que aquilo que tinha sido lembrado até então como um capítulo unicamente relacionado à santidade de todos os membros da Igreja, foi dividido em dois capítulos, dos quais o segundo (VI da LG), dedicado especificamente aos religiosos[3].

O chamado à santidade foi formulado desde o início com estas palavras:

“Por isso, todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo: «esta é a vontade de Deus, a vossa santificação»” (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4)[4].

Este chamado à santidade é o ponto mais necessário e urgente do concílio. Sem isso, todos os outros requisitos são impossíveis ou inúteis. De fato, normalmente, isso é deixado de lado porque só Deus e a consciência que a exigem e pedem, e não as pressões ou interesses de grupos humanos particulares da Igreja. Às vezes, parece que em certos ambientes e em certas famílias religiosas, depois do concílio, focaram mais no compromisso de “fazer os santos” do que no de “fazer-se santos”, ou seja, mais esforço para levar aos altares os próprios fundadores ou correligionários do que em imitar os exemplos e as virtudes.

A primeira coisa que deve ser feita, quando se fala de santidade, é libertar esta palavra da submissão e do medo que dá, por causa de certas deturpações que fizeram dela. A santidade pode acarretar fenômenos e provas extraordinárias, mas não se identifica com essas coisas. Se todos são chamados à santidade, é porque, devidamente compreendida, ela está ao alcance de todos, faz parte da normalidade da vida cristã. Os santos são como as flores: não existem só aqueles que são colocados no altar. Quantos deles desabrocham e morrem escondidos, depois de terem lançado silenciosamente seu perfume no ambiente! Quantas dessas flores escondidas floresceram e florescem continuamente na Igreja

A motivação de fundo da santidade é clara desde o início e é que Deus é santo: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19, 2). A santidade é a síntese, na Bíblia, de todos os atributos de Deus. Isaías chama Deus de "o Santo de Israel", aquele que Israel conheceu como o Santo. “Santo, santo, santo”, Qadosh, qadosh, qadosh, é o grito que acompanha a manifestação de Deus no momento do seu chamado (Is 6, 3). Maria reflete fielmente essa ideia de Deus dos profetas e dos Salmos, quando exclama no Magnificat: "Santo é o seu nome".

Quanto ao conteúdo da ideia de santidade, o termo bíblico qadosh sugere a ideia de separação, de diversidade. Deus é santo porque é o totalmente outro com relação a tudo o que o homem pode pensar, dizer ou fazer. É absoluto, no sentido etimológico de ab-solutus, solto de tudo e à parte. É o transcendente, no sentido de que está por acima de todas as nossas categorias. Tudo isso no sentido moral, antes mesmo que metafísico; diz respeito ao atuar de Deus e não só ao seu ser. Na Escritura define-se como “santos” principalmente os juízos de Deus, as suas obras e os seus caminhos[5].

Contudo, santo não é um conceito principalmente negativo, que indica separação, ausência de mal e de mistura em Deus; é um conceito sumamente positivo. Indica uma “pura plenitude”. Em nós, a “plenitude” nunca se mistura totalmente com a “pureza”. Sempre conquistamos a nossa pureza, purificando-nos e tirando o mal das nossas ações (Is 1, 16). Em Deus não; pureza e plenitude coexistem e constituem juntas a suma simplicidade de Deus. A Bíblia expressa perfeitamente esta ideia de santidade quando fala que a Deus "nada pode ser acrescentado e nada tirado" (Sir 42, 21). Em quanto suma pureza, nada lhe deve ser tirado; em quanto suma plenitude, nada lhe pode ser acrescentado.

Quando se procura entender como o homem entra na esfera da santidade de Deus e o que significa ser santo, logo prevalece, no Antigo Testamento, a ideia ritualística. Os trâmites da santidade de Deus são objetos, lugares, ritos, prescrições. Seções inteiras do Êxodo e do Levítico se intitulam “códigos de santidade” ou “lei de santidade”. A santidade está contida em um código de leis. É tal esta santidade que é profanada se alguém se aproxima do altar com uma deformidade física ou depois de ter tocado num animal imundo: "santificai-vos e sede santos ..., não se contaminem com qualquer um destes animais" (Lv 11, 44; 21, 23).

É possível ler diferentes vozes nos profetas e nos salmos. À pergunta; “Quem subirá o monte do Senhor, quem entrará em sua santa habitação?”, ou: “Quem dentre nós pode habitar com um fogo abrasador?", responde-se com indicações requintadamente morais: "Quem tem mãos puras e inocente coração”, e “quem caminha na justiça e fala com lealdade” (cf. Sl 24, 3; Is 33, 14 s.). São vozes sublimes que, porém, permanecem isoladas. Ainda no tempo de Jesus, nos fariseus e em Qumram prevalece a ideia de que a santidade e a justiça consistem na pureza ritual e na observância de certos preceitos, especialmente o do Sábado, embora se, na teoria, ninguém esquece que o primeiro e maior mandamento é o do amor a Deus e ao próximo. 

O que torna uma ação boa ou má?


O homem alcança o seu destino imortal e a salvação eterna fazendo o bem e evitando o mal.

Jesus disse: Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14, 15). É fácil estabelecer o princípio geral de que é preciso fazer o bem e evitar o mal; mas não é fácil saber – em cada circunstância, aqui, agora – o que é bom e o que é mau.

Há princípios básicos de moral cristã com os quais todos os católicos devem estar familiarizados. Dentre eles, um dos primeiríssimos é este: para que qualquer ação possa ser qualificada moralmente, tem de ser consciente, humana. Um ato humano procede do conhecimento e do livre arbítrio; se faltarem a liberdade ou o conhecimento devidos, o ato não é completamente humano e, portanto, não é completamente moral. Assim, a digestão, o crescimento, o movimento do sangue nas veias, etc., uma vez que não estão sob o controle da nossa vontade, não podem de forma alguma ser chamados de atos morais. São atos da pessoa humana, mas não podem ser considerados “atos humanos”.

Um ato inteiramente humano, ou seja, um ato que procede do conhecimento e do livre arbítrio, pode ser moralmente bom ou moralmente mau. Como podemos fazer a distinção? Baseados em uma experiência de séculos, os teólogos chegaram à conclusão de que há três determinantes para a qualidade moral das nossas ações: o objeto, o fim ou a intenção, e as circunstâncias. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Diocese chega a conclusão sobre caso de “hóstia que sangra” nos Estados Unidos


A Diocese do Salt Lake City (Estados Unidos) publicou recentemente o resultado de sua investigação no caso de um suposto milagre eucarístico com uma “hóstia que sangra” em uma igreja local.

Segundo o relatório, a cor vermelha foi devido ao mofo de pão e não a um milagre.

A Diocese norte-americana mencionou o caráter milagroso de cada Missa e sublinhou a necessidade de que os católicos evitem especulações sobre supostos milagres.

Em um comunicado publicado pela Diocese no dia 16 de dezembro, Dom Francis Mannion – sacerdote encarregado do comitê ad hoc para a investigação do suposto milagre – explicou que “na história da Igreja, pela Divina Providência, aconteceram milagres. O único propósito de um milagre é obter um bem”.

Entretanto, assinalou que “falsas alegações de milagres, por outro lado, causam danos aos fiéis e danificam a credibilidade da Igreja”, e pediu aos leigos e sacerdotes “agirem com grande prudência” e evitar “tirar conclusões imediatas”.

“Os católicos devem usar este tempo para renovar sua fé e devoção no grande milagre da Real Presença que se dá em cada Eucaristia”, disse. 

Futura Santa Teresa de Calcutá: brasileiro com hidrocefalia e oito abscessos no cérebro foi o “alvo” do milagre


A Madre Teresa de Calcutá será canonizada em setembro de 2016 depois do reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão e ocorrido no Brasil em 2008.

O milagre

O homem a quem aconteceu o milagre tinha na época 35 anos de idade e estava em lua-de-mel quando teve de ser hospitalizado às pressas. No hospital, em Santos, ele foi diagnosticado com hidrocefalia e oito abscessos espalhados pelo cérebro.

Durante a internação, sua esposa foi buscar ajuda espiritual com o padre Elmiran Ferreira, da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na cidade vizinha de São Vicente.

O padre lhe deu a medalhinha da Madre Teresa de Calcutá, que a mulher colocou no travesseiro do marido no hospital, além de rezar pedindo a sua intercessão pela cura.

Com o esposo inconsciente no Centro Cirúrgico, um dos médicos saiu para buscar um dreno. Nesse ínterim, o homem acordou, recuperou plenamente os sentidos e tomou café sozinho. A cirurgia, marcada para o dia seguinte, foi cancelada.

A confirmação

A Congregação para as Causas dos Santos recorre à assessoria de uma equipe de 70 médicos e vários outros especialistas que avaliam todos os estudos clínicos aos quais o indivíduo curado foi submetido. Para que a cura seja considerada milagrosa, ela deve ter acontecido de forma instantânea, completa, duradoura e cientificamente inexplicável.

No caso do milagre atribuído à Madre Teresa, o exame por parte da Ordem dos Médicos, realizado meses depois do fato, levou ao reconhecimento unânime por parte de um colegiado de sete médicos de que a cura não tinha nenhuma explicação científica.

O Tribunal Diocesano, em seguida, ouviu 15 testemunhas e reuniu toda a documentação de comprovação do milagre, com cerca de 400 páginas remetidas depois ao Vaticano.

Depois de examinar todo o processo, o Vaticano confirmou hoje (18 de dezembro) que vai canonizar a Madre Teresa de Calcutá em setembro de 2016.