segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pastoral Carcerária: os votos de Natal atrás das grades



“Somente o amor do Deus Menino é capaz de transformar as relações que os seres humanos têm entre si.” Este é um trecho da Mensagem de Natal da Pastoral Carcerária.

“Neste tempo de Natal, embora vivamos ainda atrás das grades com os irmãos e irmãs aprisionados, o espírito natalino vem para nos refazer e nos capacitar a transformar as regras e a qualidade das relações, inclusive das estruturas sociais: nos tornando pessoas capazes de levar a paz onde há conflitos, de construir e cultivar relações fraternas onde há ódio, de buscar a justiça onde prevalece a exploração do homem pelo homem”, lê-se na mensagem, assinada pelo Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária, Padre Valdir João Silveira.
“No amor do Deus menino, toda a pessoa de boa vontade já pode vislumbrar os vastos horizontes da justiça divina, de um mundo sem prisões, de um mundo onde se vive a festa da unidade em volta da gruta de Belém”, escreve Padre Valdir, ressaltado que muitas pessoas sentiram o alívio do peso da prisão graças à visita de um agente da Pastoral.

E é aos agentes que Padre Valdir se dirige para comemorar os resultados positivos alcançados em 2012, fazendo votos de que a parceria continue em 2013.
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Fonte: CatólicaNet

Donde vem a paz?



Glória a Deus nas alturas e paz na terra às pessoas de boa vontade! Foi este o anúncio de Natal que ouvimos do Evangelho de Lucas (cap.1,14). Este anúncio natalino preanuncia outro anúncio, feito por Jesus quando declara que são bem aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). No primeiro dia do ano é celebrado o dia da paz ou da “confraternização universal”.

Dedicar um dia para comemorar a paz e a confraternização, é dedicar um dia para comemorar o sonho de Deus. Sonho que coincide com o sonho e os anseios mais íntimos do coração humano. Todos desejamos a paz e por ela suspiramos ardentemente. Até mesmo os que fazem a guerra. Estes imaginam que a melhor maneira de conseguir a paz é se prevenir através da guerra: guerra preventiva como a chama a administração Busch.


A paz que os anjos anunciaram, a paz no conceito cristão não designa simples ausência de conflito ou o fim de um estado de guerra. Para o cristianismo a paz faz memória da criação, da harmonia primeira descrita na Bíblia. No Paraíso havia a glória da convivência pacífica entre a Criação, as Criaturas e o Criador. Paz é a inocência original, onde o homem vive em harmonia consigo mesmo, com Deus, com os outros e com a natureza. Para o cristianismo a paz não é um estado passageiro entre duas guerras.

Mas se todos querem a paz, por que temos guerra? Não nos esqueçamos que toda violência, e estamos envoltos nela, é uma forma de guerra. O novo século que estamos vivendo deveria ser mais pacífico que o século passado, pois com a globalização, a guerra seria um suicídio, dado a eficiência das armas. Porém, os motivos para a guerra não faltam. Estamos sempre em guerra.

De onde nos pode vir a paz? Esta é a pergunta que todos se fazem. Jesus certa vez chorou sobre Jerusalém e disse:  “Se reconhecesses aquele que pode te conduzir à paz. Mas agora está oculto a teus olhos!” (Lc 19,42). É Jesus que pode nos conduzir à paz. Ele é a nossa paz, como escreve o apóstolo Paulo aos Efésios (2,14). Porém  muitos ainda não o vêem, não ouvem sua voz.

A liturgia da Igreja Católica celebra junto com o dia da paz universal, Maria Mãe de Deus. Contemplamos a figura desta mulher que tem nos braços o menino que nos traz a paz. Somos agradecidos a ela porque aceitou de Deus a missão de dar a luz a este filho. Agradecemos porque acolheu a vida, embora o nascimento de Jesus foi envolto em dificuldades para Maria e José. E concluímos que a paz somente pode brotar do amor. Um amor que exige de nós a renúncia ao egoísmo.

A mensagem central de Jesus é o Reino de Deus, Deus sendo Pai de todos e todos vivendo como irmãos: fraternidade universal! Viver no amor é uma decisão pessoal e um compromisso que cada um deve assumir. A pessoa que decidiu fazer de sua vida um ato de amor, não busca primariamente o prazer ou o aplauso. Seu desejo básico é se tornar um ser humano que ama e, portanto, um ser humano realizado, potencializado para transmitir a paz.

Que a paz esteja conosco neste ano que se inicia e que nós saibamos ser construtores de paz!

Dom  Pedro Carlos Cipolini
Bispo de Amparo (SP)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Programação de Natal 2012 na Igreja Matriz


O Tempo do Natal começa com as primeiras Vésperas do Natal e termina no domingo depois da Epifania, isto é, no domingo entre 2 e 8 de janeiro.

A liturgia do Natal do Senhor se caracteriza por quatro celebrações da Eucaristia, porém, lembramos que:

Na tarde do dia 24 não haverá celebração às 17h, ou seja, a missa "na vigília". 

Celebra-se a primeira missa do Natal do Senhor (missa do galo) às 21h;


DIA 25/12/2012: Terça-feira.

Ao alvorecer também não será celebrada a segunda missa ("na aurora") do Natal; portanto, não haverá missa às 6:30 da manhã.

Durante o "dia" de Natal, se celebra a terceira missa da festividade às 9:30 da manhã e às 17h.

*Lembramos que no dia 24/12, haverá missa às 6:30 da manhã, como de costume, porém esta missa ainda não é do Natal do Senhor. A partir do dia 26/12, ainda no Tempo do Natal, as celebrações ocorrem como no horário de costume.

O Mistério Litúrgico do Tempo do Natal



No tempo de Natal celebramos o nascimento e a manifestação de Jesus Cristo, luz do mundo, que vem para iluminar as nossas trevas.

Na solenidade do Natal o nascimento do Filho de Deus no meio de nós, "na humildade da natureza humana" e na pobreza da gruta de Belém, nos traz o dom de uma vida nova e divina.

A liturgia do domingo depois do Natal nos lembra que o amor com que Deus Pai amou o mundo- até mandar seu próprio Filho para salvá-lo - manifesta-se e se reflete no amor que deve reinar em toda família cristã.

A oitava do Natal celebra Maria, Mãe de Deus, e ao mesmo tempo glorifica o nome de Jesus; neste nome, que quer dizer "Deus salva", se resume todo o significado do mistério da Encarnação.

No segundo domingo depois do Natal, tomamos consciência do sentido pleno do mistério da Encarnação: o nascimento do Filho de Deus,que vem viver a condição humana, inaugura o nascimento de todos os homens para a vida de "filhos de Deus" ; esta é a vida que Jesus nos deu no seu Natal.

Na solenidade da Epifania a luz de Cristo brilha e se manifesta aos olhos de todos. Os magos, que seguem o "sinal"da estrela, representam a humanidade inteira, chamada a reunir-se em torno de Jesus na fé.

Maiores eventos católicos do país confirmam presença na JMJ 2013



Os três principais e já tradicionais eventos católicos do país, Halleluya, Hallel, e Por Hoje Não, conhecido pela sigla PHN, já fazem parte da programação do Festival da Juventude da JMJ Rio2013. Com inscrições abertas até 25 de dezembro, o Festival da Juventude será de 22 a 26 de julho de 2013, no âmbito da programação da JMJ Rio2013.

O Halleluya, promovido sempre pela Comunidade Católica Shalom, é o maior festival de artes integradas do Brasil. Surgiu em 1997, em Fortaleza, Ceará, quando os líderes da Comunidade pensaram em fazer um evento para os jovens cearenses e turistas como “uma opção sadia e segura de lazer no final das férias de julho”, conforme a comunidade descreve o festival. Atualmente, o evento acontece em vários estados do Brasil e internacionalmente, como em Israel e Roma.



Outro evento de sucesso é o Hallel, fundado em 1988, em Franca, São Paulo, por Maria Theodora Lemos Silveira, conhecida carinhosamente na comunidade de Tia Lolita. Uma mãe muito católica, preocupada com seus filhos músicos e roqueiros, que decidiu na época, tirando como exemplo o Rock in Rio, criar um movimento que agregasse jovens, música e debates, mas que fossem em louvor a Deus. Foi assim que nasceu o Hallel, em família e com muita fé. Acontece também em outros sete países: Chile, Paraguai, México, Peru, Colômbia, Estados Unidos e Uganda.

O PHN, 
Por Hoje Não, é da Comunidade Canção Nova, e se realiza em Cachoeira Paulista, São Paulo. O evento "aconselha e ajuda jovens a se guiar no cotidiano longe do pecado". Segundo o site da Canção Nova, o PHN “representa a maneira pessoal de estar de acordo com Deus. Ele nos permite recomeçar a cada dia”.

A Canção Nova trabalha com acampamentos. E o do PHN é um dos maiores eventos da comunidade, trazendo milhares de jovens de todos os lugares do país. O idealizador do evento é o músico e missionário Dunga, que criou o PHN com o objetivo de ter um acampamento com música, luau, workshop, missas, tudo para os jovens se aproximarem cada vez mais de Deus com o lema “Por Hoje Não, por hoje não vou mais pecar”.

Os cantores do Hallel se apresentam na terça, 25 de julho, Halleluya, de 23 a 26 de julho, PHN na sexta, dia 26.

A programação completa do Festival da Juventude será divulgada em março, mas já se sabem os principais locais das atrações: Sambódromo, Aterro do Flamengo, Praia de Ipanema, Museu de Belas Artes, Museu Histórico Nacional e Rio Centro.
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Disponível em: Canção Nova.

A vaca e o burro e o Jesus "simbólico" do Papa



Comecemos pela vaca e pelo burro: não, o Papa não disse que eles têm que desaparecer do presépio. O que se passou quando “Jesus de Nazaré – A Infância de Jesus” foi publicado, a 20 de Novembro, traduz um grave problema mediático:agências noticiosas e jornais internacionais passaram a informação, depois repetida e em alguns casos acrescentada, de que o Papa afirmava que o burro e a vaca não fazem parte do presépio; alguns chegavam ao ponto de escrever que o Papa afirmava que aquelas figuras são invenção.

E no Telejornal da RTP, desta noite, passou mais uma peça da qual se depreende que a jornalista nem sequer teve o trabalho de ler os 3-parágrafos-3 em que o Papa fala do assunto. E só uma leitura apressada ou sensacionalista terá retido as pessoas apenas na primeira frase desses três parágrafos (25 linhas!) onde o tema é tratado: “Aqui, no evangelho, não se fala de animais”, escreve Bento XVI. Para acrescentar logo a seguir: “mas a meditação guiada pela fé (...) não tardou a preencher esta lacuna.” (pág. 61-62) E para terminar peremptoriamente: “Nenhuma representação do presépio prescindirá do boi e do jumento.”


O Papa atém-se, para chegar a esta conclusão, ao significado simbólico e bíblico da representação destas duas figuras na cena do nascimento de Jesus. Tal como sucede quando fala dos magos, que deu origem a outra “descoberta” mirabolante de jornais espanhóis: Bento XVI “afirmava” que os magos foram da Andaluzia, por causa desta frase: “Se a promessa contida nestes textos estende a proveniência destes homens até ao Extremo Ocidente (Társis = Tartessos, na Espanha), a tradição encarregou-se de desenvolver ainda mais a universalidade dos reinos destes soberanos, interpretando-os como reis dos três continentes então conhecidos: África, Ásia, Europa.”

Um disparate mediático, portanto, a juntar a tantos outros que, no domínio da informação religiosa, tantas vezes se verificam (sendo certo que, neste caso, muito do que se publicou tinha por fonte primeira um erro das agências e imprensa internacional e, por isso, a culpa principal não foi dos media nacionais; mas nada disso retira responsabilidade a que se confirme a informação).

Arrumadas no seu sítio as duas simpáticas figuras do presépio e aquilo que o Papa (não) diz, podemos então olhar para este novo livro de Joseph Ratzinger/Bento XVI, que completa a trilogia “Jesus de Nazaré”. E perguntamos: fosse este livro da autoria de outra pessoa que não o Papa e teria ele o sucesso mediático que teve, tal como já aconteceu com os dois anteriores volumes? Seguramente que não. Até porque nem o teólogo Joseph Ratzinger era um nome popular antes de ser Papa, nem os seus livros são fáceis de entender pela maioria dos crentes.

Este terceiro tomo (na realidade, o prólogo à obra) de “Jesus de Nazaré” volta a ser uma obra que acentua a dimensão simbólica da leitura do texto bíblico. Ratzinger faz tábua rasa de toda a exegese histórica dos evangelhos; para ele, tudo o que contam Lucas e Mateus sobre a infância de Jesus é verdade, mesmo se as duas narrativas são diferentes e não coincidentes em muita coisa. O Papa chega a escrever que ambos os autores dos evangelhos queriam escrever “história real”. Belém, os magos, a estrela, as aparições do anjo, os sonhos de José, a matança dos inocentes, as duas genealogias de Jesus – tudo isso “confirma” as profecias do Antigo Testamento e é narrativa histórica, na leitura de Ratzinger.

Na sua preocupação de “justificar” os textos dos evangelhos, o Papa chega a dizer, referindo-se a Augusto, que “sem o saber, o imperador contribui para o cumprimento da promessa” do nascimento de Jesus (p. 58). Se a afirmação se entende enquanto simbólica, ela pode parecer que está a falar-se de um Deus que dispõe das pessoas como se se tratassem de marionetas. E, noutro passo, diz que uma profecia do ano 733 a.C., segundo a qual uma virgem daria à luz um Emanuel se cumpriu “no momento da concepção de Jesus Cristo” (p. 47).

Ora, para lá de saber que pormenores dos evangelhos têm ou não fundamento histórico (questão importante, embora não decisiva para a compreensão do texto bíblico), há uma outra questão de fundo: toda a Bíblia é uma releitura permanente da relação de Deus com o seu povo. O Novo Testamento cristão é, também ele, uma releitura do Antigo Testamento judaico a partir da centralidade que Jesus passa a ter para os cristãos. Não por acaso, o livro começa por dizer que os evangelhos foram escritos para responder a essas “duas perguntas inseparavelmente unidas” sobre “quem é Jesus e donde vem”.

O valor principal do livro é, assim, a sua leitura simbólica – e ele inclui passagens notavelmente bem escritas, timbre deste Papa, como são por exemplo as passagens que se referem a José como o “justo” (p. 38/39), as referências à alegria como “dom próprio do Espírito Santo” (p. 29) ou a ideia segundo a qual “ao criar a liberdade, de certo modo Deus tornou-se dependente do homem; o seu poder está ligado ao ‘sim’ não forçado duma pessoa humana” (p. 36).

Mas este prólogo de “Jesus de Nazaré” decepciona ao não propor um retrato de Jesus e dos evangelhos da infância que seja significativo para os tempos de hoje e que se limita, por vezes, a repetir o que se diz desde há séculos.

O livro de Ratzinger foi objecto da entrevista que o padre e biblista Joaquim Carreira das Neves deu neste sábado à TSF. Nela, o exegeta defende que a obra faz uma “história teológica”, que pretende “preencher o vazio da infância de Jesus”. E recorda que os relatos da infância nasceram porque os cristãos dos finais do primeiro século (quando foram escritos os textos de Mateus e Lucas) se perguntavam sobre as origens de Jesus – sendo, por isso, respostas teológicas a essa pergunta.
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Fonte: http://religionline.blogspot.com.br/2012/12/a-vaca-e-o-burro-e-o-jesus-simbolico-do.html

Natal é encontro!




O Novo Testamento regista encontros fascinantes e decisivos entre as pessoas e Jesus. O homem moderno aprecia, valoriza e necessita de encontros, de comunicação interpessoal, de aceitação de uma presença, de uma experiência de amizade.

Natal cristão é encontro pessoal com Jesus Cristo, o amigo por excelência porque é o salvador.

No rosto de Cristo, o homem sente-se atraído para Deus e impelido para encontrar os irmãos.

No olhar de Jesus Cristo, descobrimos quem é Deus e quem nós devemos ser. Jesus é o nosso verdadeiro “eu” e fascinação da humanidade.

1. Natal é um encontro vivo. É uma experiência vital entre um eu e um tu. É um acontecimento que arrebata, fascina, transforma. Um encontro que impacta e causa assombro, admiração, encantamento.

2. Um encontro decisivo. Que o digam a samaritana, Zaqueu, Maria Madalena, Nicodemos, Paulo e os milhares de convertidos, como também, os nossos santos e mártires. Encontrar Jesus foi decisivo nas suas vidas.

3. Um encontro persuasivo. Provoca fé, opção, seguimento, rendição. Sentimo-nos conquistados por Cristo Jesus, assumimos os seus pensamentos, os seus sentimentos, os seus critérios, as suas atitudes, o seu destino.

4. Um encontro fundante. Jesus Cristo é o fundamento, a raiz, a rocha do nosso existir. Nele encontramos a verdade, a vida, o caminho, a direcção, a bússola.

5. Um encontro fascinante. Encontramos em Jesus o tesouro, a felicidade, a prioridade das nossas vidas. Ele o Primeiro e o Último. “Nada antepor a Cristo Jesus” dizia São Bento. Podemos assim conhecer Jesus internamente, amá-lo ardentemente, segui-lo generosamente e anunciá-lo corajosamente.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Natal cristão ou pagão?



É preciso recristianizar o Natal.

Foi numa noite fria, há cerca de 2000 anos que nasceu, pobrezinho, o Salvador do mundo, para nos salvar e ensinar o caminho de volta para Deus que o homem havia perdido.

Embora não se saiba o dia exato do nascimento de Cristo (os judeus seguiam o calendário lunar) a Igreja escolheu o dia 25 de Dezembro para celebrar o Natal de Cristo, a fim de cristianizar uma grande festa pagã que se fazia em Roma neste dia: Dies Natalis Solis. Substituiu-se a festa do deus sol pela comemoração do Natal do verdadeiro Sol do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Com a neo-paganização do mundo e o conseqüente esquecimento do verdadeiro Deus e idolatria dos novos deuses da sociedade, o prazer e o dinheiro, o contrário vai se verificando: a paganização do Natal, a substituição da festa cristã por comemorações onde reinam o mercantilismo, a sensualidade, as bebedeiras e até carnaval.

Recristianizemos o Natal.
Que o nosso Natal seja o Natal cristão do nascimento de Cristo, onde aprendemos as sábias lições deste Divino Mestre Infante.

Do seu trono, o presépio de palhas, Ele nos ensina a humildade e a simplicidade de coração.

Dali Ele nos ensina a necessidade de seguirmos o seu único caminho para alcançarmos a salvação: chamou, através de uma estrela, os Magos do Oriente para arrancá-los das trevas da idolatria e ensinar-lhes a Fé católica: ali já ficava condenado o ecumenismo que tenta parificar as religiões.

Dali, do seu palácio real, a gruta-estrebaria, ele nos ensina que os bens deste mundo, o dinheiro e as riquezas, não são a felicidade. Lição para os ricos e para os pobres: que os ricos aprendam a caridade e o desapego desses bens passageiros; e os pobres aprendam a liberar o coração da inveja e da ambição.

Dali nos ensina a verdadeira fraternidade cristã. Ali não se prega a luta de classes. Lá estão os pobres - os pastores - e os ricos - os Reis Magos. Todos têm o seu lugar no coração do Menino Jesus. Deus não quer nem a exploração nem a ganância, nem a revolta nem a inveja. Quer a harmonia, a justiça e a caridade entre todos.

Sigamos as lições deste Mestre Menino, e o nosso Natal - nossa vida e nosso mundo - será feliz.

Feliz Natal para todos, Natal Cristão!


Dom Fernando Arêas Rifan

Diáconos Permanentes



Neste sábado que antecede ao domingo “gaudete” do Advento, tive a alegria de impor as mãos em 18 novos diáconos permanentes para serviço da caridade e do Evangelho em nossa cidade do Rio de Janeiro. Diante desse momento de júbilo para a Igreja em nossa Arquidiocese, percebemos, todavia, que ainda há muitos que se perguntam "o que é o diaconato permanente?"

Esta indagação, certamente, é feita tendo em vista várias dimensões fundamentais do ministério ordenado que talvez ainda não estejam claramente assimiladas por não poucos de nossos irmãs e irmãos, e cabe a nós, como pastores do rebanho que o Senhor nos confia, iluminar-lhes o entendimento diante desses questionamentos.


Antes de adentrarmos nas particularidades do ministério ordenado, observemos primeiramente no que ele se constitui pela recepção do Sacramento da Ordem, um dos sete sacramentos da nossa Igreja. Esse sacramento possui três graus de ordem – o Diaconato, o Presbiterado e o Episcopado – mediante os quais o “varão”, após ter reconhecidas em si as virtudes próprias de um cristão destinado ao serviço do povo de Deus por meio do ministério ordenado (cf. I Tm 3,3-7), torna-se respectivamente “diácono”, “padre” ou “bispo”, dependendo do grau que lhe é conferido. A palavra "diácono" vem da palavra grega diaconos, que é encontrada diversas vezes no Novo Testamento, e caracteriza “aquele que é destinado ao serviço”. Desse modo, é necessário entendermos que o Diaconato foi instituído pela autoridade apostólica com a finalidade de que os bispos e presbíteros pudessem comprometer-se mais eficazmente com a pregação evangélica e o governo da Igreja, conforme vemos em At 6,1-7, destinando, assim, o serviço mais direto da caridade a tais colaboradores. O diácono, portanto, é aquele que se destina ao serviço do povo de Deus, cuja característica fundamental é a caridade.

O Sacramento da Ordem no grau do Diaconato, entretanto, não confere o sacerdócio, mas imprime um caráter sacramental que infunde permanentemente uma consagração própria por meio da qual o ordenado é essencialmente destinado à função do serviço da caridade para com o povo de Deus. Portanto, apesar de não receber o sacerdócio com a ordenação, o ordenado ao diaconato deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero, cabendo-lhe, por isso, todas as responsabilidades próprias dessa condição.

Apesar de constituírem um só e mesmo grau do Sacramento da Ordem, ou seja, o grau do Diaconato, existem dois tipos de diáconos, que se distinguem pela sua finalidade: o diaconato chamado "transitório", (recebido como uma etapa na caminhada para a recepção do presbiterado); e o diaconato "permanente", que é recebido por aqueles que assim foram chamados e o buscam como finalidade de seu serviço à Igreja, tendo em vista não estarem destinados ao sacerdócio e que, por isso, ficarão “permanentemente” como diáconos.

Enquanto para todos os diáconos transitórios é necessária a vivência do celibato, tendo em vista estarem destinados ao Sacerdócio, para aqueles que se destinam ao diaconato permanente é diferente: os solteiros são ordenados só dentre os que têm o carisma do celibato.

O diaconato, como vimos, tendo sua origem na autoridade apostólica, progrediu na Igreja em seu exercício, assumindo tanto o serviço da caridade para o qual foi instituído quanto incorporando ao seu ofício funções litúrgicas de assistência às celebrações como a de serem ministros dos sacramentos do Batismo e do Matrimônio.

Todavia, no decurso dos séculos, o diaconato permanente, apesar de ter existido nos primórdios do Cristianismo, foi sendo esquecido permanecendo somente o diaconato transitório.

O Concílio Vaticano II, observando os sinais dos tempos e a necessidade de uma pastoral mais eficaz diante das circunstâncias da modernidade, viu por bem empreender os esforços necessários para tal eficácia, enxergando assim a necessidade de determinar a restauração do diaconato permanente. Tal restauração foi inicialmente regulamentada em 1967, pelo Papa Paulo VI, por meio do Motu Próprio Sacrum Diaconatus Ordinem, sendo posteriormente promulgadas, pela Congregação para o Clero, as "Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes" e o "Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes".

Estes documentos deixam explícitos que "a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao Bispo Diocesano restaurá-lo ou não." Todavia, em nossa Arquidiocese, desde que a implantação do diaconato permanente foi empreendida pelo nosso antecessor Cardeal Eugenio Sales, há 25 anos, temos muito que agradecer a Deus pelo bem que tal ministério tem realizado na missão de proclamar o Evangelho, assistir os necessitados e colaborar nas atividades que exercem nas diversas paróquias da nossa cidade.

Não poucos são os desafios que atualmente nossa sociedade impõe à Igreja, dentre eles algo que está no cerne da questão é certamente o fundamento da própria sociedade, ou seja, a família. Em sua maioria, os homens que se destinam ao diaconato permanente são casados e, por isso, dão um testemunho de que, além da responsabilidade a seus deveres como pais de famílias, são capazes de contribuir de maneira mais comprometida e consagrada com a missão da Igreja no pastoreio do rebanho que o Senhor lhes confia.

Numa realidade em que o testemunho fiel e coerente com as palavras do Evangelho é a chave de como evidenciar Cristo ao mundo, a ação dos diáconos permanentes nas diversas situações sociais em que estão inseridos tornam-se “faróis” a refletirem a “luz de Cristo”. Na realidade secularizada de nossos dias, eles exercem um testemunho da importância e integridade da família (de fundamental importância para a sociedade) e da santificação do trabalho cotidiano (como profissionais nos vários ramos de atividades). O recente Motu próprio que o Papa Bento XVI sobre a questão social demonstra a importância do tema e a necessidade desses homens de Deus que se colocam a serviço dos irmãos e irmãs.

Portanto, cientes de que o que é o diaconato permanente e de sua missão no papel evangelizador da Igreja de Cristo, alegremo-nos por nossos novos diáconos permanentes e oremos por estes nossos irmãos que, além do cuidado de suas famílias, consagram-se, por meio do Sacramento da Ordem, para o cuidado e o serviço para com o todo o Povo de Deus, a fim de que sejam eles verdadeiros colaboradores de nossa ordem episcopal, para que em tudo concorramos para a maior glória de Deus e difusão do Evangelho.


Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Natal feliz é Natal com Fé



Queridos irmãos e irmãs:

Com toda a Igreja, celebramos a solenidade do Natal do Senhor dentro do Ano da Fé. Nesta ocasião especial, lançamos um olhar de fé sobre o nascimento de Jesus; de fato, esse é um grande “mistério da fé”, que acolhemos de modo humilde, reverente e agradecido.

Com Maria, renovamos nossa fé no desígnio salvador de Deus, que quis vir ao encontro da humanidade de maneira tão surpreendente, enviando o Filho eterno, para que nascesse humano por meio de uma mulher; com Maria, cremos que nada é impossível a Deus, mesmo esvaziar-se de sua glória para se submeter às condições da criatura, no tempo e no espaço.

Com São José, nós cremos que o filho nascido de Maria não foi concebido nela por obra de homem, mas pela ação do Espírito Santo; por isso, é o Filho do Altíssimo Deus que, por ela, nasce homem e se faz irmão da humanidade. Com José, também cremos na misteriosa “obra do Espírito Santo” em Maria e aprendemos a admirar e amar, tanto mais, a Mãe de Jesus Cristo e seu esposo, São José, “homem justo”.


Acolhendo o anúncio do anjo aos pastores de Belém, cremos que a glória de Deus, mesmo não aparecendo, está presente na criança que nasceu de Maria, e a quem José deu o nome de Jesus; é o Filho eterno, desde sempre unido à glória do Pai, que se faz pequenino e frágil para estar próximo de todos e apiedar-se da frágil condição humana, solidário com todos os que são pequeninos e não têm a glória deste mundo.

Com os pastores de Belém, admiramos a glória de Deus que se manifestou no menino Jesus e nos alegramos com o que ouvimos e nos foi transmitido a respeito dele, mesmo se nem sempre compreendemos tudo; com eles, caímos de joelhos e adoramos o Menino; nele reconhecemos o Pastor dos pastores, o Príncipe da paz; como eles, saímos a contar, cheios de fé, o que vimos e ouvimos a respeito do Menino.

Com os reis magos, vindos do Oriente, guiados por uma estrela, também nós nos colocamos a caminho, deixando a comodidade da descrença e do ceticismo, e saímos à procura do Filho do Grande Rei, que nasceu humilde. Com eles, dóceis à voz da consciência e perseverantes, seguimos procurando até achar; com profundo reconhecimento, nos prostramos diante dele e o adoramos; e lhe oferecemos, como homenagem, a nossa própria vida.

E pedimos que Deus nos livre de ficar indiferentes e descrentes diante do Sublime Mistério, como tantos ficaram já naquele tempo! E se fecharam à novidade surpreendente de Deus e nada aproveitaram do dom de amor que Deus enviou do céu à humanidade!

Hoje, “Belém é aqui, aqui é Natal!”. Deus é continuamente o “Deus-que-vem” ao nosso encontro, de formas surpreendentes! Diante dele, nós acabamos tomando as mesmas atitudes dos personagens do primeiro Natal. Cabe a nós, acolher ou fechar as portas...

Se temos fé, devemos fazer como os pastores de Belém, que ficaram fascinados com tudo o que viram e ouviram e saíram a contar aos outros. Nós somos as testemunhas de Deus na cidade!

Faço votos que todos tenham um santo Natal! Natal feliz é Natal com fé. Assim poderemos alegrar-nos verdadeiramente e sentir a paz que o Menino Jesus nos trouxe.


Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)

Como será o fim do mundo?



Salve Salve galera, paz e fogo!!!

Estamos no último post dessa era… quer dizer… desse mundo…
Opa.. eu não acredito nisso, esqueci de informar.. hehe! O Dia e a Hora do “Fim dos Tempos” só cabe ao Pai, nem mesmo o próprio Cristo, Filho de Deus sabe…
Mas, o que a Igreja nos diz sobre o fim dos tempos? Vamos recorrer ao nosso amigo Catecismo Jovem, o Youcat?


111 – Como será o fim do mundo?

No fim do mundo, Cristo virá para todos visivelmente. [675-677]

As dramáticas convulsões (Lc 21, 8-28; Mt 24, 3-14) que são anunciadas na Sagrada Escritura (a maldade que se revelará sem dissimulação, as provações e perseguições que testarão a fé de muitos) são apenas o lado escuro da nova realidade: a vitória definitiva de Deus sobre o mal será visível. A glória, a Verdade e a justiça de Deus ressaltarão radiosas. Com a vinda de Cristo haverá “um novo céu e uma nova terra”. “Ele enxugará todas as lagrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu”. (Ap 21, 4)

112 – Como julgará Cristo o mundo inteiro?

Jesus não poderá ajudar uma pessoa que não quer saber nada do amor. Ela é que acabará por se julgar. [678-679, 681-682]

Porque Jesus Cristo é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), ficará patente n’Ele o que perante Deus tem consistência ou não. Será na medida da Sua Vida que ficará a descoberto toda a Verdade acerca do ser humano, das coisas, dos pensamentos e dos acontecimentos.

164 – Como será o mundo acabado e aperfeiçoado?

No fim dos tempos, Deus criará um novo Céu e uma nova Terra. O mal já não terá mais poder nem força de atração. Os que forem salvos estarão diante de Deus, face a face, como amigos. O seu desejo de paz e justiça será realizado. Ver Deus será a sua felicidade. O Deus trino habitará no meio deles e enxugará todas as lágrimas dos seus olhos: não haverá morte, nem tristeza, nem lamentação nem fadiga. [1061-1065]
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Fonte: http://dominnus.wordpress.com/2012/12/21/youcat-como-sera-o-fim-do-mundo/

Mais do que saber quando será o fim, temos que nos preparar para entrar nessa vida nova



Só Deus sabe quando acabará o mundo", expressou Dom Joselito Asis, Secretário Geral da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas, diante dos temores de um suposto fim do mundo  neste dia 21 de dezembro. "Creio mais em Nosso Senhor Jesus Cristo do que nas previsões", anunciou o Arcebispo de Sonora, México, Dom José Ulises Macías, "só Deus sabe, não há porque temer as previsões".não há porque temer as previsões".

Arautos do Evangelho

As palavras destes prelados refletem a posição da Igreja em torno da interpretação de uma suposta profecia maia que assinalaria a data do fim do mundo. Sem embargo, os bispos destacaram a importância de viver em um constante estado de preparação para o encontro com Deus, seja no final dos tempos ou no momento em que cada um tenha destinado pelo Senhor.

"Mais do que saber quando será o fim", expressa um artigo divulgado pela Arquidiocese de Santiago do Chile, "temos que nos preparar para entrar nessa vida nova". Sobre este aspecto, o Arcebispo chileno Dom Ricardo Ezzati, rechaçou a distorcida visão do fim dos tempos como a destruição de tudo e afirmou a visão cristã do retorno de Cristo: "A Palavra do Senhor nos fala dos últimos tempos como um tempo de vida, de justiça, de fraternidade, de céus novos e de terra nova".


Sem embargo, para Dom Asis, os comentários sobre o tema na opinião pública podem ser uma oportunidade para os crentes. "Estas previsões deveriam servir para ser um chamado que nos desperte para estar sempre preparados", exortou. "Se vamos nos encontrar com nosso Criador, por que teríamos medo? Se você é uma pessoa reta, sempre vai estar pronta para chegar a presença de Deus".

Pelo contrário, assinalou o prelado, é a consciência dos pecados pessoais a que origina o temor que alguns sentem diante sesta possibilidade, pela qual recomendou acudir ao sacramento da Penitência no presente tempo do Advento. "Todos os dias somos chamados ao arrependimento e a conversão", afirmou. Os crentes vivem a "certeza com incerteza". Quanto a segunda vinda de Cristo, "seguramente sucederá, mas só Deus sabe quando será", concluiu. (EPC/GPE).
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Com informações da CBCP News e ACI.

Título Original: Todos os dias temos que estar preparados para o encontro com Deus, afirmam bispos sobre os temores para o fim do mundo.
Disponível em: http://henrique-viveremdeus.blogspot.com/2012/12/mais-do-que-saber-quando-sera-o-fim.html

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Deputado gay no Brasil ofende o Papa após o seu primeiro tweet, católicos reagem



Após o primeiro tweet do Papa Bento XVI no dia 12 de dezembro, o deputado homossexual brasileiro Jean Wyllys publicou em sua conta de twitter várias ofensas ao Santo Padre, referindo-se a ele como “potencial genocida” e “hipócrita”. Diante das acusações de Wyllys, católicos no Brasil reagiram e pediram uma retratação do parlamentar por ter ofendido o líder da religião da maioria da população brasileira e um chefe de estado.

Esta não foi a primeira vez que o deputado e ativista das causas LGBT no Brasil insulta o Papa e levanta acusações à Igreja. Entretanto, os insultos do deputado não ficaram sem respostas por parte dos cristãos brasileiros.

O blogueiro católico Vanderlúcio Souza escreveu ao deputado que com suas posturas ele “ofendia um Chefe de Estado”. 

“Católicos pedem tolerância e que o deputado pare de semear o ódio”, escreveu Vanderlúcio.


Dom Leonardo escreve aos bispos sobre os Xavante e dom Casaldáliga



Caro irmão no episcopado,

paz e bem!

A todos os irmãos votos de abençoado Natal. Deus criança, nossa esperança, ilumina nossa vida e ministério!

Recebi mensagens e telefonemas buscando informações sobre os acontecimentos que obrigaram o nosso irmão Dom Pedro Casaldáliga Plá a deixar São Félix do Araguaia.

Envio a todos os irmãos algumas informações que podem ajudar a compreender o que está acontecendo na Prelazia de São Félix e nos sentirmos unidos ao Povo Xavante, às famílias dos pequenos agricultores e aos nossos irmãos Dom Pedro Casaldáliga e Dom Adriano Ciocca Vasino.

Dom Adriano, por telefone, comunicou-me que a Polícia Federal diante das ameaças de morte havia aconselhado Dom Pedro a deixar temporariamente São Félix. Apesar da idade e do estado de saúde, ele viajou no mesmo dia com Pe. Paulo, agostiniano, que o assiste diariamente, tendo sido fraternalmente acolhido por irmãos nossos em outra diocese. Dom Pedro está sereno e acompanhando todo o processo de devolução da terra aos índios.


A decisão de Dom Pedro de deixar São Félix foi motivada pela reação dos ocupantes não índios diante decisão judicial de retirar os não índios da terra do Povo Xavante localizada nos municípios de São Félix e Alto Boa Vista. Como a Prelazia sempre defendeu a devolução da terra aos índios, sempre houve uma certa tensão e ameaça. Com a desintrusão elas aumentaram. A saída de Dom Pedro mostra mais uma vez que a violência não vem dos índios, como também não vem dos pequenos agricultores.

A situação de conflito da terra Xavante não é de hoje. É uma longa história de êxodo e sofrimento de um povo. A terra indígena, após a retirada forçada dos Xavante nos anos 60, foi sendo dividida em grandes fazendas. Para assegurarem essas terras invadidas, incentivaram a vinda de famílias que adquiriram lotes na terra Xavante.

Após anos de disputa judicial, houve a determinação da desintrusão da terra indígena. A Prelazia sempre insistiu com os diversos órgãos do executivo e do judiciário para que houvesse justiça com o Povo Xavante e com as famílias dos pequenos agricultores.

Foram envolvidos cinco ministérios na preparação e execução do plano de retirada dos não índios, para cumprir o que a justiça havia determinado, seguindo o que reza a Constituição Brasileira. O plano elaborado pelo Governo atende a insistência da Prelazia.

Todos nós sabíamos da tensão e da dor que chegariam. Especialmente às famílias de pequenos agricultores que venderam a propriedade em outros Estados para adquirir terra indígena de pessoas que a negociavam ilegalmente.

A Prelazia, na pessoa de seus Bispos e Agentes de pastoral, acompanhou durante todos esses anos a luta do Povo Xavante em todos os momentos, bem como das famílias dos pequenos agricultores.

Os Padres salesianos cuidam pastoralmente da aldeia, e a Prelazia está presente com a Pastoral da Criança e outras iniciativas. Estive muitas vezes entre os Xavante, como também visitei a comunidade católica na região.
Acompanhemos com nossas preces e nossa solidariedade fraterna a Dom Pedro, a Dom Adriano, a toda a Prelazia nesse momento de sofrimento.

Maria, Mãe de Deus e nossa, nos acompanhe nesse tempo de Advento e nos ajude a encontrar a Deus envolto nas faixas de nossa fragilidade e humanidade.

Com estima e consideração em Cristo,

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB



Brasília, 18 de dezembro de 2012