terça-feira, 17 de março de 2020

Santuário de Lourdes fecha as portas para evitar propagação do coronavírus



O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, fechou completamente alguns dias depois de ter fechado apenas a gruta das aparições como medida preventiva contra a propagação do coronavírus COVID-19.

O fechamento ocorreu nesta terça-feira, 17 de março, horas depois que o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, falou aos cidadãos através da televisão para anunciar uma série de medidas destinadas a acabar com os contágios.

O reitor do Santuário, Pe. Olivier Ribadeau Dumas, comunicou, através de uma mensagem publicada na rede social Twitter, que, "pela primeira vez em sua história, o Santuário fecha suas portas durante um tempo". Além disso, convidou a continuar as orações através do site do Santuário: lourde-france.org. 

Arquidioceses e dioceses brasileiras adotam medidas para prevenir transmissão da Covid-19



Desde que a Covid-19 começou a circular especialistas vêm alertando sobre a importância dos procedimentos básicos de higiene que cada pessoa deve tomar. E os cuidados devem começar pelo simples ato de lavar as mãos com sabão, da forma correta e muitas vezes durante o dia. Além da utilização de álcool gel. Atitudes como essas são uma forma de cuidar uns dos outros, como propõe a Campanha da Fraternidade 2020, cujo tema é “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema fala do cuidado.

Por todo país, as 45 arquidioceses e 217 dioceses têm adotado medidas para prevenir a contaminação e transmissão do coronavírus como forma de evitar que muita gente fique doente ao mesmo tempo e sobrecarregue os hospitais.

Em Belo Horizonte (MG), o arcebispo metropolitano e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dom Walmor Oliveira de Azevedo, emitiu um comunicado específico para sua arquidiocese com 11 medidas a serem tomadas pelos padres e fieis da região como:

1) No âmbito de nossos vicariatos, regiões episcopais, foranias, paróquias e outras instâncias eclesiais, suspender, por quinze dias, a realização de encontros, assembleias, seminários e outros eventos que contribuam para aglomerar pessoas. Havendo possibilidade, remarcar atividades já previstas.

2) Nas comunidades de fé e em outros ambientes eclesiais, redobrar os cuidados com a limpeza e facilitar para que os fiéis tenham acesso a álcool em gel.

3) Idosos e enfermos ficam desobrigados do compromisso cristão católico de participar das Missas semanais. Poderão permanecer em comunhão e unidos à comunidade de fé a partir das celebrações transmitidas pela Rede Catedral de Comunicação Católica – TV Horizonte e Rádio América.

O comunicado também foi gravado em áudio e está circulando pelas redes sociais como se fosse recomendação da CNBB. Cabe ressaltar que “as recomendações do áudio se restringem à arquidiocese de BH”, diz a nota.

No dia 14 de março, a conferência emitiu uma nota “Tempos de esperança e solidariedade” que pede a população que observe de forma irrestrita às orientações médico-sanitárias e autoridades competentes.

“A mensagem reconhece que algumas restrições mexem com o jeito dos católicos conviver e celebrar, contudo pede que as orientações sanitárias e de saúde sejam acolhidas como uma contribuição tendo em vista o bem de todos. O tempo, segundo o documento, é de intensificar a oração, elevando os corações ao Deus da vida, no acolhimento de sua Palavra e por uma vivência de renúncias neste tempo Quaresmal”.

No regional Sul 2 da CNBB, que compreende o estado do Paraná, os bispos da região publicaram uma nota com recomendações e medidas às paróquias e comunidades a fim de evitar situações que possibilitem o contágio do novo Coronavírus, que tem alarmado o mundo.

Evitar o aperto de mãos durante a acolhida aos fiéis;

Não dar as mãos durante a oração do Pai nosso;

Omitir o abraço da paz;

Distribuir a comunhão somente sob uma espécie, exclusivamente, na mão, garantindo que o fiel comungue diante do ministro;

Covid-19: Pandemia provocou a morte de 11 padres na Itália



O impacto do novo coronavírus na Itália, país mais afetado pela pandemia na Europa, faz-se sentir também na Igreja Católica, com o falecimento de 11 sacerdotes devido ao Covid-19.

Segundo a agência de notícias ACI, a maior parte dos padres vivia na Lombardia; outros padres estão em quarentena, grupo a que se soma o bispo de Cremona, D. Antonio Napolioni, e o de Bérgamo, D. Francesco Beschi. 

"As pessoas abandonarão a Igreja se a Igreja as abandonar durante a epidemia", afirma secretário do Papa



Foi divulgada uma carta que o Padre Yoannis Lahzi Gadi, secretário do Papa Francisco, enviou a um grupo de sacerdotes. A carta, que foi aprovada pelo Papa, é um apelo a que todos os sacerdotes abandonem a epidemia do medo e comecem a agir segundo a lógica de Deus e não segundo a lógica dos homens:

Quo vadis, Domine? (Senhor, para onde vais?)

É um episódio atribuído ao apóstolo Pedro que, segundo a tradição, fugiu de Roma para escapar das perseguições de Nero, teria encontrado Cristo, que carregava uma cruz nos ombros e ia na direcção de Roma. Pedro perguntou a Jesus: "Domine, quo vadis?" (Senhor, para onde vais?) E à resposta de Jesus: "Eo Romam iterum crucifigi." (Vou a Roma para ser crucificado novamente.) Pedro compreendeu que tinha de voltar para Roma para enfrentar o martírio.

Pedro tinha, humanamente falando, todo o direito de escapar para salvar a sua vida da perseguição e talvez fundar outras comunidades e outras igrejas, mas, na realidade, de acordo com a lógica do mundo, as pessoas agiam como Satanás, ou seja, pensando como homens e não segundo Deus. Jesus, voltando-se, disse a Pedro:

"Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens." (Mc 8, 33).

Cristo, no Evangelho de João, ao falar do "Bom Pastor" e do mercenário, chama a Si mesmo de "Bom Pastor", que não apenas cuida das ovelhas, mas conhece-as pessoalmente e dá, até, a vida por elas. Jesus é o "guia" seguro das pessoas que procuram o caminho que conduz a Deus e aos irmãos.

Na epidemia do medo que todos estamos enfrentando, por causa da pandemia de corona vírus, todos corremos o risco de nos comportarmos como mercenários e não como pastores.

Não podemos e não devemos julgar, mas vem-nos à mente a imagem de Cristo, que encontra Pedro assustado e iludido, não para o censurar mas para ir morrer em seu lugar. Pensamos em todas as almas amedrontadas e abandonadas porque nós, pastores, seguimos as instruções civis - o que é correto e certamente necessário neste momento para evitar o contágio - mas corremos o risco de deixar de lado as instruções divinas - o que é um pecado.

Pensamos como homens e não segundo Deus, colocamo-nos entre os assustados e não entre os médicos, enfermeiros, voluntários, trabalhadores e pais da família que estão na linha de frente. Penso nas pessoas que vivem alimentando-se da Eucaristia, porque acreditam na Presença Real de Cristo na Sagrada Comunhão. Penso nas pessoas que agora devem ser contentar-se com seguir a transmissão da Missa em streaming. Penso nas almas que precisam de conforto espiritual e de se confessar. Penso nas pessoas que certamente abandonarão a Igreja, quando esse pesadelo acabar, porque a Igreja as abandonou quando precisavam. 

CNBB convida fiéis a rezarem o terço em momento de oração contra o avanço do novo coronavírus



Diante da pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em comunhão com o Papa Francisco no compromisso de intensificar as orações neste período, une-se ao Brasil convocando a todos para um momento de oração a ser realizado na próxima quarta-feira, às 15h30.

Na ocasião, a presidência da CNBB, juntamente com religiosos e leigos convidados, rezarão o Terço da Esperança e  da Solidariedade, que será transmitido em todas as televisões de inspiração católica do país, emissoras de rádio,  pela página da Conferência no Facebook e no Youtube.

A iniciativa, principalmente em momentos delicados e difíceis como este, busca elevar os corações ao Deus da Vida, no acolhimento de sua Palavra, fortalecendo a fé, a esperança e a união. “Conscientes de que as restrições ao convívio não durarão para sempre, aprendamos a valorizar a fraternidade, tornando-nos ainda mais desejosos de, passada a pandemia, podermos estar juntos, celebrando a vida, a saúde, a concórdia e a paz” (trecho da nota “Tempos de Esperança e Solidariedade” da CNBB). 

domingo, 15 de março de 2020

Covid-19: Justiça proíbe missas no Santuário Nacional de Aparecida



Neste sábado (14), a Justiça decidiu que o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, deve suspender missas e eventos no local. A determinação atende a um pedido do Ministério Público em razão da epidemia de coronavírus no Brasil.

Em decisão liminar, a juíza Luciene Belan Ferreira Allemand antecipou “os efeitos da tutela, em razão da ameaça de contaminação e disseminação da doença, por se trata de medida de saúde pública, evitando-se, assim, a exposição de diversas pessoas ao vírus, bem como suas consequências , deferindo a liminar para impedir a realização de quaisquer eventos no Santuário Nacional de Aparecida”.

Com isso, ficam suspensas missas e eventos por um período de 30 dias que pode ser prorrogado por um período igual.

As visitas ao Santuário, no entanto, estão liberadas.

Após a proibição, o Santuário Nacional divulgou a seguinte nota: 

Pais de São João Paulo II iniciam seu caminho aos altares



O Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Dom Marek Jędraszewski, anunciou na terça-feira, 11 de março, que os processos de beatificação e canonização de Karol Wojtyla e sua esposa Emilia de Kaczorowski, pais de São João Paulo II, começarão nos próximos dias.

A permissão de Dom Jędraszewski, um requisito legal para iniciar o processo, foi acrescentada ao parecer favorável da Conferência Episcopal Polonesa e à aprovação da Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano.

Em um comunicado, os bispos da Polônia informaram que "os documentos apropriados chegarão à paróquia da Arquidiocese de Cracóvia nos próximos dias e os fiéis serão informados sobre o início do processo". Estes últimos "serão solicitados a enviar à Cúria Metropolitana de Cracóvia, antes de 7 de maio de 2020, qualquer documento, carta ou mensagem sobre os Servos de Deus, tanto positivos quanto negativos", acrescenta o texto.

“A memória dos pais de São João Paulo II ainda está viva, principalmente nas comunidades de Wadowice e Cracóvia. Faz muito tempo desde a sua morte, mas ainda existem pessoas que os conheceram pessoalmente. Vamos tentar contatá-los e pedir que testemunhem”, disse Pe. Andrzej Scąber, secretário para a canonização da Arquidiocese de Cracóvia.

O sacerdote disse que serão escutadas várias testemunhas diretas, inclusive os netos dos servos de Deus.

“O próprio Papa, em certo sentido, será uma testemunha direta da santidade de seus pais. Existem muitos textos que confirmam que eram pessoas excepcionais”, acrescenta Pe. Scąber.

Assinalou também que serão realizados dois processos de canonização separados, nos quais se deverá demonstrar que Emília e Karol praticaram virtudes heroicas, que disfrutam da reputação de santidade e, por sua intercessão, as pessoas receberam os favores de Deus.

"Esse processo não será fácil devido ao pequeno número de testemunhas oculares, mas já podemos dizer que a documentação que foi compilada, especialmente em relação a Karol Wojtyła, é muito extensa e mostra que esse homem, ao longo de sua vida, evoluiu em seu relacionamento com Deus e levou essa amizade de Deus ao filho, o futuro Papa”, explicou o presbítero.

Finalmente, Pe. Scąber comentou que, em meio a uma sociedade em crise como a de hoje, com "muitos divórcios, relações de convivência, crianças abandonadas", a família Wojtyla, "como diz o Papa Francisco, são santos do bairro, normais, ordinários, que nos mostram que, em uma situação econômica muito difícil, durante a doença, a morte de dois filhos, é possível confiar e estar perto de Deus ".

Em 2018, o então Arcebispo de Cracóvia e ex-secretário pessoal de São João Paulo II, Cardeal Stanislaw Dziwisz, disse que levava em seu coração a possibilidade de iniciar o processo de beatificação e canonização dos pais de São João Paulo II. 

Diocese de Roma volta atrás e decide manter igrejas abertas aos fiéis



O Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Angelo de Donatis, promulgou um novo decreto nesta sexta-feira, 13 de março, no qual estipula que as igrejas paroquiais de Roma podem permanecer abertas após o anúncio no dia anterior que havia estipulado o fechamento das paróquias e outras igrejas em Roma.

No entanto, igrejas não paroquiais em toda a diocese permanecerão fechadas, assim como todas as atividades pastorais e as Missas públicas permanecerão suspensas até 3 de abril.

Desde 9 de março, todas as Missas públicas da diocese haviam sido canceladas, mas as igrejas tinham permanecido abertas à oração pessoal e, em alguns casos, com a Adoração Eucarística e com a administração do Sacramento da Confissão.

O Cardeal De Donatis assinalou em 12 de março que essa disposição "é para o bem comum" e, portanto, convidou a receber a "Palavra de Deus que nos diz ‘onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles’", por isso, afirmou, "neste momento, ainda mais do que antes, nossas casas devem ser igrejas domésticas".

O decreto para fechar as igrejas em Roma veio um dia depois que o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte reforçou as restrições do bloqueio nacional até 3 de abril para deter a propagação da pandemia do coronavírus, por isso incluiu o fechamento de todos os restaurantes, bares e lojas que não sejam supermercados ou outros mercados de alimentos.