quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Papa Francisco impõe demissão do estado clerical ao fundador do Instituto Miles Christi



O Papa Francisco impôs a demissão do estado clerical ao sacerdote Roberto Juan Yannuzzi, fundador e superior do Instituto Miles Christi, na Argentina.

Através de um comunicado divulgado em 2 de fevereiro, o Arcebispo de La Plata explicou que a decisão do Papa Francisco se funda em que Yannuzzi “foi considerado culpado dos crimes contra o sexto mandamento com adultos, de absolvição do cúmplice e de abuso de autoridade”.

"As acusações, que envolviam religiosos que faziam parte do Instituto Miles Christi, do qual era fundador e superior, exigiam a intervenção da Santa Sé", indicou o comunicado.

Por esse motivo, e acordo prévio com “as novas autoridades” do Instituto Miles Christi, o Arcebispo de La Plata, Dom Víctor Manuel Fernández, enviou um relatório completo sobre o caso à Congregação para a Doutrina da Fé, em 11 de março de 2019.

"A decisão tomada pelo Santo Padre implica que o senhor Yannuzzi não poderá mais exercer o ministério sacerdotal, nem de maneira pública nem de maneira privada".

"Também não poderá exercer a docência em Seminários ou institutos similares, em centros educativos de nível inferior ou superior que dependam da autoridade eclesiástica”, concluiu o comunicado. 

Vaticano nega suspensão de Dom Gänswein do comando da Casa Pontifícia



Diante das informações recentes de que Dom Georg Gänswein, prefeito da Casa Pontifícia e secretário pessoal do Papa Emérito Bento XVI, teria sido suspenso indefinidamente de suas funções, o Vaticano rejeitou essa suspensão.

Através de uma declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, explicou-se que a ausência de Dom Gänswein nos atos presididos pelo Papa Francisco nas últimas semanas se deve à organização da agenda.

“Não está suspenso, não temos informações nesse sentido. A respeito da ausência do Bispo Gänswein durante algumas audiências nas últimas semanas, é devido à redistribuição ordinária dos diferentes compromissos e deveres do Prefeito da Casa Pontifícia que, como você sabe, também é o secretário pessoal do Papa Emérito”, disse Matteo Bruni em resposta a uma pergunta formulada pelo Grupo ACI.

A informação da suposta suspensão indefinida de Dom Gänswein surgiu do jornal alemão “Die Tagespost”. 

Ex-presidente Lula visitará o Papa Francisco no Vaticano



Através de sua conta oficial no Twitter, o ex-presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão na operação Lava-Jato e que recorre em liberdade da sentença, visitará o Papa Francisco no Vaticano em uma audiência privada que deverá ocorrer no dia 12 de fevereiro.

“Vou visitar o Papa Francisco para agradecer não só pela solidariedade que teve comigo em um momento difícil, mas sobretudo pela dedicação dele ao povo oprimido. Também quero debater a experiência brasileira no combate à miséria”, afirma o tweet de Lula.

Segundo o portal de notícias português O Observador, o encontro teria sido mediado pelo presidente argentino Alberto Fernández, que visitou o Pontífice há pouco.

“O Lula pediu-me para ver o Papa. E eu pedi se ele podia receber o Lula. E ele me disse que claro e que (o Lula) lhe escrevesse porque ele, com todo prazer, o receberá", afirmou o presidente argentino em declarações recolhidas pelo O Observador.

A notícia da visita de Lula da Silva ao Vaticano gerou polêmica no Brasil, já que devido à data da viagem, o ex-presidente teria que faltar a uma audiência pública em um processo no qual é acusado de corrupção passiva pela suposta venda da Medida Provisória (MP) 471, de 2009. Esta teria favorecido com incentivos fiscais algumas montadoras de veículos no Brasil, o que é considerado crime no Código Penal do país. O Processo corre na 10ª Vara Criminal Federal de Brasília e os advogados de Lula solicitaram formalmente ao juiz Vallisney de Oliveira que a audiência seja postergada.

Os advogados de Lula argumentaram que, “conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual a sua presença seja obrigatória”.

Segundo indica a colunista Bela Megale, em seu blog no site de O Globo, “a assessoria da 10ª Vara Federal de Brasília afirmou que está verificando uma nova data para Lula ser ouvido no âmbito da operação Zelotes ainda neste mês”. 

Papa encontra mulher que o irritou, para pedir perdão pessoalmente



Por alguns momentos, graças a um vídeo que se tornou “viral” e que o episódio havia circulado pelo mundo.

Em 31 de dezembro passado, enquanto após a celebração do Te Deum ele estava indo em direção ao presépio instalado na praça de São Pedro, o papa havia parado para cumprimentar os fiéis amontoados atrás das barricadas. Entre eles, também uma mulher de origem asiática, que, tendo conseguido apenas tocá-lo e querendo falar com ele, apertou a mão um pouco demais, empurrando-o em sua direção. A reação do papa fora instintiva, típica de alguém que tem medo de cair: uma expressão descontente no rosto e um tapa na mão do peregrino. Em resumo, uma pitada de raiva muito humana que durou um momento em que o papa se arrependeu imediatamente. Tanto que, para pedir desculpas no dia seguinte, no Angelus, em 1º de janeiro: “Muitas vezes perdemos a paciência; eu também, e peço desculpas pelo mau exemplo de ontem – ele disse -. Por esse motivo, contemplando o presépio, vemos, com os olhos da fé, o mundo renovado, livre do domínio do mal e colocado sob o senhorio real de Cristo, o Menino que jaz na manjedoura ». 

Palavra de Vida: “O pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!»” (Mc 9,24)



Jesus vai a caminho de Jerusalém, acompanhado pelos discípulos. Começara já a prepará-los para o acontecimento decisivo: a sua rejeição por parte das autoridades religiosas, a condenação à morte pelos romanos e a crucifixão, à qual se seguirá a ressurreição.

Para Pedro e para os outros que O seguiram, é algo difícil de compreender, mas o Evangelho de Marcos acompanha-nos nesta progressiva descoberta da missão de Jesus: realizar a salvação definitiva da humanidade através da fragilidade do sofrimento.

Durante o percurso, Jesus encontra muitas pessoas e torna-se próximo de cada uma nas suas tribulações. Agora vemo-Lo a atender ao pedido de ajuda de um pai, para que lhe cure o seu filho numa situação muito difícil. Provavelmente era epilético.

Para que o milagre se realize, Jesus, por seu lado, requer algo deste pai: ter fé.

O pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!»

A resposta do pai, pronunciada em voz alta perante a multidão reunida em redor de Jesus, é aparentemente contraditória. Este homem experimenta – como muitas vezes também nos acontece – a fragilidade da fé, a incapacidade de confiar plenamente no amor de Deus e no Seu projeto de felicidade sobre cada um dos Seus filhos.

Por outro lado, Deus confia no homem e nada faz sem o seu contributo, sem a sua livre adesão. Ele pede a nossa parte, ainda que pequena: reconhecer a Sua voz na consciência, confiar n’Ele e pormo-nos também nós a amar. 

domingo, 26 de janeiro de 2020

Homilética: Festa da Conversão de São Paulo (25 de janeiro): "O grande apóstolo dos gentios".




A Igreja celebra hoje a conversão de São Paulo, um dos acontecimentos mais decisivos não só para a história da Igreja, mas também para a nossa história pessoal de salvação. S. Paulo, com efeito, descreve sua conversão à fé como um “aborto”: Jesus ressuscitado, que já ascendera aos céus depois de estar por quarenta dias com seus discípulos, aparece-lhe “fora de hora”, tornando-o assim testemunha privilegiada da ressurreição. Paulo, que até despencar do cavalo no caminho de Damasco, era ferrenho perseguidor dos cristãos, experimenta hoje, com a mesma verdade com que o viveram os outros onze Apóstolos, a presença física e real de Cristo, primícias dentre os mortos. Nesse sentido, o apostolado de Paulo, fruto de uma graça especialíssima, não tem outro fundamento senão o testemunho direto de que Deus ressuscitou seu Filho muito amado para dar-nos uma vida que não acaba. Por meio desse “aborto”, pôde a fé cristã chegar pela primeira vez à Europa, à comunidade de Tessalônica. E se chegou à Europa, chegou também a Portugal, e daqui, pela graça divina, chegou por fim ao nosso país, de maneira que podemos estar seguros de que, sem Paulo, não teríamos hoje a alegria de chamar-nos cristãos. Rendamos hoje graças ao Senhor, que, compadecendo-se de Paulo, compadeceu-se também de nós, pois foi através do testemunho apostólico dele que Cristo quis trazer o Evangelho às nossas terras. — São Paulo, Apóstolo das gentes, rogai por nós! 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Por que o celibato é tão valioso? Sacerdote explica três razões fundamentais



Pe. Leandro Bonnin, sacerdote argentino conhecido por sua forte defesa da vida do nascituro e da família, explicou três razões fundamentais pelas quais o celibato é valioso para a vida da Igreja Latina; mas também, por que é pouco compreendido no ambiente secular e como pode ser totalmente realizado para que seja valorizado.

Em uma entrevista concedida à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, Pe. Bonnin disse que, para conhecer o valor do celibato, é necessário primeiro explicar o seu significado; indicou que, embora ser celibatário queira dizer “não contrair matrimônio”, significa “muito mais”.

"É um carisma concedido a alguns membros da Igreja e um chamado para consagrar completamente a própria vida a Deus – em primeiro lugar – e à Igreja, fazendo da própria vida um dom completo de si mesmo", disse e acrescentou que "o celibato não é negação, mas afirmação da realidade e da primazia de Deus e da liberdade humana como a capacidade da pessoa de se doar”.

Três razões pelas quais o celibato é tão valioso para a Igreja Latina

O sacerdote da província argentina de Entre Ríos e autor de vários livros, disse que a primeira razão é que o celibato "é, acima de tudo, uma imitação do estilo de vida de Jesus, que viveu como celibatário toda sua missão entre nós”.

"Se o sacerdote é o representante de Cristo Pastor, Cabeça e Esposo da Igreja, parece muito conveniente fazê-lo com sua própria opção vital", assegurou.

Em segundo lugar, disse que é valioso "porque lhe permite viver com uma disponibilidade muito maior seu serviço à Igreja como um todo".

“A vocação matrimonial é um caminho de santidade tão bonito como exigente. Pessoalmente, não sei como alguém pode compatibilizar as duas vocações, pois ambas envolvem uma entrega muito profunda e exigente. Eu seria incapaz de fazê-lo: ou negligenciaria uma, ou faria mal as duas coisas”, afirmou.

Em terceiro lugar, afirmou que o celibato é valioso por causa de "sua dimensão escatológica", isto é, "porque é um sinal que se refere aos 'últimos tempos'".

"No Céu, todos estaremos 'consagrados' completamente a Deus, pertenceremos a Ele sem mediações. O celibatário – como as mulheres que vivem a virgindade consagrada – antecipam neste mundo o que todos viveremos após a morte: pertencer completamente a Deus”, afirmou o sacerdote.

Em outro momento da entrevista, Pe. Bonnin lembrou que a Igreja Católica – como o Catecismo explica – também respeita as tradições das Igrejas Orientais “nas quais os homens casados ​​também são validamente ordenados, embora apenas para o diaconato e o presbiterado". 

“No entanto, e mesmo em meio a enormes pressões – visíveis especialmente desde a época imediatamente posterior ao Vaticano II –, reafirmou-se o grande valor profético que o celibato contém, especialmente em nossos dias. Valor profético significa que a própria existência de um homem sacerdote celibatário é uma palavra de Deus dita ao mundo atual, uma palavra que – certamente – incomoda e causa desconforto e, por isso, costuma ser atacada”, descreveu. 

Vaticano apresenta o “Domingo da Palavra de Deus”, instituído pelo Papa



Nesta sexta-feira, 17, uma coletiva no Vaticano apresentou o “Domingo da Palavra de Deus”, data instituída pelo Papa Francisco e que será celebrada pela primeira vez em 26 de janeiro de 2020.

A celebração foi anunciada em 30 de setembro passado, com a publicação da carta apostólica “Aperuit illis” (Abriu-lhes). Trata-se de uma iniciativa que o Santo Padre confia a toda a Igreja para que “a comunidade cristã se concentre sobre o grande valor que a Palavra de Deus ocupa na sua existência cotidiana”, escreve o Papa na carta.

Na conclusão do Jubileu da Misericórdia, na carta apostólica “Misericordia et misera”, Papa Francisco já havia feito uma alusão a esta perspectiva: “Seria conveniente que cada comunidade pudesse, num domingo do Ano Litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura: um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo”.

Apresentando a iniciativa na coletiva, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella. Ele destacou que são muitas e diversas as iniciativas pastorais que colocam no centro o conhecimento, a difusão, a reflexão e o estudo da Sagrada Escritura e, entre os exemplos, citou a Comunidade Canção Nova no Brasil.

“Este Domingo da Palavra de Deus, portanto, coloca-se como uma iniciativa pastoral de Nova Evangelização, com o escopo de reavivar a responsabilidade que os crentes têm no conhecimento da Sagrada Escritura e em mantê-la viva através de uma obra de permanente transmissão e compreensão, capaz de dar sentido à vida da Igreja nas diversas condições em se encontra”, afirmou.