sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Vaticano apresenta o “Domingo da Palavra de Deus”, instituído pelo Papa



Nesta sexta-feira, 17, uma coletiva no Vaticano apresentou o “Domingo da Palavra de Deus”, data instituída pelo Papa Francisco e que será celebrada pela primeira vez em 26 de janeiro de 2020.

A celebração foi anunciada em 30 de setembro passado, com a publicação da carta apostólica “Aperuit illis” (Abriu-lhes). Trata-se de uma iniciativa que o Santo Padre confia a toda a Igreja para que “a comunidade cristã se concentre sobre o grande valor que a Palavra de Deus ocupa na sua existência cotidiana”, escreve o Papa na carta.

Na conclusão do Jubileu da Misericórdia, na carta apostólica “Misericordia et misera”, Papa Francisco já havia feito uma alusão a esta perspectiva: “Seria conveniente que cada comunidade pudesse, num domingo do Ano Litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura: um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo”.

Apresentando a iniciativa na coletiva, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella. Ele destacou que são muitas e diversas as iniciativas pastorais que colocam no centro o conhecimento, a difusão, a reflexão e o estudo da Sagrada Escritura e, entre os exemplos, citou a Comunidade Canção Nova no Brasil.

“Este Domingo da Palavra de Deus, portanto, coloca-se como uma iniciativa pastoral de Nova Evangelização, com o escopo de reavivar a responsabilidade que os crentes têm no conhecimento da Sagrada Escritura e em mantê-la viva através de uma obra de permanente transmissão e compreensão, capaz de dar sentido à vida da Igreja nas diversas condições em se encontra”, afirmou. 

260 milhões de cristãos foram "duramente perseguidos" em 2019



Um em cada oito cristãos no mundo sofre atos de perseguição por causa de sua fé, ou seja, cerca de 260 milhões de pessoas. Estes são os dados que emergem da World Watch List 2020 da ONG Portas Abertas / Open Doors, apresentado na Câmara dos Deputados da Itália.

O relatório analisa os eventos ocorridos no mundo entre 1º de novembro de 2018 e 31 de outubro de 2019 em cem países potencialmente afetados pelo fenômeno e mostra como, em comparação com o ano anterior, os cristãos discriminados em um nível definido como “alto”, “muito alto” e “extremo” aumentaram em 15 milhões.

Em decréscimo número de cristãos assassinados

O número de cristãos assassinados diminuiu (de 4.305 para 2.983 vítimas), com a Nigéria permanecendo como o país mais perigoso para os cristãos devido a ataques das tribos Fulani e dos islamitas do Boko Haram. A República Centro-Africana em guerra ocupa o segundo lugar, e o Sri Lanka o terceiro, onde mais de 200 pessoas morreram nos ataques na Páscoa de 2019.

Excluídos da vida pública e perseguidos privadamente

“As mortes e os assassinatos diminuíram, mas é um número que geralmente varia de acordo com o ano e, portanto, é muito flutuante”, explica Cristian Nani, diretor da Portas Abertas / Open Doors. O que é constante, no entanto, é o aumento da pressão que diz respeito à vida pública e privada na comunidade e na Igreja.

“De acordo com vários parâmetros que analisamos – discriminação, violência, exclusão do trabalho, da saúde e da assistência médica, leis que proíbem a existência dos cristãos ou leis contra as conversões que são usadas contra cristãos”, explica ainda Nani, “todos estes fatores levam ao aumento da pressão em muitos Estados. Em pelo menos 73 países, os cristãos experimentam um alto nível de perseguição”. 

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo 2020



Mensagem do Papa Francisco para o
Dia Mundial do Enfermo 2020
(11 de fevereiro de 2020)

Sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos,
que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28)

Queridos irmãos e irmãs!

1. Estas palavras ditas por Jesus – «vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28) – indicam o caminho misterioso da graça, que se revela aos simples e revigora os cansados e exaustos. Tais palavras exprimem a solidariedade do Filho do Homem, Jesus Cristo, com a humanidade aflita e sofredora. Há tantas pessoas que sofrem no corpo e no espírito! A todas, convida a ir ter com Ele – «vinde a Mim» –, prometendo-lhes alívio e recuperação. «Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobres, doentes, pecadores, marginalizados pelo ditame da lei e pelo opressivo sistema social. Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir a sua palavra, uma palavra que incutia esperança» (Angelus, 6 de julho de 2014).

No XXVIII Dia Mundial do Doente, Jesus dirige este convite aos doentes e oprimidos, aos pobres cientes de dependerem inteiramente de Deus para a cura de que necessitam sob o peso da provação que os atingiu. A quem vive na angústia devido à sua situação de fragilidade, sofrimento e fraqueza, Jesus Cristo não impõe leis, mas, na sua misericórdia, oferece-Se a Si mesmo, isto é, a sua pessoa que dá alívio. A humanidade ferida é contemplada por Jesus com olhos que veem e observam, porque penetram em profundidade: não correm indiferentes, mas param e acolhem o homem todo e todo o homem segundo a respetiva condição de saúde, sem descartar ninguém, convidando cada um a fazer experiência de ternura entrando na vida d’Ele.

2. Porque tem Jesus Cristo estes sentimentos? Porque Ele próprio Se tornou frágil, experimentando o sofrimento humano e recebendo, por sua vez, alívio do Pai. Na verdade, só quem passa pessoalmente por esta experiência poderá ser de conforto para o outro. Várias são as formas graves de sofrimento: doenças incuráveis e crónicas, patologias psíquicas, aquelas que necessitam de reabilitação ou cuidados paliativos, as diferentes formas de deficiência, as doenças próprias da infância e da velhice, etc. Nestas circunstâncias, nota-se por vezes carência de humanidade, pelo que se revela necessário, para uma cura humana integral, personalizar o contacto com a pessoa doente acrescentando a solicitude ao tratamento. Na doença, a pessoa sente comprometidas não só a sua integridade física, mas também as várias dimensões da sua vida relacional, intelectiva, afetiva, espiritual; e por isso, além das terapias, espera amparo, solicitude, atenção, em suma, amor. Além disso, junto do doente, há uma família que sofre e pede, também ela, conforto e proximidade.

3. Queridos irmãos e irmãs enfermos, a doença coloca-vos de modo particular entre os «cansados e oprimidos» que atraem o olhar e o coração de Jesus. Daqui vem a luz para os vossos momentos de escuridão, a esperança para o vosso desalento. Convida-vos a ir ter com Ele: «Vinde». Com efeito, n’Ele encontrareis força para ultrapassar as inquietações e interrogativos que vos surgem nesta «noite» do corpo e do espírito. É verdade que Cristo não nos deixou receitas, mas, com a sua paixão, morte e ressurreição, liberta-nos da opressão do mal.

Nesta condição, precisais certamente dum lugar para vos restabelecerdes. A Igreja quer ser, cada vez mais e melhor, a «estalagem» do Bom Samaritano que é Cristo (cf. Lc 10, 34), isto é, a casa onde podeis encontrar a sua graça, que se expressa na familiaridade, no acolhimento, no alívio. Nesta casa, podereis encontrar pessoas que, tendo sido curadas pela misericórdia de Deus na sua fragilidade, saberão ajudar-vos a levar a cruz, fazendo, das próprias feridas, frestas através das quais divisar o horizonte para além da doença e receber luz e ar para a vossa vida.

Nesta obra de restabelecimento dos irmãos enfermos, insere-se o serviço dos profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, pessoal sanitário, administrativo e auxiliar, voluntários –, pondo em ação as respetivas competências e fazendo sentir a presença de Cristo, que proporciona consolação e cuida da pessoa doente tratando das suas feridas. Mas, também eles são homens e mulheres com as suas fragilidades e até com as suas doenças. Neles se cumpre de modo particular esta verdade: «Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre» (Angelus, 6 de julho de 2014). 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Dom Schneider defende Cardeal Sarah por seu livro “heróico” sobre o Celibato Sacerdotal



O bispo Athanasius Schneider está se manifestando em forte apoio ao cardeal Robert Sarah por seu novo livro com Bento XVI defendendo o celibato sacerdotal, chamando suas ações de “heróicas”.

As notícias do próximo volume, intitulado “Das profundezas de nossos corações: Sacerdócio, Celibato e Crise da Igreja Católica”, foram anunciadas no domingo, recebendo uma onda de elogios, mas também uma reação considerável.

Em uma declaração divulgada na terça-feira, 14 de janeiro (veja o texto completo abaixo), o bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, argumenta que a “calúnia e mentira” dirigida contra o cardeal guineense apenas prova que o novo volume sobre o celibato sacerdotal é “oportuno” e “necessário”.

O Bispo Schneider escreve: “Pode-se dizer que a intervenção do cardeal Sarah provocou, por assim dizer, a raiva do inferno”.

O cardeal Sarah, diz ele, “deu voz” a numerosos bispos, padres e leigos, que foram “sufocados” por “grupos influentes” que são elogiados pelo mundo, mas que podem ser contados entre os “inimigos da Fé Católica”. ”

Em sua declaração, o bispo Schneider também observa, com pesar, o “abandono” que o cardeal Sarah sofreu nos últimos dias, “mesmo por pessoas que sem ambiguidade e sem respeito humano deveriam ter apoiado ele e sua intervenção”.

O bispo também sustenta que o cardeal Sarah “provou”, no novo livro, que ele é uma “verdadeira ajuda” ao papa Francisco e à Igreja, e expressa sua esperança de que o papa possa “efetivamente e proveitosamente” considerar a contribuição do cardeal.

Ele conclui sua declaração de apoio, assegurando ao cardeal Sarah que os “pequenos” são gratos a ele e próximos a ele em oração.

Nos últimos meses, o bispo Schneider ofereceu sua própria defesa vigorosa do celibato sacerdotal na Igreja Latina. Em seu próprio livro novo, “Christus Vincit: O triunfo de Cristo sobre as trevas da era”, Sua Excelência se dirige àqueles que defendem a ordenação de viri probati (ou seja, homens casados sexualmente ativos), dizendo: “Se você soubesse o que realmente é o sacerdócio católico, você nunca, por qualquer motivo, defenderia o enfraquecimento da abolição da tradição apostólica do celibato sacerdotal. ”

Aqui está a declaração completa do bispo Athanasius Schneider, em apoio ao cardeal Sarah e seu novo livro “Das profundezas de nossos corações”.

O livro já está disponível para pré-venda na Ignatius Press.

Confira o que Dom Athanasius escreveu:

Papa enviará antecipadamente a alguns bispos o texto da exortação apostólica sobre a Amazônia


Para uma melhor preparação dos bispos e fiéis das diversas dioceses do mundo, o Papa enviará a alguns prelados o texto do seu próximo documento, contendo suas reflexões sobre as propostas do Sínodo da Amazônia, segundo indicou o Cardeal Claudio Hummes, em uma carta que o purpurado terá enviado no dia 13 de janeiro de 2020 a bispos de vários países.

“O Santo Padre está preparando uma nova exortação apostólica que apresenta os novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral surgidos sob a guia do Espírito Santo durante o Sínodo para a Amazônia desde outubro do ano passado”, começa a carta do Cardeal brasileiro, divulgada pelo jornalista italiano Aldo Maria Valli em seu site.

“O rascunho (da exortação) está atualmente em fase de revisão e correção e será traduzida em breve. O Papa Francisco espera poder promulgá-la a fins deste mês ou a inícios de fevereiro”, prossegue a missiva cuja autenticidade foi confirmada pelo grupo ACI.

Fontes confiáveis indicaram a ACI Digital que o rascunho da exortação apostólica será enviado aos bispos antes do final desta semana, mas não a todos os prelados do mundo, senão somente aos que estiveram envolvidos no processo sinodal.

O Cardeal Hummes indica em sua missiva que “a exortação é muito esperada e suscitará grande interesse e distintas respostas”. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Cuidado com o ladrão, principalmente o da porta dos fundos!



Caro internauta, o tema desse nosso artigo é a porta, especialmente a dos fundos. Você já parou para contar quantas vezes você passa por uma porta todos os dias? Mesmo sem conhecer a sua rotina diária, posso afirmar que, se você ainda não passou por nenhuma porta no dia de hoje, certamente, passará por dezenas delas até o anoitecer. Até mesmo a Palavra de Deus nos exorta sobre elas. Existem portas muito largas e outras bem estreitas; existem as grandes e pequenas; porta da frente e porta dos fundos. Existem também portas feitas de aço e de madeira de lei, que são capazes de resistir por séculos à ação do tempo.

Aliás, as portas de madeira nobre, embora passem por intensas rajadas de ventos provocadas por temporais, que muitas vezes fazem-na colidir abruptamente contra o seu batente, permanecem intactas, ao longo dos séculos, com todas as suas características originais.

Existem, por outro lado, aquelas portas feitas com material, desculpe o termo, “sem vergonha”. Esse tipo de porta pode até ser bonita por fora, mas o seu interior é completamente oco. Na melhor das hipóteses, esse segundo tipo de porta serve apenas como refeição para carunchos que a consomem totalmente em brevíssimo tempo. Quando o caruncho não a devora, o sol e as chuvas tratam de fazê-lo. 

Bento XVI explica por que razão sacerdócio e celibato são indissociáveis



Tem sido um tanto polêmica a participação do Papa Bento XVI no mais recente livro do Cardeal Sarah. Mas passando à frente as polêmicas vale a pena ler este trecho, no qual o Papa Bento fala da ligação entre sacerdócio e celibato, desde o início da Igreja:

A celebração diária da Eucaristia, que implica um estado permanente de serviço a Deus, não deixa espontaneamente a impossibilidade de um vínculo matrimonial. Pode-se dizer que a abstinência sexual, que foi funcional, se transformou em abstinência ontológica. (...)  

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Vaticano recorda posição do Papa Francisco sobre celibato sacerdotal



O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, abordou nesta segunda-feira, 13 de janeiro, a posição do Papa Francisco sobre o celibato sacerdotal após a notícia da publicação do livro do Papa Emérito Bento XVI com o Cardeal Robert Sarah, “Des profondeurs de nos cœurs” (“Do mais profundo de nossos corações”).

"A posição do Santo Padre sobre o celibato é conhecida", declarou Bruni em um comunicado enviado aos jornalistas e lembrou as palavras do Papa Francisco durante a coletiva de imprensa no avião de regresso do Panamá, na qual disse que “Vem-me à mente aquela frase de São Paulo VI: ‘Prefiro dar a vida antes que mudar a lei do celibato’”.

Naquela ocasião, o Papa Francisco disse: “Pessoalmente, penso que o celibato é uma dádiva para a Igreja. Não estou de acordo com permitir o celibato opcional. Não. Haveria qualquer possibilidade apenas nos lugares mais remotos; penso nas ilhas do Pacífico... quando há necessidade pastoral, aí o pastor deve pensar nos fiéis”.

Além disso, Matteo Bruni acrescentou que “a respeito do modo como este argumento se insere no trabalho mais amplo do recente Sínodo sobre a região pan-amazônica e a sua evangelização, durante a sessão conclusiva, o Santo Padre afirmou: ‘Fiquei muito feliz por não termos caído prisioneiros desses grupos seletivos que do Sínodo só quererem ver o que foi decidido sobre este ponto intraeclesial ou sobre esse outro, e negarão o corpo do Sínodo que são os diagnósticos que fizemos nas quatro dimensões’ (Pastoral, cultural, social e ecológica)”, concluiu.