quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Indígenas e religiosas fazem rituais amazônicos em igreja católica perto do Vaticano


A igreja romana de Santa Maria em Traspontina, localizada na Via della Conciliazione, a poucos metros do Vaticano, acolhe diariamente, de 4 a 27 de outubro, um evento de claro caráter sincrético, no qual se mesclam tradições indígenas da Amazônia com referências cristãs.

O evento, chamado "Momentos de Espiritualidade Amazônica" é organizado por "Amazônia Casa Comum", um espaço da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), estabelecido de forma temporária nesta paróquia, confiada aos Carmelitas, no contexto do Sínodo da Amazônia, que acontece no Vaticano até 27 de outubro.

 
ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, presenciou o ritual nos dias 8 e 9 de outubro. O primeiro começou às 9h45. Dentro da igreja e diante do local onde fica o Santíssimo Sacramento e junto ao altar principal, estenderam uns panos e uma rede colorida com diversos objetos, como pequenas canoas, imagens de aves, instrumentos, estatuetas, tigelas com alimentos, entre outros; e no centro um cesto de palha dentro do qual estava a imagem de uma mulher grávida nua.

Basílica de São Pedro profanada com exaltação de divindade pagã Pacha Mamma

O fato terrível ocorreu no dia de Nossa Senhora do Rosário, em que os católicos celebram a vitória na Batalha de Lepanto.


Na sexta-feira, 4 de outubro de 2019, o primeiro evento que marcou o início das atividades do Sínodo da Amazônia foi um ritual pagão nos jardins do Vaticano, que chocou os católicos do mundo inteiro. No mesmo dia, caiu parte do teto da Basílica de São Pedro, durante a celebração de uma missa para a ordenação de quatro novos bispos.

Durante a cerimônia sincretista, com danças, imagens pagãs estavam distribuídas no meio de um tapete em formato de mandala, dentre elas, a de Pacha Mamma, a Mãe Terra, e uma imagem fálica, de um indígena deitado sobre o tapete. Tudo isso na presença de clérigos e do próprio Francisco. A imagem fálica do ritual pagão lembra o curupira, que é um sátiro indígena, chamado por São José de Anchieta de “demônio da floresta”. E o pior é que eles fizeram aquele ritual pagão para homenagear São Francisco de Assis, no seu dia.

No domingo, na missa de abertura do Sínodo, Francisco utilizou uma expressão: “dar vida a uma fogueira”, para explicar o sentido de reacender o dom que está em nós.  Não há uma única passagem nas parábolas de Jesus em que se faça menção à fogueira (uma referência pagã). Mas, na homilia, há esta menção. Outra expressão utilizada na homilia, duas vezes, foi “prudência audaciosa”. Pois é óbvio que existe uma agenda a ser discutida e proposta pelo Sínodo, com brechas a ampliar ainda mais as fissuras no edifício católico.

Na segunda-feira, 7 de outubro, a imagem pagã de Pacha Mamma foi levada para o interior da Basílica de São Pedro, onde foi erguida numa canoa de madeira, com a presença de Francisco e os bispos sinodais, próximos ao altar, de onde saíram em procissão, atravessaram a Praça de São Pedro e se dirigiram – todos a pé – até o auditório em que se realizam os trabalhos sinodais. Francisco estava à porta do auditório quando chegou a imagem pagã.

Enfim, o sonho de Leonardo Boff se realizou. Eles chegaram lá. Há anos que ele defende o culto à Pacha Mamma. Francisco lhe é gratíssimo. Sabemos também o que está por trás: Pacha Mamma diverge da concepção cristã da Virgem Maria. Os indígenas têm instituições pré-conjugais, que anulam o valor da virgindade. Tudo isso foi muito chocante, no dia em que os católicos celebram a vitória Nossa Senhora do Rosário, pela vitória na Batalha de Lepanto. A Virgem Maria Santíssima foi ultrajada nesse dia. Em seu lugar, foi exaltada a Pacha Mamma, a Mãe Terra. Meu Deus!

Batizados e Enviados: A Missão.


Para celebrar o centenário da Carta Apostólica Maximum illud de Bento XV, sobre a atividade desenvolvida pelos missionários no mundo, o Papa Francisco decretou este mês de outubro como Mês Missionário Extraordinário, com o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. A finalidade desse decreto é despertar, em medida maior, a consciência da missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Por isso, a réplica da Cruz Missionária, abençoada pelo Papa, está percorrendo todas as dioceses do Brasil, recordando a todos a Missão da Igreja, incentivando a todos os cristãos a serem missionários, cada qual no seu próprio estado de vida e condição.

Na Evangelii Gaudium, o Papa Francisco afirma que “a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja” (n. 15). Trata-se de pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai ninguém. “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade. Como dizia João Paulo II aos Bispos da Oceania, ‘toda a renovação na Igreja há de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial’.” (Evangelii Gaudium n. 27).

Sínodo reflete sobre o diaconato indígena permanente e a vocação sacerdotal


Na quarta congregação geral do Sínodo da Amazônia e com a presença de 182 Padres sinodais, refletiu-se sobre os temas do diaconato indígena permanente e da vocação sacerdotal, entre outros.

Segundo informa a Sala de Imprensa do Vaticano por meio de uma síntese feita por Vatican News, os Padres sinodais discutiram a possibilidade de “envolver mais os povos indígenas no apostolado, começando pela promoção do diaconato indígena permanente e pela valorização do ministério laical, compreendidos como autêntica manifestação do Espírito Santo. Também foi invocado um maior envolvimento da presença feminina na Igreja”.

Da mesma forma, “o tema dos critérios de admissão ao ministério ordenado fez parte de alguns pronunciamentos”, nos quais se destacou a importância de rezar mais, pedindo mais vocações ao sacerdócio.

"A insuficiência numérica dos presbíteros – destacou-se – é um problema não somente amazônico, mas comum a todo o mundo católico", indica a síntese de Vatican News.

"A falta de santidade, de fato, é um obstáculo ao testemunho evangélico: nem sempre os pastores levam consigo o perfume de Cristo e acabam por afastar as ovelhas que são chamados a guiar", continua o texto.

Urgências para a Igreja hoje


Fala-se tanto em missão – é um imperativo sempre presente, pois que mandato do próprio Senhor: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” (Mt 28,19s). O mandato é este, a ordem é clara, simples, direta, altiva, do Senhor nosso Deus, e ninguém pode muda-la, silenciá-la, amaciá-la, adulterá-la, deformá-la!

Mas, atenção: a missão é algo muito mais amplo e profundo que um qualquer programa com tempo e método determinados. A missão é uma constante, uma tensão, uma tendência, uma consciência, uma disponibilidade a compartilhar a alegria, a felicidade, a plenitude, a certeza e experiência de crer e viver no Senhor Jesus Cristo.: “Anunciamo-vos a Vida eterna, que estava voltada para o Pai e que nos apareceu! O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o Seu Filho Jesus Cristo. E isto vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa” (1Jo 1,2b-4).

Sendo assim, antes que de missão no sentido de ir em busca dos distantes, de recuperar perdidos ou de fazer novos cristãos na nossa sociedade descristianizada, deveríamos nos perguntar pelo nosso modo de aderir e viver o Cristo como Igreja.

Isto posto, a verdadeira urgência hoje não é ir atrás dos distantes com palavras pomposas e análises tão vistosas e empoladas quanto artificiais e inúteis, com piruetas e cambalhotas, mas sim fortalecer nossa vivência, aprofundar nossa identidade, recuperar nossa mística, tomar a sério o desafio de santidade, estreitar nossos laços fraternos, corrigir os abusos tremendos na nossa liturgia, formar nosso padres e seminaristas, fazer voltar ao verdadeiro e simples radicalismo evangélico os nossos religiosos.

Como poderíamos encantar alguém para Cristo quando nossas comunidades são desencantadas e desencantadoras? Como poderíamos aquecer corações e atrair se nossas homilias são manifestos ideológicos, eivados de politicamente correto e modismos mundanos? Como ousamos pensar seriamente em missão aos distantes quando até mesmo os que nos procuram saem de nós decepcionados e os que são dos nossos nos deixam escandalizados?

Cardeal Sarah: “Alguns padres hoje tratam a Eucaristia com perfeito desdém”


Alguns padres hoje tratam a Eucaristia com perfeito desdém. Eles vêem a Missa como um banquete tagarela onde os cristãos que são fiéis aos ensinamentos de Jesus, os divorciados e recasados, homens e mulheres em situação de adultério e turistas não-batizados a participar em celebrações Eucarísticas de grandes multidões anônimas têm todos acesso ao Corpo e Sangue de Cristo, sem distinção.

A Igreja tem de examinar urgentemente a adequação eclesial e pastoral destas celebrações Eucarísticas enormes com milhares e milhares de participantes. Há aqui um grande perigo de tornar a Eucaristia, "o grande Mistério da Fé", numa festa vulgar e de profanar o Corpo e o precioso Sangue de Cristo. Os padres que distribuem as sagradas espécies sem conhecer ninguém, e que dão o Corpo de Jesus para todos, sem discernimento entre cristãos e não-cristãos, participam na profanação do Santo Sacrifício da Eucaristia.

Aqueles que exercem autoridade na Igreja tornam-se culpados, sob forma duma cumplicidade voluntária, de permitir sacrilégio e profanação do Corpo de Cristo que acontece nestas enormes e ridículas celebrações de si próprios, em que uma pessoa dificilmente percebe que "anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha." (1Cor 11, 26).

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Padres sinodais falam sobre a formação de leigos e sacerdotes na Amazônia


Na 3ª das Congregações Gerais do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, nesta terça-feira, 8 de outubro, os Padres sinodais discutiram sobre a formação cristã, tanto dos leigos como dos sacerdotes, entre os povos da Amazônia, e sobre a necessidade de novos caminhos dos ministérios.

Segundo indicou o Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, durante o encontro diário com jornalistas acreditados, nas diferentes intervenções deste dia "falou-se muito sobre a necessidade de formação para nutrir as comunidades eclesiais".

“Formação de leigos e também de sacerdotes. Trata-se de uma necessidade de formação inculturada”. Nesse sentido, "destacou-se o risco de que uma formação não inculturada leve a quem sente a vocação sacerdotal a abandonar o seminário”, pois a cultura contrasta com a que encontram no seminário.

Muito se falou sobre o papel dos leigos, assegurou Ruffini. “É necessário comprometer-se na formação dos fiéis leigos e compreender qual é o papel que eles podem desempenhar na divulgação do Evangelho. Também, segundo seus carismas, suas vocações que não são necessariamente aquelas do ministério ordenado, mas naturalmente também se falou do ministério ordenado, e dos novos caminhos para o ministério”.

Ruffini destacou que expressaram algumas preocupações "como que tipo de formação os leigos poderiam receber, que tipo de formação poderiam receber os sacerdotes, que tipo de formação poderiam receber os novos ministros”.

“Falou-se sobre a possibilidade de diáconos locais temporários, falou-se de como esse ministério pode acontecer a partir de religiosos consagrados. Foi dito que não se deve cair no erro de uma resposta meramente funcional a esse pedido de poder celebrar a Eucaristia. Seria um erro dar uma explicação funcionalista do sacerdócio”.

Quanto à proposta de instituir "novos ministérios, novos caminhos, enfatizou-se muito que nasce do risco de que existam cristãos de primeira e de segunda classe, aqueles que participam na cerimônia eucarística e podem receber a comunhão e aqueles que não”.

Portanto, “a pergunta é essa: Como levar a Eucaristia a essas populações que não são de segunda classe? Como fazer chegar a Palavra de Deus através da Eucaristia? Este pedido vem das comunidades que se encontram sem guia espiritual, sem possibilidade de celebrar a Eucaristia. Estas comunidades já propõem pessoas que ganharam o respeito por causa de sua vida moral ao serviço dos demais que poderiam acompanhar as populações em comunhão com a Igreja local”.

Os padres sinodais enfatizaram que, “se a Igreja vive da Eucaristia e a Eucaristia edifica a Igreja, são muitos os povos que reclamam a presença permanente e não só de visitantes. Estabeleceu-se a diferença entre uma Igreja visitante e uma Igreja permanente”.

Qual é a diferença entre um Sínodo e um Concílio?


Nos Atos dos Apóstolos, uma das primeiras questões que a Igreja teve de enfrentar foi a admissão de convertidos à fé cristã (cf. Atos 15). Havia opiniões diferentes sobre se os convertidos precisavam obedecer à lei de Moisés e ser circuncidados antes de se tornarem cristãos.

Os primeiros bispos da Igreja reuniram-se em Jerusalém para discutir o assunto. Uma decisão final foi tomada após muito debate e, como resultado, os convertidos gentios não precisavam mais ser circuncidados ou seguir vários aspectos da lei de Moisés.

Desde então, essa reunião de bispos foi chamada de “Concílio de Jerusalém” e foi vista como um protótipo para todas as reuniões de bispos em que as decisões tinham que ser tomadas para o benefício da Igreja. O último desses concílios foi o Concílio Vaticano II, realizado na década de 1960.

Mas, ao longo dos séculos, desenvolveram-se dois tipos distintos de reuniões de líderes da Igreja: os concílios e os sínodos.

Concílio

De acordo com a Catholic Encyclopedia, “os concílios são assembleias legalmente convocadas de dignitários eclesiásticos e especialistas em teologia com o objetivo de discutir e regular assuntos de doutrina e disciplina da Igreja”.

Em particular, “Concílios Ecumênicos são aqueles aos quais os bispos e outros com direito a voto são convocados de todo o mundo (oikoumene) sob a presidência do Papa ou de seus legados, e cujos decretos, tendo recebido a confirmação papal, vinculam todos os cristãos.”

Houve aproximadamente 21 concílios ecumênicos na história da Igreja. Esses concílios não são realizados regularmente e são convocados apenas quando há uma grande necessidade.

Um exemplo é o Primeiro Concílio de Nicéia (325), onde o Credo Niceno foi adotado pela primeira vez, esclarecendo a crença da Igreja sobre a natureza de Jesus Cristo. O Credo Niceno é a profissão de fé que ainda rezamos todos os domingos na missa.

Mais recentemente, o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi convocado para discutir o mundo moderno e os muitos novos desafios que a Igreja teve que enfrentar.

Os resultados dessas reuniões são vinculativos e amplos, resolvendo questões que beneficiam a Igreja Católica.
Sínodo

Na história da Igreja, os sínodos eram normalmente realizados localmente, em várias regiões do mundo, para lidar com questões disciplinares locais. O Papa Paulo VI reviveu essa ideia e estabeleceu o Sínodo dos Bispos em 1965 com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo.

O atual Código de Direito Canônico detalha o propósito desse pequeno grupo de bispos que se reúne para discutir vários tópicos.

    O Sínodo dos Bispos é a assembleia dos Bispos escolhidos das diversas regiões do mundo, que em tempos estabelecidos se reúnem para fo- mentarem o estreitamento da união entre o Romano Pontífice e os Bispos, para prestarem a ajuda ao mesmo Romano Pontífice com os seus conselhos em ordem a preservar e consolidar a incolumidade e o incremento da fé e dos costumes, a observância da disciplina eclesiástica, e bem assim ponderar as questões atinentes à acção da Igreja no mundo.