quarta-feira, 13 de março de 2019

Mensagem do Papa para o 56º Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2019



MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 56º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

A coragem de arriscar pela promessa de Deus

Queridos irmãos e irmãs!

Depois da experiência vivaz e fecunda, em outubro passado, do Sínodo dedicado aos jovens, celebramos recentemente no Panamá a XXXIV Jornada Mundial da Juventude. Dois grandes eventos que permitiram à Igreja prestar ouvidos à voz do Espírito e também à vida dos jovens, aos seus interrogativos, às canseiras que os sobrecarregam e às esperanças que neles vivem.

Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, retomando precisamente aquilo que pude partilhar com os jovens no Panamá, desejo refletir sobre a chamada do Senhor enquanto nos torna portadores duma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede a coragem de arriscar com Ele e por Ele. Quero deter-me brevemente sobre estes dois aspetos – a promessa e o risco –, contemplando juntamente convosco a cena evangélica da vocação dos primeiros discípulos junto do lago da Galileia (cf. Mc 1, 16-20).

Dois pares de irmãos – Simão e André, juntamente com Tiago e João – estão ocupados na sua faina diária de pescadores. Nesta cansativa profissão, aprenderam as leis da natureza, desafiando-as quando os ventos eram contrários e as ondas agitavam os barcos. Em certos dias, a pesca abundante recompensava da árdua fadiga, mas, outras vezes, o trabalho duma noite inteira não bastava para encher as redes e voltava-se para a margem cansados e desiludidos.

Estas são as situações comuns da vida, onde cada um de nós se confronta com os desejos que traz no coração, se empenha em atividades que – espera – possam ser frutuosas, se adentra num «mar» de possibilidades sem conta à procura da rota certa capaz de satisfazer a sua sede de felicidade. Às vezes goza-se duma pesca boa, enquanto noutras é preciso armar-se de coragem para governar um barco sacudido pelas ondas, ou lidar com a frustração de estar com as redes vazias.

Como na história de cada vocação, também neste caso acontece um encontro. Jesus vai pelo caminho, vê aqueles pescadores e aproxima-Se... Sucedeu assim com a pessoa que escolhemos para compartilhar a vida no matrimónio, ou quando sentimos o fascínio da vida consagrada: vivemos a surpresa dum encontro e, naquele momento, vislumbramos a promessa duma alegria capaz de saciar a nossa vida. De igual modo naquele dia, junto do lago da Galileia, Jesus foi ao encontro daqueles pescadores, quebrando a «paralisia da normalidade» (Homiliano XXII Dia Mundial da Vida Consagrada, 2/II/2018). E não tardou a fazer-lhes uma promessa: «Farei de vós pescadores de homens» (Mc 1, 17).

Sendo assim, a chamada do Senhor não é uma ingerência de Deus na nossa liberdade; não é uma «jaula» ou um peso que nos é colocado às costas. Pelo contrário, é a iniciativa amorosa com que Deus vem ao nosso encontro e nos convida a entrar num grande projeto, do qual nos quer tornar participantes, apresentando-nos o horizonte dum mar mais amplo e duma pesca superabundante.

Com efeito, o desejo de Deus é que a nossa vida não se torne prisioneira do banal, não se deixe arrastar por inércia nos hábitos de todos os dias, nem permaneça inerte perante aquelas opções que lhe poderiam dar significado. O Senhor não quer que nos resignemos a viver o dia a dia, pensando que afinal de contas não há nada por que valha a pena comprometer-se apaixonadamente e apagando a inquietação interior de procurar novas rotas para a nossa navegação. Se às vezes nos faz experimentar uma «pesca miraculosa», é porque nos quer fazer descobrir que cada um de nós é chamado – de diferentes modos – para algo de grande, e que a vida não deve ficar presa nas redes do sem-sentido e daquilo que anestesia o coração. Em suma, a vocação é um convite a não ficar parado na praia com as redes na mão, mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam.

Conversão e Fraternidade


A Quaresma é um tempo de conversão, penitência, oração e esmolas, para nos prepararmos para a Páscoa. A Igreja no Brasil, incentivando-nos a esses exercícios espirituais, convida-nos também a um gesto concreto na área social, através da Campanha da Fraternidade. É claro que essa ação social não pode ocupar o lugar das obras espirituais e caritativas, nem se suplanta a elas, mas é o seu complemento. Assim, a Campanha da Fraternidade tem como finalidade unir as exigências da conversão e da oração com algum projeto social, na intenção de renovar a vida da Igreja e ajudar a transformar a sociedade, a partir de temas específicos, tratados sob a visão cristã, convocando os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo, vendo-o na pessoa do próximo, especialmente dos mais necessitados da nossa ajuda.  

A carta a Diogneto, joia da literatura cristã primitiva (ano 120 D.C.), descreve como era a vida dos primeiros discípulos: “Os cristãos não se distinguem dos demais homens, ... participam de tudo, como cidadãos...”. Assim, além dos deveres religiosos, nós, cristãos, temos os deveres de cidadãos, deveres civis e humanitários, para nós decorrentes do amor a Deus e à sua obra. O católico deve ser um excelente cidadão, educado e cumpridor dos seus deveres. Assim, católico não joga lixo na rua, não prejudica a natureza com um desmatamento desregrado, não suja os rios nem desperdiça a água, cuida da limpeza da sua cidade, fazendo a sua parte, não polui o ar com seu escapamento desregulado, nem com um som que incomoda os vizinhos, não atrapalha o trânsito nem causa tumulto e confusão por onde passa etc.  

A Campanha da Fraternidade desse ano tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas, com o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27). O Papa Francisco, em sua mensagem para a Campanha da Fraternidade (CF) desse ano, explica: “Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam ‘o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição’ (Gaudium et spes, 74)”.

“Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, deverão se esforçar os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho” (Paulo VI, Octogesima Adveniens, 46). Esse é um trabalho sobretudo dos leigos.

“A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política... não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça... não poderá firmar-se nem prosperar” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 28).

“A Igreja não tem soluções técnicas para oferecer e não pretende de modo algum imiscuir-se na política dos Estados, mas tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação... A fidelidade ao homem exige a fidelidade à verdade, a única que é garantia de liberdade (cf. Jo 8, 32) e da possibilidade dum desenvolvimento humano integral. É por isso que a Igreja a procura, anuncia incansavelmente e reconhece em todo o lado onde a mesma se apresente... Aberta à verdade, qualquer que seja o saber donde provenha, a doutrina social da Igreja acolhe-a, compõe numa unidade os fragmentos em que frequentemente a encontra, e serve-lhe de medianeira na vida sempre nova da sociedade dos homens e dos povos” (Bento XVI, Caritas in Veritate, 9). 

Mas, infelizmente, como pode acontecer e acontece, os temas da CF são às vezes manipulados e direcionados para a política, de tendência socialista e revolucionário, e favorecer ideologias heterodoxas, o que pode levar alguns a pensar equivocadamente que a Igreja é assim. “Abusus non tollit usum”, o abuso não impede o uso: pode-se usar de uma coisa boa em si, mesmo quando outros usam dela abusivamente. 

quinta-feira, 7 de março de 2019

Bispo causa indignação após proibir o uso de “véus e correntes” na diocese de Goiás



Com base no decreto Verum et Authenticum Cultum Beatam Mariam Semper Virginem da Diocese de Uruaçu, o bispo da diocese de Goiás, Eugène Lambert Adrian Rixen, emitiu uma Orientação Pastoral, proibindo o uso de véus e correntes, como também o uso do termo “escravo de Nossa Senhora” como forma de devoção à Nossa Senhora.

Com a data de 6 de março, quarta-feira de cinzas, a orientação do bispo diz: "Pedimos encarecidamente que os agentes de pastorais, clérigos ou leigos, devem impedir a ereção de grupos sectários que usam sinais como: véus, correntes (no sentido estrito do termo), e outros tipos de manifestações próprias, que ao invés de promover a Verdadeira Devoção a Nossa Senhora, cria-se uma devoção obscura que mais confunde do que promove a piíssima devoção; e, em outro trecho menciona “Que o termo "Escravo de Nossa Senhora" seja evitado e elucidado, tendo em vista que Jesus Cristo diz: "já não vos chamo mais de escravos, porque o escravo, não sabe o que faz o seu senhor; mas Eu vos chamo de amigos", (Jo 15,15); e em outra passagem diz que nem vos tenho como "escravo, mas muito mais do que um escravo, como um irmão querido" (Flm 15-16).

Veja o texto na íntegra:

O diabo na Gaviões da Fiel



Despertou muitos comentários a cena de ter o diabo derrotado Cristo, Nosso Senhor, no desfile carnavalesco da Escola de Samba Gaviões da Fiel neste ano de 2019. O fato merece nossa atenção.

O grande ponto foi a confusão – certamente propositada – entre Cristo e Santo Antão. Dizem alguns defensores da Gaviões e da retumbante presença do diabo nela que o vencido pelo príncipe das trevas não seria Cristo, mas, sim, Santo Antão. Isso é, no mínimo, além de blasfêmia, um insulto à inteligência humana. E por quê?

A resposta é simples. Basta dizer a uma criança de 8 anos, mentalmente saudável, que há um animalzinho com pelos, cujo banho preferido consiste em passar a língua pelo corpo, mia, gosta de leite, tem vibrissas (“bigode”) etc. e pedir a ela um desenho do bicho. Essa criança, com quase 100% de chances de acerto, muito provavelmente, a seu modo, desenhará um gato. A “lógica especial” – como diria o conhecido parapsicólogo Pe. Oscar Quevedo, SJ –, dos patronos do enredo da Gaviões, porém, é muito diferente.

Sim, para eles um personagem com barba, coroa de espinho, semidespido, de acordo com as clássicas representações do Cristianismo, parece Cristo, mas não é. Seu nome seria Antão, um santo monge que viveu, entre fins do século III e início do IV, nos desertos de Nitria e Escete, no Baixo Egito. Como se vê, era um religioso centenário representado, na velhice, com barbas longas e brancas, trajes simples e uma espécie de báculo na mão esquerda. Suas representações nada têm a ver, portanto, com as de Nosso Senhor por volta dos 33 anos.

Ainda que alguns queiram, até de modo fanatizado, defender a Gaviões contra o suposto “fanatismo” de cristãos “ignorantes” e “intolerantes” – a preferir Deus acima de tudo – dizendo que há de se levar em conta “o contexto” do ocorrido, o coreógrafo Edgar Junior os desacredita e, ainda, confirma a estúpida intenção da Escola. Com efeito, declara ele: “O foco era esse mesmo, era chocar! Acho que a gente alcançou o nosso objetivo, que era mexer com essa polêmica de Jesus e o diabo, com a fé de cada um” (Folha Patoense, 04/03/2019, online). Enfim, uma blasfêmia e um grande desrespeito aos cristãos e aos não cristãos que primam pela verdadeira harmonia em nosso Brasil.

Pra que serve o carnaval?

Há uma razão pela qual o Carnaval, a festa que já foi um dos símbolos da identidade nacional, está em franca decadência


O carnaval ou carne vale (adeus à carne em latim) surgiu de uma mistura de ritos pagãos. Alguns sacrificiais, como aquele onde o rei era despojado de seus emblemas e surrado na frente da estátua do deus Marduk. Outros eram apenas celebrações como as Saturnálias e Lupercálias ou mesmo os bacanais, oferecidos ao deus greco-romano do vinho, Baco (também chamado de Dionísio).

Todas essas celebrações tinham em comum a subversão da ordem estabelecida. Aí encontramos a primeira pista para sua decadência: quando a ordem já não está estabelecida, perde-se o sentido de subvertê-la e a festa se transforma simplesmente em uma farra hedonista e sem sentido.

Flávio Gordon, escritor, explica isso de forma magistral em seu artigo “O Carnaval Perpétuo” publicado pela Gazeta do Povo.

O carnaval perpétuo

"A essência do carnaval é a suspensão momentânea de hierarquias. Mas, no Brasil, já não há ordem estabilizada, papéis sociais bem definidos ou hierarquias institucionais dignas de respeito"

“Só me senti brasileiro duas vezes. Uma, no carnaval, quando sambei na rua. Outra, quando surrei Julie, depois que ela me traiu” (Paulo Rigger, personagem de Jorge Amado em O país do Carnaval).

"É carnaval, enfim. Por todo o país as pessoas saem às ruas para brincar e, como se diz, esquecer a rotina do dia a dia. Sob o lema “manda a tristeza embora” – e variações como “deixa a tristeza pra lá” ou “hoje não quero tristeza” –, tudo passa a ser permitido. Na minha cidade, o Rio de Janeiro, por exemplo, não se trata de opção: você é praticamente obrigado a esquecer a rotina, já que a ruidosa celebração adentra pelas frestas da janela, e quase toda rua é tomada por uma massa impenetrável de foliões em êxtase. No último dia 5, por exemplo, na Avenida Beira-Mar, uma tal multidão depredou um ônibus que ousou cruzar o seu caminho. Talvez tenham visto naquele monstro metálico cuspindo gás carbônico a tristeza que não deveria estar ali. Vai saber...

Mas, enfim, é carnaval. E este artigo não está aqui como lamento, mas, num período em que a palavra de ordem é tudo esquecer, como lembrança. Na tradição cristã medieval, o carnaval sempre serviu para lembrar a todos da iminente chegada da Quaresma, período de 40 dias que vai da Quarta-Feira de Cinzas até a Páscoa, e no qual, em memória do martírio de Nosso Senhor Jesus Cristo, os fiéis observam uma rigorosa disciplina religiosa, que inclui jejum, abstinência sexual, estudo, autorreflexão e uma série de atos de caridade.

Não há mais um nítido contraste entre o tempo do carnaval e alguma ordem que ele viria a subverter.

Na Idade Média, o carnaval era encarado como uma espécie de festa de despedida, uma compensação prévia ao espírito de autossacrifício e contrição característico do período subsequente. Não é por acaso que a celebração esteja envolta num simbolismo de glutonaria, licenciosidade e excesso, como ilustram a figura falstaffiana do Rei Momo (tão típica da sátira medieval) e o epíteto “terça-feira gorda”, reservado à véspera da Quarta-Feira de Cinzas e que, em algumas línguas europeias, como o francês (Mardi gras), denomina a própria festa em sua totalidade. Tradicionalmente, portanto, o carnaval só faz sentido em oposição à Quaresma. Ele é o toque de extroversão que antecede, prepara e, de algum modo, ressalta por contraste a introspecção quaresmal. Para falar como Gilberto Freyre, poderíamos dizer que carnaval e Quaresma formam um antagonismo em equilíbrio. São, em outras palavras, as duas faces de uma mesma moeda.

O estilo caracteristicamente burlesco da festa, em claro contraste com o tom grave e solene da liturgia oficial, faz parte de uma longa tradição popular europeia, que, ademais do carnaval propriamente dito, incluía uma série de outras festividades tais como “a festa dos tolos” (festum stultorum) e a “festa do asno” (festum asinorum). Quase toda igreja europeia promovia festejos paroquiais nos quais esse aspecto visceralmente cômico – tão bem descrito, entre outros, por Rabelais – nunca deixava de estar presente. Nas feiras ao ar livre, o público tinha acesso a uma variedade de atrações e divertimentos circenses, com a participação de anões, gigantes, palhaços, figuras mascaradas e animais amestrados. Rituais solenes, tais como a coroação de reis e a consagração de cavaleiros, eram frequentemente parodiados, para as gargalhadas da audiência. No “entrudo” português, antepassado direto do nosso carnaval, os foliões entregavam-se a uma guerra ritualizada em que água, farinha, ovos e limões faziam as vezes de munição. Vem daí, aliás, a tradição brasileira do lança-perfume.

Bolsonaro expõe mazelas do carnaval e a hipocrisia da mídia com apenas um Twitter


O presidente Jair Bolsonaro causou mais uma "polêmica" por ter compartilhado um twitter em sua conta oficial, onde aparecem duas pessoas, aparentemente um homossexual simulando atos obscenos em seu ânus, enquanto outro urina sobre a sua cabeça logo em seguida.

A imundície praticada pelos indivíduos é tanta que chocou até alguns progressistas, que não perderam a oportunidade para criticar o presidente, acusando-o de ter cometido atentado violento ao pudor. Os mais exaltados falaram até em impeachment por quebra de decoro relativo ao cargo.

Mas afinal, Jair Bolsonaro realmente passou dos limites nesse caso?

Quem avalia essa questão sem considerar o contexto social e cultural do Brasil nos últimos anos tende a errar em sua análise, especialmente quando induzido pela grande mídia, majoritariamente alinhada com os ideais de esquerda e comprometida em querer manchar a reputação do governo atual.

Ninguém duvida que o vídeo compartilhado pelo presidente é repugnante, mas é um erro se sentir ofendido(a) por quem o compartilhou. Fazer isso é inverter os valores e ignorar o verdadeiro mérito da questão.

Toda ação que traz à tona a realidade social, nua e crua, choca. O problema, no entanto, não está em quem faz essa revelação, mas sim em quem se diz ofendido por saber a verdade. O que Bolsonaro fez foi justamente revelar o lado negro, não do carnaval, propriamente, mas da "cultura popular brasileira", da qual o carnaval faz parte.

Bolsonaro deu visibilidade em âmbito nacional e internacional, de forma oportuna, à realidade encontrada em muitas "festas" de rua que ocorrem pelo país o ano inteiro, mas principalmente durante o carnaval.

Seu objetivo foi chamar atenção para o uso inadequado do dinheiro público e no que tem se transformado a cultura popular brasileira. Essa é a verdade que a grande mídia tenta esconde, retirando o foco do debate.

Modernistas querem que Sínodo da Amazônia discuta substituir pão de trigo por mandioca para a Eucaristia


Especialistas como o cardeal Raymond Burke e o bispo Athanasius Schneider estão soando o alarme sobre uma proposta absurda no Vaticano para considerar mudar a questão da Eucaristia.

Tal movimento, alertam os doutos críticos, invalidaria o sacramento e criaria, com efeito, uma “nova religião”.

O teólogo jesuíta, padre Francisco Taborda, levantou na semana passada a possibilidade de que o próximo Sínodo Amazônico programado para outubro próximo possa considerar mudar a questão da Eucaristia, permitindo o uso de um vegetal sul-americano chamado mandioca em vez de pão de trigo.

Pe. Taborda disse ao  Crux  em 28 de fevereiro que as questões climáticas e a inculturação garantem a mudança. A umidade intensa durante a estação chuvosa da Amazônia transforma os hospedeiros de trigo em mingau pastoso, disse ele, acrescentando que “na Amazônia, o pão é feito de mandioca”, um arbusto nativo da América do Sul do qual a tapioca é derivada.

Taborda, professor de teologia na universidade jesuíta de Belo Horizonte, Brasil, foi orador de destaque em um  seminário de estudo  realizado no Vaticano, de 25 a 27 de fevereiro, em preparação para o sínodo de outubro sobre “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja”. E por uma ”Ecologia Integral. ” 

Figuras-chave no seminário de dois dias incluíam o cardeal italiano Lorenzo Baldisseri, secretário geral do Sínodo dos Bispos, e o cardeal brasileiro Claudio Hummes, um dos principais proponentes dos ‘‘padres casados” no Rito Latino (um absurdo). Também participaram presidentes de conferências episcopais pan-amazônicas e outros “prelados e especialistas” da Amazônia e outras regiões geográficas.

Enquanto pe. Taborda reconheceu que uma mudança na questão da Eucaristia é uma “questão muito complexa”, ele disse acreditar que isso deveria ser decidido pelos bispos locais. 

Mandiocaristia: uma nova religião

LifeSite abordou vários teólogos e eclesiásticos católicos proeminentes para perguntar se tal mudança é até mesmo concebível. Eles responderam unanimemente e veementemente no negativo.

“Seria completamente impróprio para o Sínodo na Amazônia discutir a mudança da questão da Sagrada Eucaristia”, disse o cardeal Burke à LifeSite. “Afastar-se do uso do que sempre foi a questão do sacramento da Santa Eucaristia tem a mais grave das implicações”, disse ele.

“Isso é completamente impossível, porque é contra a lei divina que Deus nos deu”, respondeu o bispo Athanasius Schneider, auxiliar de Astana, à proposta de mudança. “Celebrar a Eucaristia com a mandioca significaria introduzir uma espécie de nova religião.”

Pe. John Saward, pesquisador sênior do Blackfriars Hall, da Universidade de Oxford, disse que a substituição do pão de trigo pela mandioca contrariaria o testemunho da Tradição, São Tomás de Aquino e o Código de Direito Canônico. 

E um proeminente teólogo, falando sob condição de anonimato, disse à LifeSite: 

Se o papa insistisse nessa permissão com base no “desenvolvimento da doutrina”, auxiliando e encorajando os teólogos heterodoxos em Roma (ou no Brasil, na Alemanha ou em qualquer outro lugar) que o propusessem, então ele estará autorizando uma mudança da lei. substância do Sacramento  como determinado pela ação de Cristo nosso Senhor na Última Ceia . “Missas” celebradas com pão “de mandioca” não seriam missas; não haveria presença real nem sacrifício.