Os
valores podem ser definidos como horizontes de referência. O horizonte é como
uma linha imaginária que nunca se toca e que se afasta na medida em que nos
aproximamos dela. Tem momentos que a linha do horizonte é nítida e próxima; em
outros momentos parece embaçada, fora de foco. O mesmo ocorre com os valores
que em determinados momentos intuímos com clareza e em outros momentos não
ficam tão nítidos. Não são uma ilusão por influenciarem diretamente no
cotidiano.
Um
exercício interessante a ser feito é tentar hierarquizar nossos valores. Tentar
fazer a nossa pirâmide de valores dando a eles um ordenamento, do menos
significativo ao mais importante. Talvez este exercício possa trazer surpresas.
O ordenamento feito, através do exercício de discernimento, talvez revele uma
realidade diferente daquela que achamos que era. Porém, torna-se um momento de
tomada de consciência.
Os
valores pessoais, muitas vezes, não correspondem e nem vão ao encontro dos
valores sociais em se vive. O medo de sermos marginalizados ou excluídos faz
com que frequentemente nossas prioridades não estejam tão claras. Outras vezes,
não se vive de acordo com as convicções, gerando tensão e incoerência na vida
pessoal.
Os
valores não são objetos a serem possuídos, mas fazem parte da natureza mais
íntima da pessoa, fazem parte da essência. O nosso estilo de vida é uma
manifestação externa das convicções interiores. É sinal de autodeterminação
agir segundo os próprios valores e tê-los presente ao tomarmos decisões,
principalmente num ambiente externo desfavorável.