terça-feira, 31 de maio de 2016

Santa Camila Batista de Varano


Camila era filha primogênita do príncipe Júlio de Varano, fruto de uma aventura amorosa com uma nobre dama da corte. Nasceu em 09 de abril de 1458. Cresceu bela, inteligente, caridosa e piedosa. Tinha uma personalidade sedutora e divertida, apreciava dançar e cantar. Ainda criança, depois de ouvir uma pregação sobre a Paixão de Jesus Cristo fez um voto particular: derramar pelo menos uma lágrima todas as Sextas-feiras, recordando todos os sofrimentos do Senhor. Porém, tinha dificuldade para conciliar o voto à vida divertida que levava, quando não conseguia vertê-la sentia-se mal toda a semana. Aos dezoito anos sentiu o chamado para a vida religiosa, mas seu pai não permitiu. Camila ficou sete meses doente por causa disso. Seu pai fez de tudo, mas ela não desistiu. Após dois anos, acabou consentindo. Assim, aos vinte e três anos, em 1481, ingressou no mosteiro das Clarissas, e tomou o nome de Irmã Batista. Os anos que se sucederam foram de grandes experiências místicas para Camila Batista, sempre centradas na Paixão e Morte de Jesus Cristo. Escreveu o famoso livro "As dores mentais de Jesus na sua Paixão", que se tornou um guia de meditação para grandes Santos. Morreu com fama de santidade, em 31 de maio de 1524. 


Querido e bom Deus, dai-nos, pela intercessão de santa Camila, a graça de perseverar no vosso amor e ser instrumento de paz e de amor no meio da humanidade. Concedei-nos ser fervorosos participantes da Eucaristia e zelar pelo anúncio do Reino. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Visitação de Nossa Senhora


Após a anunciação do anjo, Maria sai (apressadamente, diz S. Lucas) para fazer uma visita à sua prima Isabel e prestar-lhe serviços que vão à Jerusalém, passa a Samaria e atinge Ain-Karin, na Judéia, onde mora a família de Zacarias. É fácil imaginar o sentimentos que povoam sua alma na meditação do mistério anunciado pelo anjo. São sentimentos de humilde gratidão para com a grandeza e bondade de Deus, que Maria expressará na presença da prima com o hino do Magnificat, a expressão “do amor jubiloso que canta e louva o amado” (diz S. Bernardino de Sena): “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador…” A presença do Verbo encarnado em Maria é causa de graça para Isabel que, inspirada, percebe os grandes mistérios que se operam na jovem prima, a sua dignidade de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação do precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe. Maria ficou com Isabel até o nascimento de João Batista, aguardando provavelmente outros oito dias para o rito da imposição do nome. Aceitando esta contagem do período passado junto com a prima Isabel, a festa da Visitação, de origem franciscana (os frades menores já a celebravam em 1263), era celebrada a dois de julho, isto é, ao término da visita de Maria. Teria sido mais lógico colocar a memória depois do dia 25 de março, festa da Anunciação, mas procurou-se evitar que caísse no período quaresmal.

A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo papa Urbano VI para propiciar com a intercessão de Maria a paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do Ocidente. O sínodo de Basiléia, na sessão do 1º de julho de 1441, confirmou a festividade da Visitação, não aceita, no início pelos Estados que defendiam o antipapa. O atual calendário litúrgico, não levando em conta a cronologia sugerida pelo episódio evangélico, abandonou a data tradicional de 2 de julho (antigamente a Visitação era celebrada também em outras datas) para fixar-lhe a memória no último dia de maio, como coroação do mês que a devoção popular consagra ao culto particular da Virgem. “Na Encarnação – comenta são Francisco de Sales – Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor… Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus, pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar Deus que não vemos, se não amamos os homens que vemos. Esta parte realiza-se na Visitação.”

Virgem Maria, Mãe de Jesus e minha querida Mãe, invocando-vos sob o título de “Nossa Senhora da Visitação”, vos peço que assim como visitantes vossa prima Isabel, venha visitar minha família, pois estamos necessitando de muitas graças que certamente com vossa visita as receberemos. Que com vosso exemplo possamos ser mais caridosos com nossos irmãos indo visitá-los e confortá-los em suas necessidades. Obrigado Mãe, pelo vosso amor para conosco. Amém.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Verdade, ódios gratuitos e caridade


Há pouco mais de quatro anos, portanto muito antes dos ânimos políticos se polarizarem ao máximo no nosso País, um pesquisador a quem tenho grande respeito me chamava a atenção para uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade – o ódio gratuito. Certamente esta não deve ser a primeira – e possivelmente nem a última – onda de ódio da nossa sociedade e provavelmente algum sociólogo tenha alguma explicação mais profunda sobre o fato, mas o que é certo é a presença deste ódio, cada vez mais acirrado. Não falo apenas nas chamadas redes sociais, mas em todos os âmbitos. Minha pergunta – ou minhas perguntas – aqui não são de cunho sociológico, mas de cunho evangélico – através desse ódio é que imitaremos a Cristo? Existe um equilíbrio entre a denúncia profética e a caridade cristã?

Não creio que tenho resposta definitiva a essas perguntas, mas gostaria de fazer algumas reflexões. Em uma conversa recente, alguém tentava me convencer de que esta é a posição própria de um cristão – denunciar com força – sendo que o diálogo e a escuta com quem cremos estar errado seria um sinal de fraqueza. Evocava inclusive a passagem bíblica da expulsão dos vendilhões do Templo por Jesus para embasar sua posição na Sagrada Escritura. Fiquei dias pensando sobre o tema, mas não consigo enxergar Jesus de um modo frequentemente raivoso. É evidente que Ele pegou realmente no chicote, mas isso aconteceu – até onde sabemos – apenas uma vez na sua vida. Jesus sofreu muito com as misérias dos Apóstolos e os repreendia com força, mas ao mesmo tempo com a delicadeza de quem quer demonstrar seu amor. As atitudes hipócritas dos fariseus e saduceus talvez tenham sido as atitudes que mais incomodaram ao Senhor, mas ainda criticando com força, Jesus sempre parece deixar um apelo à conversão. Mesmo as vezes que, sem êxito, tentaram matá-lo, Ele não parece estar cheio de ira. Sim, uma vez pegou no chicote e expulsou os vendilhões do Templo, mas somente uma vez.

Não estou dizendo que a atitude de Cristo seja – em nenhum momento – conivente com o mal ou com o pecado, ou que Cristo seja um paradigma da atual ditadura do relativismo. Nada mais longe de Cristo do que uma atitude meramente passiva. O que vejo é mais uma atitude de real preocupação com cada pessoa, vendo o interior profundo de cada alma. Para Jesus não parece existir fariseus, mas pessoas concretas a quem Ele desejava converter – tanto é assim que Nicodemos tornou-se seu discípulo. Para Jesus não existiam samaritanas com problemas conjugais, mas aquela Samaritana a quem Ele dedica tempo e amor para converter – e ela como discípula converte todo o povoado. Para Jesus o que importa é cada pessoa.

Homilética: Sagrado Coração de Jesus – Ano C: «Põe-na alegremente aos ombros».




Assim como a aurora precede o meio-dia, analogamente, no ciclo litúrgico da Igreja Católica, o mês de maio é o mês de Maria, que é a aurora. E junho é o mês de Jesus, do Sagrado Coração de Jesus, que é o meio-dia.



Que é o Coração de Jesus? É, naturalmente, um coração vivo que palpita no peito Sagrado do Divino Salvador; um coração formado pela operação onipotente e sapientíssima do Divino Espírito Santo, no claustro virginal da Santíssima Virgem e, em consequência, tendo toda a perfeição física que ele pode comportar; um coração vivificado pela maior alma, a mais pura, a mais santa, a mais divina que jamais tenha existido; um coração que da chaga nele aberta pela lança de Longino deixou correr água e sangue, fonte fecunda de nossa vida espiritual e de nossa salvação.



Ter-se-ão realçado aqui todas as belezas desse Sagrado Coração? Não!



O Coração de Jesus não é, como os nossos, um coração de simples criatura. É o Coração de Deus, digno, por isso mesmo, de todas as homenagens e de toda a adoração que não devemos e não prestamos senão a Deus.



Eis aí privilégios do Sagrado Coração que o elevam acima de todos os outros corações e também de todos os objetos que, como a Cruz, a manjedoura, os cravos e a coroa de espinhos, foram santificados pelo contato direto que tiveram com o Homem-Deus. Com efeito, por mais caros e veneráveis que todos eles sejam para a piedade dos fiéis, sua existência não se confunde com a própria pessoa do Redentor, como é o caso do Sagrado Coração.



Esse Coração vivo de Nosso Senhor é o emblema, o símbolo, não de um amor indeterminado, mas do próprio amor de Jesus, inteiramente conforme à sua natureza humana como à sua natureza divina. Jamais se verá em alguém um coração tão sensível à influência de todos os afetos da alma. Nosso Senhor é o homem perfeito e, portanto, n'Ele há uma perfeita harmonia entre os seus afetos e os sentimentos de seu Coração.



Em cada um de nós, os movimentos da vontade podem não ter senão uma repercussão imperceptível no coração, porque nossa parte sensível o submete, não raro, a impressões contrárias e mais vivas. Em Nosso Senhor, não. NEle tudo é ordem, e essas oposições deploráveis, entre o sentir e o querer não existem. E um coração reto, puro, imaculado, divino, e todos os sentimentos que aí têm lugar são santos e santificadores:



"Eu te farei ler no livro do amor de meu Coração", disse um dia o Divino Mestre à confidente de seu Sagrado Coração, Santa Margarida Maria Alacoque. E nunca –– talvez no Céu –– conseguiremos ler tudo quanto está escrito nesse divino livro.



O Sagrado Coração é normalmente representado com a cruz, as chamas, a coroa de espinhos, acrescentada a chaga nele aberta por Longino.



Esse Sagrado Coração representa, portanto, todo o amor de Nosso Senhor Jesus Cristo por cada um de nós, todo o imenso sacrifício que Ele fez para nos resgatar e nos salvar. Ele nos criou e nos resgatou do pecado pela sua morte infinitamente preciosa. Como Homem-Deus, Ele conhecia todos os homens que haveriamde nascer, amando-os intensamente. De maneira que, considerando o pecado gravíssimo de algum deles, Ele diria: "Meu filho, 'você mediu o mal que fez? Para você eu quero o Céu e não o inferno. Farei um milagre na ordem da graça para que você se reabilite".



Quis Ele, assim, que na consideração da intensidade desse amor, nós fôssemos tocados pela graça divina e mudássemos de vida. O que se compreende, porque um grande ato de bondade pode tocar os corações mais empedernidos e, dessa forma, obter conversões as mais brilhantes.



Se tivermos a suprema desventura de pecar, portanto de ofender a Deus, devemos imaginar esse Sagrado Coração, de "majestade infinita", voltando-se para nós, cheio de bondade, e nos inquirindo: "Por que me fizeste isso? Que mal te fiz? Em que te contristei?" E deixarmo-nos, por assim dizer, precipitar nesse oceano de grandeza, de realeza, de superioridade infinita, que é o Sagrado Coração, do qual brota para cada um de nós uma fonte inexaurível de misericórdia, de afeto, de ternura, de perdão, que nos inunda e quebra nossa maldade.



E, comovidos dessa forma até nossas entranhas, não queiramos outra coisa senão nos arrepender e expiar nossos pecados, para amá-Lo cada vez mais e nos consumirmos em holocausto a Ele.



Sirvam estas considerações de motivação para revermos nossas almas e nossas vidas. Para implorarmos ao Sagrado Coração de Jesus o perdão pelos pecados de que não nos tenhamos arrependido suficientemente, pedindo ainda que, a rogos de Maria Santíssima, Ele nos proteja para evitarmos outros pecados. Tendo sempre presente a sublime lamentação de Nosso Senhor feita a Santa Margarida Maria: "Eis este Coração que tanto amou os homens e por eles foi tão pouco amado".



Não, absolutamente não! Não sejamos destes que amam pouco, mais sim dos que amam muito, a ponto de renunciarmos a tudo e sofrermos tudo para segui-Lo.



"Sagrado Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações –– tende piedade de nós!"

Comissão da OAB convoca reunião extraordinária para discutir ato com objeto religioso realizado na UFC


A comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil -OAB, secção Ceará, deliberou  para que fosse realizada uma reunião extraordinária nesta terça-feira, dia 31, às 16h,  onde será apreciado o primeiro pedido de providências que duas advogadas fizeram à Comissão em face de uma peça apresentada na Universidade Federal do Ceará -UFC, em que um ator semi-nu faz um corte em si e derrama o sangue sobre uma imagem de Jesus Cristo.

O blog conversou com o presidente da comissão, o advogado Robson Sabino. “Na reunião, será analisada a atitude do ator e se encontra amparo em seu direito a Liberdade de expressão ou se este limite foi ultrapassado, e a imagem de Jesus Cristo, expressão de Fé de milhares de cristãos foi vilipendiada”.

Ainda segundo o advogado, “algo que deve ser debatido e analisado seria a razão da imagem de Jesus Cristo na Peça. Não se pode chamar atenção às custas das crenças das pessoas. Um fato que chamou atenção foi a reapresentação da peça, mesmo após críticas, noutro espaço público”.

“Deixa-me o coração triste ver um horário nas paróquias: «Da hora tal até tal hora». E depois? Porta fechada; não há padre, nem diácono, nem leigo que receba as pessoas…”, diz Papa.




JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
JUBILEU DOS DIÁCONOS

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Domingo, 29 de Maio de 2016


«Servo de Cristo» (Gal 1, 10). Ouvimos esta expressão, que o apóstolo Paulo usa para se definir a si mesmo, quando escreve aos Gálatas. No início da carta, tinha-se apresentado como «apóstolo», por vontade do Senhor Jesus (cf. Gal 1, 1). Os dois termos, apóstolo e servo, andam juntos, e não podem jamais ser separados; são como que as duas faces duma mesma medalha: quem anuncia Jesus é chamado a servir, e quem serve anuncia Jesus.

O primeiro que nos mostrou isto mesmo foi o Senhor: Ele, a Palavra do Pai, Ele que nos trouxe a boa-nova (cf. Is 61, 1), Ele que em Si mesmo é a boa-nova (cf. Lc 4, 18), fez-Se nosso servo (Flp 2, 7) «não veio para ser servido, mas para servir» (Mc 10, 45). «Fez-Se diácono de todos», como escreveu um Padre da Igreja (São Policarpo, Ad Philippenses V, 2). E como Ele fez, assim são chamados a fazer os seus anunciadores, «cheios de misericórdia, de zelo, caminhando segundo a caridade do Senhor que Se fez servo de todos» (ibid.). O discípulo de Jesus não pode seguir um caminho diferente do do Mestre, mas, se quer levar o seu anúncio, deve imitá-Lo, como fez Paulo: almejar tornar-se servo. Por outras palavras, se evangelizar é a missão dada a cada cristão no Batismo, servir é o estilo segundo o qual viver a missão, o único modo de ser discípulo de Jesus. É sua testemunha quem faz como Ele: quem serve os irmãos e as irmãs, sem se cansar de Cristo humilde, sem se cansar da vida cristã que é vida de serviço.

Mas por onde começar para nos tornarmos «servos bons e fiéis» (cf. Mt 25, 21)? Como primeiro passo, somos convidados a viver na disponibilidade. Diariamente, o servo aprende a desprender-se da tendência a dispor de tudo para si e de dispor de si mesmo como quer. Treina-se, cada manhã, a dar a vida, pensando que o dia não será dele, mas deverá ser vivido como um dom de si. De facto, quem serve não é um guardião cioso do seu tempo, antes renuncia a ser senhor do seu próprio dia. Sabe que o tempo que vive não lhe pertence, mas é um dom que recebe de Deus a fim de, por sua vez, o oferecer: só assim produzirá verdadeiramente fruto. Quem serve não é escravo de quanto estabelece a agenda, mas, dócil de coração, está disponível para o não-programado: pronto para o irmão e aberto ao imprevisto, que nunca falta sendo muitas vezes a surpresa diária de Deus. O servo está aberto à surpresa, às surpresas diárias de Deus. O servo sabe abrir as portas do seu tempo e dos seus espaços a quem vive ao seu redor e também a quem bate à porta fora do horário, à custa de interromper algo que lhe agrada ou o merecido repouso. O servo não se cinge aos horários. Deixa-me o coração triste ver um horário nas paróquias: «Da hora tal até tal hora». E depois? Porta fechada; não há padre, nem diácono, nem leigo que receba as pessoas… Isto faz doer o coração. Deixai cair os horários! Tende a coragem de pôr de lado os horários. Assim, queridos diáconos, vivendo na disponibilidade, o vosso serviço será livre de qualquer interesse próprio e evangelicamente fecundo.

Mais duas igrejas católicas foram queimadas no Chile


Pouco mais das 22h30 (hora local) da quarta-feira, 25 de maio, desconhecidos queimaram quase ao mesmo tempo duas igrejas católicas: a capela Santo Antônio na localidade de Vilcún e a capela João Paulo II em Padre Las Casas, ambas na Região de La Araucanía, no sul do Chile, a 700 quilômetros da capital.

Os templos que ficaram totalmente queimados, estavam localizados a 70 quilômetros um do outro. Nos dois casos houve disparos antes que começassem os incêndios.

Nos dois lugares tinham colocado cartazes pedindo a libertação de “machi” Francisca Linconao e de outras 10 pessoas, acusadas de participar do incêndio no qual morreu o casal de empresários Werner Luchsinger e Vivianne Mackay, em janeiro de 2013.

No povoado mapuche no Chile, a machi costuma ser uma mulher que tem o papel de médica, religiosa, conselheira e protetora.

Um dos pedidos dos cartazes foi assinado pelo grupo "Weichan Auka Mapu" (Luta do território rebelde), que no dia 20 de abril denunciou mais de 40 casos de violência registrados desde 2013 nas regiões de Biobío, La Araucanía e Los Rios.

A respeito do atentado da capela João Paulo II, o sacerdote encarregado, Pe. Francisco Peralta, disse ao Grupo ACI que “estão fazendo muito pouco com relação à segurança” e que o governo deve “garantir a tranquilidade e o nosso bem-estar”.

“É um dano tremendo à comunidade que se reúne e mora nesta região. É um dano aos próprios irmãos mapuches, porque estão se atacando entre eles mesmos”, acrescentou.

Por último, qualificou que os atos “são de muita covardia porque atacam lugares isolados. É muito fácil colocar um gorro e acender o fogo”.

O motivo de toda perturbação vem de que ninguém se acusa a si mesmo




Indaguemos, irmãos, por que acontece tantas vezes que, ao escutar alguém uma palavra desagradável, vai-se sem qualquer aborrecimento, como se não a houvesse ouvido; enquanto que, em outras ocasiões, mal a ouve, logo se perturba e se aflige? Donde será esta diferença? Terá um motivo só ou vários? Noto haver muitas razões e causas, mas uma é a principal que gera as outras, como alguém já disse. Isto provém por vezes da própria situação em que se encontra a pessoa. Se está em oração ou contemplação, sem dificuldade suporta o irmão injurioso e continua tranquilo. Outras vezes, pelo grande afeto que sente por um irmão, tudo tolera com toda a paciência pela amizade que lhe tem. De outras também, por desprezo, quando faz pouco caso e desdenha quem tenta perturbá-lo, nem se digna olhar para ele como ao mais desprezível de todos, nem dar-lhe uma palavra em resposta, nem mesmo referir a outrem suas injúrias e maledicências.

Não se perturbar ou afligir-se, como disse, vem de que se despreza e não se faz caso do que dizem. Ao contrário, aborrecer-se e incomodar-se com as palavras do irmão resulta de não se encontrar em boas condições ou de odiar esse irmão. Existem muitas outras razões para este fato, ditas de diversos modos. Mas a causa de toda perturbação, se bem a procurarmos, está em que ninguém se acusa a si mesmo.

Daí provém todo aborrecimento e aflição. Daí não termos às vezes nenhum sossego. Nem é de se admirar porque, como aprendemos de homens santos, não nos foi dado outro caminho para a tranquilidade. Que assim é, nós o vimos em muitos. Negligentes e amantes da vida cômoda, esperamos e acreditamos andar pelo caminho reto, apesar de impacientíssimos em tudo, sem nunca querer acusar-nos a nós mesmos.

É isto o que acontece. Por mais virtudes que alguém possua, ainda mesmo inúmeras e infinitas, se abandonar este caminho, jamais terá sossego, mas sempre estará perturbado ou perturbará a outros e perderá todo o trabalho.



Das Instruções de São Doroteu, abade
(Doct. 7, De accusatione sui ipsius, 1-2: PG88, 1695-1699)
(Séc.VI)