sábado, 27 de fevereiro de 2016

Santo Leandro


Leandro, cujo nome significa força do Leão, nasceu em Cartagena, por volta de 540. Pertencia a uma família de santos: seus irmãos Isidoro, Fulgêncio e Florentina, o acompanham no santoral.

Leandro foi desde jovem um homem dotado de grandes qualidades. Tinha facilidade de falar em público e atraía atenção de todos pela sua simpatia. Tornou-se monge, destacando-se pela oração, estudo e meditação.

Eleito Bispo de Sevilha, criou uma escola, na qual se ensinavam não somente as ciências sagradas, mas também todas as artes conhecidas naquele tempo. Entre os alunos, encontravam-se Hermenegildo e Recaredo, filhos do rei visigodo Leovigildo. Ali começou o processo de conversão de Hermenegildo, que abandonou o arianismo.

Leandro precisou exilar-se por causa da conversão de Hermenegildo, pois o rei passou a persegui-lo. O jovem de Sevilha aproveitou para escrever livros contra o arianismo, provando que Jesus Cristo é Deus verdadeiro e que os hereges estavam equivocados. Quando melhorou a situação, Leandro voltou para Sevilha. Hermenegildo havia sido morto por ordem de seu pai.

Nos últimos anos de sua vida o rei visigodo aconselhou bem seu outro filho, Recaredo, que seria seu sucessor no trono. O novo rei, aconselhado por Leandro, convocou o Concílio III de Toledo, no qual rejeitou a heresia ariana e abraçou a fé católica.

Devemos a São Leandro não apenas a conversão do rei, mas também por ter contribuído para ressurgir a vida cristã por todos os confins da Península: fundaram-se mosteiros, estabeleceram-se paróquias pelos povoados e cidades, novos Concílios de Toledo deram sábias legislações em matérias religiosas e civis.

Diz-se que Leandro foi um verdadeiro estadista e um grande santo. A mesmo tempo em que desenvolvia esse trabalho como homem de Estado, nunca esquecia que, como bispo, seu ministério lhe exigia uma profunda vida religiosa e uma dedicação pastoral intensa a seu povo. Pregava sermões, escrevia tratados teológicos, dedicava longos momentos à oração e à penitência e jejum.

Quando idoso sofreu muitas enfermidades, sendo a gota a doença que mais o afligiu. Tudo porém suportava com paciência. Morreu em em Sevilha, por volta do ano seiscentos.


Concedei-nos ó Pai, que a exemplo de São Leandro, que nós lutemos pela transformação da sociedade, oferecendo nossos dons e carismas em favor dos mais esquecidos e necessitados. Faça de nós instrumentos de conversão e ilumine-nos com a luz do Santo Espírito. Tudo isso vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Arquidiocese de São Luís convida fiéis para Ordenação Diaconal de Ayrton Frank


Muita alegria e satisfação marcam o seminarista Ayrton Frank Castro Pinheiro (29 anos) às vésperas de sua Ordenação Diaconal que acontecerá neste sábado, 27 de fevereiro. Marcada para às 17h, a celebração eucarística acontece na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Penha – bairro Anjo da Guarda -, em São Luís do Maranhão. Ayrton será ordenado pelo bispo auxiliar de São Luís, Dom Esmeraldo Barreto.

“A graça de Deus é”, na opinião Ayrton, “o que move um jovem a querer ser padre nos dias de hoje”. Segundo o futuro diácono, ser padre é algo radical, que pode chegar a provocar medo no jovem. De acordo com sua explicação, o que o jovem precisa é “estar aberto à vontade de Deus, ter uma percepção mais aguçada e também de pessoas que o auxiliem.”

De origem grega, a palavra diácono significa para a Igreja, “aquele que serve”.

Ao falar do diaconato, Ayrton lembra que o Vaticano II por meio da Lumen Gentium, ajuda a entender que “o diácono não é ordenado para o sacerdócio, mas para o serviço, sobretudo às pessoas necessitadas”, ou seja, mesmo padre ou bispo, o clérigo não deve esquecer que foi ordenado para servir.

“O papa Francisco tem insistido para que o clero esqueça aquela psicologia dos príncipes, ou seja, para que bispos e padres deixem de pensar que são príncipes, autoridades da igreja, porque a autoridade é de quem está a serviço”, comenta.

Segunda pregação da Quaresma 2016: "Acolham a Palavra semeada em vós".


Segunda pregação da Quaresma

“ACOLHAM A PALAVRA SEMEADA EM VÓS”

Uma reflexão sobre a constituição dogmática “Dei Verbum”


Continuamos a nossa reflexão sobre os principais documentos do Vaticano II. Das quatro “constituições” aprovadas, a que se refere à Palavra de Deus, a Dei verbum, é a única, junto com aquela sobre a Igreja, a Lumen gentium, a ter o status de “dogmática”. Isto se explica com o fato de que com este texto o Concílio pretendia reafirmar o dogma da inspiração divina da Escritura e esclarecer, ao mesmo tempo, a sua relação com a tradição. Fiel à tentativa de iluminar os aspectos mais estritamente espirituais e edificantes dos textos conciliares, limitar-me-ei, também aqui, a algumas reflexões voltadas à prática e à meditação pessoal.

Um Deus que fala

O Deus bíblico é um Deus que fala. “Fala o Senhor, Deus dos deuses… não está em silêncio”, diz o Salmo (Sl 50, 1-3). O próprio Deus repete inúmeras vezes na Bíblia: “Ouve, ó meu povo, quero falar” (Sl 50, 7). Nisso a Bíblia vê a diferença mais clara com os ídolos que “têm boca, mas não falam” (Sl 115, 5). Deus usou a palavra para comunicar-se com as criaturas humanas.

Mas qual significado devemos dar a expressões tão antropomórficas como: “Deus disse a Adão”, “assim fala o Senhor”, “disse o Senhor”, “oráculo do Senhor”, e outras coisas semelhantes? Trata-se evidentemente de um falar diferente do humano, um falar aos ouvidos do coração. Deus fala como escreve! “Porei minha lei no fundo de seu ser e a escreverei em seu coração”, diz no profeta Jeremias (Jr 31, 33).

Deus não tem boca e respiração humana: a sua boca é o profeta, a sua respiração o Espírito Santo. “Tu serás a minha boca” diz Ele mesmo aos seus profetas, ou também “porei a minha palavra nos teus lábios”. É o significado da famosa frase: “Movidos pelo Espírito Santo falaram aqueles homens da parte de Deus” (2 Pd 1, 21). A expressão “locuções interiores”, com a qual definimos o falar direto de Deus de certas almas místicas, aplica-se, de certo modo qualitativamente diferente e superior, também ao falar de Deus aos profetas na Bíblia. No entanto, é concebível que, em alguns casos, como no Batismo e da Transfiguração de Jesus, . No entanto, é concebível que, em alguns casos, como no Batismo e da Transfiguração de Jesus, tem sido uma voz que soava milagrosamente mesmo fora..

De qualquer maneira, trata-se de um falar no verdadeiro sentido do termo; a criatura recebe uma mensagem que pode traduzir em palavras humanas. É tão vívido e real o falar de Deus que o profeta recorda com precisão o lugar e o momento em que uma determinada palavra “veio” sobre ele: “No ano em que morreu o rei Uzias” (Is 6, 1), ““No trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, quando me encontrava entre os exilados, junto ao rio Cobar” (Ez 1, 1), “no segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês” (Ageu 1, 1). Assim de concreta é a palavra de Deus da qual se diz que “cai” sobre Israel, como se fosse uma pedra: “O Senhor enviou uma palavra a Jacó, ela caiu em Israel” (Is 9, 7). Outras vezes a mesma concretude e materialidade é expressa com o símbolo não da pedra que golpeia, mas do pão que se come com prazer: “Quando se apresentavam palavras tuas, as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu coração” (Jer 15, 16; cf também Ez 3, 1-3). 

“Ei, católicos, vocês adoram imagens!” “Ah tá. Fale com a minha mão.”


Nem cheirar, nem matar, nem traficar, nem roubar doce de criancinha; o pecado mais atiça a sanha dos nossos irmãos evangélicos é a idolatria. E, nesse ponto, quase todos os católicos vivem sendo “crenticados”.

A estratégia dos nossos acusadores é a da tijolada: pegam uma passagem da Bíblia, tiram ela do seu contexto e a lançam na nossa cabeça, sem dó. Neste caso, o tijolo, isto é, o texto que usam como arma para atacar a nossa fé é o seguinte:

“Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto.” (Ex 20,3-5)

De fato, o texto não deixa margem para dúvidas: prestar culto a imagens de santos, como nós católicos fazemos, seria realmente um pecado gravíssimo… na época do Antigo Testamento. A proibição era, então, absolutamente necessária, mas perdeu o seu sentido quando o Velho deu lugar ao Novo Testamento.

Explico: o povo que vivenciou o Êxodo era, em grande parte, idólatra. A crença no Deus de Abraão, Isaac e Jacó não os imunizou da influência religiosa dos demais povos. Assim, o culto aos ídolos – primeiramente o bezerro de ouro, e depois os baals – era uma fonte de frequentes aborrecimentos e decepções para o Senhor.

Por isso, havia o grande risco de os hebreus perceberem o Deus da Aliança como mais um deus, o que deus estava “em alta” no momento, e não como O Deus, Único e Verdadeiro. Javé precisava deixar claro o abismo que havia entre os ídolos e Ele: Ele não é produto da mente humana, nem tampouco a Sua doutrina. Ele é o Deus que se revelou, Ele é Aquele que É (“Eu Sou Aquele que Sou” – Ex,3-14). Os ídolos, por sua vez, eram patéticos e impotentes objetos de pau, metal ou pedra, que representavam esquemas religiosos e doutrinas criadas pela imaginação humana.

Contemplemos a Paixão do Senhor


Quem venera realmente a Paixão do Senhor deve contemplar de tal modo, com os olhos do coração, Jesus crucificado, a fim de que reconheça, na carne do Senhor, a sua própria carne.

Trema a criatura perante o suplício do seu Redentor, quebrem-se as pedras dos corações infiéis e saiam, vencendo todos os obstáculos, aqueles que jaziam debaixo de seus túmulos. Apareçam também, agora, na cidade santa, isto é, na Igreja de Deus, como sinais da ressurreição futura e realize-se nos corações o que, um dia, se realizará nos corpos.

A nenhum pecador é negada a vitória da cruz e não há homem a quem a oração de Cristo não ajude. Se ela foi útil para muitos dos que o perseguiam, quanto mais não ajudará os que a ele se convertem?

Foi eliminada a ignorância da incredulidade, foi suavizada a aspereza do caminho, e o sangue sagrado de Cristo extinguiu o fogo daquela espada que impedia o acesso ao reino da vida. A escuridão da antiga noite cedeu lugar à verdadeira luz.

O povo cristão é convidado a gozar as riquezas do paraíso, e para todos os batizados está aberto o caminho de volta à pátria perdida, desde que ninguém queira fechar para si próprio aquele caminho que se abriu também à fé do ladrão arrependido.

Evitemos que as preocupações desta vida nos envolvam na ansiedade e no orgulho, de tal modo que não procuremos, com todo o afeto do coração, conformar-se a nosso Redentor na perfeita imitação de Seus exemplos. Tudo o que Ele fez ou sofreu foi para a nossa salvação, a fim de que todo o Corpo pudesse participar da virtude da Cabeça. 

A aliança do Senhor


No Deuteronômio, Moisés disse o seguinte ao povo: O Senhor teu Deus firmou uma aliança no Horeb. Não foi com vossos pais que o Senhor firmou esta aliança, mas convosco (Dt 5,2-3).

Por que não firmou a aliança com seus pais? Porque a lei não foi feita para o justo (1Tm1,9). Ora, seus pais eram justos; tinham o conteúdo do Decálogo gravado em seus corações e em suas almas, pois amavam a Deus que os criara e abstinham-se de toda injustiça para com o próximo. Não precisavam da advertência de uma lei escrita, porque tinham em si mesmos a justiça da Lei.

Mas, quando essa justiça e esse amor para com Deus caíram no esquecimento e se extinguiram no Egito, tornou-se necessário que Deus, em sua grande bondade para com os homens, se manifestasse de viva voz.

Com seu poder fez sair seu povo do Egito, para que o homem voltasse a ser discípulo e seguidor de Deus; e castigou os desobedientes, a fim de que o povo não desprezasse o seu Criador.

Alimentou-o como maná, para que recebesse um alimento espiritual, conforme disse também Moisés no Deuteronômio: Ele te alimentou com o maná, que nem tu nem teus pais conheciam, para te mostrar que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor (Dt 8,3).

Deu ainda o mandamento do amor de Deus, e ensinou a justiça para com o próximo, a fim de que o homem não fosse injusto nem indigno de Deus. Assim, por meio do Decálogo, Deus preparava o homem para a sua amizade e para a concórdia com o próximo. Era o homem que tirava proveito de tudo isso, uma vez que Deus não tinha nenhuma necessidade do homem.

Efetivamente,tudo isso contribuía para a glória do homem, dando o que lhe faltava, isto é, a amizade de Deus. Porém, isto nada acrescentava a Deus, pois ele não tinha necessidade do amor do homem.

O homem é que precisava da glória de Deus, a qual de modo algum poderia obter senão servindo a Deus. Por isso, Moisés lhe disse de novo: Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele – pois é a tua vida e prolonga os teus dias (Dt 30,19-20).

A fim de preparar o homem para esta vida, o Senhor proclamou por si mesmo as palavras do Decálogo, para todos sem exceção; por isso elas não foram abolidas por ocasião da sua vinda segundo a carne, mas permanecem em vigor entre nós, desenvolvidas e amplificadas.

Quanto aos preceitos próprios da servidão, Deus prescreveu-os separadamente ao povo, por intermédio de Moisés, adaptados à sua educação e formação, conforme disse o próprio Moisés: Naquele tempo, vos ensinei leis e decretos conforme o Senhor Deus me ordenou (cf. Dt 4,5). Por isso, os preceitos, que implicavam a servidão e tinham o caráter de sinais, foram abolidos pelo Senhor na Nova Aliança da liberdade. Mas os preceitos naturais, que convêm a homens livres e são comuns a todos, foram completados e aperfeiçoados, concedendo generosamente aos homens o dom de conhecer a Deus como Pai adotivo, amá-lo de todo o coração e seguir seu Verbo sem se desviarem.


Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 4,16,2-5: SCh 100, 564-572)             (Séc.II)

O Papa Francisco e as críticas.


No saco de mendicante que eu trago a tiracolo e que, no caminho, muitas vezes me bate no coração, eu reúno coisas preciosas que guardo amorosamente, também para tirá-las para fora no tempo oportuno, mas também há outras que, depois de um atento discernimento, eu deixo cair no chão: não são dignas de serem conservadas.

Entre esses objetos, às vezes há pedras que alguns atiram para me atingir: algumas me alcançam e me ferem, outras passam ao lado. Mas todas caem no chão, e eu não as pego de volta para não ter a tentação de jogá-las novamente ao remetente. Nisso também me ajuda a velhice e o seu fato de conhecer o acúmulo de ações que não deixam vestígios.

Para ser sincero, eu não sou tentado nem mesmo a me defender: só se fossem calúnias pertinentes à fé ou à moral eu reagiria, para me interrogar e avaliar uma eventual defesa.

Pensando nisso, surge diante de mim a imagem do Papa Francisco, esse bispo de Roma que, inesperado pela maioria, fez com que se reacendesse novamente o fogo do Evangelho que não estava apagado, mas chocava debaixo das cinzas acumuladas nas últimas décadas, depois do arder da hora do Concílio. 

O Papa Francisco tem muitos inimigos ou, melhor, sabe que muitos se opõem a ele, não conseguem ter simpatia por ele, não estão dispostos a ouvi-lo: são estes que se sentem como seus inimigos, mesmo que ele, justamente em nome do Evangelho que ele quer viver a cada dia com radicalidade, se recuse a considerá-los como tais e a agir em consequência, segundo a estratégia humana exigida pela contraposição.

A única defesa que ele realiza é a denúncia das "fofocas" – eu as definiria como "murmurações" – que ele faz frequentemente, comentando o Evangelho na missa matinal em Santa Marta. Fofocas que não são críticas de rosto aberto, exercício de parrésia e franqueza, mas palavras lançadas como flechas no escuro, repetidas em conciliábulos, acusações em meia voz que até sugerem uma infidelidade sua à tradição da Igreja e à doutrina católica. 

São Porfírio de Gaza


Nasceu na Tessalônica em 353 e morreu em Gaza em 420.

São Porfírio nasceu de uma família rica e com vinte e cinco anos mudou-se para o Egito, onde entrou no monastério de Esquete, no deserto. Cinco anos depois ele viajou para a Palestina, para visitar os lugares santos e residiu numa caverna perto do Rio Jordão por mais cinco anos, em profunda solidão.

Neste período ele adoeceu profundamente e resolveu gastar seus últimos dias em Jerusalém, onde poderia estar perto dos lugares onde Jesus Cristo viveu. Sua austeridade era tão grande que a doença agravou e ele só podia visitar os lugares santos apoiado num pedaço de madeira.

Um amigo seu, chamado Marco, propôs a ajudá-lo, oferecendo seu braço, mas Porfírio recusou a ajuda. “Eu vim até a Palestina para procurar o perdão dos meus pecados e não devo procurar o conforto de ninguém”, dizia Porfírio.

Neste sofrimento ele viveu alguns anos, com olhar sereno e feliz. Só uma coisa ainda o incomodava: sua riqueza deixada na Tessalônica. Um dia, chamou seu amigo Marcos e lhe ordens para ir até sua casa e vender suas propriedades. Três meses depois, seu amigo retornou trazendo grande quantia em ouro. Porfírio o recebeu com alegria, pois estava completamente recuperado de sua enfermidade.

O santo explicou ao amigo que, dias antes, durante um acesso de febre, ele tinha sentido vontade de caminhar até o Calvário. Lá chegando, ele teve uma queda como um desmaio e pensou ter visto Cristo na cruz. Implorou ao Mestre que o levasse com Ele para o Paraíso. Jesus então apontou-lhe a cruz e pediu que ele a carregasse. São Porfírio tomou então a cruz nos ombros e quando acordou estava completamente recuperado da doença.

O santo distribuiu, então, seus bens entre os pobres da Palestina. Para sobreviver, Porfírio aprendeu a fazer sapatos e tornou-se um grande sapateiro.

No fim da vida, Porfírio retornou para Gaza, foi ordenado bispo e passou a defender a fé contra o ataque constante dos pagãos. Diz a história que, em Gaza, terrível seca assolava os campos. Os pagãos culpavam os cristãos e não queriam receber Porfírio entre eles. Às portas da cidade, Porfírio rezou a Deus e a chuva caiu com abundância. Assim, ele foi reconhecido pelos cidadãos de Gaza e pôde entrar na cidade.

Porfírio retirou do maior templo da cidade os ídolos pagãos e construiu uma grande Igreja, consagrada em 408. Na ocasião de sua morte, sua diocese era toda cristã, conforme o testemunho de seu amigo Marcos, que escreveu a biografia do santo. 


Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Porfírio de Gaza, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.