Transcrevemos a seguir algumas notas sobre a
Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: "Casa comum nossa responsabilidade", do Padre Cléber Eduardo. O sacerdote publicou
fez um desabafo em seu perfil, no Facebook, e pediu que ninguém o mutile,
nem o altere. Trata-se de um texto crítico à CNBB pela realização da Campanha
da Fraternidade no Tempo da Quaresma. Segundo o sacerdote, alinhado com o
posicionamento de muitos católicos, a Campanha da Fraternidade tira o foco real
do Tempo da Quaresma e coloca toda a Teologia de conversão em uma chave
meramente antropológica, socialista e imanente, colocando a salvação das almas em
segundo plano. Segue o texto:
Este texto está
assegurado pela a Constituição Federal, Artigo 5º "IX- é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;"
e também pelo Código de Direito Canônico, cânon 212 § 2: "Os fiéis têm o direito de manifestar aos Pastores da Igreja as
próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios."
e §3: "De acordo com a ciência, a
competência e o prestígio de que gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever
de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem
da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para
com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das
pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis."
Portanto, escrevo aos leitores, certo de que entre eles, alguns de nossos bispos também o lerão. Já aviso de antemão que qualquer comentário pejorativo aos Senhores Bispos será sumariamente apagado, não porque alguns não o mereçam, mas porque o meu perfil não é um lugar para bate-bocas de comadres de vila. Uma coisa é discordar, outra fazer estripulias de moleques.
Quem discorda do
que escrevo ou vê de forma diferente tenha a hombridade de o fazê-lo dentro da
educação e polidez de gente civilizada e de usar seu nome próprio. Se discorda,
coloque seus argumentos e iniciemos um debate.
Centenas de católicos escrevem-me diariamente sobre sua inquietação e perplexidade com mais uma Campanha da Fraternidade (CF). Discutir saneamento básico, esgoto e políticas da água dentro das igrejas parece-lhes - e parece-me - totalmente fora da realidade. Dentre as dezenas de razões para o rechaço a mais ouvida é que a CF tem o intuito de desviar o espírito da Quaresma para ocupar cátedras e púlpitos para uma pregação meramente social e política, quase sempre alinhada ao bom-mocismo do politicamente correto transformando a Igreja Católica em mais uma ONG "engajada". Atitude esta condenada pelo Papa Francisco...
Dizem os perplexos e inquietos que, para os promotores da CF 2016, é mais importante discutir sobre esgoto e água que tratar sobre a proteção da vida nascente e o pecado hediondo do aborto, mais importante cuidar do córrego sujo que do manancial de sangue dos milhares de cristãos, católicos ou não, perseguidos não só na Síria pelos muçulmanos, mais importante que banir e entregar à justiça canônica e civil sacerdotes pedófilos, mais importante que cuidar dos inúmeros casos e denúncias sobre a péssima formação sacerdotal e a corrompida doutrina instalada nalguns seminários e servida à mão-cheia nos púlpitos, mais importante que suspender sacerdotes que não temem desfilar com bandeiras partidárias e bonezinhos de sindicatos, partidos políticos e do MST, mais importante que se levantar contra a eugenia que se instala contra os prováveis e futuros microcéfalos, mais importante que limpar e sanear a PJ de toda a doutrina marxista que está às claras.
Quando um padre se levanta contra estas questões candentes ele é tachado de "não está em comunhão com a Igreja" ou, "não está em comunhão com a Diocese" ou "não está em comunhão com o presbitério". Conversa fiada de que detêm o poder, mas não detêm a razão. Senhores... o mal e o pecado continuam ser mal e pecado mesmo que todos digam que não.
O que ocorre com tal padre, na melhor das hipóteses é ostracizado pelos colegas, na pior é suspenso do uso de ordens. VEREMOS o que lá vem para mim. Só não sei por que tantas pessoas falam dos padres e bispos bons que se calam... terão medo de quais represálias os assim chamados "bons" bispos? A não promoção a uma diocese "melhor", a não promoção a algum arcebispado, um título cardinalício?
Consultando minha consciência e os ditames da Santa Igreja a quem
sirvo vejo-me na obrigação de esclarecer aos fiéis algumas coisas: