segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Edir Macedo diz que Deus se relaciona conosco no ‘toma-lá-dá-cá”.


O SBT reprisou no Conexão Repórter, neste domingo, dia 3,  uma entrevista com Edir Macedo, o autoproclamado bispo dono da Rede Record e da Igreja Universal do Reino de Deus.

As declarações de Macedo sobre a fé revelam bem o seu pensamento alinhado com a Teologia da Prosperidade, uma corrente que tem atraído neo-pentecostais a acreditarem que uma vida farta de bens sobre a terra é “um direito” do crente, como afirmou o líder religioso a Roberto Cabrini.

Indagado sobre a polêmica que envolveu um vídeo divulgado vinte anos atrás no Jornal Nacional (TV Globo) onde Macedo ensinava os pastores a aumentarem a arrecadação. O dono da Record asseverou que não se arrepende de nada do que foi dito. “Ou dá ou desce”, resume as Escrituras para o homem que fez fortuna à frente da IURD.

“Eu falei aquilo que eu pensava e penso – e vou continuar pensando. Com Deus, meu caro, ou você dá – a sua vida, e sobre pro céu - ou desce para o inferno. É a lei da palavra de Deus. Se você dá, você recebe; se você não dá, você não recebe. Jesus ensinou isso de outra forma, dai e ser-vos-á dado… Quer dizer, toma-lá-dá-cá. Toma-lá-dá-cá. De acordo com o que você oferece a Deus você recebe”, disse o homem que já se posicionou favorável ao aborto, mesmo sendo um líder que se diz cristão. 

Homilética Festa do Batismo do Senhor* - Ano C: "Somos incorporados a Cristo pelo Batismo".


A Festa do Batismo do Senhor encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito tal como se submetera às demais observâncias legais que também não o obrigavam.

O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).

O dia em que fomos batizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o batismo, todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o menor fruto sobrenatural.

Devemos agradecer a Deus a Graça do Batismo. Agradecer que nos tenha purificado a alma da mancha do pecado original, bem como de qualquer outro pecado que tivéssemos naquele momento. A água batismal significa e atualiza de um modo real o que é evocado pela água natural: a limpeza e a purificação de toda a mancha e impureza.

“Graças ao sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do demônio, porque o teu preço é o sangue de Cristo.”

Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O batismo é a porta por onde se entra na Igreja.

“E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somo todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. A chamada à santidade e a conseqüente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o batismo as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “um certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa alma no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.

Com estas considerações é fácil compreender porque é de desejar que as crianças recebam logo o batismo. Desde cedo a Igreja pediu aos pais que batizassem os seus filhos quanto antes. É uma demonstração prática de fé. Não é um atentado contra a liberdade da criança, da mesma forma que não foi uma ofensa dar-lhe a vida natural, nem alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando ela própria não podia pedir esses bens. Pelo contrário, a criança tem direito a receber essa graça. No Batismo está em jogo um bem infinitamente maior do que qualquer outro: a graça e a fé; talvez a salvação eterna. Só por ignorância e por uma fé adormecida se pode explicar que muitas crianças sejam privadas pelos seus próprios pais, já cristãos, do maior dom da sua vida.

“Enquanto batizado, o homem deve sentir-se enviado pela Igreja a todos os campos de atividade que constituem sua vocação e missão, para dar testemunho como discípulo e missionário de Jesus Cristo…” (nº 460 do Doc. de Aparecida).

Santa Ângela de Foligno


A história de Santa Ângela é emocionante. De uma mulher despreocupada tornou-se uma grande mística cristã. A menina nasceu em Foligno, perto de Assis, no ano de 1248. 

Ainda muito jovem casou-se com um nobre e passou a levar uma vida ainda mais confortável, voltada para as vaidades, festas e recreações mundanas. Assim viveu até os trinta e sete anos, quando uma tragédia avassaladora mudou sua vida. Em pouco tempo perdeu os pais, o marido e os filhos. 

Entretanto, diante da tragédia, Ângela soube recuperar esperanças perdidas e encontrou em Deus o conforto espiritual. Sozinha, sem a família, fez-se religiosa, doando tudo o que tinha para a Ordem Terceira de São Francisco, trocando a futilidade por penitências e orações. 

Admiradora de São Francisco de Assis, ela procurava imitá-lo na pobreza e no serviço aos irmãos. Foi agraciada com dons místicos, sentindo na carne toda a força do amor de Jesus Cristo. Suas experiências tornaram livros de espiritualidade profunda, sendo usados para a formação espiritual de religiosos e leigos. 

Morreu, em 04 de janeiro 1309, já sexagenária, sendo enterrada na Igreja de São Francisco, em Foligno, Itália. 


ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, quando o sofrimento vier nos visitar, e, na aflição, não quisermos aceitá-lo, dai-nos força para não cairmos no desespero. Pela intercessão de santa Ângela, conservai viva e inabalável a nossa esperança. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Minha mãe era freira, foi estuprada e eu nasci. Hoje quero contar minha história


Este testemunho comovente chegou até nós pelas redes sociais, como resposta ao artigo “Deus quer a vida que vem de um estupro?”. Agradecemos pela coragem da sua autora, que prefere permanecer no anonimato, e esperamos que este relato toque o coração de quem o ler.

Decidi escrever este testemunho depois de ter lido o artigo que vocês publicaram há alguns dias sobre os bebês concebidos em um estupro. Já se passaram 3 anos desde que descobri que fui concebida dessa maneira, e é a primeira vez que falo tão extensamente sobre isso.

No começo, eu tentava negá-lo (ou não pensar muito nisso), pois para mim a primeira impressão foi de que eu não estava nos planos de ninguém da minha família, muito menos nos planos da minha mãe, de verdade! Ela havia planejado uma vida totalmente diferente da que tem agora comigo.

Ela era uma religiosa consagrada no momento do estupro (havia feito os votos perpétuos 5 anos antes do meu nascimento). Sei que ela era uma grande religiosa, e tinha (e ainda tem) a mesma mentalidade do Papa João Paulo II: dar protagonismo aos jovens dentro da Igreja.

Há muitas coisas que ainda desconheço sobre o que aconteceu, porque fiquei sabendo disso por meio de umas cartas velhas que escreveram para a minha mãe na época. Ela passou toda a gravidez longe do seu país, recebendo cartas da sua família, do seu melhor amigo (um sacerdote, que é meu padrinho de Batismo) e de algumas das suas irmãs de comunidade.

Sinto que Deus começou a agir desde o começo, por meio da madre superiora da congregação, cuja única preocupação desde o princípio foi proteger a minha mãe; ela, junto com a família da minha mãe, havia pensado que o melhor seria afastá-la do seu ambiente para que ela pudesse tomar uma decisão sem pressões, e também para proteger a comunidade de freiras. Ela decidiria se me daria em adoção e voltaria à comunidade, ou deixaria o hábito e se tornaria mãe.

Sei que Deus se manifestou por meio das pessoas que estavam com a minha mãe naquele então, e pude palpar como iam crescendo os sentimentos ao longo dos meses (eu não tinha as cartas escritas pela minha mãe, mas as respostas a elas).

Li todas as cartas mais de uma vez, e minhas favoritas sempre foram 3. Cada uma tem alguns meses de diferença; as emoções de cada momento são diferentes, e acho que me ajudarão a dar um testemunho melhor.

Pude notar como, no começo, tudo estava nublado para ela; havia sentimento de culpa (isso é muito comum, pelo que entendi, entre as vítimas de estupro, ao achar que ele poderia ser evitado) e nenhuma solução parecia ser a correta; na verdade, a única resposta clara era confiar em Deus. 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Santíssimo Nome de Jesus


E seu nome será: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz" (Is 9, 5).

Sim, quanto é maravilhoso, rico e simbólico este nome que, segundo o Profeta Isaías, significa "Deus conosco"! Como o Arcanjo Gabriel deve ter enlevado a Santíssima Virgem Maria - que ponderava todas as coisas em seu coração - com estas palavras no momento da Anunciação: "E Lhe porás o nome de Jesus"! (Lc 1,31).

Esta frase, que ficou indelevelmente gravada no Imaculado Coração de Maria, chega aos ouvidos dos fiéis de todos os tempos, no orbe terrestre inteiro, fecundando os bons afetos de todo homem batizado. Ao longo dos séculos, diversas almas monásticas e contemplativas foram inspiradas por ela a tal ponto que inúmeras composições de canto gregoriano versam sobre o suave nome do Filho de Deus.

Há uma misteriosa e insondável relação entre o nome de Jesus e o Verbo Encarnado, não sendo possível conceber outro que lhe seja mais apropriado.

É o mais suave e santo dos nomes. Ele é um símbolo sacratíssimo do Filho de Deus, e sumamente eficaz para atrair sobre nós as graças e favores celestiais. O próprio Nosso Senhor prometeu: "Qualquer coisa que peçais a meu Pai em meu nome, Ele vo-la concederá" (Jo 14,13). Que magnífico convite para repeti-lo sem cessar e com ilimitada confiança!

A Santa Igreja, mãe próvida e solícita, concede indulgências a quem invocá-lo com reverência, inclusive põe à disposição de seus filhos a Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus, incentivando-os a rezá-la com freqüência.

No século XIII, o Papa Gregório X exortou os bispos do mundo e seus sacerdotes a pronunciar muitas vezes o nome de Jesus e incentivar o povo a colocar toda sua confiança neste nome todo poderoso, como um remédio contra os males que ameaçavam a sociedade de então. O Papa confiou particularmente aos dominicanos a tarefa de pregar as maravilhas do Santo Nome, obra que eles realizaram com zelo, obtendo grandes sucessos e vitórias para a Santa Igreja.

Um vigoroso exemplo da eficácia do Santo Nome de Jesus verificou-se por ocasião de uma epidemia devastadora surgida em Lisboa em 1432. Todos os que podiam, fugiam aterrorizados da cidade, levando assim a doença para todos os recantos de Portugal. Milhares de pessoas morreram. Entre os heróicos membros do clero que davam assistência aos agonizantes estava um venerável bispo dominicano, Dom André Dias, o qual incentivava a população a invocar o Santo Nome de Jesus.

Ele percorria incansavelmente o país, recomendando a todos, inclusive aos que ainda não tinham sido atingidos pela terrível enfermidade, a repetir: Jesus, Jesus! "Escrevam este nome em cartões, mantenham esses cartões sobre seus corpos; coloquem-nos, à noite, sob o travesseiro; pendurem-nos em suas portas; mas, acima de tudo, constantemente invoquem com seus lábios e em seus corações este nome poderosíssimo".

Maravilha! Em um prazo incrivelmente curto o país inteiro foi libertado da epidemia, e as pessoas agradecidas continuaram a confiar com amor no Santo Nome de nosso Salvador. De Portugal, essa confiança espalhou-se para a Espanha, França e o resto do mundo.

O ardoroso São Paulo é o apóstolo por excelência do Santo Nome de Jesus. Diz ele que este é "o nome acima de todos os nomes", e louva seu poder com estas palavras: "Ao nome de Jesus dobrem-se todos os joelhos nos céus, na terra e nos infernos" (Fil 2,10).

São Bernardo era tomado de inefável alegria e consolação ao repetir o nome de Jesus. Ele sentia como se tivesse mel em sua boca, e uma deliciosa paz em seu coração. São Francisco de Sales não hesita em dizer que quem tem o costume de repetir com freqüência o nome de Jesus, pode estar certo de obter a graça de uma morte santa e feliz. Outro imenso favor!

Mas este grande dom não nos pede alguma retribuição?

Sim. Além de muita confiança e gratidão, o desejo sincero de viver em inteira consonância com as infinitas belezas contidas no santíssimo Nome de Jesus. E também - a exemplo do venerável bispo português Dom André Dias - o empenho em divulgá-lo aos quatro ventos. Digna de honra e louvor é a mãe verdadeiramente católica, que ensina seus filhos a pronunciar os doces nomes de Jesus e de Maria mesmo antes de dizer mamãe e papai, bem como a pautar sua vida pela desses dois modelos divinos.


SENHOR, tende piedade de nós.
JESUS CRISTO, tende piedade de nós.
SENHOR, tende piedade de nós.
JESUS CRISTO, ouvi-nos.
JESUS CRISTO, atendei-nos.

PAI CELESTE, que sois DEUS, tende piedade de nós.
FILHO, Redentor do mundo, que sois DEUS, …
SANTÍSSIMA TRINDADE, que Sois um só DEUS,
JESUS, filho de DEUS vivo,
JESUS, pureza da luz eterna,
JESUS, rei da glória,
JESUS, sol de justiça,
JESUS, filho da Virgem Maria,
JESUS amável,
JESUS, admirável,
JESUS, DEUS forte,
JESUS, pai do futuro século,
JESUS, anjo do grande conselho,
JESUS, poderosíssimo,
JESUS, pacienciosíssimo,
JESUS, obedientíssimo,
JESUS, manso e humilde de coração,
JESUS, amante da castidade,
JESUS, amador nosso,
JESUS, DEUS da Paz,
JESUS, autor da vida,
JESUS, exemplar das virtudes,
JESUS, zelador das almas,
JESUS, nosso refúgio,
JESUS, pai dos pobres,
JESUS, tesouro dos fiéis,
JESUS, boníssimo pastor,
JESUS, luz verdadeira,
JESUS, sabedoria eterna,
JESUS, bondade infinita,
JESUS, nosso caminho e nossa vida,
JESUS, alegria dos anjos,
JESUS, rei dos patriarcas,
JESUS, mestre dos apóstolos,
JESUS, doutor dos evangelistas,
JESUS, fortaleza dos mártires,
JESUS, luz dos confessores,
JESUS, pureza das virgens,
JESUS, coroa de todos os santos.

Sede-nos propício, perdoai-nos, JESUS.
Sede-nos propício, ouvi-nos, JESUS.
De todo o mal, livrai-nos, JESUS.
De todo o pecado, livrai-nos, JESUS.
De Vossa ira,
Das ciladas do demônio,
Do espírito da impureza,
Da morte eterna,
Do desprezo das Vossas inspirações,
Pelo mistério da Vossa Santa Encarnação,
Pela Vossa natividade,
Pela Vossa infância,
Pela Vossa santíssima vida,
Pelos Vossos trabalhos,
Pela Vossa agonia e paixão,
Pela Vossa cruz e desamparo,
Pelas Vossas angústias,
Pela Vossa morte e sepultura,
Pela Vossa ressurreição,
Pela Vossa ascensão,
Pela Vossa instituição da Santíssima Eucaristia,
Pelas Vossas alegrias,
Pela Vossa glória,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Jesus.
Jesus, ouvi-nos.
Jesus, atendei-nos.


Senhor Jesus Cristo, que dissestes: “Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á”, nós Vos suplicamos que concedei a nós, que Vos pedimos, os sentimentos afetivos de Vosso divino amor, a fim de que nós Vos amemos de todo o coração e que esse amor transcenda por nossas ações. Permiti que tenhamos sempre, Senhor, um igual temor e amor pelo Vosso Santo Nome, pois não deixais de governar aqueles que estabeleceis na firmeza do Vosso amor. Vós que viveis e renais para todo o sempre. Amém.

Plenitude do tempo chegou através do sim de Maria, diz Papa


HOMILIA
Santa Missa na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus
Basílica Vaticana
Sexta-feira, 1º de janeiro de 2016


Ouvimos as palavras do apóstolo Paulo: «Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» (Gl 4, 4).

Que significa Jesus nasceu na «plenitude do tempo»? Se o nosso olhar se fixa no momento histórico, podemos imediatamente ficar decepcionados. Sobre grande parte do mundo conhecido de então, dominava Roma com o seu poderio militar. O imperador Augusto chegara ao poder depois de cinco guerras civis. Também Israel fora conquistado pelo Império Romano e o povo eleito estava privado da liberdade. Por conseguinte, aquele não era certamente o tempo melhor para os contemporâneos de Jesus. Portanto, se queremos definir o clímax do tempo, não é para a esfera geopolítica que devemos olhar.

É necessária uma interpretação diferente, que entenda a plenitude a partir de Deus. No momento em que Deus estabelece ter chegado a hora de cumprir a promessa feita, realiza-se então, para a humanidade, a plenitude do tempo. Por isso, não é a história que decide acerca do nascimento de Cristo; mas, ao invés, é a sua vinda ao mundo que permite à história chegar à sua plenitude. É por isso que se começa, do nascimento do Filho de Deus, o cálculo duma nova era, ou seja, a que vê o cumprimento da antiga promessa. Como escreve o autor da Carta aos Hebreus, «muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo. Este Filho é resplendor da sua glória e imagem fiel da sua substância e tudo sustenta com a sua palavra poderosa» (1, 1-3). Assim, a plenitude do tempo é a presença de Deus em pessoa na nossa história. Agora, podemos ver a sua glória que refulge na pobreza dum estábulo, e ser encorajados e sustentados pelo seu Verbo que Se fez «pequeno» numa criança. Graças a Ele, o nosso tempo pode encontrar a sua plenitude.

Este mistério, porém, sempre contrasta com a dramática experiência histórica. Cada dia, quereríamos ser sustentados pelos sinais da presença de Deus, mas o que constatamos são sinais opostos, negativos, que fazem antes senti-Lo como ausente. A plenitude do tempo parece esboroar-se perante as inúmeras formas de injustiça e violência que ferem diariamente a humanidade. Às vezes perguntamo-nos: Como é possível que perdure a prepotência do homem sobre o homem? Que a arrogância do mais forte continue a humilhar o mais fraco, relegando-o para as margens mais esquálidas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará na terra violência e ódio, causando vítimas inocentes? Como pode ser o tempo da plenitude este que coloca diante dos nossos olhos multidões de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos a arriscar a vida para verem respeitados os seus direitos fundamentais? Um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude do tempo realizada por Cristo. 

Santa Genoveva


Santa Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um bispo chamado Dom Jermano estava indo da França para a Inglaterra em missão. Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde pequenina.

Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha. Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas. Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de testemunhar Jesus Cristo a todos os corações.

Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris, ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade.

Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube. Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a melhor resposta.

Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos, uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para uma vocação de virgindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva! Ela faleceu com quase 90 anos.

Santa Genoveva, rogai por nós!


ORAÇÃO:

Ó Deus, nosso Pai, por intercessão de Santa Genoveva, afastai de nós as doenças, a fome, as guerras, as incompreensões e o ódio entre irmãos. Jamais nos falte, Senhor, a vossa proteção e auxílio nas dificuldades e provações pelas quais passamos. Nós Vos louvamos e Vos damos graças, por Cristo nosso Senhor. Amém.
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CN

A Festa da Fé


A Igreja celebra hoje a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. Epifania significa “manifestação”; e os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus.

Na Vinda dos Magos a Belém, Jesus inicia a reunião de todos os povos (Ev. Mt 2, 1-12).

O Profeta Isaías (Is 60, 1-6) descreve a glória de Jerusalém para quem se levanta uma grande luz. Esta luz é Cristo, o Messias Salvador. Ele será luz para Jerusalém e para a nova Jerusalém, a Igreja e toda a humanidade.

A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG. 17). Aqui temos o plano de Deus de fazer toda a humanidade participante da salvação em Cristo! Esta é a boa-nova, o Evangelho. Por isso, devemos hoje dar graças a Deus por nossa vocação cristã.

Para que isso aconteça é preciso que trilhemos o caminho dos Magos. Qual será este caminho? Primeiramente é preciso estarmos atentos aos sinais de Deus e termos o desejo de adorá-Lo.

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2,2). Em segundo lugar, é preciso procurá-Lo, onde Ele se encontra! Depois, é preciso partir sempre de novo, recomeçar, sair à procura! Então, a estrela há de aparecer e pousar sobre o lugar onde se encontra o Menino. Serão momentos de grande alegria!

Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de

Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho (Jo 14,6).

Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos estar atentos à estrela! A estrela são todos os sinais de Deus para que encontremos o Messias Salvador. A Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério da Igreja, uma palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos da vida. Devemos estar atentos para perceber a presença da estrela. E mais: somos chamados a sermos estrelas, que vão indicando o caminho ao próximo para que ele encontre o Messias Salvador. Há muitas maneiras de sermos estas estrelas, dando testemunho de Jesus Cristo. Isso na família, na Igreja e na sociedade.

Cada pessoa humana necessita de estrelas que iluminem o seu caminho para o bem, para Deus.

Os Magos, ao chegarem a Belém, ajoelharam-se diante do Menino e O adoraram. Abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes… Não voltaram a Herodes, retornaram por outro caminho (Mt. 2, 11-12).

O encontrar Deus no menino transforma a vida das pessoas (um chamado à conversão). Já não podem voltar a Herodes (mal). Voltarão por outro caminho à sua região (Vida nova!). 

sábado, 2 de janeiro de 2016

São Gregório Nazianzeno


São Gregório nasceu de família nobre, em Arianzo, Capadócia, em 330. Sua mãe, Nona, era uma mulher piedosa, que consagrou-o a Deus quando o concebeu. Ela também obteve a conversão de seu marido, igualmente chamado Gregório, o qual alguns anos mais tarde, em 325,  foi sagrado Bispo de Nazianzo. São Gregório estudou primeiramente na escola de Retórica de Cesárea da Capadócia; depois foi para a escola cristã de Cesárea na Palestina. Logo em seguida à Alexandria e finalmente para Atenas. Teve por companheiros de estudos a São Basílio e Juliano, o apóstata.

Depois de brilhantes estudos literários, recebeu o batismo, por volta de 358, e tomou a decisão de viver a “filosofia” monástica. Entretanto, não estava inteiramente decidido, como havia prometido, a deixar a família para reunir-se a São Basílio. No entanto, passou alguns breves períodos com este, na solidão do ermo, durante os quais ambos se aplicaram ao aprofundamento teológico, estudando os escritos de Orígenes.

No Natal de 361 foi ordenado sacerdote por seu próprio pai. Em 372, São Basílio o obrigou, por necessidades de sua política religiosa, a aceitar o episcopado na estação postal de Sásima, mas acabou não indo para esta cidade. Depois da morte de seu pai, em 374, dirigiu por pouco tempo a igreja de Nazianzo, mas logo se retira a Selêucia de Isáuria, onde ficou um tempo muito breve, pois um grupo de cristãos de Constantinopla dirigiu-se a ele pedindo que fosse àquela cidade, a fim de ajudar a reorganizar a igreja oprimida por uma série de Imperadores filo-arianos, mas esperançosa de melhores dias por causa da morte do Imperador Valente. São Gregório aceitou, passando dois anos em Constantinopla, desenvolvendo ação muito benéfica para os católicos. Ao chegar à cidade, encontrou todas as igrejas e prédios locais em mãos dos arianos, conseguindo residência apenas pelo fato de ter um parente na região. Conseguiu uma igreja que dedicou-a a Santa Anastácia. Seus sermões atraíam público sempre mais numeroso e em consequência abundantes conversões.

Em 380, no dia 24 de Dezembro, Teodósio foi aclamado Imperador. Este apoiou os católicos e devolveu-lhes os bens que estavam em posse dos arianos. Em maio de 381 o I Concílio Geral de Constantinopla reconheceu São Gregório como Bispo da capital. Aconteceu, porém, que os Bispos do Egito e da Macedônia impugnaram tal designação. E São Gregório foi obrigado a retornar à Nazianzo, onde por mais ou menos dois anos se dedicou à cura pastoral daquela comunidade cristã. Finalmente retirou-se para Arianzo a fim de se dedicar aos estudos e levar uma vida ascética. Em 390, Deus acolheu em seus braços este servo fiel, o qual, com inteligência perspicaz, O tinha defendido nos escritos e cantado em suas poesias.


Ó Deus, que iluminastes a vossa Igreja com o exemplo e a doutrina de São Gregório Nazianzeno, fazei-nos buscar humildemente a vossa verdade e segui-la com amor em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Palavra de Vida: “Sois chamados a proclamar os grandes feitos do Senhor.” (Cf. 1Pd 2,9)


Quando Deus age, realiza grandes feitos. Quando criou o universo, logo “viu que era bom” (Gn 1,25); mas depois de ter criado o homem e a mulher, confiando-lhes toda a criação, “viu que era muito bom” (Gn 1,31). Mas o seu feito que supera todos os outros é aquele que Jesus realizou: com a sua morte e ressurreição criou um mundo novo e um povo novo. Um povo ao qual Jesus deu a vida do Céu, uma fraternidade autêntica no acolhimento mútuo, na partilha, no dom de si. A carta de Pedro conscientiza os primeiros cristãos sobre o que o amor de Deus fez por eles: “Mas vós sois a gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que Ele adquiriu, a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vós sois aqueles que antes não eram povo, agora, porém, são povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia, agora, porém, alcançaram misericórdia” (1Pd 2,9-10).

Se também nós, como os primeiros cristãos, nos conscientizássemos realmente daquilo que somos, de tudo o que a misericórdia de Deus realizou em nós, entre nós e ao nosso redor, ficaríamos  deslumbrados, não conseguiríamos conter a alegria e sentiríamos a necessidade de compartilhá-la com os outros, de “proclamar os grandes feitos do Senhor”.

Mas será difícil, quase impossível, testemunhar de maneira eficaz a beleza da nova socialidade que Jesus fez surgir, se ficarmos isolados uns dos outros. Por isso é lógico que o convite de Pedro seja dirigido a todo o povo. Não é possível mostrarmos desavenças e partidarismos, ou mesmo só indiferença de uns para com os outros, e depois proclamarmos: “O Senhor criou um povo novo, libertou-nos do egoísmo, do ódio e dos rancores, deu-nos por lei o amor mútuo que faz de nós um só coração e uma só alma…”. No nosso povo cristão existem, sim, diferenças nos modos de pensar, nas tradições e culturas. Mas essas diversidades devem ser acolhidas com respeito, reconhecendo a beleza dessa grande variedade, com a consciência de que a unidade não é uniformidade.

É esse o caminho a ser percorrido durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que no hemisfério Norte se celebra de 18 a 25 de janeiro. Mas isso deve ser vivido também durante o ano todo. A Palavra de Vida nos convida a procurar conhecermo-nos melhor entre os cristãos de Igrejas e comunidades diferentes, a narrar uns aos outros os grandes feitos do Senhor. Então, sim, haverá credibilidade quando “proclamarmos” essas obras: se testemunharmos que estamos unidos entre nós justamente nessa diversidade e que nos sustentamos concretamente uns aos outros. 

São Basílio Magno


Basílio nasceu na Capadócia no ano 329. Pertencia a uma família de santos. O jovem estudou em Atenas e Constantinopla e foi sua irmã, Macrina, que o levou para a vida religiosa. Após fecunda experiência de vida com os monges do deserto, Basílio escreveu suas famosas "Constituições", primeira Regra de vida espiritual destinada aos religiosos e referência para toda a vida religiosa posterior. 

Seu jeito de pregar encantava cristãos e judeus. Era tão admirado que recebeu a alcunha de “Magno”, ou seja, era um grande pregador e evangelizador. Basílio mantinha uma intensa atividade em favor dos pobres. Doava tudo o que ganhava à eles. Foi o primeiro bispo a fundar um hospital para aos carentes e depois criou asilos e orfanatos.

Seus sermões são repletos de citações da Sagrada Escritura. Escreveu seus textos de maneira agradável, clara, profunda e convincente. Muito belas são suas cartas, cerca de quatrocentas, que nos inspiram gestos e palavras de amor pelo próximo. Trabalhava e escrevia sem cessar, apesar da saúde débil. Sofrendo de hepatite, quase não podia se alimentar, a ponto de sua pele tocar os ossos.

Morreu dia 01 de janeiro de 379, com apenas quarenta e nove anos. 

ORAÇÃO:

Deus, nosso Pai, enriquecestes a Igreja e deste-nos em São Basílio um exemplo de que a vossa Palavra é vida e luz para nossos corações. Por sua intercessão, sejamos dignos da vocação a que fomos chamados, e tudo façamos para que o vosso Reino de justiça cresça no meio dos homens. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
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Deus quer a vida que vem de um estupro?


Em um mundo perfeito, onde não existia o pecado, Deus quis que uma nova vida surgisse da intimidade sexual entre um homem e uma mulher unidos em matrimônio. Mas, precisamente porque Deus nos deu o livre arbítrio – inclusive a possibilidade de pecar -, pode acontecer que uma gravidez seja resultado de um pecado.

O estupro é um pecado gravíssimo, mas esta ação malvada de um dos pais não afeta o valor da vida de uma pessoa inocente. Cada vida, apesar das circunstâncias em que foi concebida, é querida por Deus.

O estupro é sempre um ato intrinsecamente mau, porque se exerce uma violência contra outro ser humano.

O Senhor quis que a intimidade sexual acontecesse somente no contexto do matrimônio entre um homem e uma mulher. No Gênesis, podemos ver como Adão exclama: “Esta sim que é osso dos meus ossos e carne da minha carne!”. A Escritura continua dizendo: “Por isso, o homem deixa seu pai e sua mãe e se une à sua mulher, e os dois formam uma só carne” (Gn 2, 23-24).

A intimidade da união sexual se dá entre os esposos e Deus quis que esta fosse livre, confiante e frutífera. A Igreja sustenta que tal união não é somente física, mas também espiritual: “No matrimônio, a intimidade corporal dos esposos torna-se sinal e penhor de comunhão espiritual” (CIC 2360).

Está claro que um estupro é um ato violento e um pecado gravíssimo que atenta diretamente contra o que deveria ser a intimidade sexual. O Catecismo afirma: “A violação designa a entrada na intimidade sexual duma pessoa à força, com violência. É um atentado contra a justiça e a caridade. A violação ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral” (CIC 2356).

O Senhor nunca quis que o ato sexual fosse realizado de maneira tão violenta. O estupro é sempre um pecado gravíssimo.

Em todos os casos, a vida humana é sempre sagrada, a partir do momento da concepção, seja qual for a maneira pela qual o filho foi concebido. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Chegou o aplicativo oficial do Jubileu da Misericórdia


Agora, você poderá assistir e viver, de qualquer cidade do mundo, o Jubileu especial da Misericórdia com o Papa Francisco. Graças ao aplicativo oficial do Jubileu 2015-16, com o logotipo oficial: SPES NOSTRA ONLUS.

O APP permitirá que todos os fiéis participem virtualmente deste grande acontecimento cristão do Ano Santo, com links em live-straeaming que estarão disponíveis a partir de 8 de dezembro de 2015 até a conclusão no dia 16 de novembro de 2016. Não somente os eventos "ao vivo" mas qualquer informação oficial, incluindo o programa e os principais compromissos do Jubileu estarão disponíveis em 5 línguas.

Através do APP da Misericórdia, disponível para download em todas as plataformas on-line, você poderá fazer um tour virtual nas quatro basílicas papais: São Pedro, São João de Latrão, São Paulo fora dos Muros e Santa Maria Maior e nas três igrejas da Misericórdia: Espírito Santo em Sassia, Santa Maria in Traspontina e Santuário do Divino Amor. Imagens inéditas e exclusivas feitas com a mais moderna tecnologia, incluindo o impressionante trabalho realizado com drones, que permitiu capturar todos os detalhes internos e externos. Tudo isso e muito mais estará disponível nos celulares de todos os fiéis do mundo.

A apresentação do Jubileu virtual foi realizada por meio de um vídeo do arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que ilustra a importância e o significado deste evento extraordinário da Misericórdia, convidando todos a rezar com o Papa Francisco.

Uma seção específica é dedicada à oração: Oração da Misericórdia, Orações da manhã, Orações vespertinas entre outras. Outra seção é dedicada a interatividade entre os fiéis, que poderão fazer upload de vídeos e fotos da própria igreja jubilar local ou de sua paróquia. Os vídeos e fotos serão postados no Facebook, Twitter e Instagram conectados ao APP. 

Pedagogia Litúrgica para o mês de Janeiro de 2016: "Vimos a sua luz e caminhos nos seus caminhos!"


A pedagogia litúrgica, no decorrer do mês de janeiro, divide-se em dois momentos. No primeiro, a conclusão do Tempo Natalino, que acontece com a celebração da festa do Batismo de Jesus. No segundo, inicia-se a primeira parte do Tempo Comum que, neste Ano Litúrgico, constará de apenas cinco Domingos.

Tempo Natalino

Dentro do contexto Natalino, a primeira celebração de janeiro acontece no início do ano civil de 2016, com a celebração de Maria, Mãe de Deus. Uma celebração que professa a fé da Igreja na maternidade divina de Maria. Celebra também, em Maria, a contribuição da humanidade em favor da encarnação. Na prática, trata-se de uma celebração natalina que manifesta a misericórdia divina, agindo em favor da humanidade e, por isso e para isso, o caminho da encarnação. Maria torna-se assim modelo da humanidade acolhedora do Verbo feito carne.

Ainda no contexto do Tempo Natalino, a Liturgia ajuda os celebrantes a ir ao encontro do Senhor a exemplo dos Reis Magos, na Epifania; a manifestação de Deus em Jesus Cristo. Como os Reis Magos, a Igreja se coloca a caminho para buscar o Rei que acaba de nascer. Com esta finalidade de peregrinação, neste ano, estamos propondo refletir a Epifania a partir da Teologia Paulina, presente na 2ª leitura, para compreender e para participar do Mistério divino, manifestado na pessoa do Menino Jesus, como a luz que veio ao mundo para iluminar a vida humana e social.

Por fim, a terceira celebração do Tempo Natalino, e aquela que conclui o Tempo Natalino, o Batismo do Senhor. Nesta celebração João Batista anuncia a promessa de Jesus batizará que se fizer discípulo e discípula dele no Espírito Santo. Não mais viver guiado pelo espírito do mundo, mas pelo Espírito Santo de Deus. É neste sentido que Jesus se torna a referência existencial de cada celebrante e de toda a sociedade. Em Jesus, no Evangelho que ele prega e propõe, existe um modelo de vida a ser vivenciado e uma estrada que conduz à realização pessoal, iniciada no Batismo. Pelo Batismo, além do mais, cada cristão se compromete a favor do projeto divino; para que o projeto divino aconteça nele e na sociedade.

Tempo Comum

Como dito, uma vez concluído o Tempo Natalino, que conduz os celebrantes a se comprometerem com o projeto divino, o Tempo Comum tem a finalidade de aprofundar cada celebrante no caminho do discipulado. Um caminho feito passo a passo, em cada momento da vida e em todos os momentos existenciais. Isto tem início com um conselho e uma orientação da Mãe de Jesus “Fazei tudo o que ele vos disser” (2DTC-C).

O símbolo do casamento, presente no 2º Domingo do Tempo Comum, é um dos símbolos mais expressivos da Bíblia para indicar o relacionamento amoroso de Deus com a humanidade. Deus tanto ama a humanidade que a desposa, que a toma como esposa para derramar nela todo seu amor. Por isso, como membros da humanidade amada por Deus, somos convidados a celebrar e saborear o vinho novo oferecido por Jesus, com sabor de vida plena e de muita alegria interior. Isto acontece com que se coloca no caminho do discipulado e faz do Evangelho a luz da sua vida.

O início das atividades de Jesus como evangelizador e como Mestre de vida, acontece com uma mensagem programática, da parte de Jesus: "Para proclamar um ano da graça do Senhor" (3DTC-C). Uma frase programática que nos remete diretamente ao Ano Jubilar que estamos vivendo agora, com o Ano Santo da Misericórdia. Por isso, considerando este Ano Santo da Misericórdia que estamos vivendo e celebrando, sugerimos para o 3º Domingo do Tempo Comum – C um contexto próprio de reflexão sobre o sentido e a finalidade de um tempo especial dedicado à Misericórdia, enfatizando a libertação e o perdão em vista da vida digna; da vida vivida na liberdade de Deus.

Este projeto divino, na vida pessoal, que tem início no Batismo, passa pela recomendação da Mãe para fazer o que Jesus pede, ingressando assim no discipulado passa, no 4º Domingo do Tempo Comum – C, pela experiência do chamado vocacional. Inicialmente, o chamado a ser profeta, testemunhando a caridade. A vocação do profeta Jeremias e a narrativa do episódio de Jesus, na conclusão do Evangelho deste Domingo, destacam o destino dos profetas, mas destacam também o poder divino, capaz de transformar tudo, até mesmo o deserto, em caminho de Salvação.  

Santa Maria, Mãe de Deus e nossa!


No oitavo dia de Natal, a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de um ano civil e celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.

A piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa da Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso é que inúmeras são as imagens de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade de Maria é o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la.

Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc 1,28), Aquela que todas as gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).

A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina. Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela, pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens.”

Ensina S. Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei…” (Gl 4,4). Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira –diz por isso São Cirilo- que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deve ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.

“Quando a Virgem respondeu livremente Sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 274). 

Ano novo


Estamos entrando em mais um “Ano Novo”. Marcamos o tempo transcorrido de nossa era cristã com o número 2016. Desde o evento histórico do nascimento de Jesus, passaram-se 2016 anos.

Passaram-se também vários anos de nossa vida. A espécie humana está presente sobre o planeta Terra há milhões de anos. Nosso próprio planeta possui milhardes de anos. Vemos, pois, que o tempo de nossa existência transcorre, porém ele é insignificante diante da idade da Terra. A imensidade se torna para nós inimaginável, e o efêmero, nossa possibilidade. 

O ser humano foi aprendendo a marcar o transcorrer do tempo, observando a efemeridade, o ritmo do nascer e do pôr do sol, a mudança das estações, o subir e o descer das marés, as fases da lua. 

Uma questão se impôs ao longo dos séculos: o que é o tempo? Santo Agostinho, refletindo sobre essa questão, observou: “Se estou só comigo mesmo, eu sei o que é o tempo, mas se me perguntam, não o sei”. Alguns antigos afirmavam que o tempo era um círculo eterno. Para os egípcios, ele era como uma serpente que morde a cauda; muda de pele e rejuvenesce cada vez, porém seu corpo envelhece. Ensinavam que o ser humano se encontra dentro deste ritmo, e que o tempo o vai consumindo. Para os hindus, o tempo é como uma linda mulher que tudo gera e produz, que tudo envolve e resgata para si. 

Iniciamos um novo ano! Novo significa inusitado, desconhecido, não experimentado; algo a respeito do qual não se pode oferecer resposta segundo esquemas preordenados.  Por isso, a partir da compreensão da fé, nos abrimos à possibilidade nova de um tempo que irrompe diante de nós com sentimentos de prosperidade, com votos de felicidade, confiantes de que o Senhor haverá de nos sustentar e inspirar, acompanhar e conservar. 

Temos consciência de sermos únicos. Por isso nos empenhamos em tornar cada instante que o tempo nos concede em algo precioso, com sabor de eternidade.  

São Fulgêncio


Fulgêncio nasceu em Cartago, na África, no ano 465. Nasceu numa rica família cristã. Seu pai era um senador romano e a mãe era de uma família local influente. Teve uma formação intelectual excelente, com caráter firme, espírito de liderança e habilidade para os negócios. Interessava-se pela religião, pelas artes e literatura. Freqüentava um mosteiro perto de sua casa, onde conheceu os livros de santo Agostinho e decidiu-se pela vida de sobriedade e solidão. 

Tentou morar entre os monges do deserto no Egito, mas acabou desistindo. Foi na sua própria cidade onde se tornou padre. Em segredo, por causa das perseguições, tornou-se bispo da diocese de Ruspe. Mas o notícia de novos bispos chegou aos ouvidos do rei e este exilou sessenta homens na ilha de Sardenha, entre eles o jovem Fulgêncio.

No exílio Fulgêncio tornou-se um líder e sua influência fez com que o rei o recebesse de volta na pátria. Fulgêncio pôs-se na luta contra os hereges arianos, escrevendo muitas obras e mantendo vasta correspondência com amigos e discípulos.

Morreu no dia primeiro de janeiro de 533, aos sessenta e oito anos, pregando a caridade como "o caminho que conduz ao céu".


ORAÇÃO:

São Fulgêncio, rogai por nós para que aceitemos com alegria e obediência tudo o que estiver em conformidade aos planos do Pai, para que possamos sentir a paz e a força do Alto, que sempre nos é concedida. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
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Theotokos: Mãe de Deus


Maria é Mãe de Deus porque Jesus é Deus! Todas aquelas passagens da Sagrada Escritura que dizem que Jesus é o Filho de Deus e que ele nasceu de Maria são argumentos a favor desta verdade de fé. Ora, se Jesus é Deus e Maria é Mãe de Jesus, a conclusão necessária é que Maria é Mãe de Deus. A passagem do Evangelho de hoje nos transmite que Jesus foi “concebido no seio materno” de Maria (Lc 2,21).

No século II, os Padres da Igreja estavam de acordo que Jesus nasceu de Santa Maria Virgem e foi gerado verdadeiramente dela, ex Maria Virgine. Essa verdade também estava presente na piedade dos fiéis, que desde o século III rezavam aquela oração: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as súplicas que vos dirigimos em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”. Parece que foi no Egito que surgiu a expressão Theotokos (Dei Genitrix = geradora de Deus, Mãe de Deus) para falar da maternidade divina.

No entanto, no século V, o Patriarca de Constantinopla, Nestório, opôs-se decididamente a essa verdade de fé. Ele dizia que em Cristo há duas pessoas, a humana e a divina, que se uniam através duma espécie de “pessoa de união”. Como a pessoa divina de Jesus tem como referência o próprio Pai eterno, consequentemente Maria só poderia ser Mãe da pessoa humana de Jesus. Na falsa opinião de Nestório, Maria é Mãe de Cristo (da sua pessoa humana) e não Mãe de Deus. Essa afirmação escandalizou os cristãos da época: a doutrina de Nestório vai contra a fé que nos foi transmitida pelos Apóstolos de Jesus Cristo.

São Cirilo de Alexandria, chamado “o teólogo da encarnação”, em consonância com o Papa Celestino I, defendeu com inteligência e fervor que foi o Verbo, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, quem se fez carne e que Maria é, portanto, a Mãe de Deus. O Concilio de Éfeso (ano 431) ratificou essa doutrina e esclareceu que Maria é Mãe de Deus não porque “a natureza do Verbo ou a sua divindade tivesse tido origem da Santa Virgem, mas porque dela nasceu o santo corpo dotado de alma racional, à qual o Verbo uniu-se substancialmente, e assim se diz que nasceu segundo a carne” (DZ 251). Resumindo: em Cristo há uma só Pessoa, a divina, e duas naturezas, a humana e a divina; é a Pessoa divina quem se encarna assumindo assim a natureza humana. Por outro lado, não conheço nenhuma mulher que seja mãe da natureza humana em geral, mas de Antônio, Joaquim, Maria, etc., de pessoas concretas; as mães não são mães de naturezas abstratas, mas de indivíduos. Santa Maria também, ela é Mãe de uma Pessoa, do Verbo do Pai; logicamente, não porque ela tenha gerado a Pessoa divina na eternidade, mas porque ela a gerou segundo a humanidade quando chegou a plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4), ou seja, dela nasceu o Verbo feito carne, Jesus Cristo: ela é Mãe de Deus enquanto que o Verbo fez-se carne nela. 

Santa Maria Mãe de Deus


Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus. 

No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura. porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe de Deus.

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós!


Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.