domingo, 4 de outubro de 2015

Chip e 666 – Tirando o nosso foco da verdadeira Besta


Muitos cristãos, inclusive católicos, estão apavorados com a possibilidade de que, em breve, os governos de todo o mundo obriguem os cidadãos a usar microchips sob a pele. Protestantes neopentecostais, sempre “ungidos” com aquele pudê de correta interpretação da Bíblia (aham…) estão garantindo que os chips implantados sob a pele são a concretização dessa profecia do Apocalipse:

"Conseguiu que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, tivessem um sinal na mão direita e na fronte, e que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado com o nome da Fera, ou o número do seu nome. Eis aqui a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o número da Fera, porque é número de um homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis." (Ap 13,16-18)

Vejam a matéria que a TV da Igreja Universal do Reino de Deus preparou sobre o assunto (filme B de terror perde):


Depois dessa dose cavalar e quase suicida de exegese bíblica destrambelhada – ou melhor, de exeJEGUE bíblica –, vamos aos fatos. É possível que, no futuro, todos os cidadãos tenham que usar microchips sob a pele? Sim, é possível. Será algo bom? Será algo ruim? Não sabemos. Por enquanto, como disse Dom Estêvão Bettencourt,do ponto de vista religioso só podemos dizer que o uso dessa tecnologia é algo neutro (Fonte: Revista P&R, Nº 486 – Ano 2002 – p. 496).

Santa Sé dispensa padre após ele revelar ser gay


Um padre polonês, Krysztof Olaf Charamsa, membro da Congregação para a Doutrina da Fé, revelou sua homossexualidade neste sábado, 03-10-2015,  nos jornais, um dia antes do Sínodo sobre a família, para sacudir a uma Igreja ‘paranoica’ sobre este tema.

O padre nasceu em Gdymia, Polônia, e tem 43 anos. Ele reconhece que tem um parceiro. “Sei que terei que renunciar ao meu ministério, ainda que é toda minha vida”, afirma em entrevista concedida ao jornal Corriere della Sera.

Sei que a Igreja me verá como alguém que não soube cumprir com o seu dever (de castidade), que se extraviou e, como se não fosse pouco, não como uma mulher, mas com um homem”, exclama.


Mas “não faço isto para viver com meu parceiro. Faço-o por mim, por minha comunidade, para a Igreja. É uma decisão muito mais profunda que nasce da minha reflexão sobre o que prega a Igreja”.

Sobre o tema da homossexualidade, “a Igreja está atrasada em relação aos conhecimentos que alcançou a humanidade”, opina, e assegura que “não se pode esperar por outros 50 anos”.

“Está na hora da Igreja abrir os olhos frente aos homossexuais crentes e entenda que a solução que propõe, ou seja, a abstinência total e uma vida sem amor, não é humana”, declara.

“O clero é amplamente homossexual e também, infelizmente, homófobo até a paranoia, porque está paralisado pela falta de aceitação para sua própria orientação sexual”, acrescenta na edição polaca da revista Newsweek.

“Desperta, Igreja, deixa de perseguir os inocentes. Não quero destruir a Igreja, quero ajuda-la e, sobretudo, quero ajudar a quem ela persegue. Minha saída do armário deve ser um chamado ao sínodo para que a Igreja cesse suas ações paranoicas contra as minorias sexuais”, afirma.

“Gostaria de dizer ao sínodo que o amor homossexual é um amor familiar, que necessita da família. Todos, incluídos os gays, as lésbicas e os transexuais, levam no coração um desejo de amor e de família”, disse ao jornal italiano, numa mensagem dirigida aos 360 participantes do sínodo que se reunirá a partir do domingo, 04-10-2015, no Vaticano.

O padre polaco confessa que sempre se sentiu homossexual mas que, no princípio, não o aceitava e repetia o que a Igreja impunha, “o princípio segundo o qual ‘a homossexualidade não existe’”.


Depois de conhecer o seu parceiro, teve “o sentimento de se converter num padre melhor, de fazer homilias melhores, de ajudar melhor os outros e de ser cada vez mais feliz”, narra para a revista Newsweek.

sábado, 3 de outubro de 2015

O Sínodo, o papel do Papa e as dúvidas sobre o Espírito Santo


Na tarde do dia 18 de outubro de 2014, ao concluir os trabalhos do Sínodo extraordinário sobre os desafios pastorais relacionados à família, o Papa Francisco fez um breve mas denso discurso no qual resumiu algumas “tentações” que percebeu durante o debate na aula. E acrescentou: “Muitos comentaristas, ou pessoas que falam, imaginaram ver uma Igreja brigando, onde uma parte é contra a outra, duvidando inclusive do Espírito Santo, o verdadeiro promotor e garante da unidade e da harmonia na Igreja. O Espírito Santo que ao longo da história sempre guiou a barca, através dos seus ministros, mesmo quando o mar estava agitado e quando os ministros eram infiéis e pecadores”.

A alusão aos comentadores ou às pessoas que falam era dirigida a esse Sínodo “da mídia”, que representou o debate na aula como um verdadeiro “ringue”, concentrando tudo sobre a questão “comunhão sim ou não (e em algumas condições) aos divorciados recasados”. Talvez, às vésperas do Sínodo ordinário, no qual, durante três semanas, os bispos de todas as partes do mundo irão discutir e debater o tema da família, poderá ser útil também a segunda parte daquela frase do Papa: o perigo de duvidar “inclusive do Espírito Santo”, garante da unidade, que sempre guiou a barca, mesmo em tempos tempestuosos.

Outro aspecto desse discurso concentrava-se no convite para “viver tudo isso com tranquilidade e paz interior”, mesmo porque o sínodo “se desenvolve cum Petro et sub Petro, e a presença do Papa é garantia para todos”. Francisco recordou também que “a missão do Papa é garantir a unidade da Igreja; recordar aos pastores que o seu primeiro dever é o de alimentar o rebanho”, acolher. Mais ainda, é ir em busca das “ovelhas perdidas” com “paternidade e misericórdia e sem falsos medos”. O Papa é “o garante da obediência e da conformidade da Igreja à vontade de Deus, ao Evangelho de Cristo e à Tradição da Igreja”.

Recordar as palavras de Francisco, que revisam alguns fundamentos da fé católica sobre o Espírito Santo e sobre o papel do Bispo de Roma, pode ajudar a interpretar com maior distância o debate midiático (muito polarizado) que aqueceu os motores antes da abertura das sessões de trabalho do Sínodo: congressos internacionais, declarações, entrevistas, significativos ‘não’ sobre o que se pode ou não se pode fazer, evocações do espectro de um cisma, petições para declarar heréticas as posturas do outro, ameaças de autonomia de Roma no caso de o resultado não ser aquele que alguns esperavam.

No discurso final, aos padres sinodais, Francisco falou, há um ano, sobre várias “tentações”. Uma destas era a “do bondosismo destrutivo, que em nome de uma misericórdia enganadora, enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; que trata os sintomas e não as causas nem as raízes”. Outra delas foi definida pelo Papa como “a tentação do endurecimento hostil”, isto é, “de querer fechar-se dentro do escrito (a letra) e não deixar-se surpreender por Deus, pelo Deus das surpresas (o Espírito); dentro da lei, dentro da certeza daquilo que conhecemos e não daquilo que devemos ainda aprender e atingir”.

À luz destas palavras, surpreendem, pois, as considerações propostas nos últimos dias por dois expoentes do mundo acadêmico: Gilfredo Marengo, professor de Antropologia Teológica no Pontifício Instituto João Paulo II sobre a Família, e o sociólogo Massimo Introvigne, estudioso das religiões. Nenhum deles pode ser classificado como “progressista”.

Marengo afirmou que “não convence a atitude de quantos viram com suspeitas qualquer proposta que fosse além da simples repetição dos dados do Magistério já conhecidos, empunhando perigos para a unidade da Igreja e a fidelidade à revelação”.

“Perante estes temores desproporcionais – escreve o teólogo do Pontifício Instituto João Paulo II sobre a Família – conviria recordar duas coisas. Em primeiro lugar, não se compreenderia a necessidade de uma atenção tão longa e intensa ao tema da família, assim como o Papa quis, se o resultado esperado fosse simplesmente a simples repetição de tudo o que já foi dito. Em segundo lugar, é necessária uma recepção do magistério da Igreja contemporânea sobre o matrimônio e sobre a família que não se esquece de seu peculiar perfil pastoral”. 

Real Madrid devolve a Cruz ao seu escudo


A equipe de futebol Real Madrid devolveu a cruz ao seu escudo, conforme confirmou o presidente do clube, Florentino Pérez, durante a Assembleia Geral Ordinária.

Nessa reunião, além de aprovar as contas do último exercício e o orçamento para a próxima temporada, também devolveu a cruz ao seu escudo que havia sido retirado no final do ano passado a fim de evitar “ferir a suscetibilidade dos investidores de Emirados Árabes Unidos”, entre eles o Banco Nacional do Abu Dhabi, o qual será um novo patrocinador da equipe.

A associação ‘Enraizados’, dedicada a proteção da liberdade religiosa, recolheu mais de duas mil assinaturas a fim de evitar que o clube eliminasse a cruz do seu escudo. 

Terra Santa: Outro mosteiro incendiado na cidade de Belém


Durante a manhã do último sábado (26/09), ocorreu um incêndio no mosteiro de São Charbel, localizado em Wadi Maali, um bairro em Belém, no qual a maioria de moradores são muçulmanos. A causa do sinistro é uma incógnita, embora existam duas versões: a da Palestina que diz que o incêndio aconteceu devido a um curto circuito e dos representantes cristãos que asseguram que este foi provocado por extremistas islâmicos.

Segundo os meios locais, não houveram pessoas feridas ou mortas devido a que o edifício estava vazio –pois há um mês estava sendo restaurado -, estava vazio no momento do incêndio. Entretanto, as chamas destruíram vários quartos no segundo andar.

Por sua parte, Dom William Shomali, vigário patriarcal para Jerusalém e Palestina do Patriarcado Latino de Jerusalém, disse à agência vaticana Fides que os primeiros resultados da investigação policial apontam a uma represália criminal por razões pessoais.

O Prelado explicou que havia um projeto para restaurar o monastério, que estava fechado há 15 anos, e que o governo palestino tinha contribuído com os recursos de uma maneira muito discreta e por esta razão, este incêndio teria sido “em definitiva, uma vingança de algum jeito relacionada com o uso do financiamento dado para o trabalho de restauração”.

“As autoridades palestinas querem encontrar o quanto antes ao autor ou autores deste incêndio provocado. E os primeiros resultados da investigação abonam à pista de que se trata de represálias por razões de interesse, e não intimidação com motivações religiosas”, indicou.

Depois de controlado o incêndio, foram ao mosteiro o prefeito de Belém e vários líderes das forças de segurança e de inteligência da Palestina. Todos foram recebidos pelo Vigário Patriarcal e alguns sacerdotes. 

São Francisco de Assis: A perfeita alegria.


Vindo uma vez São Francisco de Perusa para Santa Maria dos Anjos com Frei Leão, era tempo do inverno e o frio grandíssimo o cruciava fortemente. Chamou Frei Leão, que ia indo na frente, e disse assim: “Frei Leão, se acontecer, por graça de Deus, que os frades menores dêem em todas as terras grande exemplo de santidade e de boa edificação; apesar disso, escreve e anota diligentemente que não está aí a perfeita alegria”.

E andando mais adiante, São Francisco chamou-o uma segunda vez: “Ó Frei Leão, ainda que o frade menor ilumine os cegos, estenda os encolhidos, expulse os demônios, faça os surdos ouvirem e coxos andarem, e os mudos falarem e, o que é coisa maior, ressuscite os mortos de quatro dias; escreve que não está aí a perfeita alegria”.

E, andando um pouco, São Francisco gritou forte: “Ó Frei Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas, todas as ciências e todas as escrituras, de modo que soubesse profetizar e revelar não somente as coisas futuras mas até os segredos das consciências e das pessoas; escreve que não está nisso a perfeita alegria”.

Andando um pouco mais adiante, São Francisco ainda chamava forte: “Ó Frei Leão, ovelhinha de Deus, ainda que o frade menor fale com a língua do Anjo e saiba os caminhos das estrelas e as virtudes das ervas, e lhe fossem revelados todos os tesouros da terra, e conhecesse as virtudes dos pássaros e dos peixes e de todos os animais, e das pedras e das águas; escreve que não está nisso a perfeita alegria”.

E andando ainda mais um pedaço, São Francisco chamou com força: “Ó Frei Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar tão bem que convertesse todos os infiéis para a fé de Cristo; escreve que aí não há perfeita alegria”. 

Padre afastado após engravidar jovem prestará contas às autoridades, asseguram


A Arquidiocese de Campo Grande (MS) comunicou na terça-feira, 29, o afastamento de um sacerdote que engravidou uma jovem de 16 anos. Padre Jocerlei José Tavares, vigário da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Bairro Universitário, mantinha relacionamento secreto há alguns meses com a menina cuja gravidez os pais descobriram na semana passada. Tanto a Arquidiocese como as autoridades da Província Palotina, da qual faz parte o sacerdote, asseguraram ainda que ele irá prestar esclarecimentos à autoridade policial competente.

De acordo com a imprensa local, a jovem foi levada pela mãe ao hospital no dia 23, por apresentar inchaço no corpo e com suspeita de problemas renais. Segundo o site Campo Grande News, ao ter a gestação revelada, a menina contou sobre o relacionamento com o padre e que ele seria o pai da criança.

O caso foi levado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), onde segue a investigação, e a jovem contou sobre o relacionamento que tinha com o sacerdote.

Ainda segundo o portal de notícias, a jovem, que era coroinha, alegou estar apaixonada pelo padre e disse que os dois se relacionam desde fevereiro deste ano.

Padre Jocerlei era membro da Província Nossa Senhora Conquistadora dos Padres e dos Irmãos Palotinos de Santa Maria (RS) e exercia também as funções de Ecônomo da Arquidiocese e Secretário Executivo do Regional Oeste 1 da CNBB.

Em comunicado, assinado pelo Arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, e pelo Superior Provincial, Pe. Edgar Ertl, SAC, eles afirmam que “só tiveram conhecimento dos fatos nos últimos dias”.

De acordo com a nota, “o Pe. Jocerlei foi, então, afastado do exercício público do ministério, e irá prestar esclarecimentos à autoridade policial competente, e deverá prestar toda assistência à jovem e ao bebê”.

“A Província Palotina – informa o comunicado – já está tomando as providências cabíveis do ponto de vista canônico”.

A nota encerra pedindo “que Nossa Senhora da Abadia interceda pela jovem envolvida e seus familiares, pelo Pe. Jocerlei, pela Sociedade do Apostolado Católico (Congregação Palotina), por nossa Arquidiocese e por toda a nossa Igreja”.

Confira na Íntegra, a nota da Arquidiocese de Campo Grande (MS): 

Palavra de Vida: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (João 13,35).


É esse o distintivo, o sinal de reconhecimento, a característica típica dos cristãos. Ou pelo menos deveria ser esse, porque foi assim que Jesus imaginou que seria a sua comunidade.

Um fascinante escrito dos primeiros séculos do cristianismo, a Carta a Diogneto, dá conta de que “os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pelo território, nem pelo modo de falar, nem pelo modo de vestir. Com efeito, não moram em cidades diferentes, não usam alguma língua estranha, nem adotam um modo de vida especial”. São pessoas normais, como todas as outras. No entanto, possuem um segredo que as faz influir profundamente na sociedade, fazendo-as ser como que a sua alma (cf. cap. 5-6).

É um segredo que Jesus confiou aos seus discípulos pouco antes de morrer. Tal como os antigos sábios de Israel, ou como um pai diante de seu filho, também Ele, Mestre de sabedoria, deixou como herança a arte do saber viver, do viver bem. Ele a tinha colhido diretamente do Pai: “Porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15), e era esse o fruto da sua experiência na relação com Ele. Essa arte consiste na reciprocidade do amor. É essa a última vontade de Jesus, o seu testamento, a vida do Céu que Ele trouxe à terra, partilhando-a conosco a fim de que nós tenhamos a mesma vida.

Ele quer que seja esta a identidade dos seus discípulos, que eles sejam reconhecidos como discípulos pelo amor mútuo:

“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: 
se vos amardes uns aos outros.”

Será que os discípulos de Jesus são reconhecidos pelo amor recíproco? “A história da Igreja é uma história de santidade”, escreveu João Paulo II. “No entanto, ela registra também numerosos episódios que constituem um contratestemunho para o cristianismo” (Incarnationis Mysterium, 11). Durante séculos os cristãos se combateram em nome de Jesus com guerras intermináveis, e persistem na divisão entre si. Ainda hoje há pessoas que identificam os cristãos com as Cruzadas, com os tribunais da Inquisição, ou os veem como defensores ferrenhos de uma moral antiquada, que se opõem ao progresso da ciência.

Não era isso que acontecia com os primeiros cristãos da comunidade nascente de Jerusalém. As pessoas ficavam admiradas pela comunhão dos bens que eles viviam, pela unidade que reinava, pela “alegria e simplicidade de coração” que os caracterizava (cf. At 2,46). “O povo estimava-os muito”, lemos ainda nos Atos dos Apóstolos, com a consequência de que a cada dia “crescia sempre mais o número dos que pela fé aderiam ao Senhor” (At 5,13-14). O testemunho de vida da comunidade tinha uma forte capacidade de atração. Por que também hoje não somos conhecidos como aqueles que se distinguem pelo amor? O que fizemos do mandamento de Jesus?