terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Os valores cristãos e o carnaval


O carnaval é uma realidade. Ele aí está e penetra pelos olhos. Melhor dizendo, já vivemos esse clima há várias semanas.

Todo indivíduo sente necessidade de alegria. Sem ela, a existência se torna insuportável. A própria saúde física se ressente. Diz a Sagrada Escritura, no livro Eclesiastes (9, 15ss): Por isso louvei a alegria, visto não haver nada de melhor para o homem (…) é isto que o acompanha no seu trabalho, durante os dias que Deus lhe outorgar debaixo do sol”. E o Senhor, nos Provérbios (2,14-15), lembra que há limites, pois são reprovados os que se alegram por terem feito o mal e se regozijam na perversidade do vício, cujos caminhos são tortuosos e se extraviam por vias oblíquas”.

Os festejos carnavalescos têm remota e obscura origem eclesiástica. Tanto assim que dependem de uma data móvel do calendário litúrgico. Antecedem sempre o início da Quaresma. Terminam – quando terminam – com as cinzas da quarta-feira. E a Igreja, em seu ritual, recorda ao homem a fragilidade de sua condição: Lembra-te, ó homem, que és pó e ao pó hás de tornar.

Encaro com realismo esses dias ruidosos. Devemos ter a coragem de avaliar o que ocorre na Cidade. Por vezes, assumem proporções de verdadeiras orgias coletivas, com crescente degradação dos padrões morais e agressão à dignidade humana.

O carnaval perde, aos poucos, seu sentido original de diversão simples do próprio povo. Vem a ser mais um espetáculo para turistas, e oportunidade aos menos escrupulosos de extravasar baixos instintos, esperando contar com certa cumplicidade do meio ambiente. Aumentam os crimes, os atentados ao pudor, as violências e o excesso de álcool. Cresce o consumo das drogas, que geram os dependentes, porque usaram abusivamente sua independência”.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Papa: "O sangue de nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita".


Mortos somente por serem cristãos: disse o Papa Francisco durante um encontro no Vaticano com os representantes da Igreja Reformada da Escócia, referindo-se aos mais de 20 coptas egípcios mortos pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico.

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã desta segunda-feira o Moderador da Igreja Reformada da Escócia. No seu discurso o Papa exprimiu antes de tudo satisfação por encontrá-los enquanto representantes da Igreja da Escócia e de partilhar com eles o empenho ao serviço do Evangelho e da unidade dos cristãos.

O Papa notou em seguida que ao desenvolvimento da rica tradição histórica e cultural da Escócia contribuíram ilustres e santas figuras cristãs pertencentes a diferentes denominações e que o estado actual das relações ecuménicas na Escócia testemunha que aquilo que nós, como cristãos, temos em comum,  é maior que o que nos pode dividir. Nesta base, o Senhor nos chama a procurar formas mais eficazes para superar velhos preconceitos e encontrar novas formas de entendimento e colaboração, sublinhou o Papa.

E constatou com alegria que as relações entre a Igreja da Escócia e a Igreja Católica se desenvolveram a tal ponto que os desafios da sociedade contemporânea são abordados através de uma reflexão comum e, em muitos casos, somos capazes de falar a uma só voz sobre questões que tocam de perto as vidas de todos os fiéis, reiterando que neste nosso mundo globalizado e muitas vezes desorientado o testemunho cristão comum é um requisito necessário para que os nossos esforços de evangelização sejam eficazes. 

Homens invadem igreja, quebram imagens e agridem padre no Tabuleiro


Uma igreja católica foi assaltada, no final da tarde de sábado (14), por volta das 17h30, no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió.

Segundo o padre Paschal Prosper, de 62 anos, jovens armados invadiram a igreja e a casa paroquial, quebraram as imagens de santos e agrediram cerca de 10 pessoas que estavam no local.

"Eles quebraram as imagens falando que eram de ídolos", disse o padre ao relatar que sofreu momentos de pânico ao ficar refém por uma hora.

Segundo o pároco, que está há 20 anos no comando da Igreja Santa Luzia, várias vezes o local foi arrombado, mas nunca aconteceu um assalto dessa forma. "Os assaltantes deram tapas em todos, são jovens fortes e violentos. Não sei quantos foram porque fiquei nervoso e, como fiquei deitado no chão, não deu para ver", relatou.

Eles quebraram as imagens falando que eram de ídolos", disse o padre Paschal Prosper. 

A falsa segurança do preservativo de látex


Imagine que o governo brasileiro distribuísse milhões de coletes a prova de balas a fim de que os brasileiros pudessem praticar “roubo seguro”. Tal atitude, se não fosse cômica, seria insultuosa. Ao fazer isso, o governo estaria chamando os cidadãos de ladrões. Mais que isso: estaria legitimando o roubo.

“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito de roubar. Se roubar, já deve estar contando com a possibilidade de ser preso ou de receber tiros da polícia. Não é função do governo garantir aos ladrões a segurança em seu “trabalho”.

Coisa semelhante, mas muito pior, está acontecendo agora. O Ministério da Saúde distribui anualmente milhões de preservativos durante o carnaval a fim de que os brasileiros possam praticar “sexo seguro”. Ao fazer isso, o governo está chamando os cidadãos de devassos e libertinos. Mais que isso: está legitimando a devassidão e a libertinagem.

“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito de unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação), de trair o cônjuge (adultério), de vender o próprio corpo (prostituição), de praticar atos antinaturais (homossexualismo). Quem pratica tais pecados contra a castidade, já deve estar contando com a possibilidade de contrair a AIDS ou outra doença sexualmente transmissível. Não é função do governo garantir aos devassos a segurança em suas aberrações.

Há defensores do governo que dizem que a campanha em favor do preservativo é um “mal necessário”. Argumentam eles que, como hoje é inútil falar de castidade aos jovens e adolescentes, a única “solução” é oferecer-lhes um meio para pecar com segurança.

Tal argumentação é falaciosa. Para uma população que já se houvesse bestializado a ponto de não querer ouvir falar de castidade, a solução seria alertá-la para os riscos do pecado que pretende cometer. Assim, os libertinos, cientes de que podem contrair uma moléstia mortal e incurável, ainda que levados pelo instinto de sobrevivência, abandonariam a libertinagem.

Além disso, para decepção dos defensores do “pecado seguro”, os jovens não estão tão endurecidos como se pensa. Prova disso é a ótima aceitação que tem tido no meio juvenil o livro “Descobrindo a castidade”, cuja segunda edição está para ser lançada. Os jovens gostam de desafios. Alegram-se quando veem alguém que não os trata como quadrúpedes. Entendem perfeitamente que não são como os irracionais, escravos dos seus instintos, que na época do cio agridem cegamente o animal do outro sexo para acasalar-se. Compreendem que o instinto reprodutor, presente no homem, deve ser governado pela razão. Daí a necessidade de guardar a virgindade antes do casamento, e de guardar a fidelidade conjugal depois dele.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

No Angelus, Papa destaca necessidade de compaixão com marginalizados


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 15 de fevereiro de 2015


Queridos irmãos e irmãs,

Neste domingo, o evangelista Marcos está nos contando a ação de Jesus contra toda espécie de mal, em benefício dos sofredores no corpo e no espírito: possuídos pelo demônio, doentes, pecadores… Ele se apresenta como aquele que combate e vence o mal em qualquer lugar que o encontre. No Evangelho de hoje (Mc 1, 40-45) esta sua luta enfrenta um caso emblemático, porque o doente é um leproso. A lepra é uma doença contagiosa e impiedosa, que desfigura a pessoa, e que era símbolo de impureza: o leproso devia estar fora dos centros habitáveis e assinalar sua presença aos que passavam. Era marginalizado da comunidade civil e religiosa. Era como um morto-vivo ambulante.

O episódio da cura do leproso se desenvolve em três breves passagens: o pedido do doente, a resposta de Jesus e as consequências da cura prodigiosa. O leproso suplica a Jesus “de joelhos” e lhe diz: “Se queres, podes purificar-me” (v.40). A esta oração humilde e confiante, Jesus reage com uma atitude profunda da sua alma: a compaixão. E “compaixão” é uma palavra muito profunda: compaixão significa “padecer com o outro”. O coração de Cristo manifesta a compaixão paterna de Deus por aquele homem, aproximando-se dele e tocando-o. E este particular é muito importante. Jesus “estendeu a mão, tocou-o… e logo a lepra desapareceu e ele foi purificado” (v. 41). A misericórdia de Deus supera toda barreira e a mão de Jesus toca o leproso. Ele não se coloca em uma distância de segurança e não age por procuração, mas se expõe diretamente ao contágio do nosso mal; e assim justamente o nosso mal torna-se o local de contato: Ele, Jesus, assume a nossa humanidade doente e nós assumimos Dele a sua humanidade sã e curadora. E isto ocorre cada vez que recebemos com fé um Sacramento: o Senhor Jesus nos “toca” e nos dá a sua graça. Neste caso pensemos especialmente no Sacramento da Reconciliação, que nos cura da lepra do pecado.

O Protestantismo e o falso “evangelho” da Ganância


Desde o Sola-Fide luterano o Protestantismo vem se fartando de uma pregação anti-caritativa, amputando a caridade da mensagem de Cristo a substituindo pela barganha. A forma de culto, de pregação e até a doutrina barganhosa tem cercado o Corpo de Cristo a ponto de atrair alguns membros e descaracterizar sua catolicidade. Como diria São Tomás de Aquino: “Se os próprios cidadãos devotam sua vida a matérias dos negócios, o caminho será aberto a muitos vícios" (Summa Theologica, II,3). Não tenho dúvidas de que no pentecostalismo atual a única razão de um "crente" protestante é lucrar algo com a religião, todas as pregações e todos os cultos são voltados às demandas financeiras dos clientes das denominações, os testemunhos são sempre os mesmos principalmente nos "assembleianos": "fui ao culto matutino e Deus me abençoou (materialmente)". 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Papa: reforma da Cúria é meio de dar forte testemunho cristão


Palavras do Papa Francisco no Consistório
para criação de novos cardeais
14 de fevereiro de 2015
Cidade do Vaticano, Roma

Amados Irmãos Cardeais!

A dignidade cardinalícia é certamente uma dignidade, mas não é honorífica. Assim no-lo indica o próprio nome – «cardeal» –, que evoca a «charneira», a junção cardinal, principal; não se trata, portanto, de algo acessório, decorativo que faça pensar a uma honorificência, mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da comunidade. Vós sois «junções cardinais» e estais incardinados na Igreja de Roma, que «preside à universal assembleia da caridade» (CONC. ECUM. VAT. II, Const. dogm. Lumen gentium, 13; cf. SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA, Carta aos Romanos, Prólogo).

Na Igreja, toda a presidência provém da caridade, deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. Também nisto a Igreja que está em Roma desempenha uma função exemplar: assim como ela preside na caridade, assim também cada Igreja particular é chamada, no seu âmbito, a presidir à caridade e na caridade.

Por isso, penso que o «hino à caridade» da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (cap. 13) possa constituir a palavra-orientadora para esta celebração e para o vosso ministério, de modo particular para aqueles de vós que hoje passam a fazer parte do Colégio Cardinalício. E far-nos-á bem – a começar por mim e vós comigo – deixarmo-nos orientar pelas palavras inspiradas do apóstolo Paulo, nomeadamente quando refere as características da caridade. Venha em nossa ajuda, nesta escuta, a Virgem Maria, nossa Mãe. Deu ao mundo Aquele que é o «caminho que ultrapassa todos os outros» (cf. 1 Cor 12, 31): Jesus, Caridade encarnada. Que Ela nos ajude a acolher esta Palavra e a seguir sempre por este Caminho; nos ajude com a sua conduta humilde e terna de mãe, porque a caridade, dom de Deus, cresce onde há humildade e ternura. 

Carnaval: festa pagã ou cristã?


Uma festa onde tudo pode acontecer. Apesar de ser pagã, a data do Carnaval é definida de acordo com o calendário gregoriano, inventado pela Igreja Católica no século XVI. São exatamente sete domingos antes da maior comemoração cristã: a Páscoa. A confusão entre cristianismo e paganismo não é de hoje, mas atualmente existem diversas alternativas para celebrar o Carnaval, uma das maiores festividades nacionais.

No livro “Carnaval brasileiro” (Brasiliense: 1992), da antropóloga Maria Isaura Pereira de Queiroz, muito antes do cristianismo, o Carnaval era chamado de “Entrudo”, em que comemorava a entrada da primavera. Segundo ela, a festa foi incorporada por um tempo às práticas cristãs e passou a ser comemorada a partir do sábado anterior à quarta-feira de Cinzas. O objetivo era comer e festejar tanto quanto fosse possível, pois a Igreja entraria na Quaresma, tempo de penitência, reclusão e silêncio interior.

Das práticas rituais de tribos indígenas que davam boas vindas à primavera e celebravam a fertilidade, o Carnaval surgiu pelo cristianismo durante a propagação da Igreja pela Península Ibérica. Em Portugal, país de origem da data festiva, as comemorações passaram a ter outros significados. Já não eram mais a primavera ou a fertilidade, mas o contraste entre virtude e vício, vida e morte, Quaresma e Entrudo. Máscaras e fantasias eram utilizadas para representar cada personagem.

O Carnaval sempre foi marcado por contrastes, inclusive os sociais. “A rapidez com que a festa foi adotada pelos cristãos demonstrava a existência de um desejo profundo do povo de revirar a situação de dominação existente, substituindo-a por outra”, afirma Maria Isaura.

De lá para cá, o Carnaval sofreu diversas, grandes e profundas transformações sociais. De rural passou a ser urbano. Deixou de ser elitista e passou a incorporar camadas menos favorecidas. Aos poucos, foi perdendo suas características em Portugal e ganhou força no Brasil, sua colônia. A partir de 1930, as escolas de samba se desenvolveram no país e o Carnaval acabou incorporado à cultura nacional, como sendo uma tradicional festa brasileira.