Desde o Sola-Fide luterano o Protestantismo vem se
fartando de uma pregação anti-caritativa, amputando a caridade da mensagem de
Cristo a substituindo pela barganha. A forma de culto, de pregação e até a
doutrina barganhosa tem cercado o Corpo de Cristo a ponto de atrair alguns
membros e descaracterizar sua catolicidade. Como diria São Tomás de Aquino: “Se
os próprios cidadãos devotam sua vida a matérias dos negócios, o caminho será
aberto a muitos vícios" (Summa Theologica, II,3). Não tenho dúvidas de que
no pentecostalismo atual a única razão de um "crente" protestante é
lucrar algo com a religião, todas as pregações e todos os cultos são voltados
às demandas financeiras dos clientes das denominações, os testemunhos são
sempre os mesmos principalmente nos "assembleianos": "fui ao
culto matutino e Deus me abençoou (materialmente)".
domingo, 15 de fevereiro de 2015
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Papa: reforma da Cúria é meio de dar forte testemunho cristão
Palavras
do Papa Francisco no Consistório
para
criação de novos cardeais
14
de fevereiro de 2015
Cidade
do Vaticano, Roma
Amados Irmãos Cardeais!
A dignidade cardinalícia é certamente uma
dignidade, mas não é honorífica. Assim no-lo indica o próprio nome – «cardeal»
–, que evoca a «charneira», a junção cardinal, principal; não se trata,
portanto, de algo acessório, decorativo que faça pensar a uma honorificência,
mas de um eixo, um ponto de apoio e movimento essencial para a vida da
comunidade. Vós sois «junções cardinais» e estais incardinados na Igreja de
Roma, que «preside à universal assembleia da caridade» (CONC. ECUM. VAT. II,
Const. dogm. Lumen gentium, 13; cf. SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA, Carta aos
Romanos, Prólogo).
Na Igreja, toda a presidência provém da caridade,
deve ser exercida na caridade e tem como fim a caridade. Também nisto a Igreja
que está em Roma desempenha uma função exemplar: assim como ela preside na
caridade, assim também cada Igreja particular é chamada, no seu âmbito, a
presidir à caridade e na caridade.
Por isso, penso que o «hino à caridade» da Primeira
Carta de São Paulo aos Coríntios (cap. 13) possa constituir a palavra-orientadora
para esta celebração e para o vosso ministério, de modo particular para aqueles
de vós que hoje passam a fazer parte do Colégio Cardinalício. E far-nos-á bem –
a começar por mim e vós comigo – deixarmo-nos orientar pelas palavras
inspiradas do apóstolo Paulo, nomeadamente quando refere as características da
caridade. Venha em nossa ajuda, nesta escuta, a Virgem Maria, nossa Mãe. Deu ao
mundo Aquele que é o «caminho que ultrapassa todos os outros» (cf. 1 Cor 12,
31): Jesus, Caridade encarnada. Que Ela nos ajude a acolher esta Palavra e a
seguir sempre por este Caminho; nos ajude com a sua conduta humilde e terna de
mãe, porque a caridade, dom de Deus, cresce onde há humildade e ternura.
Carnaval: festa pagã ou cristã?
Uma festa
onde tudo pode acontecer. Apesar de ser pagã, a data do Carnaval é definida de
acordo com o calendário gregoriano, inventado pela Igreja Católica no século
XVI. São exatamente sete domingos antes da maior comemoração cristã: a Páscoa.
A confusão entre cristianismo e paganismo não é de hoje, mas atualmente existem
diversas alternativas para celebrar o Carnaval, uma das maiores festividades
nacionais.
No livro
“Carnaval brasileiro” (Brasiliense: 1992), da antropóloga Maria Isaura Pereira
de Queiroz, muito antes do cristianismo, o Carnaval era chamado de “Entrudo”,
em que comemorava a entrada da primavera. Segundo ela, a festa foi incorporada
por um tempo às práticas cristãs e passou a ser comemorada a partir do sábado
anterior à quarta-feira de Cinzas. O objetivo era comer e festejar tanto quanto
fosse possível, pois a Igreja entraria na Quaresma, tempo de penitência,
reclusão e silêncio interior.
Das práticas
rituais de tribos indígenas que davam boas vindas à primavera e celebravam a
fertilidade, o Carnaval surgiu pelo cristianismo durante a propagação da Igreja
pela Península Ibérica. Em Portugal, país de origem da data festiva, as
comemorações passaram a ter outros significados. Já não eram mais a primavera
ou a fertilidade, mas o contraste entre virtude e vício, vida e morte, Quaresma
e Entrudo. Máscaras e fantasias eram utilizadas para representar cada
personagem.
O
Carnaval sempre foi marcado por contrastes, inclusive os sociais. “A rapidez
com que a festa foi adotada pelos cristãos demonstrava a existência de um
desejo profundo do povo de revirar a situação de dominação existente,
substituindo-a por outra”, afirma Maria Isaura.
De lá
para cá, o Carnaval sofreu diversas, grandes e profundas transformações
sociais. De rural passou a ser urbano. Deixou de ser elitista e passou a
incorporar camadas menos favorecidas. Aos poucos, foi perdendo suas
características em Portugal e ganhou força no Brasil, sua colônia. A partir de
1930, as escolas de samba se desenvolveram no país e o Carnaval acabou
incorporado à cultura nacional, como sendo uma tradicional festa brasileira.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Homilética: 6º Domingo Comum - Ano B: “Se quiseres, tens o poder de me purificar” (Mc 6, 40).
O Evangelho de hoje narra a cena de um leproso que, ao encontrar-se com Jesus, ficou curado.
A Lei de Moisés prescrevia o seguinte: “O leproso deve ficar isolado e morar fora do acampamento” (Lv 13, 46). Um preceito duro que só se explica pela preocupação de evitar o contágio e pela idéia corrente entre os hebreus de que era um castigo de Deus aos pecadores. Consequentemente, o leproso era um foragido da comunidade e tido como “impuro”, ferido e amaldiçoado por Deus.
É impressionante a cena: um leproso, contrariando a Lei, aproxima-se de Jesus… e de joelhos implora: “Se queres, tens o poder de curar-me…”
Jesus “se compadece”, estende a mão e toca-o… e restitui-lhe a saúde: “Eu quero, fica curado…”. Cristo é “a mão” de Deus estendida à humanidade, para que a mesma consiga sair das areias movediças da doença e da morte, erguer – se sobre a rocha sólida do amor divino (Cf. Sl 39, 2-3).
Queres? Quero. Com essas palavrinhas foram resolvidos os problemas do leproso. Que fé maravilhosa! Aquele homem de Deus, abandonado pelos homens e tido como rejeitado por Deus, tem mais fé do que muitos seguidores de Cristo. A fé autêntica não se perde em raciocínios sutis; tem uma lógica muito simples: Deus pode fazer tudo; basta, pois, que o queira fazer. Ao pedido, que manifesta uma confiança ilimitada, Jesus responde com um gesto inaudito para um povo, a quem fora proibido qualquer contato com os leprosos: “estendeu a mão, tocou-o”. Deus é o Senhor da Lei e, por isso, pode infringi-la.
A cena do leproso que vai ao encontro de Jesus é tão marcante que a encontramos narrada em três Evangelistas que contam o episódio e transmitem-nos o gesto surpreendente do Senhor: “Estendeu a mão e o tocou”. Até àquele momento, todos os homens haviam fugido dele com medo e repugnância. Cristo, porém, que podia tê-lo curado à distância – como já o fizera em outras ocasiões -, não só não se afasta dele, como chega a tocar a sua lepra. Não é difícil imaginar a ternura de Cristo e a gratidão do doente quando viu o gesto do Senhor e ouviu as suas palavras: “Quero, sê limpo!” Naquele gesto e nessas palavras de Cristo está toda a história da salvação, está encarnada a Vontade de Deus de nos curar, de nos purificar do mal que nos desfigura e arruína os nossos relacionamentos. Naquele contato entre a mão de Jesus e o leproso é abatida toda a barreira entre Deus e a impureza humana, entre o Sacro e o seu oposto, certamente não para negar o mal e a sua força negativa, mas para demonstrar que o amor de Deus é mais forte do que todo o mal, até do mais contagioso e horrível. Jesus assumiu sobre Si as nossas enfermidades, fez – se “leproso” a fim de que nós fôssemos purificados.
Também nós podemos perguntar a Jesus: queres? Procuremos escutar a resposta. Mas será que pode ser que ele não queira o que eu estou pedindo e que me parece tão importante? É possível. Aquilo que julgamos bom para nós e pedimos insistentemente, Deus, na sua omnisciência, poderia não estar de acordo. Desta maneira, não nos concederá determinada coisa ou talvez atrase a concessão da mesma.
Infelizmente, alguns grupos cristãos têm satanizado toda e qualquer enfermidade, as doenças viriam do diabo e por isso seria preciso curar-se de qualquer jeito. Um dos grandes perigos dessa maneira de ver o sofrimento é a vinda do ateísmo. Explico-me: as pessoas que frequentam esses tipos de seitas, quando abrem os olhos e percebem que há anos vêm pedindo cura e, paradoxalmente, não recuperam a saúde desejada, podem vir a perder a fé em Deus. Mas, deixemo-lo claro: essas pessoas acreditam num Deus que não parece ser exatamente o Deus que é Pai e Filho e Espírito Santo. Tenho medo de que, com o passar do tempo, essa grande onda de curas e de milagres venha a desembocar num ateísmo cada vez maior e num secularismo que já não conhece a mensagem cristã, cujo centro é justamente o mistério da cruz que eclode no domingo da ressurreição.
Mas o fato é que no caso do leproso de hoje, Jesus quis a sua cura. Por quê? Ora, naquele homem enfermo, Jesus Cristo viu um “projeto de apóstolo”. E assim foi! “Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele” (Mc 1,45). O ex-leproso converteu-se então num mensageiro do Evangelho. Neste caso, a cura dele também foi para a glória de Deus!
Em suma, tanto a nossa enfermidade quanto a nossa cura podem ser para o nosso bem e para a glória de Deus. Ele, que tem a visão de todas as coisas e conhece o mais íntimo de nós mais que nós mesmos, sabe o que será melhor no nosso caso concreto. Daí que devemos abandonar-nos confiadamente nas mãos do Bom Deus.
Jesus também poderia perguntar a você: Queres? Queres seguir-me de verdade? Queres buscar-me de verdade ou será que queres tão somente aquilo que eu posso te oferecer? As perguntas entram numa clara lógica de conversão. A cura do leproso não foi apenas uma cura do corpo, mas principalmente da alma: ele tornou-se uma testemunha do Senhor. Jesus quis curá-lo, mas ele – o leproso – também quis seguir o Senhor de verdade.
Temos que aprender do leproso: Com toda a sua sinceridade, coloca-se diante do Senhor e, de joelhos, reconhece a sua doença e pede para ser curado.
Esta deve ser a nossa atitude no que diz respeito ao Sacramento da Confissão. Pois nela também nós ficamos livres das nossas enfermidades, por maiores que possam ser. E não só ficamos limpos do pecado, como adquirimos uma nova juventude, uma renovação da vida de Cristo em nós. Ficamos unidos ao Senhor de uma maneira diferente e particular!
O Caminho do leproso deve ser o caminho de todo discípulo: Vir a Jesus, aceitar a própria limitação humana; experimentar a misericórdia e o poder libertador do Senhor; e finalmente tonar-se testemunha das grandes obras de Deus.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Retiro Vinde e Vede deve reunir 1,5 mil jovens neste carnaval 2015
Considerado o maior encontro da região, a 19ª
edição do retiro de carnaval Vinde e Vede, organizado pela Renovação
Carismática Católica da diocese de Criciúma (SC), acontece entre os dias 14 e
17 de fevereiro, no Centro de Eventos de Criciúma. O evento é um dos únicos
retiros fechados que abrange todos os quatro dias de carnaval em Santa
Catarina.
Para a edição de 2015, que tem como tema a passagem
“Deixai-vos conduzir pelo Espírito Santo” (Gálatas 5,16a), muitas surpresas são
aguardadas. Uma delas é um show nacional com o Ministério de Música Amados do
Eterno, de Balneário Camboriú (SC). A pregação do evento ficará por conta do
padre Elinton Costa, da Comunidade Bethânia, e a animação será da Banda Israel.
Além destes, ministérios de dança, padres e pregadores da diocese também
animarão o retiro.
A cada edição, mais jovens decidem passar o feriado
de carnaval ao lado do Senhor. No ano passado, mais de mil pessoas participaram
do encontro. “A expectativa sempre é a melhor. Nunca esperamos números, mas
sempre nos surpreendemos com a quantidade de jovens que procuram viver uma
experiência pessoal com Jesus nestes dias”, declara a coordenadora da RCC da
diocese de Criciúma, Luciana Neves.
Papa defende "transparência absoluta" na reforma da Cúria Romana
O Papa defende "transparência absoluta"
na reforma da Cúria Romana, os organismos centrais de governo da Igreja
Católica. Francisco falava esta quinta-feira de manhã, no Vaticano, na
abertura da reunião de dois dias com 160 cardeais de todo o mundo.
"A meta a atingir é sempre a de favorecer uma
maior harmonia no trabalho dos vários dicastérios e organismos para conseguir
uma colaboração mais eficaz, naquela transparência absoluta que edifica a
verdadeira sinodalidade e colegialidade", declarou o Papa.
Francisco sustentou que a reforma em curso não é
"um fim em si mesmo", mas um meio para "dar um forte testemunho
cristão", promover uma "evangelização mais eficaz" e promover o
espírito ecuménico e um "diálogo mais construtivo com todos".
“Com certeza que não é fácil chegar a uma tal meta:
exige tempo, determinação e, sobretudo, a colaboração de todos”, sublinhou.
O encontro decorre depois da oitava reunião do
Conselho dos Cardeais, entre segunda e quarta-feira. Conhecido como
"C-9", o conselho foi criado pelo Papa para ajudar na reforma da
Cúria Romana.
Francisco dirigiu-se esta quinta-feira de
manhã aos 20 prelados que vão ser criados cardeais no consistório público
de sábado, entre os quais o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
"Bem-vindos a esta comunhão, que se exprime na colegialidade",
declarou.
O Tempo da Quaresma
A Quaresma é o
tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra
de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação
com Deus e com os irmãos, de recurso mais freqüente às “armas da penitência
cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver MT 6,1-6.16-18).
De maneira
semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo
deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus,
prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja
um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo
especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com
maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.
A Quaresma é um
tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este
caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em
nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar
de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa
felicidade e realização pessoal.
A Quaresma é um
dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com
intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem
acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua
riqueza espiritual.
Portanto é
preciso se esforçar, entre outras coisas:
- Para que se
capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na
Santa missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos
eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada
uma das celebrações).
- Para que os
cantos, sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade
penitencial, própria deste tempo.
- Por obter uma
ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitencia da Quaresma.
Sentido da Quaresma.
O primeiro que
devemos dizer ao respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de
preparação à Páscoa. Por isso se está acostumado a definir à Quaresma, “como
caminho para a Páscoa”. A Quaresma não é portanto um tempo fechado em si
mesmo, ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.
É mas bem um
tempo de preparação, e um tempo “forte”, assim que prepara para um tempo “mais
forte” ainda, que é a Páscoa. O tempo de Quaresma como preparação à Páscoa se
apóia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por
outra parte, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e
da celebração ou preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação,
reconciliação, eucaristia-, com os que incorporamos nossa vida à Páscoa do
Senhor Jesus.
Nos incorporar
ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de sua morte e
ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a morte e
ressurreição do Senhor. A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte
para a vida) seja vivida mais profundamente. trata-se então de morrer a nosso
pecado para ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que
se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24).
A estes dois
aspectos terá que acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a
Quaresma é tempo apropriado para cuidar a catequese e oração das crianças e
jovens que se preparam à confirmação e à primeira comunhão; e para que toda a
Igreja ore pela conversão dos pecadores.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Filhos são alegria da família e da sociedade, diz Papa
CATEQUESE
Praça
São Pedro – Vaticano
Quarta-feira,
11 de fevereiro de 2015
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Depois de ter refletido sobre as figuras da mãe e
do pai, nestas catequeses sobre família gostaria de falar do filho, ou melhor,
dos filhos. Inspiro-me em uma bela imagem de Isaías. Escreve o profeta:
“Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus
filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa. Essa visão
tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará” (60,4-5a). É uma
imagem esplêndida, uma imagem da felicidade que se realiza na reunificação
entre pais e filhos, que caminham juntos rumo a um futuro de liberdade e de
paz, depois de um longo tempo de privações e de separação, quando o povo hebreu
se encontrava distante da pátria.
De fato, há uma estreita ligação entre a esperança
de um povo e a harmonia entre as gerações. Devemos pensar bem nisto. Há uma
ligação estreita entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações. A
alegria dos filhos faz palpitar os corações dos pais e reabre o futuro. Os
filhos são a alegria da família e da sociedade. Não são um problema de biologia
reprodutiva, nem um dos tantos modos de se realizar. E tão pouco uma posse dos
pais… Não. Os filhos são um dom, são um presente: entendem? Os filhos são um
dom. Cada um é único e irrepetível; e ao mesmo tempo inconfundivelmente ligado
às suas raízes. Ser filho e filha, segundo o desígnio de Deus, significa levar
em si a memória e a esperança de um amor que se realizou justamente iluminando
a vida de um outro ser humano, original e novo. E para os pais cada filho é si
mesmo, é diferente, é diverso. Permitam-me uma recordação de família. Eu me
lembro da minha mãe, dizia a nós – éramos cinco -: “Mas eu tenho cinco filhos”.
Quando lhe perguntavam: “Qual é o teu preferido”, ela respondia: “Eu tenho
cinco filhos, como cinco dedos [mostra os dedos da mão] Se me batem neste, me
faz mal; se me batem neste outro, me faz mal. Me faz mal em todos os cinco.
Todos são filhos meus, mas todos diferentes como os dedos de uma mão”. E assim
é a família! Os filhos são diferentes, mas todos filhos.
Um filho é amado porque é filho: não porque é
bonito, ou porque é assim ou assim; não, porque é filho! Não porque pensa como
eu, ou encarna os meus desejos. Um filho é um filho: uma vida gerada por nós
mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, de toda a
humanidade.
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