quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

''Eu queria ser chamado apenas de Padre Bento'', afirma Ratzinger


Mas ele, confidencia Ratzinger a um jornalista alemão, teria preferido ser chamado simplesmente de "Padre Bento". Só que, na época, ele estava "fraco e cansado demais" para conseguir se impôr.

Agora, conta Jörg Bremer, um dos correspondentes de Roma do Frankfurter Allgemeine, na conversa publicada na edição dominical do jornal, Ratzinger parece ter reencontrado as suas forças. Aos 87 anos, ele se movimenta sem bengala na sua casa, a Mater Ecclesiae, no Vaticano, os olhos brilham, e as suas respostas são rápidas e precisas.

E, com grande atenção, ele avisa o jornalista sobre o que pode escrever e sobre o que não. Como sobre o seu desejo, depois da renúncia, de ser chamado simplesmente de "Vater Benedikt". "Podemos escrever isso?", pergunta Bremer. "Sim, escreva", responde o "Padre Bento" – talvez possa ajudar".

Mas por que um papa emérito, que vive retirado e se deixa ver em público apenas quando o papa em serviço o convida (a última vez para a beatificação de Paulo VI), decide falar com um jornalista, rompendo, com todas as cautelas do caso, a regra do silêncio que ele se impôs desde que optou por viver como um monge?

O motivo talvez se encontre na publicação de um novo livro, o quarto, da coletânea dos seus escritos. O fato é que, em 1972, o professor de teologia Joseph Ratzinger, em um artigo "Sobre a questão da indissolubilidade do matrimônio", tinha se expressado em termos possibilistas sobre a readmissão à Eucaristia dos divorciados em segunda união. 

Advento; tempo de fazer o caminho para Belém


O tempo do Advento inaugura um novo Ano Litúrgico. A Igreja recomeça seu caminho de fé e convida seus filhos e filhas a retomarem o projeto da vida cristã. Somos chamados a olhar para a realidade humana com uma visão realista. Há sinais de Deus na história da vida humana, mas estes sinais podem estar encobertos. É preciso soprar as cinzas, retirar a poeira e deixar a vida transparente. No Advento abre-se novamente um caminho rumo à Belém. Este caminho conduz ao encontro da pobreza de um casal que tocado pelo mistério divino presenteou a humanidade com o que de mais belo se pode oferecer. O casal pobre e humilde chegou à Belém portando a gravidez sonhada pelos que ansiavam a salvação. Aquela gravidez era presente de Deus para a humanidade.

Nas casas de Belém o casal em romaria não fora acolhido. Naquela cidade dores de parto foram sentidas por Maria. Aconteceu o nascimento de uma criança pobre e humilde. Anjos cantaram glórias, pastores demonstraram solidariedade visitando o recém nascido, e houve perseguição de Herodes. Belém não foi e não é uma realidade fácil de ser encarada.

Muitos caminhos parecem conduzir para a glória, mas não se chega a ela sem passar por Belém e pelo Calvário. Assim o tempo do Advento relembra novamente a caminhada de um povo que busca a libertação e vai fazendo o seu caminho, em meio a angústia do existir humano, percebendo que a salvação está chegando. Belém está dentro do projeto do crescimento e do amadurecimento da pessoa.

Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2015


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para o 48º Dia Mundial da Paz (2015)
Quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


Já não escravos, mas irmãos

1. No início dum novo ano, que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir, a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade.

Já, na minha mensagem para o 1º de Janeiro passado, fazia notar que «o anseio duma vida plena (…) contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar».1 Sendo o homem um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade, é fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia. Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenómeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas sobre as quais desejo deter-me, brevemente, para que, à luz da Palavra de Deus, possamos considerar todos os homens, «já não escravos, mas irmãos».

Angelus com o Papa Francisco no dia da Imaculada Conceição


ANGELUS
Solenidade da Imaculada Conceição
Segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Boa Festa!

A mensagem da festa de hoje da Imaculada Conceição da Virgem Maria pode se resumir com estas palavras: tudo é dom gratuito de Deus, tudo é graça, tudo é dom do seu amor por nós. O Anjo Gabriel chama Maria “cheia de graça” (Lc 1, 28): nela não há espaço para o pecado, porque Deus a escolheu desde sempre mãe de Jesus e a preservou da culpa original. E Maria corresponde à graça e se abandona dizendo ao Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38). Não diz: “Eu farei segundo a tua palavra”: não! Mas: “Faça-se em mim…”. E o Verbo se fez carne em seu ventre. Também a nós é pedido escutar Deus que nos fala e acolher a sua vontade; segundo a lógica evangélica, nada é mais eficaz e fecundo que escutar e acolher a Palavra do Senhor, que vem do Evangelho, da Bíblia. O Senhor nos fala sempre!

A atitude de Maria de Nazaré nos mostra que “ser” vem antes do “fazer” e que é preciso “deixar fazer” a Deus para “ser” verdadeiramente como Ele nos quer. É Ele que faz em nós tantas maravilhas. Maria é receptiva, mas não passiva. Como, a nível físico, recebe o poder do Espírito Santo mas depois doa carne e sangue ao Filho de Deus que se forma nela, assim, no plano espiritual, acolhe a graça e corresponde a essa com a fé. Por isso Santo Agostinho afirma que a Virgem “concebeu antes no coração que no ventre” (Discurso, 215, 4). Concebeu primeiro a fé e depois o Senhor. Este mistério do acolhimento da graça, que em Maria, por um privilégio único, era sem obstáculo do pecado, é uma possibilidade para todos. São Paulo, de fato, abre a sua Carta aos Efésios com estas palavras de louvor: “Bendito Deus, Pai do Senhor nosso Jesus Cristo, que nos abençoou com toda benção espiritual nos céus em Cristo” (1, 3). Como Maria é saudada por santa Isabel como “bendita entre as mulheres” (Lc 1, 42), assim também nós sempre fomos “benditos”, isso é, amados e por isso “escolhidos antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados” (Ef 1, 4). Maria foi preservada, enquanto nós fomos salvos graças ao Batismo e à fé. Todos, porém, seja ela sejamos nós, por meio de Cristo, “em louvor do esplendor da sua graça” (v. 6), aquela graça de que a Imaculada foi preenchida em plenitude. 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Calendário com falsos padres ortodoxos nus foi divulgado para difamar a fé cristã.


Muita gente ficou bege após ler a notícia de que padres da Igreja Ortodoxa posaram nus para um calendário que defende as práticas homossexuais. Alguns incautos, ao lerem isso, saíram até dizendo que os ortodoxos passaram a defender o casamento gay. Mais uma vez, a imprensa brasileira trata seus leitores como palhaços: ao contrário do que divulgaram os sites dos jornais O Globo, Extra, Terra e Folha F5, não há NENHUM SACERDOTE envolvido nessa infâmia.

Um dos organizadores do tal calendário assumiu para o jornal The Huffington Post que nenhuma das fotos do calendário apresenta sacerdotes de verdade. São apenas modelos bibas fazendo o papel de padres para zombar da fé cristã, em especial da Igreja Ortodoxa que condena as práticas homossexuais (a Igreja Ortodoxa é cismática e possui comunhão apenas parcial com a Igreja Católica; para saber mais, clique aqui).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição


A solenidade da Imaculada Conceição de Maria está colocada liturgicamente em um lugar privilegiado, ou seja, no tempo litúrgico do Advento, e ajuda-nos a ver a Nossa Senhora no cumprimento da sua missão na história da salvação. Já celebrada no século XI, esta solenidade insere no contexto do Advento-Natal, unindo a expectativa messiânica e o retorno glorioso de Cristo com a admirável memória da Mãe. Neste sentido, este período litúrgico deve ser considerado como tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor. Maria é toda santa, imune de qualquer mancha de pecado, como que plasmada pelo Espírito Santo e feita nova criatura. Profeticamente vislumbrada na promessa da vitória sobre a serpente feita no livro do Genesis, Maria é a Virgem que conceberá e dará à luz um filho cujo nome será Emanuel. O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado por Pio IX em 1854.

O Dogma da “Imaculada Conceição” foi definido e declarado pelo Papa Pio IX à 08/12/1854, com a seguinte fórmula “... Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina, de que a beatíssima Virgem Maria no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso, deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis” (Bula, Ineffabilis Deus).

Nessa fórmula podemos observar que o sujeito da Imaculada Conceição é a sua pessoa. A declaração de Pio IX se refere à imunidade do pecado original e afirma a dependência essencial em relação ao seu Filho.  A teologia insere a Imaculada Conceição na visão geral do mistério cristão, o harmoniza com o conjunto da vida de Maria e com os vários elementos da história da salvação e sobretudo com o centro vivo, Jesus Cristo. 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Papa acende luzes da maior árvore de Natal do Mundo


O Papa Francisco acendeu hoje, a partir de um tablet, as luzes da maior árvore de Natal do mundo, na encosta do Monte Ingino, na localidade de Gubbio, 200 quilómetros a norte de Roma.

“Queremos que a luz de Cristo esteja em nós”, declarou, na videomensagem que acompanhou o gesto, às 18h30 locais.

O Papa sublinhou que um “Natal sem luz não é Natal”, pedindo que essa convicção ilumine “a alma, o coração”, no “perdão aos outros”.

“Que não haja inimizades, que são trevas. Que haja a luz de Jesus, tão bela, é o que desejo para vós”, declarou, deixando votos de “paz e felicidade”.

Segundo Francisco, o Natal é uma oportunidade para “limpar a alma” e recorrer à misericórdia de Deus, que “perdoa tudo”.

“Que a luz esteja nos vossos corações, nas vossas famílias, nas vossas cidades. E agora, com este desejo, acendamos as luzes”, concluiu.

No Angelus, Papa pede testemunhos da misericórdia de Deus

ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 7 de dezembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Este domingo marca a segunda etapa do Tempo do Advento, um tempo maravilhoso que desperta em nós a espera pelo retorno de Cristo e a memória da sua vinda histórica. A Liturgia de hoje nos apresenta uma mensagem cheia de esperança. É o convite do Senhor expresso pela boca do profeta Isaías: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus” (40, 1). Com estas palavras se abre o Livro da consolação, no qual o profeta dirige ao povo no exílio o anúncio alegre da libertação. O tempo da tribulação terminou; o povo de Israel pode olhar com confiança para o futuro: espera-o finalmente o retorno à pátria. Por isso o convite é a deixar-se consolar pelo Senhor.

Isaías se dirige a pessoas que atravessaram um período obscuro, que foram submetidas a uma prova muito dura; mas agora veio o tempo da consolação. A tristeza e o medo podem dar lugar à alegria, porque o próprio Senhor guiará o seu povo no caminho da libertação e da salvação. De que modo fará tudo isso? Com a solicitude e a ternura de um pastor que cuida do seu rebanho. Ele, de fato, dará unidade e segurança ao rebanho, o fará pastar, reunirá no seu seguro redil as ovelhas perdidas, reservará particular atenção àquelas mais frágeis (v.11). Esta é a atitude de Deus para conosco, suas criaturas. Por isso o profeta convida quem o escuta – incluindo nós, hoje – a difundir entre o povo esta mensagem de esperança: que o Senhor nos consola. E dar lugar à consolação que vem do Senhor.