quarta-feira, 30 de julho de 2014

É possível receber a comunhão em uma Igreja Ortodoxa?


A Igreja oriental, também conhecida como Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, tem como uma de suas características o não reconhecimento da autoridade papal, ou seja, somente por essa particularidade - existem outras - percebe-se que a Igreja Ortodoxa não está em comunhão plena com a Igreja Católica Apostólica Romana. O Código de Direito Canônico normatiza essa conduta no Cânon 844:

"§ 2. Sempre que a necessidade o exigir ou verdadeira utilidade espiritual o aconselhar, e contanto que se evite o perigo de erro ou indiferentismo, é lícito aos fiéis, a quem for física ou moralmente impossível dirigir-se a um ministro católico, receber os sacramentos da penitência, Eucaristia e unção dos enfermos das mãos de ministros não-católicos, em cuja Igreja esses sacramentos são válidos."

Assim, é possível receber os sacramentos em outra Igreja, desde que eles sejam válidos, para isso, é preciso existir a sucessão apostólica. Desta forma, esse mesmo princípio não pode ser aplicado aos sacramentos recebidos em igrejas evangélicas porque nelas não existe a validade do sacramento.

E preciso considerar ainda que, para receber os sacramentos em Igreja Ortodoxa deve existir uma impossibilidade física ou moral de o fiel comparecer em uma Igreja Católica Apostólica Romana.

O Código contempla ainda a possibilidade de pessoas não-católicas receberem os sacramentos:

"§ 3. Os ministros católicos administram licitamente os sacramentos da penitência, Eucaristia e unção dos enfermos aos membros das Igrejas orientais que não tem plena comunhão com a Igreja católica, se eles o pedirem espontaneamente e se estiverem devidamente preparados; vale o mesmo para os membros de outras Igrejas que, a juízo a Sé Apostólica no que se refere aos sacramentos, se acham nas mesmas condições que as referidas Igrejas orientais."

Para os protestantes a regra é outra: ele deve estar em perigo de morte e, além disso, deverá também manifestar espontaneamente o desejo de receber os sacramentos, professando sua fé na validade e eficácia destes. Nesse caso, tais pessoas deixariam de ser protestantes, professando, diante do perigo de morte iminente, a fé católica.


"A Igreja de Cristo, cuidadosa e cauta guardiã dos dogmas que lhe foram confiados, jamais os altera; em nada os diminui, em nada lhes adiciona; não a priva do que é necessário, nem lhe acrescenta o que é supérfluo; não perde o que é seu, nem se apropria do que pertence aos outros, mas com todo o zelo, recorrendo com fidelidade e sabedoria aos antigos dogmas, tem como único desejo aperfeiçoar e purificar aqueles que antigamente receberam uma primeira forma e esboço, consolidar e reforçar aqueles que já foram evidenciados e desenvolvidos, salvaguardar aqueles que já foram confirmados e definidos." (São Vicente de Lerins, Commonitorium, XXIII)
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Fonte: Christo Nihil Praeponere

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