terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cristo Rei


Termina o ano da Igreja, chamado de “Ano Litúrgico”, com a Festa de Cristo, Rei do Universo. Jesus nasce com o título de “Rei”, que viria reinar com estabilidade e seu reinado não teria fim. Seu nascimento foi interpretado como a presença humana da Palavra Divina, Deus tomando a forma de homem para redimir das fraquezas terrenas a humanidade mergulhada nas limitações de sua natureza.

Jesus nasce como Rei, mas diferente dos reis de seu tempo, porque não era conivente com um poder de pompa, de riqueza e de mando, mas investido das características de Pastor, de quem veio dar a vida pelos mais necessitados. Sua preocupação era totalmente voltada para a integridade e dignidade das pessoas. Por isto foi e agiu contra aqueles que praticam atitudes de exploração das pessoas. 

O Ano Litúrgico começa com o Advento, tempo de preparação para o Natal, para o nascimento do Rei Jesus. Termina proclamando-O Rei do Universo, como Aquele que venceu os “espinhos” da vida, passou pela morte, ressuscitou e vive para sempre. Sua presença despertou esperança para quem vive no “túnel” da vida e sem perspectivas para uma condição melhor. 

Vaticano realiza o maior congresso da história sobre o autismo


Uma síndrome que afeta pessoas e traz consequências pesadas para as suas famílias. Organizado pelo Pontifício Conselho para os Agentes sanitários o Congresso reúne os maiores especialistas sobre o assunto

O XXIX Congresso Internacional promovido pelo Pontifício Conselho para os agentes da saúde (PCOS), que se realizará na Cidade do Vaticano do 20 ao 22 de novembro, dedica esse ano ao tema do autismo.

Foi apresentado nesta terça-feira na sala de imprensa da Santa Sé pelo Presidente do PCOS, monsenhor Zygmunt Zimowski; o secretário, monsenhor Jean-Marie Mate Musivi; o subsecretário, padre Augusto Chendi, M.I.; e o responsável da neuropsiquiatria Infantil do Hospital "Bambino Gesù" (Roma), Stefano Vicari.

O título do Congresso de três dias é: "A pessoa com dificuldades no espectro autista: incentivar a esperança". O TEA – Transtorno do Espectro Autista, é “uma questão complexa e delicada".

A TEA é um distúrbio neurocomportamental também chamado de síndrome de Kanner, de origem multifatorial que se manifesta principalmente nos três primeiros anos de vida e perdura por toda a vida. Afeta pouco mais de um por cento das crianças.

Será "uma grande oportunidade porque reúne grande cientistas. Não é suficiente o médico, o psicólogo ou o terapeuta, mas toda a sociedade deve unir-se neste percurso” indicou o arcebispo polonês. E esclareceu que “o autismo não somente atinge a criança afetada, mas toda uma família”.

Cansados do barulho


Vivemos tempos em que a doença chamada estresse toma conta da vida de qualquer um. Ninguém esta isento de preocupações, de problemas a serem resolvidos ontem, de querer superar todos os limites humanos.

A síndrome do medo, do tempo acelerado, já não há nervos que aguentam. Nossos olhos presenciam imagens de guerra, terror, morte, de mães que não aguentam mais os filhos, sufocam, põe num saco de lixo joga no rio; pessoas que já não aguentam o ronco do marido ou da mulher; não suportam o barulho do vizinho no andar de cima; presenciamos brigas e mortes no trânsito por motivos fúteis...

Enfim, nossos ouvidos são agredidos por barulhos insuportáveis, causando doenças incuráveis. Algo está errado!

O ser humano deste milênio esqueceu-se da força tranquilizante e renovadora da vida: o silêncio. Ter tempo para “entrar na própria casa”, a casa interior, ter o silêncio como amigo e fazer o diagnóstico da situação, recobrando o equilíbrio emocional, respirando a tranquilidade de quem é limitado, humano, sensível, digno de vida digna.

Ninguém merece viver sem se encontrar consigo mesmo, com suas energias e fraquezas. A consciência dos limites me remete a estar diante do fazer só o possível, dentro do possível. O calar o barulho que vem de todos os lados, me faz ver o mundo com olhos novos, vivendo o momento presente como o único possível, recomeçando sempre.

Vivemos tempos em que precisamos aprender a falar menos, e escutar mais, principalmente o que nosso coração quer dizer e que, muitas vezes, nossa consciência e nossos ouvidos não querem ouvir. 

domingo, 16 de novembro de 2014

Vaticano oficializa excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto.


Comunicado ao clero e ao povo de Deus 
da Diocese de Bauru-SP

Já é do conhecimento de todos do Clero e do Povo de Deus da Diocese de Bauru-SP a consequência canônica gravíssima na qual incorreu o Reverendo padre Roberto Francisco Daniel, quando formalmente recusou sua comunhão com a doutrina do Magistério da Igreja, seus Dogmas e a Disciplina Eclesiástica, negando a comunhão e obediência ao seu legítimo superior eclesiástico, apesar das repetidas exortações do seu Bispo Diocesano.

A excomunhão é a mais grave pena na qual um fiel cristão católico pode incorrer.

O reverendo padre incorreu de modo livre e consciente nessa pena.

A causa da excomunhão não foi uma punição irrogada pelo Bispo ou pelo Papa, mas em virtude dos seus atos cismáticos e heréticos que, pela prática dos mesmos, o Sacerdote foi atingido – automaticamente – pela censura de excomunhão.  

Os procedimentos canônicos foram feitos por mim como Juiz Instrutor para as "matérias reservadas" e enviados à Congregação para a Doutrina da Fé (no Vaticano), que é o Tribunal Supremo da Sé Apostólica para tratar dessa matéria e de outras particularmente graves.

Esta Congregação respondeu em carta datada de 14 de outubro de 2014, Prot. N. 301/2013- 48363, e ordenou que tornasse formalmente pública a pena e a situação canônica do referido presbítero.

Portanto em obediência à ordem da Sé Apostólica comunico que:

O reverendo Padre Roberto Francisco Daniel está e permanece excomungado segundo o Cân. 1364 § 1.

Ativistas do Femen fazem ato contra o Papa no Vaticano


Três mulheres que integram o grupo feminista Femen protestaram nesta sexta-feira (14) diante do Vaticano contra a visita programada do papa Francisco ao Parlamento europeu, em Estrasburgo.

As militantes pretendiam denunciar, com os seios nus como é habitual, a visita do pontífice, que consideram um "ataque à secularização" na Europa.

No corpo de uma das manifestantes era possível ler a frase "Pope is not a politician" ("Papa não é um político"), enquanto as outras escreveram nas costas "Keep it inside" ("Mantenha dentro") e exibiam, de maneira provocativa, uma cruz.

Angelus com o Papa Francisco sobre a parábola dos talentos


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 16 de novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

O Evangelho deste domingo é a parábola dos talentos, tirada de São Mateus (25, 14-30). Conta sobre um homem que, antes de partir para uma viagem, convoca os servos e confia a eles o seu patrimônio em talentos, moedas antigas de grande valor. Aquele patrão confia ao primeiro servo cinco talentos, ao segundo dois, ao terceiro um. Durante a ausência do patrão, os três servos devem fazer frutificar este patrimônio. O primeiro e o segundo servos dobram, cada um, o capital de partida; o terceiro, em vez disso, por medo de perder tudo, enterra o talento recebido em um buraco. No retorno do patrão, os dois primeiros recebem o louvor e a recompensa, enquanto o terceiro, que restitui somente a moeda recebida, é repreendido e punido.

É claro o significado disso. O homem da parábola representa Jesus, os servos somos nós e os talentos são o patrimônio que o Senhor confia a nós. Qual é o patrimônio? A sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai celeste, o seu perdão… em resumo, tantas coisas, os seus bens mais preciosos. Este é o patrimônio que Ele nos confia. Não somente para ser protegido, mas para crescer! Enquanto no uso comum o termo “talento” indica uma qualidade individual – por exemplo talento na música, no esporte, etc., na parábola os talentos representam os bens dos Senhor, que Ele nos confia para que o façamos dar frutos. O buraco cavado no terreno pelo “servo mau e preguiçoso” (v. 26) indica o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor. Porque o medo dos riscos do amor nos bloqueia. Jesus não nos pede para conservar a sua graça em um cofre! Jesus não nos pede isso, mas quer que a usemos em benefício dos outros. Todos os bens que nós recebemos são para dá-los aos outros, e assim crescem. É como se nos dissesse: “Aqui está a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: peguem-no e façam largo uso”. E nós, o que fazemos?  Quem ‘contagiamos’ com a nossa fé? Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor partilhamos com o nosso próximo? São perguntas que nos farão bem. Qualquer ambiente, mesmo o mais distante e impraticável, pode se tornar lugar onde fazer frutificar os talentos. Não há situações ou lugares incompatíveis com a presença e o testemunho cristão. O testemunho que Jesus nos pede não é fechado, é aberto, depende de nós.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Catequese do Papa sobre bispos, padres e diáconos

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Evidenciamos nas catequeses precedentes como o Senhor continua a apascentar o seu rebanho através do ministério dos bispos, coadjuvados pelos presbíteros e pelos diáconos. É neles que Jesus se faz presente, no poder do seu Espírito, e continua a servir a Igreja, alimentando nela a fé, a esperança e o testemunho da caridade. Estes ministros constituem, então, um grande dom do Senhor para cada comunidade cristã e para toda a Igreja, enquanto são sinais vivos da sua presença e do seu amor.

Hoje queremos nos perguntar: o que é pedido a estes ministros da Igreja, para que possam viver de modo autêntico e fecundo o próprio serviço?

1. Nas “Cartas pastorais” enviadas aos seus discípulos Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo se concentra com cuidado na figura dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos – também sobre a figura dos fiéis, dos idosos, dos jovens. Concentra-se em uma descrição de cada cristão na Igreja, delineando para os bispos, os presbíteros e os diáconos aquilo a que foram chamados e as prerrogativas que devem ser reconhecidas naqueles que são escolhidos e investidos nesses ministérios. Ora, é emblemático como, junto aos dotes inerentes a fé e a vida espiritual – que não podem ser negligenciados, porque são a própria vida – são elencadas algumas qualidades puramente humanas: o acolhimento, a sobriedade, a paciência, a mansidão, a confiança, a bondade de coração. É este o alfabeto, a gramática de base de cada ministério! Deve ser a gramática de base de cada bispo, de cada padre, de cada diácono. Sim, porque sem esta predisposição bela e genuína a encontrar, a conhecer, a dialogar, a apreciar e a se relacionar com os irmãos de modo respeitoso e sincero não é possível oferecer um serviço e um testemunho realmente alegre e credível.

2. Há depois uma atitude de fundo que Paulo recomenda aos seus discípulos e, por consequência, a todos aqueles que são investidos pelo ministério pastoral, sejam esses bispos, sacerdotes, presbíteros ou diáconos. O apóstolo exorta a reviver continuamente o dom que foi recebido (cfr 1 Tm 4, 14; 2 Tm 1, 6). Isto significa que deve estar sempre viva a consciência de que não se é bispo, sacerdote ou diácono se é mais inteligente, melhor que os outros, mas somente em força de um dom, um dom de amor dado por Deus, no poder do seu Espírito, para o bem do seu povo. Esta consciência é realmente importante e constitui uma graça a pedir todos os dias! De fato, um pastor que é consciente de que o próprio ministério surge unicamente da misericórdia e do coração de Deus não poderá nunca assumir uma atitude autoritária, como se todos estivessem aos seus pés e a comunidade fosse a sua propriedade, o seu reino pessoal.

Discurso do Papa Francisco a bispos africanos

DISCURSO
Visita ad limina dos bispos da Conferência Episcopal de Senegal,
Mauritânia, Cabo Verde e Guiné Bissau
Segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Amados Irmãos Bispos,

É com grande alegria que vos encontro por ocasião da vossa peregrinação a Roma para a Visita ad Limina. Dirijo uma cordial saudação ao senhor Cardeal Sarr e a cada um de vós, e agradeço a D. Benjamin Ndiaye, Presidente da vossa Conferência Episcopal, as palavras que me dirigiu. Peço-vos que, ao regressardes às vossas dioceses, transmitais a todos os vossos fiéis – sacerdotes, pessoas consagradas e, de modo particular, às famílias –o meu afecto, assegurando-lhes de que estou presente, com o pensamento e a oração, no caminho da sua vida cristã. E, de igual forma, me encomendo à oração de cada um de vós e de cada uma das vossas comunidades.

A vossa peregrinação dá-vos ocasião de estreitar a comunhão fraterna que as Igrejas particulares mantêm com a Igreja de Roma e o seu Bispo. Mas permite também reforçar os laços de caridade que existem entre vós, pois cada Bispo deve conservar no seu coração a solicitude de todas as Igrejas, vivendo assim a colegialidade. Isto representa um sério desafio para uma Conferência Episcopal que reúne Bispos vindos de quatro países diversos entre si pela língua, a geografia, a cultura e a história– Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau –e, no entanto, sente ma necessidade de se encontrar e apoiar mutuamente no ministério. É importante poderdes manifestar esta comunhão na diferença, o que, em si, já constitui um autêntico testemunho prestado a Cristo ressuscitado, num mundo onde demasiados conflitos dividem os povos, porque «o anúncio de paz (…) [é] a convicção de que a unidade do Espírito harmoniza todas as diversidades. Supera qualquer conflito numa nova e promissora síntese» (Evangelii gaudium, 230). Convido-vos a perseverar no mútuo acolhimento, através dos vossos encontros e trabalhos comuns, sem desanimar comas dificuldades, pois é o Espírito de Cristo que vos une e «infunde a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia» (Ibid., 259).

Entre os desafios por todos vós assinalados, conta-se a necessidade de enraizar mais profundamente a fé nos corações de modo que seja realmente posta em prática na vida. Se isto, sem dúvida, é particularmente verdadeiro nas regiões de primeira evangelização, não deixa de o ser também nos lugares onde o Evangelho tem vindo a ser anunciado desde há muito tempo, pois a fé constitui um dom que é conveniente fortificar sempre, mas hoje de modo particular, porque está ameaçado de muitas maneiras, seja pelas propostas religiosas mais fáceis e atraentes no plano moral que surgem de todas as partes, seja pelo fenómeno da secularização que afecta também as sociedades africanas. Para permanecer fiéis a Cristo, não obstante as dificuldades, é necessário amá-Lo e unir-se ardentemente a Ele até ao ponto de verificar como o encontro com Ele «dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Deus caritas est, 1).