quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Os abusos litúrgicos nada têm a ver com a reforma da liturgia.


Os abusos litúrgicos nada têm a ver com a reforma da liturgia. Não fosse com a Missa de Paulo VI, os modernistas estariam bagunçando o Missal de São Pio V.

Temos que lutar pelo rito tridentino, claro, mas também pela obediência às rubricas no rito atual, e, além disso, pela popularização do latim na Missa da forma ordinária. 

Reiteramos o que sempre fomos: Tradicionais, anti-modernistas, anti-liberais e anti-comunistas.

E antes de tudo, apesar dos nossos muitos e grandes pecados: católico, apostólico e romano.

Aceitamos a hermenêutica da continuidade porque ela tem um princípio sadio, uma sequência sadia e uma finalidade sadia. Tudo pela Glória de Deus e exaltação da Santa Igreja. Com isso, rechaçamos a ideais contrárias a esse fim que aplicam a forma ordinária do Rito Romano.

Objeção (Obj): O Paulo VI através da ‘Missa Nova’ quis obscurecer as verdades católicas e assemelhar o rito do culto protestante.

Resposta (Resp): Não é verdade. Essa afirmação não leva em conta tantos discursos ortodoxos do Papa Paulo VI, que nega veementemente tal possibilidade aos membros do Consilium. Também simplesmente desconsidera quando o Papa Paulo VI diz que a reforma litúrgica estaria em harmonia perfeita com o patrimônio litúrgico da Igreja. Eis nossas fontes que se referem a várias oportunidades dele ao tratar sobre isso ou do ecumenismo do Concílio Vaticano II:

(A Reforma litúrgica em marcha, L'Osservatore Romano, 30 de outubro de 1964, aos membros do organismo do consilium):

Trata-se das fórmulas das orações litúrgicas, na qual interpretação, revisão ou composição tereis de por não só toda vossa sabedoria e vossa perspicácia, mas que tereis de ter também em conta a sensibilidade de nossos tempos em harmonia com o perfeito conhecimento do patrimônio litúrgico tradicional.

Neste sentido não lhe és oculto que as fórmulas de oração pública não seriam dignas de Deus se não expressam fielmente a doutrina católica (...) Só assim as preces oficiais da Igreja se ajustarão à natureza e a condição da sagrada liturgia, e por meio delas poderá o povo cristão tributar a Deus a glória que lhe é devida".

"A genuína aplicação da constituição litúrgica os exige, por fim, realizar uma verdadeira e formosa harmonização do velho e o novo. Neste ponto tem que procurar não experimentar no ânimo de novidades, sem ter em conta ou pondo de lado ao patrimônio litúrgico tradicional. Esses desvios não poderiam se ter por uma renovação da sagrada liturgia, mas seriam antes sua destruição."

"No litúrgico não deveria ter oposição entre nossa época e as passadas; mas tudo há de se fazer de tal modo que qualquer inovação seja concorde e coerente com a genuína tradição e as fórmulas novas floresçam espontaneamente das antigas.

(Discurso do Paulo VI no dia 20/01/1965, L'Osservatore Romano publicou integralmente no dia 21):

“Queremos torna-los a pensar em uma tentação que se insinua com facilidade nas almas boas e que poderia dar lugar a uma atitude menos boa e inútil na hora de suprimir a mais grave das dificuldades: a doutrinal. Referimo-Nos a tentação de contornar os pontos discutidos, de debilitar, de modificar, de diminuir, de negar, que diz respeito, os ensinamentos da Igreja católica que hoje em dia não são aceitos pelos irmãos separados (...) pretender eliminar as dificuldades tratando de desautorizar, ou de esquecer, ou de disfarçar afirmações que o magistério da Igreja declara comprometedoras e definitivas, não seria bom serviço.”

Deve-se acrescentar que a “Proemium da Institutio Generalis” de 1970, e posteriores edições, no seu artigo segundo e no sexto ao novo deixa claro o caráter sacrifical da Missa e seu reconhecimento a tradição ininterrupta.

Por fim, segue os trechos do Missal Romano que não deixam dúvida sobre o dogma da presença real de Cristo na Eucaristia e seu sentido sacrifical:

Assis espera Francisco


A cidade de Assis está pronta para receber a visita do Papa Francisco, amanhã, sexta-feira, 4 de outubro, dia em que a Igreja celebra a Festa de São Francisco de Assis, santo da paz, da simplicidade de vida, da pobreza e amor total a todas as criaturas.

Este dia lindo de sol aqui em Assis destaca ainda mais a beleza dessa cidade que está toda enfeitada com as bandeiras do Estado da Cidade do Vaticano, com as cores amarela e branca. Caminhando pelas ruas de Assis, se veem vários telões espalhados pela cidade que anunciam aos milhares de peregrinos a visita do Papa Francisco.

Espiritualmente, as pessoas estão se preparando para a vigília de oração que se realizará hoje à noite na Basílica de Santa Maria dos Anjos, à espera do Papa Francisco, guiada pela família franciscana. Essa cidade possui uma atmosfera particular e nos convida à oração e ao recolhimento. Em Assis, se respira o ar da fé.

São Francisco nasceu no final do século XII e continua atraindo ainda hoje pessoas de várias culturas e religiões. É a primeira vez que o Papa Francisco visita a cidade do Pobrezinho de Assis, como era chamado São Francisco, que inspirou o Santo Padre na escolha do nome para o seu pontificado.

No centro dessa visita papal estão os pobres, aqueles que se encontram nas periferias do mundo, como o Papa Francisco tem nos lembrado em seu ministério petrino. 
O Papa chegará a Assis por volta das 7h45 locais de sexta-feira e será recebido pelo Arcebispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, e demais autoridades eclesiásticas e civis.


O programa da viagem do Papa Francisco a Assis é intenso e as etapas principais de sua visita são: o encontro com as crianças especiais e os doentes do Instituto Seráfico de Assis, especializado na reabilitação, educação e inserção social de pessoas com deficiência física e mental, a missa presidida pelo pontífice na Praça São Francisco, a visita ao centro de acolhimento da Caritas, localizado próximo da estação ferroviária de Assis, onde o Papa almoçará com os sem-teto do Centro Caritas. Depois o Santo Padre irá visitar e rezar na cela de São Francisco no Eremitério das Prisões, visitará as irmãs Clarissas na Basílica de Santa Clara, local onde fará uma oração silenciosa diante do crucifixo de São Damião através do qual Cristo disse a São Francisco, "Francisco, reconstrói a minha Igreja". Por fim, se encontrará com os jovens da Úmbria na Basílica de Santa Maria dos Anjos e ali fará uma oração na Porciúncula, igreja localizada dentro dessa basílica onde São Francisco fundou a Ordem Franciscana e faleceu em 1226.


A propósito de família franciscana nós conversamos com dois frades capuchinhos, o brasileiro Frei Acácio Ferreira, missionário na Amazônia há treze anos, e Frei Paolo Maria missionário italiano que há sete anos vive na Amazônia, sobre o que os franciscanos esperam dessa visita do Papa a Assis: RealAudioMP3 


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Mariangela Jaguraba
Fonte: Rádio Vaticano

Abusos sexuais: tolerância zero, recorda o cardeal Salazar Gómez.


O cardeal Rubén Salazar Gómez, arcebispo metropolitano de Bogotá (Colômbia), lançou um forte apelo a denunciar – não somente aos bispos – os casos de abusos sexuais do clero.
 
“O convite é a denunciar quando souberem de algum destes casos. Sem denúncias, é impossível proceder. É preciso denunciar às autoridades civis. Que não se contentem com denunciar somente ao bispo ou à autoridade eclesiástica correspondente, mas que recorram também às autoridades civis.”
 
Em declarações divulgadas pela imprensa colombiana durante um fórum multisetorial sobre reconciliação nacional, Dom Gómez destacou: “A posição da Igreja diante dos casos de pedofilia cometidos por sacerdotes e membros da Igreja é perfeitamente clara: tolerância zero”.
 
O disparador da pergunta, durante a coletiva de imprensa do cardeal colombiano com a mídia do seu país, foi a publicação de uma coluna jornalística na qual se denunciam dois irmãos padres que moram em Guaviare, e que teriam abusado sexualmente de uma pessoa menor de idade por um longo tempo. 
A respeito disso, o cardeal Gómez disse que, até aquele momento, o bispo de Guaviare, Dom Francisco Nieto, não havia recebido nenhuma denúncia a respeito destes sacerdotes. Porém, acrescentou, a Igreja não se calará nem permanecerá em silêncio: “O silêncio aqui se torna realmente trágico e cúmplice de um verdadeiro desastre”, disse.

Reforma da Cúria, Sínodo e colegialidade no centro dos trabalhos do Conselho de cardeais: coletiva do Pe. Lombardi.


Concluem-se nesta quinta-feira, no Vaticano, as reuniões do Conselho de cardeais, o grupo de oito purpurados que tem a tarefa de coadjuvar o Papa no governo da Igreja e no projeto de revisão da Constituição apostólica Pastor Bonus sobre a Cúria Romana.

Os trabalhos tiveram início na manhã de terça-feira na Biblioteca privada do apartamento papal, prosseguindo depois na Casa Santa Marta. Na manhã desta quarta-feira o Papa não participou dos trabalhos por causa da audiência geral.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, concedeu uma coletiva aos jornalistas sobre os trabalhos em andamento. Pe. Lombardi destacou a introdução feita pelo Papa Francisco, seguida de uma reflexão entre os membros do Conselho sobre a eclesiologia a partir do Vaticano II.

O porta-voz vaticano precisou que o trabalho dos oito cardeais não é de tipo organizativo, mas se coloca numa visão teológica, espiritual da Igreja, segundo as disposições do Concílio, do qual se quer portar avante a sua aplicação.


Iniciaram-se assim os trabalhos de terça-feira na Biblioteca privada, afirmou Pe. Lombardi, detendo-se também sobre alguns temas:

"Os membros do Conselho se prepararam, houve também por parte deles essa reflexão de caráter teológico, espiritual, no sentido de refrescar, reavivar a perspectiva da Igreja, inspirada no Concílio, sobre a sua missão, sobre a relação entre Igreja universal e Igrejas locais, sobre o tema da comunhão, da participação, da colegialidade na condução da Igreja, sobre o tema da Igreja dos pobres, dos leigos na Igreja, sobre o caráter de serviço de todas as instituições eclesiais e a responsabilidade de todos os membros da Igreja pelo bem comum."

Na parte da tarde de terça-feira, na Casa Santa Marta, falou-se sobre o próximo Sínodo dos Bispos. Pe. Lombardi recordou que o Papa Francisco já antecipou o tema do Sínodo, um tema antropológico, dedicado à pessoa e à família, à luz do Evangelho. Por isso esteve presente na sessão de trabalho também o novo secretário-geral do Sínodo, Dom Lorenzo Baldisseri:

"Foi dada uma certa prioridade a esse tema já na reunião de terça-feira à tarde, tanto pela importância, evidentemente, da participação do Episcopado mediante o instrumento dos Sínodos na vida da Igreja universal, quanto por uma certa urgência de precisar e iniciar a preparação do próximo Sínodo."

O tema foi o da pastoral familiar e matrimonial, sobre como abordar o estudo e o aprofundamento, temas que o Pontífice já anunciou como cruciais para a atividade da Igreja nos próximos tempos. Daqui a uma ou duas semanas, a Secretaria do Sínodo poderá dar informações mais precisas a esse respeito. A atenção nesta quarta-feira volta-se para a reforma da Cúria, nos vários aspectos:

"A relação dos dicastérios com o Santo Padre, a coordenação dos dicastérios e a função da Secretaria de Estado, e assim por diante... São temas muito amplos, articulados, sobre os quais há uma ampla quantidade de sugestões e de pontos que foram apresentados. Agora trabalharão também sobre essa temática."

O porta-voz vaticano precisou que os oito purpurados não são delegados continentais, mas membros do Colégio episcopal, que conhecem muito bem os problemas reais da Igreja nas diferentes partes do mundo e que, obviamente, gozam "de grande confiança e apreço pessoal por parte do Papa".


O Conselho "pode tratar também de temas concernentes à administração econômica", mas, efetivamente, até então não se falou sobre isso, concluiu Pe. Lombardi respondendo às perguntas dos jornalistas. (RL)
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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Papa diz: "Jesus está unido à Igreja de forma indissolúvel, por isso ela é Santa".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 2 de outubro de 2013


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No “Credo”, depois de ter professado “Creio na Igreja una”, acrescentamos o adjetivo “santa”; afirmamos, isto é, a santidade da Igreja e esta é uma característica que já esteve presente desde o início na consciência dos primeiros cristãos, os quais se chamavam simplesmente “os santos” (cfr At 9, 13. 32. 41; Rm 8, 27; 1 Cor 6, 1), porque tinham a certeza de que a ação de Deus, o Espírito Santo que santifica a Igreja.

Mas em que sentido a Igreja é santa se vemos que a Igreja histórica, em seu caminho ao longo dos séculos, teve tantas dificuldades, problemas, momentos sombrios? Como pode ser santa uma Igreja feita de seres humanos, de pecadores? Homens pecadores, mulheres pecadoras, sacerdotes pecadores, irmãs pecadoras, bispos pecadores, cardeais pecadores, Papa pecador? Todos. Como pode ser santa uma Igreja assim?

Para responder à pergunta gostaria de guiar-me por um trecho da Carta de São Paulo aos cristãos de Éfeso. O apóstolo, tomando como exemplo as relações familiares, afirma que “Cristo amou a Igreja e doou a si mesmo por ela, para torná-la santa” (5, 25-26). Cristo amou a Igreja, doando todo a si mesmo na cruz. E isto significa que a Igreja é santa porque procede de Deus que é santo, lhe é fiel e não a abandona em poder da morte e do mal (cfr Mt 16, 18). É santa por que Jesus Cristo, o Santo de Deus (cfr Mc 1, 24), está unido de forma indissolúvel a esta (cfr Mt 28, 20); é santa porque é guiada pelo Espírito Santo que purifica, transforma, renova. Não é santa pelos nossos méritos, mas porque Deus a torna santa, é fruto do Espírito Santo e dos seus dons. Não somos nós a fazê-la santa: é Deus, é o Espírito Santo, que no seu amor, faz santa a Igreja!


2. Vocês poderiam dizer-me: mas a Igreja é formada por pecadores, vemos isso todos os dias. E isto é verdade: somos uma Igreja de pecadores; e nós pecadores somos chamados a deixar-nos transformar, renovar, santificar por Deus. Houve na história a tentação de alguns que afirmavam: a Igreja é somente a Igreja dos puros, daqueles que são totalmente coerentes e os outros seguem afastados. Isto não é verdade! Isto é uma heresia! A Igreja, que é santa, não rejeita os pecadores; não rejeita todos nós; não rejeita porque chama todos, acolhe-os, está aberta também aos mais distantes, chama todos a deixar-se envolver pela misericórdia, pela ternura e pelo perdão do Pai, que oferece a todos a possibilidade de encontrá-Lo, de caminhar rumo à santidade. “Mas, padre, eu sou um pecador, tenho grandes pecados, como posso sentir-me parte da Igreja?”. Querido irmão, querida irmã, é propriamente isto que deseja o Senhor; que você lhe diga: “Senhor, estou aqui, com os meus pecados”. Alguém de vocês está aqui sem os próprios pecados? Alguém de vocês? Ninguém, nenhum de nós. Todos levamos conosco os nosso pecados. Mas o Senhor quer ouvir que lhe digamos: “Perdoa-me, ajuda-me a caminhar, transforma o meu coração!”. E o Senhor pode transformar o coração. Na Igreja, o Deus que encontramos não é um juiz implacável, mas é como o Pai da parábola evangélica. Você pode ser como o filho que deixou a casa, que tocou o fundo do distanciamento de Deus. Quando tens a força de dizer: quero voltar pra casa, encontrarás a porta aberta, Deus vem ao seu encontro porque te espera sempre, Deus te espera sempre. Deus te abraça, te beija e faz festa. Assim é o Senhor, assim é a ternura do nosso Pai celeste. O Senhor nos quer parte de uma Igreja que sabe abrir os braços para acolher todos, que não é a casa de poucos, mas a casa de todos, onde todos podem ser renovados, transformados, santificados pelo seu amor, os mais fortes e os mais frágeis, os pecadores, os indiferentes, aqueles que se sentem desencorajados e perdidos. A Igreja oferece a todos a possibilidade de percorrer o caminho da santidade, que é o caminho do cristão: faz-nos encontrar Jesus Cristo nos Sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia; comunica-nos a Palavra de Deus, faz-nos viver na caridade, no amor de Deus para com todos. Perguntemo-nos então: deixamo-nos santificar? Somos uma Igreja que chama e acolhe de braços abertos os pecadores, que dá coragem, esperança, ou somos uma Igreja fechada em si mesma? Somos uma Igreja na qual se vive o amor de Deus, na qual se tem atenção para com o outro, na qual se reza uns pelos outros?

3. Uma última pergunta: o que posso fazer eu que me sinto indefeso, frágil, pecador? Deus te diz: não ter medo da santidade, não ter medo de sonhar alto, de deixar-se amar e purificar por Deus, não ter medo de deixar-se guiar pelo Espírito Santo. Deixemo-nos contagiar pela santidade de Deus. Todo cristão é chamado à santidade (cfr Const. Dogm. Lumen gentium, 39-42); e a santidade não consiste antes de tudo em fazer coisas extraordinárias, mas no deixar Deus agir. É o encontro da nossa fraqueza com a força da Sua graça, é ter confiança em Sua ação que nos permite viver na caridade, fazer tudo com alegria e humildade, para a glória de Deus e no serviço ao próximo. Há uma célebre frase do escritor francês Léon Bloy; nos últimos momentos da sua vida dizia: “Há uma só tristeza na vida, aquela de não ser santos”. Não percamos a esperança na santidade, percorramos todos este caminho. Queremos ser santos? O Senhor espera todos nós, com os braços abertos; espera-nos para nos acompanhar neste caminho de santidade. Vivamos com alegria a nossa fé, deixemo-nos amar pelo Senhor… peçamos este dom a Deus na oração, por nós e pelos outros.


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Fonte: Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal

Um papa provocador

Os que apostam na descontinuidade vão perder o jogo. 
João Paulo II, Bento XVI e Francisco tocam a mesma música, embora com gingado diferente.

O papa Francisco é um comunicador de primeira. Simples. Direto. Desimpedido. Seu estilo é surpreendentemente solto e provocador. Seu discurso é coloquial e sincero. É um papa falante, alegre, com jeitão laico. Um papa diferente. Mas é o papa. E tem plena consciência do seu ministério e de sua autoridade. Não pode ser interpretado pela metade. Ele demanda contexto. Francisco dá boas manchetes. Mas é preciso ir ao cerne do seu pensamento. Cria-se, caso contrário, a síndrome da esquizofrenia informativa: um papa fala na manchete, mas outro discursa no conjunto da matéria.

Recentemente, a última edição da revista italiana La Civiltà Cattolica, editada pelos jesuístas, publicou uma longa entrevista com o papa Francisco. O rebuliço foi imenso. Sobrou versão. Faltou fazer a lição de casa básica: ler a íntegra da entrevista. Francisco, com bem salientou a jornalista Adriana Dias Lopes, editora da revista Veja, “não mexerá nas doutrinas da Igreja Católica.” Mas, sem dúvida, apontou uma mudança de tom.


O papa, creio, quer provocar uma ruptura com uma agenda negativa e reativa. “Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e ao uso de métodos contraceptivos. Isso não é possível. Eu não falei muito dessas coisas, e censuraram-me por isso. Mas, quando se fala disso, é necessário falar num contexto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido, e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente. A proposta evangélica deve ser simples, profunda, irradiante. É dessa proposta que vêm as consequências morais”, sublinhou o papa.


Francisco, por óbvio, não minimiza a gravidade dos equívocos morais. Sua defesa da vida, por exemplo, desde o momento da concepção, é clara, forte, sem qualquer ambiguidade. A doutrina é transparente. O papa está preocupado não apenas com a atuação pública da Igreja, mas com o cuidado pastoral das pessoas concretas. Que erram. Que sofrem. Que se arrependem. Seu foco não são os processos, mas as pessoas. Quer uma Igreja mais compassiva. E isso é cativante.

Francisco, com sua humildade desconcertante, mostra que a relação com Cristo brota da forte consciência da miséria humana e da absoluta confiança na misericórdia de Deus: “Sou um pecador. E não é modo de dizer, um gênero literário. Sim, talvez possa dizer que sou um pouco astuto, sei me adaptar às circunstâncias. Sou também um pouco ingênuo. Mas a melhor síntese, aquela que me vem mais de dentro e que sinto mais verdadeira, é exatamente esta: sou um pecador para quem o Senhor olhou. Quando vinha a Roma, visitava a igreja de São Luís dos Franceses com muita frequência. Lá, contemplava o quadro Vocação de Mateus, de Caravaggio. Aquele dedo de Jesus assim dirigido para Mateus. Assim sou eu. Assim me sinto. Como Mateus. Este sou eu: um pecador para o qual o Senhor voltou o seu olhar.”

A perspectiva do olhar de um Deus compassivo, acolhedor, está metida na alma de Francisco e ganha corpo no seu projeto pastoral. “A coisa que a Igreja mais necessita agora é a capacidade de curar feridas e de aquecer o coração dos fiéis, aproximar-se. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se o seu colesterol ou sua glicose estão altos. Deve-e curar as feridas. Depois podemos falar do resto.” Francisco insiste muito na essência da mensagem cristã: a misericórdia de Deus. A “plataforma moral” da Igreja não pode ser erguida sobre os alicerces do legalismo, mas em cima dos sólidos pilares de um projeto de salvação. Sem isso, e sem o exercício da liberdade humana, o edifício da Igreja “corre o risco de cair como um castelo de cartas, de perder a frescura e o perfume do Evangelho. A proposta evangélica deve ser mais simples, profunda, irradiante. É desta proposta que vêm depois as consequências morais.”

Impressiona, e muito, o tom positivo que permeia todos os discursos do papa. Impressiona, também, a transparência de Francisco em suas entrevistas aos jornalistas. É uma papa sem tabus. Ele tirou a Igreja do córner. Francisco rasga um horizonte valente e generoso. Deixa claro que os católicos não são antinada. O cristianismo não é uma alternativa negativa, encolhimento medroso ou mera resignação. É uma proposta afirmativa, alegre, revolucionária. Os discursos do papa não desembocam num compêndio moralizador, mas num desafio empolgante proposto por uma pessoa: Jesus Cristo. Os jovens entendem o recado e mostram notável sintonia com Francisco.

Os que apostam na descontinuidade vão perder o jogo. João Paulo II, Bento XVI e Francisco tocam a mesma música, embora com gingado diferente. A formidável cobertura pela imprensa da eleição de Francisco revela alguns sinais importantes. O primeiro deles, sem dúvida, é a notável unidade dos cardeais. A surpreendente rapidez do processo eleitoral foi um testemunho inequívoco de que João Paulo II e Bento XVI, ao longo dos seus pontificados, investiram generosamente na construção da unidade da Igreja. A eleição meteórica do Bergoglio foi, no fundo, um forte chamado à unidade e à continuidade.

O pontificado de Francisco será, estou certo, um testemunho de fé, convicção e coragem. Ao contrário dos que dentro da Igreja Católica cederam aos apelos da secularização, o novo papa sempre acreditou que a firmeza na fé e a fidelidade doutrinal acabarão por galvanizar a nostalgia de Deus que domina o mundo contemporâneo. Acredita que o esgotamento do materialismo histórico e a frustração do consumismo hedonista prenunciam um novo perfil existencial. Na visão do papa, o terceiro milênio trará o resgate do verdadeiro humanismo.


Carlos Alberto Di Franco*

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*Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS (www.iics.edu.br) e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com).

Fonte: Aleteia

Quem espera mudanças radicais em questão moral com o Papa acabará frustrado, afirma arcebispo


O Arcebispo de Sevilha (Espanha), Dom Juan José Asenjo, mostrou-se convencido de que a Igreja não sofrerá um "giro copernicano" com o trabalho de Francisco, assegurando que "quem espera decisões radicais em matéria de dogma ou moral se sentirá frustrado".

"É necessário ser moderados e prudentes, porque pode acontecer que os que agora entoam os 'hosanas' do Domingo de Ramos daqui a uns meses gritem crucifiquem-no e vamos pelo caminho da Sexta-feira Santa", ressalta.

Em uma entrevista concedida a Onda Zero, Asenjo assegurou que não se trata de uma "questão de imagem, mas sim de fundo", de "ressuscitar a Igreja diante do mundo, muito mais simples e próxima ao povo e aos pobres, imitadora de Jesus Cristo que veio ao mundo para servir".

"Algumas coisas do ouropel vão mudar", acrescenta, depois de criticar as "elucubrações da imprensa com determinada ideologia", assinala que as pessoas estão gostando das manifestações do Papa e que na Espanha estão "expectantes", acrescentando que não se conseguirá nunca fazer com que um bispo se distancie do pensamento do Papa porque eles estão educados na obediência e sabem o que significa o sucessor de Pedro.
Sobre as declarações de Francisco sobre o matrimônio, o aborto e os anticoncepcionais, entre outros, Dom Asenjo interpreta que as palavras do Santo Padre se referiam à necessidade de pregar o Evangelho "íntegro", enquanto que "quem só insiste nestes aspectos abandona outras partes nucleares do Evangelho".


"O Papa pede pregá-lo de forma íntegra sem centrar nesses temas, que também são importantes como o respeito à vida", insiste, assinalando que o aborto é uma "monstruosidade desde qualquer perspectiva e não cabe esperar uma mudança de linha por parte da Igreja a respeito".


Também, assegura que não acontecerão mudanças de linha quanto aos homossexuais, alegando que são "homens e mulheres que merecem todo o respeito, mas desde a moral cristã não se pode justificar a prática homossexual".

Sem partidos

Sobre a inclinação política de esquerda ou de direita dos membros da Igreja, Dom Asenjo opina que um Bispo ou um sacerdote deve ser "de todos, somos de Jesus Cristo". Assim, não é partidário nem de direita nem de esquerda.

"As palavras do Papa foram tiradas de contexto, já que eram relativas ao golpe de estado da Argentina, dizendo que não estava com o golpe", esclarece.


Além disso, manifestou que não vê "em um futuro imediato" mulheres cardeais e pede aos sacerdotes que "saiam às encruzilhadas dos caminhos, que se molhem com o mar e se sujem com o barro, sem ficar somente nas sacristias e no púlpito".
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Disponível em: Links Católicos

Em outubro, canal digital da TV Aparecida chega a São Luís (MA)


A TV Aparecida vai lançar nesse mês de outubro o canal digital em São Luís (MA) 48.1.

Com mais qualidade de som e imagem, a TV de Nossa Senhora estará disponível em HD ao maranhenses a partir de 24 de outubro.

No dia do lançamento do novo canal digital, a programação da TV Aparecida faz homenagem à região de São Luís com o programa ‘Presença da Mãe’, que mostrará histórias emocionantes de fé e devoção, de pessoas que tiveram suas vidas transformadas através da presença de Nossa Senhora.

Além disso, no dia do lançamento, os programas da TV Aparecida apresentam reportagens especiais sobre São Luís e recebem ligações do povo maranhense.


No dia 24 de outubro, o Terço de Aparecida convida o povo de São Luis a apresentar suas intenções de oração. O Bem-Vindo Romeiro e o Sabor de Vida apresentarão matérias e entrevistas especiais sobre a cidade. Padre Pedro, Denise e Rodolfo irão receber ligações dos telespectadores de São Luís no programa Em Frente.

Os devotos de todo o estado do Maranhão concorrerão a um kit com vários brindes dos canais digitais da TV APARECIDA. Quem é do estado do Maranhão pode ligar para o telefone 0300 2 10 12 10 para participar do sorteio. O sorteio será realizado no dia 24, dia da inauguração do canal de São Luis, ao vivo no programa Em Frente.


E no dia 25 de outubro uma missa em ação de graças pela conquista do novo canal será celebrada às 9h no Santuário Nacional com transmissão pela TV.
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