domingo, 4 de agosto de 2013

A educação sexual desejada pela Organização Mundial da Saúde

Documento da Organização Mundial da Saúde
institucionaliza organização de gênero
e estabelece "negociação moral" na educação.

As grandes organizações mundiais não desistem de seu intento sórdido de educar nossas crianças de acordo com sua agenda liberal e anticristã. A denúncia vem dos bispos da Espanha e é corroborada pela advogada María Inés Franck, de um grupo de bioética da Argentina01, que encontrou em um documento da Organização Mundial da Saúde para a Europa algumas diretrizes escabrosas sobre educação sexual, aborto e família. De acordo com a perita, o documento "está infestado de linguagem ideologizada e de posições subjetivas assumidas como ‘ciência’, ‘sem preconceitos’", embora "esteja cheio de preconceitos".


O texto da OMS, intitulado "Padrões para Educação Sexual na Europa"02, fala de um enfoque"holístico" da sexualidade, que ajudaria "crianças e adolescente a desenvolver habilidades, a fim de capacitá-los a autodeterminar sua sexualidade e seus relacionamentos nos vários estágios de desenvolvimento". Trata-se de um linguajar rebuscado para se reafirmar a conhecida ideologia de gênero, segundo a qual homens e mulheres nada mais são que "revestimentos externos" de um gênero que deve ser construído. Com esta teoria perversa, já advertia o Papa Bento XVI, o homem "nega a sua própria natureza, decidindo que esta não lhe é dada como um fato pré-constituído, mas é ele próprio quem a cria".

Ao longo de todo o documento, é consolidada a expressão "direitos sexuais" e, ao lado desta, é proposto o "estabelecimento da negociação moral como uma moralidade sexual válida para hoje". Para a Organização da Saúde, "a essência da moralidade é que temas devem ser negociados num espírito de consentimento mútuo entre participantes maduros iguais em status, direitos e poder". Preconiza-se, assim, a legitimação de qualquer relação sexual, mesmo a mais abjeta, a partir do simples consentimento dos indivíduos.

As aberrações propostas pela OMS vão longe: desde a definição de sexualidade como compreendendo "sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução", passando pelo reconhecimento da masturbação como algo "normal" e até necessário para o aprendizado, até à própria minimização da importância dos pais na educação moral de seus filhos, já que, frequentemente, "a essas fontes informais – isto é, os pais e outros membros da família – faltam o necessário conhecimento, particularmente quando informação técnica e complexa é necessária", como é o caso da contracepção. Ou seja, a responsabilidade pela formação moral das pessoas, mesmo em uma matéria tão íntima, é transferida abusivamente da família para o Estado.

Isto é verdadeiramente terrível, mas – alguém poderia pensar – por acaso a Igreja é contrária à educação de nossas crianças, mesmo em matéria sexual? Negativo. O venerável Pio XII já ensinava:

"O pudor sugere ainda aos pais e educadores os termos apropriados para formar, na castidade, a consciência dos jovens. Evidentemente, como lembrávamos há pouco numa alocução, este pudor não se deve confundir com o silêncio perpétuo que vá até excluir, na formação moral, que se fale com sobriedade e prudência dessas matérias. Contudo, com frequência demasiada nos nossos dias, certos professores e educadores julgam-se obrigados a iniciar as crianças inocentes nos segredos da geração duma maneira que lhes ofende o pudor. Ora, nesse assunto tem de se observar a justa moderação que exige o pudor."03

Lendo o livreto "Padrões para Educação Sexual na Europa", fica nítido que o que a Organização Mundial da Saúde menos quer é educar nossas crianças para a virtude, observando "a justa moderação que exige o pudor". Propostas educacionais que primam pela abstinência ou pelo ensino da castidade, por exemplo, foram taxativamente excluídas do rol de programas da OMS, sob a alegação de "fundamentalismo".

E assim, chamando ao bem mal e ao mal bem, caminha a humanidade. Deus tenha misericórdia de nossas crianças.
  
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sábado, 3 de agosto de 2013

Mensagem do Papa aos muçulmanos pelo fim do Ramadã


Mensagem do Papa Francisco aos muçulmanos pelo fim do Ramadã
Sexta-feira, 2 de agosto de 2013


Aos muçulmanos no mundo inteiro,

É para mim um grande prazer dirigir-lhes a minha saudação por ocasião da celebração do “Id al-Fitr”, que encerra o mês do Ramadã, dedicado principalmente ao jejum, à oração e à esmola.

Tornou-se tradição que, nesta ocasião, o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso vos mande uma mensagem com cumprimentos, acompanhada de um tema oferecido pela reflexão comum. Neste ano, primeiro do meu pontificado, decidi assinar eu mesmo esta tradicional mensagem e de enviá-la a vocês, queridos amigos, como expressão de estima e amizade por todos os muçulmanos, especialmente aqueles que são chefes religiosos.

Como todos sabem, quando os Cardeais me elegeram como Bispo de Roma e Pastor Universal da Igreja católica, escolhi o nome de “Francisco”, um santo muito famoso, que amou profundamente Deus e todo ser humano, ao ponto de ser chamado “irmão universal”. Ele amou, ajudou e serviu os necessitados, os doentes e os pobres; também tomou conta da criação.

Sou consciente de que, neste período, as dimensões familiares e sociais são particularmente importantes para os muçulmanos e vale a pena notar que há certos paralelos em cada uma dessas áreas com a fé e a prática cristã.


Neste ano, o tema sobre o qual gostaria de refletir com vocês e com todos aqueles que lerão esta mensagem, e que diz respeito seja aos muçulmanos seja aos cristãos, é a promoção do mútuo respeito através da educação.

O tema deste ano pretende destacar a importância da educação no modo pelo qual nos compreendemos uns aos outros, na base do mútuo respeito. “Respeito” significa uma atitude de gentileza para com as pessoas pelas quais alimentamos consideração e estima. “Mútuo” significa que este não é um processo em sentido único, mas algo que se compartilha por ambas as partes.

Aquilo a que somos chamados a respeitar em cada pessoa é, antes de tudo, a sua vida, a sua integridade física, a sua dignidade e os direitos decorrentes, a sua reputação, a sua propriedade, a sua identidade étnica e cultural, as suas ideias e as suas escolhas políticas. Somos, por isso, chamados a pensar, falar e escrever sobre o outro de modo respeitoso, não somente na sua presença, mas sempre e em qualquer lugar, evitando críticas injustas ou difamação. Para atingir este objetivo, têm um papel a desenvolver as famílias, as escolas, o ensino religioso e todo tipo de meio de comunicação social.

Passando agora para o mútuo respeito nas relações inter-religiosas, especialmente entre cristãos e muçulmanos, somos chamados a respeitar a religião do outro, os seus ensinamentos, símbolos e valores. Um respeito especial é devido aos chefes religiosos e aos lugares de culto. Quanta dor causam os ataques uns aos outros!

Claramente, no manifestar respeito pela religião dos outros ou no estender a eles bons votos em ocasião de uma celebração religiosa, buscamos simplesmente compartilhar a alegria, sem fazer referência ao conteúdo das suas convicções religiosas.

Quanto à educação da juventude muçulmana e cristã, devemos formar os nossos jovens para pensar e falar de modo respeitoso das outras religiões e dos seus seguidores, evitando colocar no ridículo ou denegrir as suas convicções e práticas.

Todos sabemos que o mútuo respeito é fundamental em toda relação humana, especialmente entre pessoas que professam uma crença religiosa. É assim que pode crescer uma amizade sincera e duradoura

No receber o Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, em 22 de março de 2013, eu disse: “Não se pode viver laços verdadeiros com Deus ignorando os outros. Por isto, é importante intensificar o diálogo entre as várias religiões, penso antes de tudo naquelas com o Islã, e apreciei muito a presença, durante a Missa de início do meu ministério, de tantas autoridades civis e religiosas do mundo islâmico”. Com estas palavras, quis confirmar uma vez mais a grande importância do diálogo e da cooperação entre os crentes, em particular entre cristãos e muçulmanos, e a necessidade de fortalecê-la.

Com estes sentimentos, renovo a minha esperança de que todos os cristãos e muçulmanos possam ser verdadeiros promotores de mútuo respeito e amizade, em particular através da educação.

Ofereço-vos, finalmente, os meus melhores votos e orações a fim de que as vossas vidas possam glorificar o Altíssimo e causar alegria àqueles que estão ao vosso redor.

Boa festa a todos vocês!

Do Vaticano, 10 de julho de 2013.


FRANCISCUS

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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Nota da CNBB sobre a sanção da Lei 12.845/2013


Ao reconhecer a importância e a necessidade da lei que garante o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual (Lei 12.845/2013), sancionada pela Presidente da República, nesta quinta-feira, 1º de agosto de 2013, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB lamenta profundamente que o Artigo 2º e os incisos IV e VII do Artigo 3º da referida lei não tenham sido vetados pela Presidente da República, conforme pedido de várias entidades.

A nova lei foi aprovada pelo Congresso com rápida tramitação, sem o adequado e necessário debate parlamentar e público, como o exige a natureza grave e complexa da matéria. Gerou-se, desta forma, imprecisão terminológica e conceitual em diversos dispositivos do texto, com riscos de má interpretação e implementação, conforme evidenciado por importantes juristas e médicos do Brasil.


A opção da Presidente pelo envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional, para reparar as imprecisões técnicas constantes na nova lei, dá razão ao pedido das entidades.

O Congresso Nacional tem, portanto, a responsabilidade de reparar os equívocos da Lei 12.845/2013 que, dependendo do modo como venha a ser interpretada, entre outras coisas, pode interferir no direito constitucional de objeção de consciência, inclusive no respeito incondicional à vida humana individual já existente e em desenvolvimento no útero materno, facilitando a prática do aborto.


Cardeal Raymundo Damasceno Assis                    Dom José Belisário da Silva
              Arcebispo de Aparecida (SP)                                 Arcebispo de São Luís (MA)
                  Presidente da CNBB                                         Vice Presidente da CNBB



Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB

JMJ: o caos dos bastidores.


A Jornada foi um estrondoso sucesso, mas este não pode (por questões de Justiça) ser atribuído aos seus organizadores. A todos os que participaram da JMJ, eu, na qualidade de voluntário do evento, gostaria de pedir sinceras desculpas – ex imo cor meum – pelo mais criminoso desleixo com o qual vocês foram tratados pela organização do evento, quer por parte das autoridades seculares, quer pelo Comitê de Organização Local (COL) da Jornada, empenhados todos que estavam – ao que parece – em tornar a experiência desses dias a pior possível.

Não penso que exagero. Falo do que eu vi e vivi ao longo de quinze dias no Rio de Janeiro, e que merece um registro, quando menos para que a glória de Deus resplandeça com um fulgor mais vívido ao se perceber quão adversas eram as circunstâncias em que ela se manifestou. Convivi com incontáveis pessoas de coração generoso e de boa vontade, e justamente por isso posso falar um pouco das dificuldades que encontramos para que esta Jornada Mundial se realizasse de maneira a servir à maior glória de Deus e à salvação das almas.


 
Dizem que peregrino não está à procura de luxo e que a JMJ é uma peregrinação repleta de provações. É verdade. No entanto, não havia nenhuma necessidade de se infligir contrariedades e sofrimentos desnecessários àquelas pessoas que foram ao Rio de Janeiro para ver o Doce Cristo na Terra. A impressão forte que passava a todos os que contemplavam atônitos as absurdas diretrizes emanadas das altas esferas de tomada de decisões era a de que tudo estava sendo feito da pior maneira possível, que por vezes nem o mais irresponsável amadorismo poderia explicar. Muitas vezes, a impressão que nos dava era a de haver uma vontade deliberada de melar de alguma maneira o evento.

Eu não vou nem mencionar as barbaridades feitas com os voluntários, amontoados na Catedral numa fila que nunca andava, alguns jogados para alojamentos distantes e depois tirados deles às pressas no meio da noite, outros obrigados a participar de treinamentos concorrentes, outros ainda separados de seus cônjuges (voluntários igualmente) por uma burocracia estúpida e sem sentido. Concedamos aos organizadores o benefício da dúvida, e concedamos que a semana da pré-Jornada tenha sido o “teste” que eles precisavam para acertar os ponteiros e prestar um serviço melhor na próxima semana. Nada justifica, no entanto, que na semana seguinte os mesmíssimos erros tenham sido repetidos de novo e mais uma vez, transformando todo o evento numa sucessão de martírios kafkianos que, não fosse a sede de Deus daqueles que foram ao Rio de Janeiro, teria certamente comprometido todo o evento.

Havia necessidade de se entregar kits peregrinos para centenas de milhares de pessoas? Que tal descentralizar a distribuição? Que tal separá-los por estado de procedência, por ordem alfabética, por número de inscrição, por qualquer coisa? Que tal antecipar o início da distribuição? Mas, não. Todos os peregrinos foram enviados (alguns inclusive sem o voucher de confirmação da inscrição que deveriam ter recebido…) para um único ponto, o Sambódromo [p.s.: conforme uma voluntária teve a gentileza de me avisar aqui no blog, havia um outro ponto de distribuição, menor, em Santa Cruz], onde enfrentavam diversas filas para pegar sucessivamente as credenciais, as mochilas, os livros que compunham o seu conteúdo, os vales transporte e alimentação.  Custava ao menos entregar o kit completo de uma vez só? Era realmente necessário forçar os peregrinos a pegarem-no aos pedaços, enfrentando uma nova fila quilométrica para cada item do kit que deveriam receber? As filas se formavam desde as primeiras horas da manhã, e a distribuição só começava as 10h. Custava iniciá-la mais cedo, ao se perceber o estado caótico em que as coisas se encontravam?

Para se locomoverem no interior da cidade, os peregrinos recebiam um cartão de transporte que lhes permitia pegar os ônibus e o metrô. De repente, o MetrôRio decide que estes bilhetes não vão valer para a cerimônia de recepção do Papa da quinta-feira e nem para a Via-Sacra da sexta. Exige que adquiram um outro bilhete, válido por horário, para estes dois dias. E, de repente, o peregrino se vê na rua com um bilhete que pode usar para ir pra qualquer canto do Rio de Janeiro, exceto o único lugar para ir ao qual ele estava na cidade: o lugar onde o Papa estava. Pode-se adquirir o bilhete sem ônus na estação “Carioca”, dizem: e lá se vão outras filas quilométricas e mais um dia inteiro perdido para se conseguir um bilhete de metrô.


Na quinta-feira, o metrô do Rio pára, e esta foi uma das situações que me fizeram pensar em sabotagem explícita: de repente, toda a linha metroviária da cidade do Rio de Janeiro pára por completo, e justamente no instante em que todas as pessoas estavam se dirigindo à Zona Sul para recepcionar o Papa! Peregrinos ficam presos no subterrâneo, entre duas estações. Nem ligam: cantam, batem palmas, rezam, depois saem e vão como podem, andando ou de ônibus, ao encontro do Vigário de Cristo. Dizem depois que uma latinha de refrigerante jogada nos trilhos provocou o colapso. Eu fico pensando em quem foi o responsável por este caos.

Na sexta, durante a Via-Sacra, a Av. Atlântica é fechada do Forte ao palco (que ficava quase no Leme) para a passagem do Papamóvel. As grades são colocadas quando a avenida estava já tomada: grupos ficaram separados, e quem estava do lado da praia não conseguia atravessar para o lado dos prédios, e nem vice-versa. Passa o Papa, começa a Via-Sacra: eu, no cordão de isolamento, a orientação que recebo é que as grades só serão retiradas quando acabarem todas as estações, dali a uma hora e meia pelo menos. Uma senhorita de língua espanhola me chama às lágrimas: ela está do lado dos prédios, e quer ir à praia para rezar com o Papa. Onde ela está o som não chega, diz, e eu constato que é verdade. Digo-lhe que ela está coberta de razão. Reclamações análogas começam a pulular por todos os cantos: decidimos, nós mesmos voluntários, por conta própria, tirar as grades. Fazemos um cordão somente para impedir que as pessoas seguissem pela avenida, onde a Via Sacra ainda estava acontecendo: mas deixamos que elas passem de um lado para o outro. Lá pelas tantas, uma garota vem correndo dizendo que era para liberar a via para a passagem de não-sei-o-quê e perguntando quem havia mandado tirar as grades. Respondo que nós tiramos a grade sim, e há muito tempo, porque era necessário. Ela reclama alguma coisa e sai praguejando; ainda a ouço dizer que “os voluntários só atrapalham”. Quanto à senhorita de língua hispânica, não a vi mais, mas rezo para que ela tenha conseguido acompanhar a Via-Sacra como desejava.


No sábado, outras filas quilométricas se formam no MAM para pegar o kit vigília. Horas e horas e horas desperdiçadas. Quando chego no lugar de entrega dos kits, percebo que é um pavilhão que possui uns balcões de uns cinqüenta metros no total, atrás dos quais estão voluntários com os kits a serem entregues. A forma mais óbvia de se fazer esta distribuição seria formar diversas filas de frente para os balcões; mas as pessoas fizeram uma fila única vinda por somente um dos lados, no mesmo sentido do comprimento do pavilhão, e as pessoas entravam de dez em dez ou de vinte e vinte e eram orientadas a correrem até o fim para pegarem o kit. Claro que muitas ficavam no início do balcão, em cujo final distribuía-se kits com muito menor freqüência do que era possível.

Ainda no sábado, no percurso entre a Central e Copacabana, disseram haver banheiros para os peregrinos. De fato, há: duas ou três cabines a cada quilômetro ou mais, evidentemente insuficientes para uma marcha de um milhão de católicos. Também aqui formam-se filas. Na praia há também banheiros, em quantidade ridícula e que não foram limpos: no domingo pela manhã, o espetáculo dos peregrinos formando filas a mais de dez metros das cabines (para só correrem rapidamente em direção a ela quando chegasse a sua vez, e saírem depois o mais depressa possível) era digno das mais escabrosas cenas do “Ensaio sobre a Cegueira”. Ainda no domingo pela manhã, uma outra coisa me levou a cogitar a hipótese de sabotagem: fechada mais uma vez a avenida para a passagem do Papa com mais de duas horas de antecedência, as pessoas que estavam na praia não podiam atravessar para o lado dos prédios – e do lado da areia não havia banheiros químicos. Quero dizer, pelo menos um milhão de pessoas que haviam passado a noite em Copacabana e, de manhã, não tinham banheiros para se aliviar! Havia os banheiros dos postos. No que eu estava, o banheiro estava fechado: já há horas que faltava água, papel, material de limpeza. A fila se formava enorme na frente; muitas pessoas pediam pelo amor de Deus para que as deixassem entrar, e não havia como. Já perto das sete horas da manhã, a fila começou a andar em conta-gotas. Dali a que todas entrassem, passaram-se horas: a fila continuou durante toda a manhã.


E não falei do transporte público que escasseava a ponto de praticamente desaparecer à noite; dos protestos (de “Fora Cabral!” e da “Marcha das Vadias”) que permitiram acontecer em meio aos peregrinos; das irresponsabilidades ocorridas com as hospedagens (com locais totalmente inadequados recebendo peregrinos, e casas de família que haviam aberto as suas portas junto à organização do evento esperando os seus hóspedes que nunca chegavam); do pessoal do COL arrogantemente dizendo aos voluntários “só vá trabalhar onde foi alocado” quando era óbvio que havia necessidade de mais gente nos lugares onde a desorganização estava mais crítica (e, quando lá chegávamos, eram as próprias pessoas que lá estavam trabalhando a pedirem a nossa ajuda); dos cafés da manhã servidos não nos alojamentos, mas nos locais de catequese que muitas vezes distavam daqueles uma hora ou mais de locomoção; et cetera. A lista é extensa e este post já vai longo e chato demais. Apenas quero dizer mais três coisinhas.

Primeiro, é óbvio que nenhuma cidade no mundo comporta três milhões de pessoas a mais do que as que já vivem nela. Filas e locais lotados eram naturalmente esperados, mas havia uma infinidade de coisas simples que poderiam ter sido feitas para minimizar estes problemas. Coisas como melhor organização dos pontos de distribuição de kits, maior contingente de veículos de transporte público (inclusive madrugada adentro), maior número de banheiros químicos e melhor cuidado com eles. Estas coisas são básicas, e não existe justificativa possível para que tenham sido tão mal feitas.

Segundo, que os voluntários estão de parabéns por terem sabido se desvencilhar das orientações estapafúrdias do COL e organizarem as coisas à própria maneira, da melhor forma possível dentro das condições precárias em que eram colocados. O que dizíamos entre nós era que quaisquer pessoas conversando por dois minutos diante de um problema específico eram capazes de arranjar uma solução muito melhor do que a que fora dada pelo COL, e isso era verdade; trabalhamos muito e trabalhamos duro, às vezes sem apoio “dos bastidores” algum, para que as coisas pudessem acontecer de modo menos traumático.



Terceiro, e mais importante, e é isso que eu quero que fique deste post (e não somente a reclamação generalizada que pode fazer parecer que nada prestou ou valeu a pena): tenho certeza que cada um daqueles peregrinos passaria por tudo aquilo de novo para viver o que viveu. Aquela multidão era diferente das outras multidões, e os que tentaram expôr os jovens a situações-limite para forçar reações impensadas que pudessem comprometer o espírito da Jornada foram fragorosamente derrotados pelo espírito cristão daquelas multidões que, com cânticos nos lábios e amor a Deus nos corações, ultrapassaram todas as dificuldades com os olhos fitos no Cristo que foram encontrar. Não houve nenhum incidente, nenhuma briga, nenhum confronto com a polícia, nenhum quebra-quebra, nada enfim que pudesse desmerecer a Jornada Mundial da Juventude. Se é na nossa fraqueza que se revela a força de Deus, o fato da JMJ ter sido um sucesso mesmo com todo o caos dos bastidores revela de modo insofismável a ação poderosa d’Ele que, ultrapassando toda a má-vontade humana, foi capaz de congregar junto a Si em espírito de paz e harmonia aqueles milhões de pessoas dos quatro cantos do mundo que foram ao Rio de Janeiro para se encontrar com o Romano Pontífice. Com um tão vasto número de problemas, qualquer evento mundano teria sido um estrondoso fracasso; é somente porque a Jornada era um evento de Deus que tantos que lá estiveram podem hoje se lembrar daqueles dias como uma experiência espiritual positiva e frutuosa, que levarão com gratidão para sempre em suas vidas. Deus não Se deixa vencer em generosidade, mesmo quando O tratam com descaso. Deus realiza a Sua vontade, mesmo quando os homens trabalham e conspiram para a frustrar.
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Polícia investiga casal por quebra de imagens de santos em Marcha das Vadias no Rio

Manifestantes da 'Marcha das Vadias' profanam imagens sagradas durante a JMJ 2013.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a ação de um casal durante a Marcha das Vadias no último sábado (27), em Copacabana, zona sul do Rio, em que imagens de santos foram danificadas.

Eles tiraram as roupas, quebraram as imagens e ainda sentaram na cabeça de uma delas. A marcha ocorreu durante a concentração de peregrinos para a 1ª missa da Jornada Mundial da Juventude com o papa Francisco. O caso é investigado pela 12ª DP (Copacabana).

A edição deste ano reuniu cerca de 1.500 (sic) [haviam cerca de 3 milhões e meio de] pessoas na orla de Copacabana. As ativistas protestavam contra a política da Igreja Católica e reivindicavam o Estado laico. Durante a marcha houve, distribuição de camisinhas, mulheres se beijando e cartazes a favor do aborto.

Um peregrino cuspiu no rosto de uma manifestante, mas, em resposta à agressão, as mulheres dançaram mostrando os seios e as nádegas.


A ação do casal que quebrou as imagens não teve relação com as organizadoras do evento, segundo nota em sua página do Facebook. "Tínhamos o compromisso com a segurança das pessoas e fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para garantir isso, seja de quem estava apenas marchando, seja de quem estivesse performando. Acreditamos e defendemos a liberdade de expressão artística, religiosa, de consciência, de pensamento, de crítica, de vestimenta, e todas as liberdades civis individuais e coletivas garantidas pela Constituição Cidadã de 1988", dizia o texto.

O artigo 6º da Constituição diz que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias".


O artigo 208 do Código Penal prevê pena de prisão de um mês a um ano, ou multa, para quem "vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso".


Carolina Farias
Do UOL, no Rio
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Fonte: Uol
OBS: A parte entre colchetes foi acrescentada por nós na tentativa de corrigir o exato número de pessoas presentes no evento.

Como será o Brasil evangélico em 2020?


Longe de ser um exercício de futurologia, o momento em que a maioria dos brasileiros será protestante fica cada vez mais próximo. Porém, com sucessivos escândalos e teologias alienantes que contaminam os púlpitos, permanece a dúvida sobre que tipo de crentes.

Cena um: uma das mais importantes revistas semanais do país publicou recentemente uma extensa reportagem fazendo projeções sobre o futuro do Brasil. Apesar de tratar de diversos temas, da educação à economia, a notícia que realmente caiu como uma bomba e acabou repercutida pela imprensa, por emissoras de rádio e de televisão e por blogs e sites de discussão na internet dizia respeito à religião: o maior país católico do mundo na atualidade se tornará evangélico em poucos anos. Mais precisamente em 2020, a continuarem as impressionantes taxas de crescimento, mais da metade dos brasileiros pertencerá a alguma igreja protestante. Estima-se que já neste mês de dezembro, o número de evangélicos no Brasil chegue próximo dos 50 milhões e, pouco mais de uma década depois, atinja a marca de 105 milhões de pessoas.


Cena dois: após realizarem uma investigação que durou mais de dois anos, promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, acusaram o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, e mais nove pessoas ligadas à denominação, pelo desvio de 8 bilhões de reais de dízimos e contribuições ofertadas por fieis. A dinheirama não teria sido usada em atividades religiosas, mas para aumentar patrimônio pessoal e conseguir lucro, com a -compra de duas emissoras de televisão, terrenos, mansões, um prédio e até um caríssimo jatinho modelo Cessna. A Justiça deu prazo para a defesa se pronunciar e pode aceitar a denúncia. Se assim for, Macedo e seu grupo tornam-se réus num processo criminal que pode condená-los por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Ao mesmo tempo em que os evangélicos crescem numericamente e aumentam de forma considerável sua influência em todas as esferas da vida nacional, escândalos e denúncias envolvendo dinheiro, sexo e abuso de poder multiplicam-se e maculam a imagem das igrejas e de seus líderes. Fala-se em relativização moral e secularização da fé. Em uma geração de crentes que busquem vantagens e não mais a Deus. Em que pese o fato de que por trás das últimas denúncias envolvendo a Universal exista uma guerra de interesses e de cifras na qual estão os principais grupos de comunicação do país, ou mesmo que esteja em curso uma batalha espiritual contra a expansão do Reino de Deus, as críticas e acusações sobre o que acontece nos templos de Norte a Sul do país são tão sérias que, ignorá-las, seria mesmo anti-bíblico. Na esteira do avanço protestante em terras tupiniquins, estudiosos das ciências da religião costumam avaliar que esse fenômeno pode ser muito bom, uma vez que “os evangélicos não vão apenas mudar a sociedade, mas mudarão com ela”. Tal afirmação tem causado arrepios em pastores e trazido um sério questionamento para os cristãos: diante de tal quadro já hoje: afinal, como será esse Brasil evangélico de 2020?

Se o questionamento daqueles que não aceitam o crescimento protestante passou a ser de ordem ética e moral, citando inclusive a própria Palavra de Deus que, segundo eles, só é usada para manipular os incautos, a Universal do Reino de Deus é a vidraça da vez. De acordo com a denúncia do Ministério Público, boa parte do dinheiro recebido pela igreja era repassada em forma de “pagamentos” para empresas de fachada controladas por pessoas ligadas à cúpula da organização. Duas delas, a Cremo Empreendimentos e a Unimetro Empreendimentos receberam, entre 2004 e 2005, mais de 70 milhões de reais, embora não tenham oferecido nenhum serviço ou produto, segundo a Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Essas empresas enviariam o dinheiro para outras, sediadas em paraísos fiscais. Tanto a Investholding, nas Ilhas Cayman, quanto a CableInvest, nas Ilhas do Canal, Reino Unido, também pertencem a pessoas supostamente ligadas à igreja. Por fim, o dinheiro retornava ao país como empréstimos para os líderes eclesiásticos, que compravam com eles apartamentos em condomínios de luxo nos Estados Unidos e propriedades no Brasil, como uma mansão de 2 mil metros quadrados em Campos do Jordão (SP), no valor de 6 milhões de reais.

Portas abertas para o aborto.


Isso mesmo, a Dilma, nossa presidenta, sancionou dia 01/08/2013 o Projeto de Lei (PLC 3/2013) que dá direito a qualquer mulher que, segundo os próprios termos da lei “tiver uma relação sexual não consentida” o direito de ir a qualquer hospital da Rede Pública em até 72 horas e realizar a prática abortiva. Mas você deve estar se perguntando: “Qual o problema disso?” Bom, eu já tenho outra matéria escrita sobre isso, e a questão não é somente o aborto no caso de estupro e sim toda a gama de interpretação que se pode dar a este artigo da lei. Sobre este assunto, o Padre Paulo Ricardo disse bem explicando pormenores cada situação condenatória desta lei (Clique aqui). Porém neste artigo irei me deter ao fator Aborto e suas Consequências Iminentes neste país e sobre a falsa promessa da Dilma sobre não ajudar de forma alguma o aborto se instalar neste País.


Todos devem me considerar um filósofo da teoria da conspiração, apocalíptico, não somente eu, assim como o Padre Paulo Ricardo, Olavo de Carvalho e outros mais que denunciam a anos a inculturação pro aborto neste país, acho que não podem mais dizer isto de nós, afinal está ai, sancionado agora o que antes era “ideia de lunáticos” como em um passe de “mágica”, é lei… É o brasileiro a 500 anos tendo que sofrer para acreditar naquilo que já se mostrava óbvio. A lei acima exposta é nada mais que um longo caminho através da História, com ajudas internacionais. Isto que estamos vendo é o que dizem os estudantes de política a “engenharia social” que passa pela moral, ética e política. O nosso amável Papa Emérito Bento XVI nos alertava desde sua época de cardeal que os maiores desafios que iríamos enfrentar neste século, seria o relativismo da verdade e da moral, e assim estamos vendo. No século passado vimos várias questões morais universais sendo colocadas de lado; A Igreja sempre ensinou sobre a importância da castidade e sobre o sexo somente dentro do matrimônio. Porém mesmo assim a camisinha, depois os anticoncepcionais, depois a mais recente, a Pílula do dia seguinte, e hoje vemos a degradação moral da afetividade e sexualidade entre nossos jovens… Mas hoje tudo isso é considerado normal, muitas vezes até mesmo por religiosos, mas isto não mudou o fato de que a moral nos indica o mesmo princípio de antes, mesmo com as “re-evoluções” sexuais assim digamos, e do mesmo modo está sendo realizado em nosso país na questão do aborto. O aborto era totalmente criminalizado. Depois como o Padre Paulo Ricardo explicou, houve uma suspensão para os casos de violação sexual e agora a lei propriamente dita, e tudo sendo imposto a nós, e passivamente estamos assistindo o nosso povo sendo suprimido em suas convicções em troca do que?
Hoje nos encontramos em uma aterrorizadora situação: a de que o nosso país está com as mãos sujas, assinaram o direito de que as mães matem seus filhos, e todos foram avisados desta terrível situação, todos sabiam das consequências de votar em um partido DECLARADAMENTE a favor do aborto. Aquilo que a 4 anos atrás foi avisado, hoje é realidade. Se você votou no PT sabendo destas opiniões pró aborto da Presidenta Dilma, saiba que você colaborou com isso, esta mesma presidenta amedrontada com os protestos realizados contra ela na época de sua eleição, prometeu que nada faria para legalizar o aborto no país, mas como era de se esperar, não cumpriu com a promessa; não vejo caráter em alguém que mente para milhões de brasileiros. Me desculpe Dilma, você não merece nem se quer meu respeito, você autorizou neste país o infanticídio, e contra pessoas assim, não tenho de me dar a educação de respeitar!
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Autor: Pedro Henrique Alves

Revisor Ortográfico: Pâmela Hervatin

Justiça nega liminar de padre Beto contra a Igreja Católica

Padre Beto mostra a capa de seu livro "Verdades Proibidas"

O juiz da 6ª Vara Cível de Bauru, no interior de São Paulo, André Luiz Bicalho, negou o pedido de liminar em medida cautelar proposta pelos advogados de defesa de Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, excomungado pela Igreja Católica no final de abril. O objetivo da liminar era garantir a ele o direito de receber novamente os sacramentos na Igreja, enquanto a ação judicial não tramite em julgado, além de poder se defender junto à diocese local. 

O padre alega que não teve direto à defesa e que tomou conhecimento da excomunhão por meio da imprensa local, através de um comunicado publicado no site da diocese de Bauru. Os três advogados do padre buscam na Justiça o direito à defesa das acusações de heresia e cisma feitas pela diocese justificando a excomunhão. 

Na decisão, o magistrado justifica que não há perigo da demora no caso porque a excomunhão não é um ato definitivo e a reversão depende do papa Francisco.

“Alguns pecados particularmente graves são passíveis de excomunhão, a pena eclesiástica mais severa, que impede a recepção dos sacramentos e o exercício de certos atos clericais. Neste caso, a absolvição não pode ser dada, segundo o direito da Igreja, a não ser pelo Papa, pelo bispo local ou por presbíteros autorizados por eles. Logo se vê que a excomunhão imposta pelo autor não é pena definitiva, - mera pena medicinal -, até porque tal conceito conflita com a misericórdia divina”, diz trecho da decisão.