quarta-feira, 3 de abril de 2013

Os psicopatas estão entre nós, cuidado!



Os psicopatas são falantes, charmosos, simpáticos, sedutores, capazes de impressionar e cativar rapidamente qualquer pessoa. Sua capacidade de “parecer bonzinho, educado e inofensivo é impecável”. É a pessoa perfeita, aquela que você menos desconfia ser um psicopata. Tudo isso é uma fachada, como um teatro muito bem engendrado para esconder suas características perturbadoras.

Normalmente eles não "procuram" suas vítimas. E deixam isso muito claro, desde o início. Estas é que se sentem "atraídas" por este perfil. Mas o psicopata exerce bem sua capacidade de "atrair" devido à sua capacidade de enganar com perfeição e dizer exatamente o que você quer ouvir. 

São mestres nisso! Sua mais poderosa ferramenta de sedução! E eles têm a capacidade de enganar, através de mentiras repetidas a fim de obter lucro pessoal ou prazer.

Mentem, fazem promessas - que jamais serão cumpridas - como se eles próprios estivessem convencidos disso. E... há falta total de remorso ou culpa por ter ferido, maltratado sua vítima.

Sentir remorso? Isso nem se passa pela cabeça do psicopata! "Pinta e borda" com os sentimentos da vítima!

Eles são inteligentes, mas insensíveis, frios, manipuladores e sua capacidade de fingir sentimentos é perfeita. Se descobertos, são mestres em inverter o jogo, colocar-se no papel de vítima ou tentar convencer de que foram mal interpretados. E estão conscientes de todos os seus atos.

Eles têm a capacidade de fazer sua vítima se sentir uma desajustada, desequilibrada. A máxima é: você está imaginando coisas... deve estar estressada...precisa descansar, dormir é muito bom. Dizem sempre estar muito assoberbados, aperreados, cansados, para deixarem a vítima se sentindo mal.

O psicopata não é exatamente um doente mental, mas sim um ser que se encontra na divisa entre sanidade e a loucura. O ser humano normal é movido pelo triangulo: razão, sentimento e vontade. O que move um psicopata é: razão e vontade ou seja o que os move é satisfazer plenamente seus desejos. 

Preferencialmente, desajustar sua vítima. Isso lhes dá uma sensação de poder sobre a vítima. Não importa, já que para eles não existe o fato: sentimento.

Mas falam muito em sentimentos (amizade, amor, confiança, admiração, respeito, afinidade) e enfatizam muito que são incapazes de brincar com os sentimentos dos outros. Paradoxalmente, dizem que os sentimentos são controláveis! Incrível, não é?

Os sociopatas exibem egocentrismo e um narcisismo patológico,baixa tolerância para frustração e facilidade de comportamento agressivo, falta de empatia com outros seres humanos.

Não toleram ser pressionados! Experimente "cobrar" alguma promessa que um psicopata tenha feito!

Primeiro ele arranja uma desculpa - ou várias, dependendo do grau da patologia - até inventar que passou por problemas seríssimos, como por exemplo, um parente que passou mal! 

Continue a insistir! Ele se irrita um pouco e vem com a máxima: se há uma coisa de que não gosto é sentir-me pressionado! Na verdade, eles não suportam sentir-se pressionados.

Com essas saídas ele faz a vítima se sentir culpada.

Daí ele conseguiu o primeiro intento: o de  desestruturá-la, pois ele prossegue mantendo sua promessa - e seduzindo -com tal veemência que até surpreende.
Só que ele se afasta estrategicamente, deixando a vítima perplexa!


Eles são geralmente cínicos, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha.

E a vítima acredita e segue sendo sua presa. É o que o psicopata quer!

O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento."

Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e sentem orgulho disto.

Voltando ao exemplo anterior: a vítima começa a se dar conta de que está sendo enganada, de que este comportamento não pode ser normal e o põe contra a parede. O psicopata calmamente convence a vítima de que ela está "imaginando" coisas. Porém, sempre destacando suas qualidades com mais e mais mentiras. Mas...

Quando descobre que seu comportamento foi identificado, ele reage escondendo muito bem este seu “lado negro”, mas nunca mudando, disfarça de forma inteligente as suas características de personalidade.

Algumas vítimas caem em total confusão! 

Eles - os psicopatas - apresentam um comportamento tranquilo quando interagem com a sociedade, geralmente possui uma considerável presença social e boa fluência verbal. Não é incomum, eles se tornarem líderes sociais de seus grupos.

Ou serem porta-vozes de alguém ou palestrantes! 

Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com o sociopata, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência.

Sim! Dupla, tripla, ou até mais. Todas diferentes entre si, mas todas com algo em comum. Somente um profissional tem olho clínico para perceber isso! 

Graças aos céus os psicopatas que matam, estupram e torturam não são os mais frequentes. O mais comum é o tipo parasita: aquele que se dedica a atormentar e dar golpes em suas vítimas sem nunca atentar fisicamente contra elas. Políticos corruptos, líderes autoritários, pessoas agressivas e que abusam da sua confiança, etc...

Ou se mostram revestidos de uma pseudo honestidade irrepreensível, às vezes, beirando a "santidade". Muitos deles adotam estilos de vida ou pertencem a seitas - um modo de refrearem seus instintos mais baixos (?).

Uma característica comum aos sociopatas é a de usarem sistematicamente a enganação e manipulação de outros visando ganhos pessoais.

Ou visando uma mera vingança ou satisfação de ver a vítima sofrendo, ou a simples vontade de fazer um estupro na alma, nos valores de boa-fé da vítima. Um estupro anímico. 

Seu comportamento frequentemente é rude, imprevisível e arrogante.

Principalmente, imprevisível!

São extremamente inteligentes, manipuladores, porém corroem a mente de sua vítima e destoem sua auto-estima. Agem como verdadeiras drogas! A vítima fica como que "viciada" por estes sociopatas!

Quero frisar com este artigo que, se uma pessoa foi vítima de um deles, não se sinta culpada por ter se deixado enganar. Psicopatas têm a capacidade de conviverem por anos, ao lado de suas vítimas, sem que estas percebam. E que, se mesmo assim não superarem este abuso, procurem um profissional!
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Comentários de: A moça do sonho.
Disponível em: Comenta-se por aí...

IV Retiro das Santas Missões Populares acontece dia 15 de junho de 2013 na Arquidiocese de São Luís.



Vocês ainda estão no começo desta bela caminhada, pois A MISSÃO CONTINUA, porque A VIDA É MISSÃO. Este será o grande recado do quarto retiro. Vocês estão saindo do tempo especial das SMP para continuar a missão no cotidiano da vida.

E as SMP vão acompanhar também no tempo ordinário. Um livro que não deverá faltar nas mãos e no coração do maior número possível de pessoas, é o livro A VIDA É MISSÃO. Vocês já deslancharam o processo da terceira etapa das SMP (A MISSÃO CONTINUA) como está nas páginas 87-96, especialmente da página 89? É muito importante.

Vocês devem motivar para que aconteçam, antes do quarto retiro e sem correr, as sugestões para o âmbito pessoal, comunitário e setorial. Insistimos: muito importante. O quarto retiro paroquial será depois do quarto retiro diocesano.


A respeito do quarto retiro vejam também as sugestões nas páginas 63-66. Aqui vão mais outras sugestões. Vai ter que ser um retiro sonhado, preparado e vivido, para mexer na vida e na pastoral da diocese. E isso não se improvisa.

Portanto, as FINALIDADES do quarto retiro são:

a) Partilhar o que mais tocou das duas primeiras etapas das SMP (o tempo do acordar e do saborear);

b) Aprofundar mais o sentido da missão: A VIDA É MISSÃO;

c) Olhar para frente: o que fazer para que a Arquidiocese de São Luís seja cada vez mais uma Arquidiocese missionária permanente, através de suas comunidades e paróquias?

Vocês da coordenação assumam a preparação e a execução do retiro com garra, com participação ativa e fecunda, com alta espiritualidade, envolvendo muita gente na preparação. O retiro deve ser um marco na caminhada missionária da arquidiocese.

ATENÇÃO: Convidar ao retiro somente os que querem mesmo continuar como missionários/as. Podem ser muitos, não tem problema, mas com essa condição. Ser bastante claro, mostrando a beleza, a grandeza e a exigência da proposta.
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Fonte: Arquidiocese de São Luís.

Maria na Reforma Protestante


Os Reformadores conservaram muitos pontos da tradição Mariana; pontos que as gerações seguintes foram pondo de lado. Lutero, por exemplo, não negou a virgindade perpétua de Maria, mas julgava que ninguém está obrigado a aceitá-la como artigo de fé. Não hesitava em dizer que a expressão “irmãos de Jesus” deve ser entendida no sentido semita; este atribuía a irmãos o significado de “parente, familiar”; para o confirmar, Lutero apelava para a significação ampla da palavra grega adelphoi na tradução dos LXX.

Lutero também admitia a imaculada conceição de Maria, devida à prévia aplicação dos méritos de Cristo. Quanto a Assunção corporal, o reformador não ousava professá-la explicitamente, mas não excluía que o corpo de Maria tenha sido levado pelos anjos dos céus. No calendário Luterano ficaram três festas Marianas, que têm base no Novo Testamento e estão muito ligadas a Cristo: a Anunciação ou festa da Encarnação, a Visitação de Maria a Isabel ou festa da vinda de Cristo, e a Purificação de Maria aos quarenta dias após o parto, também tida como festa da Apresentação de Jesus no Templo.

Calvino foi mais radical. Suprimiu as festas Marianas, aceita o título “Mãe de Deus” definido pelo Concílio de Éfeso em 431 mas prefere a expressão “Mãe de Cristo”. Sustenta a perpétua virgindade de Maria, afirmando que “os irmãos de Jesus” citados em (Mateus 13,55) não são filhos de Maria, e sim parentes. Professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, louca sutileza e “abuso da Sagrada Escritura”.

Zuínglio, o reformador em Zurich, conservou três festas Marianas e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. É interessante notar que Lutero, Calvino e Zuínglio, autores da Reforma protestante no século XVI, deixaram belas expressões de estima e louvor a Maria Santíssima. Martinho Lutero em seu comentário sobre o Magnificat (Lucas 1,46 – 55) escreve: “Ó bem-aventurada Mãe, Virgem digníssima, recorda-te de nós e obtém que também em nós o Senhor faça essas grandes coisas”.

Ao referir-se a (Mateus 1,25) observa: “Destas palavras não se pode concluir que, após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isto” (Obras de Lutero, edição Weimar, tomo 11 pg. 323).

Disse ainda: “Os irmãos de Jesus, mencionados no Evangelho, são parentes do Senhor” (Edição Weimar, tomo 46 pg. 723, Tischreden 5, nº 5839). O Reformador prometia cem moedas de ouro aquem lhe provasse que a palavra almah em (Isaías 7,14) não significa virgem (Edição Weimar, tomo 53, pg. 640)

No fim de sua vida, aos 17/01/1546, Lutero exclamou num sermão muito agitado: “Não se deve adorar somente a Cristo? Mas não se deve honrar também a Santa Mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos, pois o Filho te honra; Ele nada te nega”. Vê-se que até os últimos dias Lutero guardou devoção à Maria.

No tocante às imagens, Lutero não as proibia; afirmava que as proibições feitas no Antigo Testamento não afetavam os Cristãos ( Edição Weimar, tomo 7 pg. 440 – 445). Considerava as imagens como a Bíblia dos pobres e iletrados.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Aos Sacerdotes!



"Antes de te formar no ventre eu te escolhi, antes de saíres do seio materno eu te consagrei e te nomeei profeta entre as nações" (Jr 1,5).

Devido ao momento atual de contradições sobre a vida da Igreja, tanto de uma alegria muito grande pelos passos dados, em especial pela escolha do Papa Francisco, como pelos eternos questionamentos da vida e dificuldades de muitos clérigos, celebrar o dia da instituição do sacerdócio é um momento de afirmações importantes para nossas vidas e para a vida da Igreja.

O mundo está correndo velozmente. A cada instante uma novidade é criada em algum lugar do planeta. Elas mudam a opinião das pessoas. Há novos desafios, problemas e tarefas na linha de frente para um padre. Como lidar com tudo isso? O que e a quem recorrer e em que trabalho? O que nunca vai esquecer? Aqui estão as perguntas que a Igreja dá e a resposta que guarda no depósito da fé e da moral, principalmente registrada nas Escrituras e explicada nos documentos da Igreja.


Cada um dos graus do sacramento da Ordem: diaconato, presbiterato e episcopado, traz as impressões distintas de um personagem sacramental e, portanto, de uma maneira especial um homem configurado com Cristo Sacerdote, Profeta e Rei. "Os padres, pela ordenação, são enviados para servir a Cristo Mestre, Sacerdote e Rei, comunhão no seu ministério, através do qual a Igreja aqui na terra está em constante crescimento como povo de Deus, o corpo de Cristo e do templo do Espírito Santo".

Cada ordenado deve levar todos à experiência da vida divina e isto lhe dá a graça necessária para cumprir diversas tarefas relacionadas ao ministério sacerdotal. Esta comunhão com Cristo lhes confere os dons de Profeta, Sacerdote e Pastor, atendendo a vontade de Deus e acolhendo os dons do Espírito Santo conferidos pelo sacramento da Ordem.

Como traduzir para o mundo, que tudo questiona e que prescinde da fé, o que é ser padre hoje? Como unir aquilo que é a certeza de sempre, com o chamado de Deus para o serviço do altar, com as necessidades de evangelização em uma sociedade que perdeu os valores e a visão cristã?

É chamado a ser de Deus e, como conseqüência, ser humano. Essa é a nossa base para viver o serviço ao povo de Deus. A oração liga o padre a Deus e ao povo, e leva o povo a ligar-se com Deus, Pai de todos. Tudo o que faz está intimamente relacionado com o seu ministério sacerdotal. É uma grande alegria se doar pelo Reino de Deus na comunicação do Evangelho. Com certeza é uma atividade cheia de responsabilidades, que ele faz bem e com firmeza institucional, mas sempre alimentado pela oração e com leveza espiritual. Está ciente de que ser padre é um aprendizado constante. Em cada graça o padre vê e participa da alegria e das dores do próximo.

A sua solidão será preenchida pela vida de oração e comunhão com Deus. E será necessária diante de tantas urgências de reuniões e encontros. Sabemos que não é fácil ser padre hoje. Mas o mistério que se dá no momento da ordenação vem para ajudar. Ser chamado por Deus para esta missão é assumir todas as dores, dificuldades e alegrias que o ministério traz. O homem vai aos poucos assumindo a sua vocação. Por isso a oração dos fiéis vem para ajudar a manter os sacerdotes para serem sempre bons padres.

Tem necessidade de constante atualização com cursos e encontros, além de um trabalho permanente na comunicação pessoal e homilética. Tem necessidade de encontro com seus irmãos de presbitério para partilhar sonhos e esperanças junto com o planejamento pastoral. A presença junto ao povo em suas necessidades faz parte de sua constante preocupação de pastor. É chamado a viver constantemente em conversão, procurando converter-se a cada dia. Ele é chamado a ter um coração indiviso e, por isso, o discernimento levou-o a ser escolhido - por ter vocação ao sacerdócio e o dom do celibato - para melhor servir ao povo de Deus. Mesmo com os questionamentos atuais, vemos que este sinal incomoda muito a atual mentalidade, a ponto de quererem culpá-la por número de vocações ou desvios de comportamento. Mas todos nós sabemos que não é esse o problema.

O trabalho com os pobres de todas as situações está na ordem do dia da missão sacerdotal. Faz parte de seu coração de pastor. Tanto nas preocupações sociais, que tantas dificuldades enfrentam hoje, como nas dependências químicas ou ainda no atendimento das pessoas para uma orientação espiritual com seus problemas que machucam a vida. Mas também o grande sacramento da Confissão: é uma grande alegria ver como a pessoa vai embora perdoada e reconciliada e em busca de viver uma nova vida! Jesus chama os homens para serem padres, para que eles sejam corajosos na proclamação da verdade, do amor e da misericórdia, fascinados por Deus e homens de santidade.

"Pois o zelo da tua casa me consome". Quantos sacerdotes deram a vida pelo povo de Deus! Foram fiéis até o fim e consumiram suas vidas pelo Evangelho! E ainda hoje agradeço a Deus por ver esse zelo presente em nosso clero. Vocação que transpareceu no desejo e que foi discernida como aptidão através dos dons de Deus em sua vida.

Volta-se a pergunta: O que é ser um padre hoje? O que Deus espera dele hoje? Aqui estão as perguntas que enfrentam todos os dias os que exercem o sacerdócio ordenado (vigário, padre, bispo) como um incentivo para trabalhar em si próprios, a fim de serem bons trabalhadores na vinha do Senhor.

Somos imbuídos a lembrar do Profeta Jeremias: "Eu te darei pastores segundo o meu coração" (Jr 3,15). Com estas palavras do profeta Jeremias, Deus promete a seu povo que não vai deixá-lo sempre sem pastores. "Porei sobre eles (e das minhas ovelhas) os pastores que não temerão, nem se espantarão, nem se perderão" (Jr 23,4).

A Igreja, como Povo de Deus, experimenta continuamente a realização deste anúncio profético e a alegria em agradecer a Deus por tudo isso. Ela sabe que Jesus Cristo é a vida, o cumprimento supremo e definitivo da promessa de Deus: "Eu sou o bom pastor" (Jo 10,11). Ele, o "Grande Pastor dos Inocentes" (Hb 13,20), confiou aos apóstolos e seus sucessores no ministério dos pastores o rebanho de Deus.

Pela instituição do sacerdócio, a ser relembrada nesta quinta-feira santa e pela Páscoa, quero cumprimentar todos os sacerdotes da arquidiocese. E peço aos fiéis que rezem sempre pelas vocações e pelo seu pároco, pelos sacerdotes de nossa Igreja!

Deus os abençoe, e tenham uma feliz Páscoa!


Dom Orani João Tempesta
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Fonte: Portal Eclesia.

Acreditar na Páscoa!



Estamos numa mudança de época. Vivemos muitas crises. A maior delas é a crise de fé. Acredita-se ainda? Acreditar em que e em quem? Há algo que ainda dá sentido à vida? Para onde caminha a humanidade? A plenitude deu definitivamente lugar ao niilismo?

Em resposta à crise de fé, os fiéis da Igreja Católica foram e são desafiados a viver um “Ano da Fé”, que iniciou em outubro do ano passado e termina em novembro deste ano. Foi proclamado, ainda, pelo Papa emérito, Bento XVI. Ele mesmo colocou uma finalidade contundente do “Ano da Fé”: “repensarmos e vivenciarmos a fé”. Em outras palavras, deseja o que o grande apóstolo das nações nos primórdios do cristianismo, o Paulo de Tarso, já propusera aos que tinham abraçado a fé em Jesus Cristo: “dar sempre razões à fé”. Também hoje, na mudança de época em que vivemos, é urgente a tarefa nossa de “darmos novas razões à fé”. Senão sucumbimos por falta de convicções; senão sucumbimos no vazio da existência sem perspectivas. Precisamos urgentemente recuperar a alegria de crer. Precisamos urgentemente testemunhas de uma fé viva e forte.


Qual é o cerne da fé cristã? É preciso acreditar em que e em quem mesmo? Pois, a resposta é esta: é preciso acreditar na PÁSCOA! Não existe ressurreição sem Páscoa! Não existe felicidade sem Páscoa! Não existe graça sem Páscoa! Não existe vida sem Páscoa! Não existe luz sem Páscoa! Hoje, na mudança de época em que vivemos, numa sociedade cada vez mais do “fácil-relativo-supérfluo-efêmero-transitório”, quer-se viver a ressurreição, a felicidade, a graça, a vida, a luz, mas sem uma Páscoa.

Páscoa é passagem. Passagem da cruz para a ressurreição, passagem da facilidade para a felicidade, passagem do pecado para a graça, passagem da morte para a vida, passagem das trevas para a luz. Nessa passagem é preciso abraçar a cruz. Procura-se sempre mais fugir da cruz. A fuga da cruz é uma ilusão e não nos leva à ressurreição, à felicidade, à graça e à vida.

Vamos acreditar na Páscoa: a humanidade depende desta fé. A humanidade precisa da Páscoa-passagem do sepulcro escuro do niilismo para a ressurreição luminosa da plenitude. Ainda é atualíssima a palavra do grande Agostinho de Hipona: “nosso coração anda inquieto enquanto não repousa no Absoluto-Deus”.


Dom Jacinto Bergmann,

Arcebispo de Pelotas

Oito anos sem João Paulo II



Em 2 de abril de oito anos atrás, chegou à Casa do Pai o Beato João Paulo II.

Foi Papa Wojtyla quem nomeou Bispo, em 1992, Jorge Mario Bergoglio e o criou Cardeal em 2001.

Quando foi beatificado, em primeiro de maio de 2011, o então Arcebispo de Buenos Aires celebrou a Santa Missa na Catedral da cidade para recordar João Paulo II e dele destacou a frase “não tenham medo”.

João Paulo II não teve medo, “porque viveu a sua vida ao Senhor Ressuscitado” – disse o Cardeal na ocasião. “A coragem, a firmeza que nos dá a Ressurreição de Cristo, a serenidade de sermos perdoados através da misericórdia remove em nós o medo.”


Seis anos antes, em 4 de abril de 2005, o Arcebispo de Buenos Aires celebrou uma missa em memória do Beato Wojtyla dois dias depois de sua morte. João Paulo II – disse naquela ocasião – foi uma testemunha coerente do Senhor, que estava em comunhão com seu povo “com a coerência de um homem de Deus”. Com a coerência de quem todas as manhãs “passava muitas horas em adoração” e por isso “se deixava plasmar pela força de Deus”.

Num período em que necessitamos mais de testemunhas do que de mestres, concluiu o Arcebispo de Buenos Aires, João Paulo II viveu até o fim sendo justamente “uma testemunha fiel”.
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Fonte: Rádio Vaticano.
Disponível em: CatólicaNet.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deus o ressuscitou!




O livro dos “Atos dos Apóstolos”, escrito pelo evangelista Lucas para narrar a vida das primeiras comunidades cristãs após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo aos céus, tem seu ponto alto nos discursos de Pedro e de Paulo. Tais discursos, chamados “querigmáticos” (Aurélio: proclamação em alta voz, anúncio), apresentam o núcleo central e essencial da mensagem cristã. Num deles, que ocorreu na cidade de Cesareia da Palestina, o apóstolo Pedro foi particularmente ousado, ao afirmar: “Eles o mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (At 10,39-40). A preocupação principal de Pedro, de Paulo e dos demais apóstolos não era a de anunciar que Jesus Cristo havia morrido, mas que ressuscitara e, portanto, estava vivo! Eles estavam convictos de que essa era a verdade mais importante que tinham para transmitir ao mundo.

Há documentos históricos que comprovam a existência de Jesus de Nazaré na Palestina e sua crucifixão em Jerusalém. Mas em que nos baseamos para afirmar que ele ressuscitou dos mortos? Em dados científicos? Certamente, não! Por mais importante que seja a ciência, ela não serve para comprovações no campo da fé. A fé é um dom e um mistério: nós a recebemos por graça divina e a razão humana não é capaz de demonstrar ou explicar o conteúdo do que nós acreditamos.

Quando se trata da ressurreição de Cristo, valem para nós o testemunho e as afirmações dos apóstolos: eles viveram para proclamar que Jesus ressuscitou, e morreram para testemunhar essa verdade. Curioso, e ao mesmo tempo significativo, foi que eles não esperavam essa ressurreição. Quando, ao terceiro dia após a morte, naquele domingo que ficaria célebre e que daria sentido a todos os demais domingos da história, os apóstolos e as santas mulheres foram ao sepulcro, tinham como objetivo cuidar do corpo de uma pessoa que havia morrido. Se estivessem esperado encontrar-se com Jesus, não teriam levado perfumes para embalsamar seu corpo. Ao verem o sepulcro vazio, ficaram inicialmente chocados; ao ouvirem a mensagem que um jovem havia transmitido às mulheres – “Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou!” –, manifestaram surpresa. Surpresos ficaram nas diversas vezes em que Jesus lhes apareceu, quando lhes perguntou se tinham alguma coisa para comer e, particularmente, ao verem que ele próprio lhes havia preparado um peixe assado.

domingo, 31 de março de 2013

Mensagem de Páscoa do Papa Francisco.



Mensagem Pascal e Benção “Urbi et Orbi”
Balcão Central da Basílica Vaticana
Domingo, 31 de março de 2013


Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa! Boa Páscoa!

Que grande alegria é para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos hospitais, às prisões…

Sobretudo queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, há uma esperança que despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia! A misericórdia sempre vence!

Também nós, como as mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração. E isto é algo que o amor de Deus pode fazer.

Este mesmo amor pelo qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança.

Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória somos nós: o homem vivo (cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).




Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor de Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).

Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.

E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.

Paz para o Oriente Médio, especialmente entre israelitas e palestinos, que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?

Paz para a África, cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas, incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se vêem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.

Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação.

Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e um. O tráfico de pessoas é realmente a escravatura mais extensa neste século vinte e um! Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra! Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos torne guardiões responsáveis da criação.

Amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor» (vv. 1-2).

Saudação

Queridos irmãos e irmãs, a vós aqui reunidos de todos os cantos do mundo nesta Praça, coração da cristandade, e a todos vós que estais conectados através dos meios de comunicação, renovo o meu voto: Feliz Páscoa!

Levai às vossas famílias e aos vossos Países a mensagem de alegria, de esperança e de paz, que a cada ano, neste dia, se renova com vigor.

O Senhor ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, seja o amparo para todos, especialmente para os mais frágeis e necessitados. Obrigado pela vossa presença e pelo testemunho da vossa fé. Uma lembrança e um agradecimento especial pelo dom das belíssimas flores, que provêm dos Países Baixos. A todos repito com afeto: Que Cristo ressuscitado guie a todos vós e à humanidade inteira pelos caminhos de justiça, de amor e de paz.
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Fonte: Boletim da Santa Sé.
Disponível em: Canção Nova.