segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Modo correto de realizar a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento



Convém, antes de tudo, notar que a adoração ao Santíssimo NÃO é um ato litúrgico. Ela pode ser INSERIDA em um ato litúrgico, isso sim. Tanto é verdade que se pode adorar o Santíssimo no tabernáculo, em uma visita eucarística etc.

Pois bem, passemos adiante:

O Rito da Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, previsto no Ritual Romano, consta de duas formas: a exposição simples e a exposição solene. Diferem-se porque a simples é feita com o Santíssimo no cibório, enquanto a solene é feita com o Santíssimo no ostensório, e também porque a solene pede pluvial, enquanto a simples não. Na forma solene, o incenso é obrigatório. Na simples, facultativo.

Em ambas as formas, segue-se o mesmo esquema: exposição, adoração, bênção, reposição.

A exposição simples pode ser feita por um sacerdote, por um diácono, ou, em casos extraordinários, por um leigo. Sendo feita por um leigo, não dá a bênção, terminando o rito com a mera reposição. Já a exposição solene só pode ser feita por sacerdote e diácono.

Servem ao ministro da exposição alguns acólitos, idealmente, na forma solene, em número de três (podendo ser dois ou até um, em caso de necessidade).

O sacerdote e o diácono, ministros ordinários da Exposição do Santíssimo, usarão ou ALVA (com ou sem CÍNGULO, com ou sem AMITO), caso não estejam de veste talar, ou, quando com ela estiverem, vestirão por cima a SOBREPELIZ. Quer usem alva, quer usem veste talar com sobrepeliz, sempre estarão com a ESTOLA de cor branca. A veste talar do Bispo pode ser tanto a violeta quanto a preta com faixa violeta.

No fim da adoração, o sacerdote e o diácono vestirão o PLUVIAL de cor branca e, se for Exposição Solene, i.e., com ostensório, usarão o VÉU UMERAL, também branco, para segurá-lo ao dar a bênção. Na Exposição Simples, com cibório, não estará o ministro ordinário de pluvial, apenas com o véu umeral. Também se usa véu umeral para buscar o Santíssimo Sacramento quando se encontrar em outro local que não o da Exposição. Em qualquer procissão com o Santíssimo Sacramento no ostensório, o sacerdote ou diácono usará o pluvial.

O acólito, quer atue como auxiliar do ministro ordinário, quer como ministro extraordinário – nos casos previstos pela lei litúrgica –, usará ou a alva (e o cíngulo e o amito) ou a sobrepeliz sobre a veste a talar. Os demais leigos podem tanto vestir-se como o acólito, quanto se apresentar com sua roupa civil comum, mas adequada à solenidade da celebração litúrgica, ou ainda usar uma veste litúrgica aprovada pelo Ordinário.

Com base na Exposição Solene, sabe-se como fazer a simples, eis que basta tirar a obrigatoriedade do incenso, não usar pluvial, e mudar o ostensório pelo cibório.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Igreja Católica cresce em todo o mundo, aponta estudo



Apesar da crise demográfica e vocacional que atinge a Europa, a Igreja católica cresce em todo o mundo e particularmente na Ásia e na África.

O resultado emerge do estudo realizado pela Agência Fides que apresenta dados extraídos do “Anuário Estatístico da Igreja” (atualizado em 31 de dezembro de 2010) e dizem respeito aos membros da Igreja, suas estruturas pastorais, atividades no campo da saúde, assistencial e educacional.

Católicos no mundo

Em 31 de dezembro de 2010, a população mundial era de 6.848.550.000 pessoas, com um aumento de 70.951.000 em relação ao ano anterior. O aumento global também se aplica este ano a todos os continentes: os aumentos mais consistentes estão na Ásia (+40.510.000) e África (+22.144.000) seguidos pela América (+5.197.000), Europa (+2.438.000) e Oceania (+662.000).

Na mesma data de 31 de dezembro de 2010, o número de católicos era 1.195.671.000 unidades com um aumento total de 15.006.000 pessoas em relação ao ano anterior. O aumento diz respeito a todos os continentes e é maior na África (+6.140.000), América (+3.986.000) e Ásia (+3.801.000); seguem Europa (+894.000) e Oceania (+185.000).

A percentagem de católicos aumentou globalmente 0,04%, num total de 17,46%. Em relação aos continentes, houve aumentos em todos os lugares, exceto na Europa: África (+0,21), América (+0,07), Ásia (+ 0,06), Europa (-0,01) e Oceania (+ 0,03).
Bispos

O número total de bispos no mundo aumentou de 39 unidades, atingindo um total de 5.104. Em geral aumentam os bispos diocesanos e diminuem os bispos religiosos. Os bispos diocesanos são 3.871 (43 a mais que no ano anterior), enquanto os Bispos religiosos são 1.233 (4 a menos). O aumento de Bispos diocesanos diz respeito a todos os continentes exceto a Oceania (-4), África (+13), América (+22), Ásia (+11), Europa (+1). O bispos religiosos aumentam na África (+3), Ásia (+1) e Oceania (+1), diminuem na América (-7) e Europa (-2).


Sacerdotes

O número total de sacerdotes no mundo aumentou 1.643 unidades em relação ao ano precedente, atingindo a cota de 412.236 padres. Mais uma vez a Europa registra o menor índice (-905), enquanto os aumentos se registram na África (+761), América (+40), Ásia (+1.695) e Oceania (+52). Os sacerdotes diocesanos no mundo aumentaram globalmente de 1.467 unidades, atingindo o número 277.009, com um aumento na África (+571), América (+502), Ásia (+801) e Oceania (+53) e ainda uma diminuição na Europa (-460). Também os sacerdotes religiosos aumentaram 176 unidades e são 135.227. A marcar um aumento, seguindo a tendência dos últimos anos, são a África (+190) e a Ásia (+894), enquanto a diminuição se verifica na América (-462), Europa (-445) e Oceania (-1).

Diáconos permanentes

Os diáconos permanentes no mundo aumentaram 1.409 unidades, atingindo um total de 39.564. O maior aumento se confirma mais uma vez na América (+859) e na Europa (+496), seguido pela Ásia (+58) e Oceania (+1). Uma única diminuição, também este ano, na África (-5). Os diáconos permanentes diocesanos no mundo são 39.004, com um aumento total de 1.412 unidades.

Aumentam em todos os continentes, com exceção da África (-6) e da Oceania (nenhuma variação), precisamente: América (+863), Ásia (+60), Europa (+495). Os diáconos permanentes religiosos são 560,3 a menos em relação ao ano precedente, com leves aumentos na África (+1), Europa (+1) e Oceania (+1), reduções na América (-4) e Ásia (-2).

Religiosos

Religiosas e religiosos não sacerdotes aumentaram globalmente em 436 unidades, chegando ao número de 54.665. Registraram-se aumentos na África (+254), Ásia (+411), Europa (+17) e Oceania (+15). Diminuíram apenas na América (-261). Confirma-se a tendência à diminuição global das religiosas (-7.436) que são 721.935 no total, assim divididas: neste ano, também os incrementos são na África (+1.395) e Ásia (+3.047), as reduções na América (-3.178), Europa (-8.461) e Oceania (-239).

Missionários leigos e catequistas

O número de Missionários leigos no mundo é de 335.502 unidades, com um aumento global de 15.276 unidades e aumentos continentais na África (+1.135), América (+14.655), Europa (+1.243) e Oceania (+62); a única redução é na Ásia (-1.819).Os Catequistas no mundo aumentaram no total em 9.551 unidades, alcançando 3.160.628. Os aumentos se registram na América (+43.619), Europa (+5.077) e Oceania (+393). Diminuições na África (-29.405) e Ásia (-10.133).

Institutos de instrução e educação

No campo da instrução e da educação, a Igreja administra no mundo 70.544 escolas, frequentadas por 6.478.627 alunos; 92.847 escolas fundamentais, com 31.151.170 alunos; 43.591 institutos secundários, com 17.793.559 alunos. Além disso, segue também 2.304.171 alunos de escolas superiores e 3.338.455 estudantes universitários. O confronto com o ano precedente indica um aumento de escolas (+2.425) e uma redução de alunos (-43.693); uma leve redução no número de escolas fundamentais (-124) e um aumento de alunos (+178.056); aumentam os institutos secundários (+1.096) e seus respectivos alunos (+678.822); em aumento também os estudantes de escolas superiores (+15.913) e de universitários (+63.015).

Institutos de saúde, de beneficência e assistência

Os institutos de beneficência e assistência administrados no mundo pela Igreja incluem: 5.305 hospitais, com maior presença na América (1.694) e África (1.150); 18.179 postos de saúde, em maioria na América (5.762), África (5.312) e Ásia (3.884); 547 leprosários, distribuídos principalmente na Ásia (285) e África (198); 17.223 casas para idosos, doentes crônicos e portadores de deficiência, em maioria na Europa (8.021) e América (5.650); 9.882 orfanatos, um terço dos quais na Ásia (3.606); 11.379 jardins de infância; 15.327 consultórios matrimoniais, distribuídos em grande parte na América (6.472); 34.331 centros de educação ou reeducação social e 9.391 instituições de outros tipos, em maioria na América (3.564) e Europa (3.159).
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Fonte: Agência Fides.
Disponível em: Canção Nova.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Solenidade da Epifania do Senhor - 6 de janeiro.



Epifania quer dizer manifestação. A Festa da Manifestação do Senhor é a festa do reconhecimento da universalidade da salvação. Não há um povo, um grupo, uma religião, uma pessoa a quem se destina com exclusividade a salvação oferecida por Deus em Jesus de Nazaré. Os cristãos precisam meditar este mistério. É mistério de amor, de doação, de redenção do gênero humano e de toda a criação. É o Deus Uno e Trino que vem ao encontro do ser humano para divinizá-lo, para chamá-lo à plenitude da vida.

O texto evangélico escolhido para a celebração litúrgica desta grande festa (cf. Mt 2, 1 – 12) traz algumas informações que merecem destaque. Não é um texto de caráter propriamente histórico, mas profundamente teológico. Olhando para o povo da antiga Aliança, o autor sagrado quer falar do significado e do lugar do Messias na história da salvação. O Messias prometido, enviado pelo Pai, realmente veio não somente para cumprir as promessas realizadas na antiga Aliança, mas para salvar toda a humanidade. Jesus é o Messias da humanidade, o esperado para reconfigurar a história humana e resignificar a caminhada do povo de Deus.

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes. A geografia da época coloca Belém como um lugar sem muita importância, a periferia da Judéia. Jesus nasceu em um lugar sem importância política e econômica, onde nascem e vivem os últimos. Esta escolha não é sem importância, mas revela a predileção divina por aquilo que é pequeno, insignificante, frágil. Isso legitima a escolha divina de um povo pequeno e fraco, carente de proteção e cuidado. Jesus nasceu no seio do povo de Deus.

Frequentando as igrejas urbanas fico escandalizado. Como desfiguram o pobre Jesus! É tudo muito grande, sofisticado, excessivamente fino e destinado aos ricos. Católicos e evangélicos investem na construção dos santuários, no estilo do Templo de Jerusalém. Não restam dúvidas de que são necessários muitos profetas para descer o chicote e expulsar os vendilhões, os exploradores do povo! É preciso fazer saber que Jesus nasceu em Belém (é unânime entre os exegetas a ideia de que Jesus nasceu mesmo em Nazaré e não em Belém, mas isso não muda o foco de nossa reflexão) e que a grandeza e o luxo dos templos sagrados desfiguram-no, escandalosamente.

O lugar de nascimento fala da identidade da pessoa. O fato de Jesus ter nascido e vivido entre os pequenos é um dado incontestável nos evangelhos. Ninguém pode mudar isso, por mais que incomode a consciência dos ricos que frequentam as igrejas. Os ricos admiram a pobreza de Jesus e a predileção divina pelos humildes e pobres, mas não aceitam de modo algum esta preciosa revelação. Há muitas reflexões até de teólogos que tentam amenizar a situação dos ricos em relação aos pobres, mas perdem o seu tempo. No exercício de sua missão, o Messias foi claro ao reafirmar e cumprir a profecia de Isaías, declarando a todos que foi enviado para evangelizar os pobres (cf. Lc 4, 18).

Os reis magos seguiram a indicação de uma estrela que os levou até o Messias recém-nascido. Estes magos não eram judeus, não pertenciam ao povo de Deus, desconheciam o Deus dos judeus; mesmo assim colocaram-se a caminho e foram ao encontro do Messias. Aqui aparece a dinâmica do caminho e do interesse pelo caminhar. O interesse dos magos era adorar o Messias. Depois que cumpriram sua missão voltaram para sua terra natal. Eles deixaram-se guiar pela estrela.

Acampamento Kairós III



O grupo de jovens Evangelizadores de Cristo (Matriz) convida você a participar do Acampamento Kairós III, que será realizado nos dias 24, 25, 26 e 27 de janeiro/2013. Os interessados poderão preencher a ficha de inscrição com um dos membros do grupo, pelo telefone:

Alisson Pestana 88730390;
Gustavo Parker 81142946; 
Lana Luz 88242169;

Participe!

A que ponto a adoração ao Santíssimo foi reduzida


No final de outubro de 2012, uma Noite Santa, que incluiu a adoração do Santíssimo Sacramento começou com uma procissão trazendo relíquias de santos para o altar na catedral de Lotz, na Polônia. O evento foi uma iniciativa do sacerdote encarregado de trabalhar com os jovens, sob a orientação de Dom Marek Jedraszewski. Dançando e gritando com a cabeça da congregação, o jovem sacerdote conduziu a cerimônia religiosa em uma sessão de discoteca frenética ao ritmo da música rock barulhenta sob luzes de night-club em uma atmosfera delirante. As fotos exibidas nesta página dão uma ideia do ambiente impróprio para a adoração do Santíssimo Sacramento, que pode ser confirmado ao ver este vídeo:



Fico totalmente envergonhado quando me deparo com tais noticias que antes eram para estremecermos de alegria, nas coisas santas e sagradas dadas por Deus cuja tradição fora nos ensinando ao longo do tempo, das épocas chegando a nós hoje e sendo acessível com a tecnologia que esta a serviço do homem e não o homem a serviço da tecnologia.  Mas infelizmente o homem despreza tudo o que é sagrado e bom nos tempos modernos deste maldito seculo de tanta modernidade, facilidade, acessibilidade que relaxara o homem para agregar os meios fáceis e abandonar a Cruz. Eis o fim dos tempos: Os homens estão mornos e relaxados, estão aderindo ao mundo e sendo inimigos de Deus, se deixando conduzir por falsos profetas e pastores que nada fazem do que tentar destruir a Santa Igreja deixada por Nosso Senhor, o filho de Deus, Jesus Cristo. Quanta falta de amor pelo sagrado! quanta falta de pudor! Será isto tudo fruto de um Concilio Vaticano II? Acredito que aproveitando a brecha deste Concilio, os inimigos estão aproveitando para destruí-la . A cada dia que acessamos as noticias deparamos com estas situações mas creio que vai piorar mais e mais pois estes sinais revelam a a proximidade do fim último. e sem eles não podemos reconhecer a volta de Nosso Senhor Jesus Cristo.hospedagem de sites ilimitada
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Fonte: Ordem de Batalha.




O exemplo de Zeca Pagodinho



Considerado por muitos como cachaceiro e vagabundo, Zeca Pagodinho tornou-se hoje uma espécie de herói nacional. No meio da confusão causada pela enchente em Xerém, o sambista foi encontrado pela reportagem da Globo botando a mão  na massa, o pé na lama, e correndo de um lado para o outro para ajudar as vítimas.

O exemplo transformou o nome do artista em um dos principais Trend Topics do Twitter nas últimas horas e despertou a admiração por sua atitude.

O que torna essa atitude tão atraente? Certamente, os valores que ela desperta: humildade, comprometimento, renúncia de si. Valores de um verdadeiro herói.

Eu trabalho em Duque de Caxias. Nos últimos meses, pude testemunhar o descaso com o lixo nas ruas, com a cidade abandonada após as eleições, em que o atual prefeito não conseguiu a reeleição. Uma enchente desse tipo era apenas questão de tempo, pois com o lixo espalhado, certamente haveria dificuldade para o escoamento das águas pluviais nessa época de grandes chuvas nesta região.
Mas voltando ao herói do momento. Os valores que essa sua atitude transpira nos lembram, ainda que em pálidos reflexos, a imagem de nosso Salvador. Ele não se apegou ao fato de ser Deus, mas rebaixou-se a si mesmo assumindo nossa condição. E, estando em nossa condição, sacrificou-se até à morte, e morte de Cruz (Filipenses, 2).

Alguém poderia achar um exagero comparar a atitude de Zeca Pagodinho com a
kenosis de Cristo. Mas será mesmo um desparate? A resposta pode estar em um lindo ensinamento de João Paulo II.

Na meditação da Via Sacra do ano 2000, ao comentar a sexta estação (Verônica enxuga o rosto de Jesus), nosso amado Papa nos deixou o seguinte pensamento: "Eis como toda a boa obra, todo o gesto de amor para com o próximo reforça, em quem o pratica, a semelhança com o Redentor do mundo" (
fonte).

Amar o próximo nos vai tornando verdadeiros ícones (esse o significado da palavra Verônica) de Cristo. O Senhor não se envergonha de chamar de irmãos aqueles que vão se assemelhando a ele.

Não é o caso de dizer que o cantor é um exemplo máximo a ser seguido. Nada sei sobre os pormenores de sua vida. O que posso tentar mensurar é essa atitude isolada, que, certamente, corresponde a uma predisposição do coração adquirida por diversas outras atitudes isoladas.

A nós cabe reconhecer a admiração que sua atitude nos causa. Olhar para o Crucificado, e pensar que sua kenosis é o modelo e fonte de toda boa ação, todo esvaziamento de si mesmo pelo bem dos outros. Peçamos ao Senhor que recompense a todos aqueles que, nesta hora, estão lá com os pés na lama para ajudar seus vizinhos e até mesmo desconhecidos. Que Zeca Pagodinho e todos os outros recebam o grande prêmio: por estas ações concretas, se configurem um pouco mais ao Senhor Jesus.
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Fonte: Guia de Blogs Católicos.
(Tema alterado e imagem do google).

Cáritas promove campanha em prol das vítimas das chuvas no Rio de Janeiro



A Cáritas da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), em sua Campanha de Emergência, está recebendo doações para os desabrigados, vítimas das chuvas na Baixada Fluminense. Em menos de 24h, o temporal já causou muitos transtornos à população.

As fortes chuvas começaram por volta das 2h da madrugada da quinta-feira, 3 de janeiro, em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, provocando uma morte. A chuva trouxe muita destruição e deixou centenas de pessoas desabrigadas. Rios e córregos da região subiram rapidamente, moradores deixaram as casas praticamente só com a roupa do corpo. A força da correnteza arrastou casas inteiras, deixou carros empilhados e destruiu quatro pontes.


O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, lamentou a tragédia e enfatizou a campanha para ajudar as vítimas das chuvas. “Todo ano, nesse mês de janeiro, nós vemos que as chuvas se intensificam e nós sabemos dessa realidade urbana aqui em nossa região do Rio de Janeiro, que sofre com relação às chuvas, ao deslizamento, a inundações... famílias perdem seus bens, perdem suas casas, algumas pessoas perdem também a vida. A arquidiocese do Rio de está fazendo sua arrecadação tanto de dinheiro, como de alimentos, água e algumas coisas necessárias para as pessoas, para enviarmos através das Cáritas também dessas cidades e Dioceses, para as pessoas que mais necessitam. É um jeito de nós encontrarmos Cristo na pessoa do outro”, afirmou.

Para aderir à campanha, as doações de roupas, calçados e alimentos podem ser feitas na sede Cáritas (Rua dos Arcos, 54, Catedral, subsolo). A ajuda também pode ser feita através de depósito: Banco Bradesco: conta corrente 48500-4, agência 0814 –1, em nome de Cáritas Emergência. Banco do Brasil: conta corrente 3000-4, agência 3114-3, em nome de Cáritas.
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Fonte: CNBB.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Carta aberta a todos os vigários paroquiais e presbíteros do país.

Dom Eduardo Pinheiro da Silva


Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.

“Serão vocês, jovens, que recolherão a tocha das mãos dos seus antepassados e viverão no mundo no momento das mais gigantescas transformações”.

Com esta afirmação profética e mensagem de confiança, o Papa Paulo VI, na conclusão do Concílio Vaticano II em 1963, se dirigia aos jovens e, quem sabe, a muitos de vocês, que hoje são sacerdotes e religiosos. Passados estes cinquenta anos, vislumbramos estas gigantescas transformações incidindo principalmente na vida dos jovens. Junto aos benefícios, a tão falada “mudança de época” tem trazido grandes desafios para a realização de sua vida e o amadurecimento da sua vocação de discípulos missionários. No final de sua reflexão, o Papa ainda afirmava sobre a perene missão da Igreja de garantir a novidade dos tempos: “A Igreja olha para vocês com confiança e com amor. [...] Ela é a verdadeira juventude do mundo”. Certamente, a partir desta convicção e motivação os pronunciamentos posteriores de nossa Igreja latino-americana e brasileira se encheram de coragem para garantir em sua história um espaço privilegiado para a juventude.

E agora estamos aqui, às portas de 2013, um ano todo especial para a Igreja do Brasil que deseja entender melhor a vontade de Deus por meio da vida, da fala, da presença, da participação dos jovens em seu meio! Propomo-nos a acreditar mais nos jovens, como agentes de transformação, sujeitos de direitos, amigos privilegiados de Jesus Cristo, verdadeiros missionários entre os próprios colegas.


Em 2013, emprestemos os olhos dos jovens para enxergar com mais realismo os sofrimentos do mundo e as belezas do tempo presente! Escutemos com seus ouvidos o cântico que gera esperança e o grito daqueles que não conseguem nem mesmo gritar! Abramos nossas bocas e escancaremos palavras de incentivo aos jovens, convocando-os a se sentarem no lugar que por tanto tempo, em muitos ambientes, ficou vazio por nossa culpa! Afinemos nosso olfato para sentir o perfume da vida de tantos jovens que buscam viver com coerência sua vida de cristão e cidadão, exalando o desejo de santidade pessoal, de fraternidade universal, de sociedade sem misérias e violências! Aproximemos o nosso coração ao coração deles para nos renovarmos no ardor pela vida, na sensibilidade pelo presente, na paixão pelas pequenas coisas, na exigência pela verdade, na vibração pela vocação assumida. Sintamos nossas mãos agindo pelas mãos dos jovens! Caminhemos pelos novos areópagos que somente os jovens podem nos mostrar! Com eles, ousemos mudar aquelas estruturas arcaicas que não só não falam mais aos jovens, mas também não falam mais de Deus e de seu projeto de Reino.

Deus está nos abençoando com este “ano novo da juventude”: Campanha da Fraternidade, Jornada Mundial da Juventude, Semana Missionária! Cresce o interesse em priorizar este tema nas dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, etc. Estamos certos de que não somente a juventude será beneficiada com as nossas novas atitudes, projetos, mentalidades, mas a própria Igreja que é chamada a se espelhar nela para manter viva a chama e o compromisso de amar sem limites, a todos e com tudo. Sem dúvida, as novas gerações necessitam da Igreja; mas Ela não conseguirá cumprir plenamente sua missão se não se render à perene novidade do Espírito Santo que fala a todos, mas quer passar de um modo todo particular pela vida, linguagem, cultura, coração dos jovens que, na sua essência, são capazes de quebrar barreiras, ousar novidades, agir apaixonadamente, amar sem medida, sacrificar-se pelas grandes causas, viver cada instante presente como se fosse único. Os jovens têm muito a nos ensinar; é só estarmos ao seu lado e dizer-lhes: “chamo-vos amigos”, os amamos com o coração de Cristo, o eternamente jovem e portador de novidade!

Feliz Ano Novo nas asas do Espírito Santo que nos garante a paz e nos conduzirá às urgentes novidades, no aconchego dos braços de Maria, Mãe de Deus e nossa, no coração dos jovens que nos aguardam ansiosos por novas batidas de amor.


Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Bispo Auxiliar de Campo Grande (MS)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

Uma Igreja Eletrônica



Cada vez mais pessoas estão conectadas às redes sociais em várias partes do mundo. Destaque para o Brasil que, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Nielsen Company, é o país com maior taxa de internautas utilizando algum tipo de rede social.

Diante de seres humanos cada vez mais conectados pelas novas mídias e tecnologias, resolvi construir uma reflexão pensando nas redes sociais e na evangelização, que se faz tão necessária no mundo em que vivemos.

Jesus Cristo gostava de compartilhar seus ensinamentos utilizando parábolas: "o reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie" (Mt 13, 47-50). Ensinamentos que estimulam nossas imaginações.

Penso no que passava pela cabeça de quem ouvia sábios ensinamentos: um "filme" que ilustrava as parábolas, mexendo com a imaginação de discípulos e curiosos. Os quem ouviam as parábolas narradas por Cristo pareciam ver, no imaginário, vídeos daquilo que era narrado, semelhante, por exemplo, a quando sonhamos ou assistimos a um vídeo enviado via e-mail por um amigo. 

Cristo, há dois mil de anos, na sua missão de propagar a boa notícia, escolheu na sua imensa e já populosa "rede social": doze discípulos, a quem chamou de apóstolos (Lc 6,12-19).

Disse Jesus: "por onde andardes anunciai que o Reino dos Céus está próximo" (Mt 10-7). O Reino está próximo, porque está dentro de nós. É nossa a responsabilidade de conexão, e implantação desse Reino.

Diante da missão deixada por Jesus, mesmo diante das dificuldades e perseguições, os apóstolos começaram a evangelizar e a propagar os ensinamentos do mestre, atraindo novos seguidores para o Reino de Deus, criando uma imensa rede de novos evangelizados.

Juntos, (em comunhão) e conectados, podemos ampliar ainda mais o anúncio da boa notícia. "E será pregado este evangelho do Reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações". (Mt 24-14).

Seguindo o exemplo dos discípulos, podemos hoje, agora, com um clique, pescar, adicionar, ir em busca de seres humanos para as "redes sociais" do Reino de Deus da justiça e paz. O conectado servo de Deus Beato João Paulo II, disse: "a evolução é compatível com a fé cristã".

YouTube, Orkut, Facebook, Twitter, MSN, blogs, sites, e outras linguagens eletrônicas, são ferramentas importantes (atraentes) que aliadas aos dons individuais de cada cristão, podem contribuir para estimular ações virtuais na construção do Reino dos Céus. Basta que o "cristoconectividade" inspire você! Vídeos, correios eletrônicos, postagens, blogs, ferramentas que podem ajudar a transformar vidas de seres humanos internautas.

Jesus de Nazaré tem um incalculável número de seguidores, suas "postagens" são lembradas, lidas, seguidas, "curtidas", até nos confins da terra, poderíamos afirmar seguramente, em uma analogia, que seu "Twitter" tem o maior número de seguidores do mundo.

Mas é preciso seguir, curtir, estar conectado a Jesus de verdade, na "orAÇÃO" em plena comunhão com uma Igreja missionária, evangelizadora, profética, e, inevitavelmente, eletrônica. Sinal de Deus na terra, luz e conexão para construir uma sociedade mais humana.

"O desenvolvimento é o novo nome da paz." (Beato João Paulo II)

Dado Galvão*
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*Documentarista, bacharel em Administração em Marketing, pós-graduando em marketing, novas mídias e redes sociais, coordenador do projeto "A Casa Caiu! O Alerta que Vem do Cárcere", da Pastoral Carcerária da Bahia.

Bendita



O sim de Maria nos possibilitou a vinda de seu filho, que é Deus. Nossos rogos, pedindo a intercessão dela, são ouvidos por Deus. Afinal, ela é a mãe. Aceitou o desafio da criatura confiante no Criador. Despojou-se da própria vontade para realizar o projeto de Deus. Cooperou, do começo ao fim, com a missão de Jesus. Esteve a seu lado sempre. Até ao pé da cruz. Mas viu o Filho glorificado.

Não à toa sua prima Isabel exclamou, quando de sua visita a ela: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lucas 1,42). Como nós também não exclamarmos o mesmo?! Somos também os novos filhos de Maria, por Jesus nos ter adotado como seus irmãos pelo batismo. Ao mesmo tempo também temos a missão de sermos como a própria Maria, levando o filho dela conosco para o entregarmos a todos. Quando convencermos a todos de aceitarem o filho de Maria, teremos um mundo diferente, pois, a presença de Jesus com todos traz fraternidade, bondade, justiça, misericórdia, promoção da vida plena. Teremos famílias saudáveis, preparadas e realizadas com os parâmetros do amor humano, entrelaçado com o divino. A juventude se desenvolverá com a exuberância dos apóstolos, usando seu potencial e sua vocação para a transformação adequada da história. A política será exercida com os critérios da verdadeira cidadania e promoção da inclusão social dos empobrecidos. As pessoas pobres e humildes terão vez e vida digna...


Fazer a vontade de Deus fez de Maria a pessoa mais bonita da terra, com a beleza da graça e do amor de Deus, que ela teve desde sua concepção até sua ida para o paraíso. Nosso desafio começa a ser vencido com a salvação trazida pelo Filho de Deus e de Maria. Mas precisamos conservar também o amor do mesmo Senhor, imitando a Mãe dele e nossa, com a contínua realização do seu projeto em nossa vida. Só na comunidade encontramos meios mais favorecedores a isso. Tanto assim que Jesus quis fundar sua Igreja para nos ajudar na fidelidade da caminhada a seu encalço. Aí temos importantes meios de ajuda, como sua Palavra explicada com autoridade apostólica, a liturgia com os sacramentos, a vida de fraternidade, o reforço do ideal para a prática missionária. Enfim, a incumbência dada por Jesus de sermos luz, é sedimentada na ação da graça de Deus, fortificada pela reserva da graça deixada por Ele em sua Igreja.

Como Maria também somos incumbidos de levar as bem-aventuranças do Filho, para que todos sejam os benditos de Deus.

Na celebração do Natal olhamos para a Mãe do Emanuel cheios de gratidão a Ele por aceitar a missão dada pelo Pai de se tornar nosso Irmão-Salvador! Agradecemos também o dom da fé, que nos faz ser seus seguidores e anunciadores do seu Reino, realizando o que o autor bíblico nos apresenta: “Eu vim para fazer a tua vontade” (Hebreus 10,9).

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Mais um ano



Em clima de Epifania, isto é, da manifestação de Jesus Cristo para o mundo, celebramos o primeiro domingo deste ano, certamente num propósito firme de fazer com que seja um ano de paz, de harmonia, progresso e valor da vida humana. Esta é uma realidade que se torna concreta com o esforço de cada cidadão.

A revelação de Deus, que no passado era feita pelos profetas, nos acontecimentos e fatos, agora se plenifica na vinda de seu Filho, que se encarna numa criança tão simples e indefesa. Deus não se revela de forma triunfal e com sinais espetaculares. A sua grandeza acontece na humildade e na simplicidade da vida.

Jesus nasce e se torna uma “estrela” para todos os povos. Ela clareia o coração das pessoas para que sejam comprometidas com a natureza criada, com o meio ambiente e com a vida em geral. Isto acontece na liberdade, no respeito para com a decisão de cada pessoa, não impondo nada sobre suas decisões particulares.

Deus vem a nós com a proposta do Reino. Ele acontece nos gestos de bondade e de vida, naquilo que faz com que o ser humano se torne divino. Para isto é necessário reconhecer os sinais da “estrela-guia”, tornando-nos também sinais de autenticidade humana para o mundo. Assim estaremos contribuindo para o bem de todos.

Os Reis Magos foram a Belém, ao encontro do Menino. Levaram consigo presentes de valor. O ouro representava a realeza de Deus, indicando que Ele era o verdadeiro rei, dignidade reconhecida pelos Magos. O incenso indicava que Ele era Deus e deveria ser adorado. A mirra era alusiva à humanidade de Jesus, mostrando que Deus estava assumindo a condição humana.

Os Magos eram pagãos, mas foram guiados por uma estrela até Jesus. Nós somos guiados por quem e onde temos encontrado Deus? Ou ele não existe dentro de nossos princípios? Que presentes lhe temos oferecido ou, que tipo de atitudes, que realizamos, revelam a presença de Deus em nós? Um fecundo 2013 para você.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

Começa a gravação do CD da JMJ Rio 2013



Uma novidade musical está chegando para aquecer o coração dos jovens na caminhada rumo à Jornada Mundial da Juventude (JMJ): o CD com as canções das missas da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Alguns dos grandes nomes da música católica brasileira estiveram em estúdio, no dia 17 de dezembro, para dar início à gravação do CD, que será produzido por Marco Mazzola.

No CD, estão confirmadas as participações do padre Fábio de Melo, padre Reginaldo Manzotti, padre Omar Raposo, padre Juarez de Castro, padre Gleuson Gomes e da irmã Kelly Patrícia. As músicas serão cantadas em três dos Atos Centrais da JMJ: Missa de Abertura, acolhida do Papa e Missa de Envio. Além do hino da JMJ Rio 2013, estão, entre as canções conhecidas, “Kyrie Eleison”, “Cordeiro de Deus”, “Tantum Ergo”, “A Barca (Pescador de Homens)” e “Jovens Abençoados”, esta última que fez parte do CD “São Sebastião Acolhe a Juventude”, lançado na Trezena de São Sebastião deste ano.

Na lista de inéditas, estão uma homenagem à Nossa Senhora, uma homenagem ao Papa e uma música composta pelo padre Fábio de Melo.


Segundo o responsável pelo Setor de Atos Centrais, padre Renato Martins, com o CD da JMJ Rio 2013, o setor quer que o povo brasileiro aprenda as músicas e possa manifestar, durante as celebrações, a alegria e a participação ao cantá-las. “Conseguimos a participação de grandes cantores, que fazem a história da música católica brasileira. Buscamos nomes com os quais a juventude vai se identificar. Esperamos que todos abracem esse projeto e incentivem o povo nas suas paróquias a também cantar, para que, nas missas da Jornada todos possam mostrar ao Papa a face alegre de ser católico”, frisou.

Todos os padres que participaram do primeiro dia de gravação mostraram-se animados com as letras e melodias das músicas e lisonjeados em fazerem parte do CD do maior evento da Igreja Católica. De acordo com o padre Fábio de Melo, o CD será uma união de trabalhos diferentes de diversos cantores, que estão dentro de uma mesma linguagem: a música litúrgica, categoria de música que, segundo ele, será resgatada do esquecimento, com o CD.

“A música litúrgica é totalmente diferente porque ela é uma música para um contexto celebrativo e tem que fazer com que as pessoas que estão participando estejam conectadas com o que está acontecendo no altar. Esse CD resgata isso e será muito proveitoso porque vai dar a oportunidade de as paróquias terem uma música litúrgica correta e de as pessoas terem alegria em cantá-las”, explicou.

Para o padre Reginaldo, a música em si toca as pessoas pela sua própria natureza de ser uma linguagem universal e a proposta é congregar pela música, utilizando-a como ferramenta para unir pessoas de culturas diferentes e passar a mensagem do rosto jovem de Cristo. “A música é um excelente canal de evangelização. O que eu percebo na escolha destas músicas é que a melodia e os arranjos estão adequados para os dias de hoje. Então, é um resgate do próprio tesouro e história musical que a Igreja tem”, disse.
A irmã Kelly espera que o CD possa fazer com que as pessoas mergulhem no mistério da fé, a Eucaristia. “Vamos afervorar o coração da juventude no Brasil e no mundo como alguém que abana uma fogueirinha para que ela cresça e possa iluminar o mundo com a luz da fé e do amor ao Nosso Senhor”, enfatizou.

Padre Omar destacou que a participação dos cantores será uma contribuição simples porque, mais do que gravar o CD, todos devem incentivar as paróquias e toda a juventude brasileira e mundial a cantar bonito na missa com o Papa Bento XVI. “Agora, a gente está pertinho da Jornada e a música pode nos favorecer a trazer essa bela mensagem. Ela ajuda a reequilibrar essas realidades que a gente quer celebrar no próximo ano aqui na Cidade Maravilhosa”, evidenciou.

De acordo com padre Gleuson, a música ultrapassa todas as barreiras que possa existir com relação à questão doutrinal dos diversos credos, o que torna o Evangelho mais aberto. “Por trás está um ideal precioso de possibilitar que a Jornada seja um encontro de fé que possa traduzir a força de uma juventude que busca valores fortes do Evangelho, onde se possibilite um encontro dos jovens com Cristo. Esse momento vai mostrar, para a Igreja, essa capacidade da diversidade de dons, que nos torna cada vez mais potencializados na graça de evangelizar”, afirmou.

As gravações acontecerão até o fim de janeiro e a previsão é que o CD seja lançado em março.
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Fonte: CNBB

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Papa celebra Solenidade da Mãe de Deus



HOMILIA DE BENTO XVI
SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS
1º de janeiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs!

«Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós». Assim aclamamos com as palavras do Salmo 66, depois de termos escutado, na primeira leitura a antiga bênção sacerdotal sobre o povo da aliança. É particularmente significativo que, no início de cada ano novo Deus projete sobre nós, seu povo, o brilho do seu santo Nome, o Nome que é pronunciado três vezes na fórmula solene da bênção bíblica. Não menos significativo é o fato de que seja dado ao Verbo de Deus - que «se fez carne e habitou entre nós», como «a luz de verdade que ilumina todo ser humano» (Jo 1, 9.14) -, oito dias depois seu natal - como nos narra o Evangelho de hoje - o nome de Jesus (cf. Lc 2, 21).

É nesse nome que nós estamos aqui reunidos. Saúdo cordialmente todos os presentes, a começar pelos ilustres Embaixadores do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé. Saúdo com afeto o Cardeal Bertone, meu Secretário de Estado e ao Cardeal Turkson, com todos os membros do Conselho Pontifício Justiça e Paz; sou-lhes particularmente grato por seus esforços na difusão da Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que este ano tem como tema “Bem-aventurados os obreiros da paz”.



Embora o mundo, infelizmente, ainda esteja marcado com «focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado», além de diversas formas de terrorismo e criminalidade, estou convencido de que «as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus. Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: “Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9)» (Mensagem, 1). Esta bem-aventurança «diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana.... é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação» (Ibid., 2 e 3). Sim, a paz é bem por excelência que deve ser invocado como um dom de Deus e, ao mesmo tempo, que deve ser construído com todo o esforço.

Podemos perguntar-nos: qual é o fundamento, a origem, a raiz dessa paz? Como podemos sentir em nós a paz, apesar dos problemas, da escuridão e das angústias? A resposta nos é dada pelas leituras da liturgia de hoje. Os textos bíblicos, a começar pelo Evangelho de Lucas, há pouco proclamado, nos propõe a contemplação da paz interior de Maria, a Mãe de Jesus. Durante os dias em que «deu à luz o seu filho primogênito» (Lc 2,7), Maria deve de afrontar muitos acontecimentos imprevistos: não só o nascimento do Filho, mas antes a árdua viagem de Nazaré à Belém; não encontrar um lugar no alojamento; a procura de um abrigo improvisado no meio da noite; e depois o cântico dos anjos, a visita inesperada dos pastores. Maria, no entanto, não se perturba com todos estes fatos, não se agita, não se abala com acontecimentos que lhe superam; Ela simplesmente considera, em silêncio, tudo quanto acontece, guardando na sua memória e no seu coração, refletindo com calma e serenidade. É esta é a paz interior que queremos ter em meio aos acontecimentos às vezes tumultuosos e confusos da história, acontecimentos cujo sentido muitas vezes não conseguimos compreender e que nos deixam abalados.

A passagem do Evangelho termina com uma menção à circuncisão de Jesus. Conforme a Lei de Moisés, oito dias após o nascimento, o menino devia ser circuncidado, e nesse momento lhe era dado o nome. O próprio Deus, através de seu mensageiro, dissera a Maria - e também a José – que o nome a ser dado para a criança era “Jesus” (cf. Mt 1, 21; Lc 1, 31), e assim aconteceu. Aquele nome que Deus já tinha estabelecido antes mesmo que o Menino fosse concebido, lhe é dado oficialmente no momento da circuncisão. E isto marca definitivamente a identidade de Maria: ela é “a mãe de Jesus”, ou seja a mãe do Salvador, do Cristo, do Senhor. Jesus não é um homem como qualquer outro, mas é o Verbo de Deus, uma das Pessoas divinas, o Filho de Deus: por isso a Igreja deu a Maria o título de Theotokos, ou seja, “Mãe de Deus”.

A primeira leitura nos recorda que a paz é um dom de Deus e está ligada ao esplendor da face de Deus, de acordo com o texto do Livro dos Números, que transmite a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembléias litúrgicas. Uma bênção que por três vezes repete o santo Nome de Deus, o nome impronunciável, ligando a cada repetição o santo Nome a dois verbos que indicam uma ação em favor do homem: «O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (6, 24-26). A paz é, portanto, o ponto culminante dessas seis ações de Deus em nosso favor, em que Ele nos dirige o esplendor da sua face.

Para a Sagrada Escritura, a contemplar a face de Deus é a felicidade suprema: «o cobristes de alegria em vossa face», diz o salmista (Sl 21, 7). Da contemplação da face de Deus nascem alegria, paz e segurança. Mas o que significa concretamente contemplar a face do Senhor, tal como se entende no Novo Testamento? Significa conhecê-Lo diretamente, tanto quanto é possível nesta vida, através de Jesus Cristo, no qual Deus se revelou. Deleitar-se com o esplendor da face de Deus significa penetrar no mistério de seu Nome manifestado a nós por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da sua vontade, para que possamos viver de acordo com seu designio de amor para a humanidade. O apóstolo Paulo expressa justamente isso na segunda leitura, da Carta aos Gálatas (4, 4-7), afirmando que do Espírito, que no íntimo dos nossos corações, clama: «Abá! Ó Pai». É o clamor que brota da contemplação da verdadeira face de Deus, da revelação do mistério do Nome. Jesus diz: «Manifestei o teu nome aos homens» (Jo 17, 6). O Filho de Deus feito carne nos deu a conhecer o Pai, nos fez perceber no seu rosto humano visível a face invisível do Pai; através do dom do Espírito Santo derramado em nossos corações, nos fez conhecer que n’Ele nós também somos filhos de Deus, como diz São Paulo na passagem que escutamos: «Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá! Ó Pai» (Gal 4, 6).

Queridos irmãos e irmãs, eis o fundamento da nossa paz: a certeza de contemplar em Jesus Cristo o esplendor da face de Deus, de ser filhos no Filho e ter, assim, na estrada da vida, a mesma segurança que a criança sente nos braços de um Pai bom e onipotente. O esplendor da face do Senhor sobre nós, que nos dá a paz, é a manifestação da sua paternidade; o Senhor dirige sobre nós a sua face, se mostra como Pai e nos dá a paz. Aqui está o princípio daquela paz profunda - «paz com Deus» - que está intimamente ligada à fé e à graça, como escreve São Paulo aos cristãos de Roma (Rm 5, 2). Nada pode tirar daqueles que creem esta paz, nem mesmo as dificuldades e os sofrimentos da vida. De fato, os sofrimentos, as provações e a escuridão não corroem, mas aumentam a nossa esperança, uma esperança que não decepciona, porque "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5, 5).

Que a Virgem Maria, que hoje veneramos com o título de Mãe de Deus, nos ajude a contemplar a face de Jesus, Príncipe da Paz. Que Ela nos ajude e nos acompanhe neste novo ano; que Ela obtenha para nós e para o mundo inteiro o dom da paz. Amém!

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Fonte: Rádio Vaticano