sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Diáconos Permanentes



Neste sábado que antecede ao domingo “gaudete” do Advento, tive a alegria de impor as mãos em 18 novos diáconos permanentes para serviço da caridade e do Evangelho em nossa cidade do Rio de Janeiro. Diante desse momento de júbilo para a Igreja em nossa Arquidiocese, percebemos, todavia, que ainda há muitos que se perguntam "o que é o diaconato permanente?"

Esta indagação, certamente, é feita tendo em vista várias dimensões fundamentais do ministério ordenado que talvez ainda não estejam claramente assimiladas por não poucos de nossos irmãs e irmãos, e cabe a nós, como pastores do rebanho que o Senhor nos confia, iluminar-lhes o entendimento diante desses questionamentos.


Antes de adentrarmos nas particularidades do ministério ordenado, observemos primeiramente no que ele se constitui pela recepção do Sacramento da Ordem, um dos sete sacramentos da nossa Igreja. Esse sacramento possui três graus de ordem – o Diaconato, o Presbiterado e o Episcopado – mediante os quais o “varão”, após ter reconhecidas em si as virtudes próprias de um cristão destinado ao serviço do povo de Deus por meio do ministério ordenado (cf. I Tm 3,3-7), torna-se respectivamente “diácono”, “padre” ou “bispo”, dependendo do grau que lhe é conferido. A palavra "diácono" vem da palavra grega diaconos, que é encontrada diversas vezes no Novo Testamento, e caracteriza “aquele que é destinado ao serviço”. Desse modo, é necessário entendermos que o Diaconato foi instituído pela autoridade apostólica com a finalidade de que os bispos e presbíteros pudessem comprometer-se mais eficazmente com a pregação evangélica e o governo da Igreja, conforme vemos em At 6,1-7, destinando, assim, o serviço mais direto da caridade a tais colaboradores. O diácono, portanto, é aquele que se destina ao serviço do povo de Deus, cuja característica fundamental é a caridade.

O Sacramento da Ordem no grau do Diaconato, entretanto, não confere o sacerdócio, mas imprime um caráter sacramental que infunde permanentemente uma consagração própria por meio da qual o ordenado é essencialmente destinado à função do serviço da caridade para com o povo de Deus. Portanto, apesar de não receber o sacerdócio com a ordenação, o ordenado ao diaconato deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero, cabendo-lhe, por isso, todas as responsabilidades próprias dessa condição.

Apesar de constituírem um só e mesmo grau do Sacramento da Ordem, ou seja, o grau do Diaconato, existem dois tipos de diáconos, que se distinguem pela sua finalidade: o diaconato chamado "transitório", (recebido como uma etapa na caminhada para a recepção do presbiterado); e o diaconato "permanente", que é recebido por aqueles que assim foram chamados e o buscam como finalidade de seu serviço à Igreja, tendo em vista não estarem destinados ao sacerdócio e que, por isso, ficarão “permanentemente” como diáconos.

Enquanto para todos os diáconos transitórios é necessária a vivência do celibato, tendo em vista estarem destinados ao Sacerdócio, para aqueles que se destinam ao diaconato permanente é diferente: os solteiros são ordenados só dentre os que têm o carisma do celibato.

O diaconato, como vimos, tendo sua origem na autoridade apostólica, progrediu na Igreja em seu exercício, assumindo tanto o serviço da caridade para o qual foi instituído quanto incorporando ao seu ofício funções litúrgicas de assistência às celebrações como a de serem ministros dos sacramentos do Batismo e do Matrimônio.

Todavia, no decurso dos séculos, o diaconato permanente, apesar de ter existido nos primórdios do Cristianismo, foi sendo esquecido permanecendo somente o diaconato transitório.

O Concílio Vaticano II, observando os sinais dos tempos e a necessidade de uma pastoral mais eficaz diante das circunstâncias da modernidade, viu por bem empreender os esforços necessários para tal eficácia, enxergando assim a necessidade de determinar a restauração do diaconato permanente. Tal restauração foi inicialmente regulamentada em 1967, pelo Papa Paulo VI, por meio do Motu Próprio Sacrum Diaconatus Ordinem, sendo posteriormente promulgadas, pela Congregação para o Clero, as "Normas Fundamentais para a Formação dos Diáconos Permanentes" e o "Diretório do Ministério e da Vida dos Diáconos Permanentes".

Estes documentos deixam explícitos que "a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao Bispo Diocesano restaurá-lo ou não." Todavia, em nossa Arquidiocese, desde que a implantação do diaconato permanente foi empreendida pelo nosso antecessor Cardeal Eugenio Sales, há 25 anos, temos muito que agradecer a Deus pelo bem que tal ministério tem realizado na missão de proclamar o Evangelho, assistir os necessitados e colaborar nas atividades que exercem nas diversas paróquias da nossa cidade.

Não poucos são os desafios que atualmente nossa sociedade impõe à Igreja, dentre eles algo que está no cerne da questão é certamente o fundamento da própria sociedade, ou seja, a família. Em sua maioria, os homens que se destinam ao diaconato permanente são casados e, por isso, dão um testemunho de que, além da responsabilidade a seus deveres como pais de famílias, são capazes de contribuir de maneira mais comprometida e consagrada com a missão da Igreja no pastoreio do rebanho que o Senhor lhes confia.

Numa realidade em que o testemunho fiel e coerente com as palavras do Evangelho é a chave de como evidenciar Cristo ao mundo, a ação dos diáconos permanentes nas diversas situações sociais em que estão inseridos tornam-se “faróis” a refletirem a “luz de Cristo”. Na realidade secularizada de nossos dias, eles exercem um testemunho da importância e integridade da família (de fundamental importância para a sociedade) e da santificação do trabalho cotidiano (como profissionais nos vários ramos de atividades). O recente Motu próprio que o Papa Bento XVI sobre a questão social demonstra a importância do tema e a necessidade desses homens de Deus que se colocam a serviço dos irmãos e irmãs.

Portanto, cientes de que o que é o diaconato permanente e de sua missão no papel evangelizador da Igreja de Cristo, alegremo-nos por nossos novos diáconos permanentes e oremos por estes nossos irmãos que, além do cuidado de suas famílias, consagram-se, por meio do Sacramento da Ordem, para o cuidado e o serviço para com o todo o Povo de Deus, a fim de que sejam eles verdadeiros colaboradores de nossa ordem episcopal, para que em tudo concorramos para a maior glória de Deus e difusão do Evangelho.


Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Natal feliz é Natal com Fé



Queridos irmãos e irmãs:

Com toda a Igreja, celebramos a solenidade do Natal do Senhor dentro do Ano da Fé. Nesta ocasião especial, lançamos um olhar de fé sobre o nascimento de Jesus; de fato, esse é um grande “mistério da fé”, que acolhemos de modo humilde, reverente e agradecido.

Com Maria, renovamos nossa fé no desígnio salvador de Deus, que quis vir ao encontro da humanidade de maneira tão surpreendente, enviando o Filho eterno, para que nascesse humano por meio de uma mulher; com Maria, cremos que nada é impossível a Deus, mesmo esvaziar-se de sua glória para se submeter às condições da criatura, no tempo e no espaço.

Com São José, nós cremos que o filho nascido de Maria não foi concebido nela por obra de homem, mas pela ação do Espírito Santo; por isso, é o Filho do Altíssimo Deus que, por ela, nasce homem e se faz irmão da humanidade. Com José, também cremos na misteriosa “obra do Espírito Santo” em Maria e aprendemos a admirar e amar, tanto mais, a Mãe de Jesus Cristo e seu esposo, São José, “homem justo”.


Acolhendo o anúncio do anjo aos pastores de Belém, cremos que a glória de Deus, mesmo não aparecendo, está presente na criança que nasceu de Maria, e a quem José deu o nome de Jesus; é o Filho eterno, desde sempre unido à glória do Pai, que se faz pequenino e frágil para estar próximo de todos e apiedar-se da frágil condição humana, solidário com todos os que são pequeninos e não têm a glória deste mundo.

Com os pastores de Belém, admiramos a glória de Deus que se manifestou no menino Jesus e nos alegramos com o que ouvimos e nos foi transmitido a respeito dele, mesmo se nem sempre compreendemos tudo; com eles, caímos de joelhos e adoramos o Menino; nele reconhecemos o Pastor dos pastores, o Príncipe da paz; como eles, saímos a contar, cheios de fé, o que vimos e ouvimos a respeito do Menino.

Com os reis magos, vindos do Oriente, guiados por uma estrela, também nós nos colocamos a caminho, deixando a comodidade da descrença e do ceticismo, e saímos à procura do Filho do Grande Rei, que nasceu humilde. Com eles, dóceis à voz da consciência e perseverantes, seguimos procurando até achar; com profundo reconhecimento, nos prostramos diante dele e o adoramos; e lhe oferecemos, como homenagem, a nossa própria vida.

E pedimos que Deus nos livre de ficar indiferentes e descrentes diante do Sublime Mistério, como tantos ficaram já naquele tempo! E se fecharam à novidade surpreendente de Deus e nada aproveitaram do dom de amor que Deus enviou do céu à humanidade!

Hoje, “Belém é aqui, aqui é Natal!”. Deus é continuamente o “Deus-que-vem” ao nosso encontro, de formas surpreendentes! Diante dele, nós acabamos tomando as mesmas atitudes dos personagens do primeiro Natal. Cabe a nós, acolher ou fechar as portas...

Se temos fé, devemos fazer como os pastores de Belém, que ficaram fascinados com tudo o que viram e ouviram e saíram a contar aos outros. Nós somos as testemunhas de Deus na cidade!

Faço votos que todos tenham um santo Natal! Natal feliz é Natal com fé. Assim poderemos alegrar-nos verdadeiramente e sentir a paz que o Menino Jesus nos trouxe.


Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)

Como será o fim do mundo?



Salve Salve galera, paz e fogo!!!

Estamos no último post dessa era… quer dizer… desse mundo…
Opa.. eu não acredito nisso, esqueci de informar.. hehe! O Dia e a Hora do “Fim dos Tempos” só cabe ao Pai, nem mesmo o próprio Cristo, Filho de Deus sabe…
Mas, o que a Igreja nos diz sobre o fim dos tempos? Vamos recorrer ao nosso amigo Catecismo Jovem, o Youcat?


111 – Como será o fim do mundo?

No fim do mundo, Cristo virá para todos visivelmente. [675-677]

As dramáticas convulsões (Lc 21, 8-28; Mt 24, 3-14) que são anunciadas na Sagrada Escritura (a maldade que se revelará sem dissimulação, as provações e perseguições que testarão a fé de muitos) são apenas o lado escuro da nova realidade: a vitória definitiva de Deus sobre o mal será visível. A glória, a Verdade e a justiça de Deus ressaltarão radiosas. Com a vinda de Cristo haverá “um novo céu e uma nova terra”. “Ele enxugará todas as lagrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu”. (Ap 21, 4)

112 – Como julgará Cristo o mundo inteiro?

Jesus não poderá ajudar uma pessoa que não quer saber nada do amor. Ela é que acabará por se julgar. [678-679, 681-682]

Porque Jesus Cristo é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), ficará patente n’Ele o que perante Deus tem consistência ou não. Será na medida da Sua Vida que ficará a descoberto toda a Verdade acerca do ser humano, das coisas, dos pensamentos e dos acontecimentos.

164 – Como será o mundo acabado e aperfeiçoado?

No fim dos tempos, Deus criará um novo Céu e uma nova Terra. O mal já não terá mais poder nem força de atração. Os que forem salvos estarão diante de Deus, face a face, como amigos. O seu desejo de paz e justiça será realizado. Ver Deus será a sua felicidade. O Deus trino habitará no meio deles e enxugará todas as lágrimas dos seus olhos: não haverá morte, nem tristeza, nem lamentação nem fadiga. [1061-1065]
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Fonte: http://dominnus.wordpress.com/2012/12/21/youcat-como-sera-o-fim-do-mundo/

Mais do que saber quando será o fim, temos que nos preparar para entrar nessa vida nova



Só Deus sabe quando acabará o mundo", expressou Dom Joselito Asis, Secretário Geral da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas, diante dos temores de um suposto fim do mundo  neste dia 21 de dezembro. "Creio mais em Nosso Senhor Jesus Cristo do que nas previsões", anunciou o Arcebispo de Sonora, México, Dom José Ulises Macías, "só Deus sabe, não há porque temer as previsões".não há porque temer as previsões".

Arautos do Evangelho

As palavras destes prelados refletem a posição da Igreja em torno da interpretação de uma suposta profecia maia que assinalaria a data do fim do mundo. Sem embargo, os bispos destacaram a importância de viver em um constante estado de preparação para o encontro com Deus, seja no final dos tempos ou no momento em que cada um tenha destinado pelo Senhor.

"Mais do que saber quando será o fim", expressa um artigo divulgado pela Arquidiocese de Santiago do Chile, "temos que nos preparar para entrar nessa vida nova". Sobre este aspecto, o Arcebispo chileno Dom Ricardo Ezzati, rechaçou a distorcida visão do fim dos tempos como a destruição de tudo e afirmou a visão cristã do retorno de Cristo: "A Palavra do Senhor nos fala dos últimos tempos como um tempo de vida, de justiça, de fraternidade, de céus novos e de terra nova".


Sem embargo, para Dom Asis, os comentários sobre o tema na opinião pública podem ser uma oportunidade para os crentes. "Estas previsões deveriam servir para ser um chamado que nos desperte para estar sempre preparados", exortou. "Se vamos nos encontrar com nosso Criador, por que teríamos medo? Se você é uma pessoa reta, sempre vai estar pronta para chegar a presença de Deus".

Pelo contrário, assinalou o prelado, é a consciência dos pecados pessoais a que origina o temor que alguns sentem diante sesta possibilidade, pela qual recomendou acudir ao sacramento da Penitência no presente tempo do Advento. "Todos os dias somos chamados ao arrependimento e a conversão", afirmou. Os crentes vivem a "certeza com incerteza". Quanto a segunda vinda de Cristo, "seguramente sucederá, mas só Deus sabe quando será", concluiu. (EPC/GPE).
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Com informações da CBCP News e ACI.

Título Original: Todos os dias temos que estar preparados para o encontro com Deus, afirmam bispos sobre os temores para o fim do mundo.
Disponível em: http://henrique-viveremdeus.blogspot.com/2012/12/mais-do-que-saber-quando-sera-o-fim.html

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Deputado gay no Brasil ofende o Papa após o seu primeiro tweet, católicos reagem



Após o primeiro tweet do Papa Bento XVI no dia 12 de dezembro, o deputado homossexual brasileiro Jean Wyllys publicou em sua conta de twitter várias ofensas ao Santo Padre, referindo-se a ele como “potencial genocida” e “hipócrita”. Diante das acusações de Wyllys, católicos no Brasil reagiram e pediram uma retratação do parlamentar por ter ofendido o líder da religião da maioria da população brasileira e um chefe de estado.

Esta não foi a primeira vez que o deputado e ativista das causas LGBT no Brasil insulta o Papa e levanta acusações à Igreja. Entretanto, os insultos do deputado não ficaram sem respostas por parte dos cristãos brasileiros.

O blogueiro católico Vanderlúcio Souza escreveu ao deputado que com suas posturas ele “ofendia um Chefe de Estado”. 

“Católicos pedem tolerância e que o deputado pare de semear o ódio”, escreveu Vanderlúcio.


Dom Leonardo escreve aos bispos sobre os Xavante e dom Casaldáliga



Caro irmão no episcopado,

paz e bem!

A todos os irmãos votos de abençoado Natal. Deus criança, nossa esperança, ilumina nossa vida e ministério!

Recebi mensagens e telefonemas buscando informações sobre os acontecimentos que obrigaram o nosso irmão Dom Pedro Casaldáliga Plá a deixar São Félix do Araguaia.

Envio a todos os irmãos algumas informações que podem ajudar a compreender o que está acontecendo na Prelazia de São Félix e nos sentirmos unidos ao Povo Xavante, às famílias dos pequenos agricultores e aos nossos irmãos Dom Pedro Casaldáliga e Dom Adriano Ciocca Vasino.

Dom Adriano, por telefone, comunicou-me que a Polícia Federal diante das ameaças de morte havia aconselhado Dom Pedro a deixar temporariamente São Félix. Apesar da idade e do estado de saúde, ele viajou no mesmo dia com Pe. Paulo, agostiniano, que o assiste diariamente, tendo sido fraternalmente acolhido por irmãos nossos em outra diocese. Dom Pedro está sereno e acompanhando todo o processo de devolução da terra aos índios.


A decisão de Dom Pedro de deixar São Félix foi motivada pela reação dos ocupantes não índios diante decisão judicial de retirar os não índios da terra do Povo Xavante localizada nos municípios de São Félix e Alto Boa Vista. Como a Prelazia sempre defendeu a devolução da terra aos índios, sempre houve uma certa tensão e ameaça. Com a desintrusão elas aumentaram. A saída de Dom Pedro mostra mais uma vez que a violência não vem dos índios, como também não vem dos pequenos agricultores.

A situação de conflito da terra Xavante não é de hoje. É uma longa história de êxodo e sofrimento de um povo. A terra indígena, após a retirada forçada dos Xavante nos anos 60, foi sendo dividida em grandes fazendas. Para assegurarem essas terras invadidas, incentivaram a vinda de famílias que adquiriram lotes na terra Xavante.

Após anos de disputa judicial, houve a determinação da desintrusão da terra indígena. A Prelazia sempre insistiu com os diversos órgãos do executivo e do judiciário para que houvesse justiça com o Povo Xavante e com as famílias dos pequenos agricultores.

Foram envolvidos cinco ministérios na preparação e execução do plano de retirada dos não índios, para cumprir o que a justiça havia determinado, seguindo o que reza a Constituição Brasileira. O plano elaborado pelo Governo atende a insistência da Prelazia.

Todos nós sabíamos da tensão e da dor que chegariam. Especialmente às famílias de pequenos agricultores que venderam a propriedade em outros Estados para adquirir terra indígena de pessoas que a negociavam ilegalmente.

A Prelazia, na pessoa de seus Bispos e Agentes de pastoral, acompanhou durante todos esses anos a luta do Povo Xavante em todos os momentos, bem como das famílias dos pequenos agricultores.

Os Padres salesianos cuidam pastoralmente da aldeia, e a Prelazia está presente com a Pastoral da Criança e outras iniciativas. Estive muitas vezes entre os Xavante, como também visitei a comunidade católica na região.
Acompanhemos com nossas preces e nossa solidariedade fraterna a Dom Pedro, a Dom Adriano, a toda a Prelazia nesse momento de sofrimento.

Maria, Mãe de Deus e nossa, nos acompanhe nesse tempo de Advento e nos ajude a encontrar a Deus envolto nas faixas de nossa fragilidade e humanidade.

Com estima e consideração em Cristo,

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB



Brasília, 18 de dezembro de 2012

Campanha de Evangelização



Estamos nos aproximando do Natal. A liturgia nos motiva a adotarmos  a atitude de espera. Não uma espera passiva, como aquela da pessoa que está esperando o ônibus chegar mas nada pode fazer para apressar esta vinda, mas sim a atitude de quem contribui para que a vinda seja mais bonita e tenha mais adesão das pessoas. “Não porque Deus dependa das nossas ações, mas porque ele quis assim, nos dando a oportunidade de, como seres humanos, participarmos de uma obra divina” (Texto Base da CE 2012).

“A espera se concretiza na ação evangelizadora. É por meio dela que contribuímos para que todas as pessoas possam ter os mesmos sentimentos de Cristo, assumindo integralmente o Reino de Deus. Por isso, o tempo do Advento nos lembra da nossa responsabilidade diante da ação evangelizadora. É por meio dela que proporcionamos às pessoas a correspondência à graça divina que possibilita o encontro pessoal com Jesus e a consequente adesão a ele”. O tema proposto para a ação do Advento deste ano é inspirado no evangelho de João: “Eu vi e dou o testemunho: Ele é o filho de Deus” (Jo: 1,34).


A ação evangelizadora acontece através de três caminhos: o testemunho, as ações pastorais específicas e a garantia de recursos materiais para o trabalho evangelizador.

O primeiro caminho é o testemunho. O Papa Paulo VI afirmou que: “’O homem contemporâneo escuta com maior boa vontade as testemunhas do que os mestres (...) ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.

O testemunho exige ação. Por isso, o segundo caminho são as ações pastorais específicas. São aquelas ações que são feitas em nome de Jesus Cristo, para que o Evangelho seja conhecido e vivenciado. São os trabalhos da catequese, liturgia, pastoral do batismo, serviço da caridade, pastoral da família, evangelização da juventude, formação de ministros, pastoral da saúde, etc.

O terceiro caminho é a oferta de recursos materiais para sustentar o trabalho pastoral da Igreja. Por isso, a Campanha para a Evangelização procura despertar nos fiéis a consciência dessa necessidade, pedindo a sua contribuição para que os recursos não faltem.

O cartaz da Campanha da Evangelização de 2012 diz que “Evangelização tem ação no nome. Doação também”. E pergunta: “Você vai doar?” No final convida: “Divida um pouco do que é só seu para multiplicar o que podemos fazer por todos. Bote fé que dá”.

Na Diocese de Santa Cruz do Sul, a coleta para a evangelização está sendo proposta para as missas do Natal. Por isso, na medida em que as comunidades celebrarem o seu Natal, mesmo que isto seja em dias diferentes de 24 e 25 de dezembro, também são convidadas a fazerem a Coleta da Evangelização. O destino desta coleta é ajudar a Igreja no Brasil, no Rio Grande do Sul e na Diocese de Santa Cruz do Sul a cumprirem com a sua missão de anunciar o Evangelho a todas as criaturas. “Vamos fazer uma campanha de Evangelização do tamanho do Brasil. E precisamos da ajuda do tamanho da sua Fé”.

Contamos com a generosidade de todos, sabendo que “Deus ama a quem dá com alegria”.


Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Muitas alegrias na festa de aniversário do Menino Jesus e felicidade em todos os dias de 2013



Aos cristãos envolvidos nos Conselhos de Leigos – CNLBs, em Movimentos, Associações Laicais, Serviços Eclesiais, Movimentos Juvenis, Associações nascidas dos carismas das Congregações Religiosas, Movimentos que atuam nas universidades públicas e Novas Comunidades Católicas, nas CEBs, nas diversas pastorais, aos que atuam no mundo do trabalho, da política e em tantas outras áreas profissionais, catequistas, leigos consagrados, aos religiosos e religiosas, diáconos, sacerdotes, bispos e arcebispos, coordenadores de pastorais, enfim todo o povo cristão da nossa querida Igreja do Brasil.

A Comissão Episcopal para o Laicato, num ato de fé e de esperança, deseja a todos e a todas um Natal de profunda renovação espiritual. Deseja ardentemente que assumam a proposta de Jesus Cristo para a construção de um mundo mais justo e fraterno.


No aniversário de Jesus de Nazaré, tempo oportuno para a renovação de toda a  vida, que cada um e cada uma busque a conversão pessoal e comunitária. Que em cada lar, brilhe a luz que iluminou a Gruta de Belém e continua acendendo a luz da esperança e da fé no coração da humanidade. Com o brilho do Menino de Belém, possamos nos comprometer, no novo ano, com ações que transformem os corações humanos em mutirão e que conhecendo as propostas da Igreja avancemos na transformação do mundo e de suas estruturas.

Desejamos a todos e a todas um Feliz e Santo Natal e que, nos 50 anos do Concilio Vaticano II, cresça a verdadeira fé para uma evangelização renovada e contínua. Que o sofrimento da humanidade empobrecida, enriqueça em nós o gesto de solidariedade e de fraternidade, até que tenhamos um novo céu e uma nova terra.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Dom Severino Clasen
Bispo de Caçador (SC)

Menino Joseph Ratzinger escreve carta para o Menino Jesus

"Queria ganhar um missal, uma casula verde e o coração de Jesus. Serei sempre um bom menino", escreveu o menino Ratzinger.


"Amado Menino Jesus! Em pouco tempo você descerá sobre a terra. Queria ganhar um missal, uma casula verde e o coração de Jesus. Serei sempre um bom menino. Saudações - Joseph Ratzinger". São os desejos de um garoto de sete anos, o futuro Papa da Igreja, em uma carta encontrada na casa Pentling, na Alemanha durante obras de reestruturação. A carta foi resgatada graças à irmã Maria, que a possuía como recordação.

Em 1934, os irmãos Georg e Joseph e a irmã Maria, escreveram uma carta ao Menino Jesus, fazendo pedidos de presentes de Natal. Na Baviera existe a bela tradição católica de que o Menino Jesus é quem traz os presentes e os deixa na árvore de Natal. As crianças escrevem as cartinhas com uma lista de seus presentes preferidos.
Georg, que tinha dez anos, queria ganhar a partitura de uma música e uma casula branca, enquanto Maria, que tinha treze anos sonhava com um livro cheio de desenhos. Joseph, que tinha sete anos, com uma escrita muito precisa, pediu um missal, uma casula verde e o coração de Jesus. As cartas foram escritas numa única folha para economizar, pois na época o papel custava caro e a família Ratzinger não era rica.

O caráter "eclesiástico" dos pedidos não deveria surpreender, pois na Alemanha nesta época, a Missa era um tema presente nas brincadeiras infantis, e isso também acontecia na casa da família Ratzinger. "Nós dois montávamos juntos o presépio, e entre as brincadeiras, digamos espirituais, tinha a "brincadeira do padre", que nós fazíamos juntos, minha irmã não participava. Celebrávamos a missa e tínhamos casulas feitas pela costureira de nossa mãe", contou Dom Georg Ratzinger, no livro-entrevista com Michael Hesemann intitulado " Meu irmão, o Papa".

A carta ficará exposta até o dia 6 de janeiro em Munique.
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Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=288144

Vaticano desmente o Fim do Mundo no dia 21 de dezembro de 2012.



O Vaticano se pronunciou para garantir ao público que, apesar das afirmações do mundo terminando em 21 de dezembro de 2012, o calendário maia citado em grande parte da especulação não prenunciam a destruição da Terra. 

O governo dos EUA também emitiu uma declaração buscando garantir americanos que “os boatos assustadores sobre o mundo em 2012 são apenas rumores”.

O reverendo Jose Funes, diretor do Observatório do Vaticano e astrônomo líder da organização católica romana, saiu esta semana a insistir que o mundo não iria acabar quatro dias antes do Natal e que a questão não deveria sequer ser discutida.

A Associated Press informou que Fuentes escreveu, falando sobre uma das teorias em torno do calendário, que de fato o universo está em expansão e “se alguns modelos’ estiverem corretos, vai em um ponto ‘romper’ – mas não até os próximos bilhões de anos”. A AP acrescentou que o reverendo e astrônomo líder do Vaticano lembrou aos leitores que, apesar das afirmações infundadas de um dia do juízo final em 21 de dezembro, os cristãos acreditam que “a morte não pode ter a última palavra”.


Os antigos maias “Calendário de Contagem Longa“, que termina em 21 de dezembro de 2012, foi interpretada por alguns para prever quando o mundo chegará ao fim.

Além do Vaticano, e os cientistas da NASA, que procuram abordar os temores daqueles que acreditam que um apocalipse está a ponto de acontecer, o governo dos Estados Unidos também lançou um edital para os interessados.

O comunicado no blog USA.gov lê-se:

“Falsos rumores sobre o fim do mundo em 2012 têm sido comuns na internet há algum tempo. Muitos desses boatos envolvem o calendário maia terminando em 2012 (não vai), um cometa causando efeitos catastróficos (definitivamente não), um planeta escondido de emboscada e colidindo com a gente (não e não), e muitos outros.”

“O mundo não vai acabar em 21 de dezembro de 2012, ou em qualquer dia, em 2012”, acrescenta.

A declaração no portal oficial do governo dos EUA revelou que os rumores têm afetado tanto os adultos como as crianças, e compartilhou que David Morrison da NASA informou que está recebendo mensagens de crianças perturbadas pelas reivindicações do fim do mundo em 21 de dezembro.

“Pelo menos uma vez por semana eu recebo uma mensagem de uma pessoa jovem – tão jovem quanto 11 – que diz que eles estão doentes e/ou pensam em suicídio por causa do dia do juízo final que vem”, disse o astrônomo planetário e cientista sênior da NASA que responde a perguntas da público.


A NASA emitiu muitas declarações sobre o tema, além de vídeos de lançamento e até mesmo uma página na web para explicar e responder a perguntas sobre os rumores do calendário maia. Tal vídeo mostrado abaixo, apresenta um cientista da NASA explicando por que o mundo não vai acabar em 21 de dezembro e que será apenas “mais um dia” como qualquer outro.



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Fonte: Web

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carlos Magno contesta Bento XVI

Carlos Magno

Pois não é que, ultimamente, até Carlos Magno se insurgiu contra o Papa Bento XVI? Foi o que verifiquei na semana passada, como consequência do artigo que publiquei sob o título “Para onde vai a liberdade sexual?”. Nele, eu nada fazia senão repetir o que todos já sabem: «De uns anos para cá, a erotização provocada por filmes e novelas, músicas e internet – e até mesmo por autoridades políticas e educacionais ao incentivarem a distribuição de camisinhas nas escolas – está levando adolescentes e crianças a práticas sexuais cada vez mais precoces e, o que é pior, a delitos contra colegas da mesma idade. Mais grave ainda é a reviravolta operada pela permissividade na psicologia e na consciência moral de crianças, jovens e adultos».

Carlos Magno aproveitou do que escrevi para sair de seu túmulo em Aachen, na Alemanha, e, através de um seu xará brasileiro, desfilar suas mágoas contra a Igreja: «A deteriorização da família é fato muito antigo. Dentro de sua instituição, Dom, ela foi praticada por papas, que tinham várias mulheres, e por padres pederastas, inclusive com o “conluio” do papa atual, que tinha o dever de zelar. Mas, o que esperar de um papa nazista? Tudo que o Sr. fala, apesar de ser algo escrito por alguém que tem conhecimento, é mera retórica. A única diferença de antes é que, agora, nós sabemos. E não de tudo, pois deve haver muita coisa escondida debaixo das batinas!». 

Pelo que sei, o Carlos Magno europeu (742/814) se demonstrou sempre católico fervoroso e grande defensor da cristandade. Rei dos Francos e Imperador do Ocidente, é considerado o maior soberano da Europa medieval. Acreditando que recebera seu poder de Deus para colocá-lo a serviço do cristianismo, recorreu a todos os expedientes – inclusive à força militar – para agrupar na unidade da fé os povos e os territórios que conquistou. Seu prestígio junto ao povo foi tão grande que, na Suíça, encontrei uma capela que o escolheu como padroeiro, apesar de nunca ter sido proclamado santo pela Igreja.

O Carlos Magno brasileiro pensa diferente. Esquecendo que cada um vê o mundo com os olhos que tem, ele se detém nos “negativos” da Igreja. Que sempre existiram e sempre existirão. Desde o tempo de Jesus foi assim. Um de seus apóstolos o renegou e outro o traiu. Mas, qual é a instituição que não tem os seus “podres”? Não posso negar: dentre os 263 papas (ou 265, pois há dúvidas sobre o seu número exato) que, até hoje, governaram a Igreja Católica, muitos não estiveram à altura do cargo que ocuparam. Em contrapartida, outros 80 são reconhecidos como santos ou bem-aventurados.

Nada sei sobre as escolhas éticas do Carlos Magno brasileiro. Se só pode jogar pedras na casa do vizinho quem não tem telhado de vidro, oxalá ele esteja acima das fraquezas que atingem o ser humano! Mas, não se pode negar: suas palavras refletem os preconceitos e a aversão de amplos segmentos da sociedade contra a Igreja. “Papa nazista”? Joseph Ratzinger nasceu numa família vigiada pelo nazismo e, em 1942, aos 16 anos, quando foi incorporado compulsoriamente no exército, manifestou de tal forma a sua contrariedade que, dois anos após, foi dispensado e enviado a um campo de trabalho, donde conseguiu fugir pouco depois.

Quanto ao “conluio” mencionado por Carlos Magno, penso que se refira à acolhida dada pelo papa atual, em 1980, como arcebispo de Munique, a um sacerdote de outra diocese que o procurava para ser acompanhado por um psicólogo e se libertar da pedofilia. Ou, então, a um padre dos Estados Unidos, de cujos antigos e numerosos escândalos sexuais o Vaticano só soube em 1996 (dois anos antes de sua morte), quando o Cardeal Ratzinger presidia a Congregação para a Doutrina da Fé.

Muita coisa escondida debaixo das batinas». Desde os seus primórdios, a Igreja convida o sacerdote «a ter compaixão dos que erram e pecam, porque ele mesmo está impregnado de fraqueza» (Hb 5, 2). Os padres, bispos e papas podem errar e pecar, como qualquer outra pessoa. Só Deus é santo! Mas, se o Carlos Magno brasileiro morar em Dourados, isso me deixa muito triste, porque suas críticas me dizem que nem eu nem os meus sacerdotes conseguimos ajudá-lo a descobrir que a verdadeira Igreja é muito diferente da que ele, infelizmente, conhece...

Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

O Príncipe da Paz


Os acontecimentos falam por si mesmos. Os casos de assassinatos vão se repetindo a cada dia, revelando uma cultura que gera loucos. O mundo não tem levado em conta Aquele que é o Príncipe da Paz. Uma sociedade sem Deus perde o equilíbrio e passa a agredir as pessoas. Realidade que estamos assistindo a todo momento.
O que vemos é um total abandono das práticas cristãs, deixando de lado os compromissos com o Príncipe da Paz, o único que é capaz de ocasionar paz verdadeira. Damos desculpas dizendo que estamos em tempo de cultura laica, não podendo evidenciar o aspecto religioso e natural que está contido nas pessoas.
A falta de Deus faz com que as pessoas sejam desumanas, inconsequentes e insensíveis aos verdadeiros valores de tudo. Isto perpassa por todos os momentos da celebração da fé. O Natal, por exemplo, deixou de ser uma realidade cristã para ser uma exploração comercial. O domingo perdeu sua identidade de “Dia do Senhor”.
Está faltando, na sociedade, uma maior entrega à Palavra de Deus. O esvaziamento e descompromisso com a fé tem feito com que as pessoas não acreditem na presença transformadora de Deus. Devemos ser moldados pela vida de Deus em nós, vendo nisto as condições essenciais para um mundo melhor, mais humano e divino.

Celebrar mais uma festa de Natal é deixar-se transformar, sempre mais, pelo Menino-Deus. Ser capaz de abandonar uma vida de vícios negativos para ser nova pessoa em Jesus Cristo. Seguir a vontade de Deus, como disse Jesus: “vim, ó Deus, fazer a tua vontade” (Hb 10,9). Só assim será capaz de surgir uma cultura de paz, tendo Cristo como centro.
Tenhamos em mente que o Senhor celebrado na noite do Natal, é Filho de Deus. Ele veio até nós com a finalidade de nos trazer a vida, e vida com dignidade. Entra no mundo, totalmente marcado pelas realidades do mal, e se oferece em sacrifício por todos. Veio restaurar a comunhão e recuperar a verdadeira paz, que só acontece Nele.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

A Coroa do Advento


A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal. Na França, Perpétuo, bispo de Tours, instituiu seis semanas de preparação para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do século V.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum, abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de São Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania.

Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos. Só mais tarde é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Surgido na Igreja Católica, este tempo passou também para as igrejas reformadas, em particular à Anglicana, à Luterana, e à Metodista, dentre várias outras. A igreja Ortodoxa tem um período de quarenta dias de jejum em preparação ao Natal.

Outra origem: entre os pagãos da Europa do norte, que colocavam uma roda de carroça, enfeitada com luzes, para agradar um deus pagão, deus do sol, que se escondia durante o inverno por longas horas de escuridão. Os cristãos, preparando-se para sua festa de luz e de vida, a natividade do Salvador, aproveitaram esse costume pagão, e passaram a acrescentar uma vela à Coroa em cada Domingo do tempo do Advento. Essas luzes relembram a escuridão do mundo pecador antes do Salvador, a promessa da Salvação, a preparação para o Messias pelos profetas e, finalmente, a Virgem que deu à luz a um filho chamado Emanuel: Deus-conosco.

Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento. O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos). 

Coroas ou Coroinhas?



Já falamos por diversas vezes aqui dos cuidados com o grupo de coroinhas e também do uso e abuso quanto aos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECEs). Como exemplo destes abusos, pode-se citar a delegação de atribuições do ministério do acolitato (logo, também dos grupos de coroinhas) aos MECEs.

Em muitos lugares foi precisamente por conta deste abuso que os grupos de coroinhas foram deixados de lado: foram vistos como desnecessários já que os MECEs poderiam, em tese, cumprir o seu papel. O resultado tenebroso foi, em última instância, a redução do próprio número de vocações sacerdotais e religiosas, uma vez que muitas destas vocações saíram e continuam saindo dos grupos de coroinhas.

Faz-se necessário retomar em todas as paróquias e comunidades o costume dos grupos de coroinhas para servir ao sacerdote e ao altar durante o Santo Sacrifício da Missa, o que, graças a Deus, já está acontecendo em muitos lugares.

Neste sentido é interessante a contribuição do texto que segue, publicado no ZENIT. Se o grupo de coroinhas estiver fortalecido, não se fazem necessários tantos MECEs, e cada qual pode fazer estritamente aquilo que lhe compete (cf. IGMR, 91)

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Um importante antístite disse certa vez que os coroinhas são “fonte de vocação”. Realmente, concordo com o conspícuo prelado em gênero, grau e número. Todavia, o ministério do acolitato (coroinhas) precisa receber maiores e melhores cuidados.

Há uns vinte anos, eram apenas os coroinhas que ajudavam o padre no altar. Não havia os “coroas”, ou seja, os ministros extraordinários da comunhão. Permitem-me o emprego jocoso e carinhoso da expressão “coroas”, que, na gíria, quer dizer “pessoa mais velha”; faço-o não por desdém dessa gente impoluta e laboriosa que se entrega ao apostolado, a quem rendo homenagens, mas somente para enfatizar uma antítese semântica e litúrgica, que restará esclarecida neste artigo. Não tenciono macular suscetibilidades. Desde já, peço desculpas pelo chiste.

Bem, voltando ao tema principal. Hoje em dia, os coroinhas são pouquíssimos. É raro encontrá-los em nossas celebrações. Quando os vemos, ocupam o mesmo espaço que os “coroas”. Todos no presbitério: “coroas” e coroinhas.  Aqui vem a minha sugestão. Por que não deixar só os coroinhas ao redor do presidente da celebração, sentados ao seu lado, auxiliando-o no altar? Os ministros extraordinários da comunhão, isto é, os coroas, permanecem na assembleia, no lugar social deles. Penso que esta disposição é bastante didática e litúrgica, porquanto na hora de ajudar a distribuir as hóstias consagradas – e somente nesta hora –, os ministros extraordinários, ao saírem dos bancos, frisarão sobremaneira sua vocação de leigos, que vão ao encontro das necessidades da comunidade e, assim, exercem autenticamente o ministério extraordinário. Vejam, a própria palavra o explica: “extraordinário”, ou seja, fora da ordem, incomum. Demais, no meu modo de ver, os ministros extraordinários da comunhão não deveriam portar nenhuma vestimenta que os diferencie do resto do povo, como jalecos, por exemplo. Usem roupa normal, com asseio, para que ninguém pense que os “coroas” sejam algum tipo de fiel especial. Os coroinhas, por seu turno, encarregam-se de todas as funções no altar, como era antigamente. Acolitam o celebrante em tudo que for necessário e litúrgico. Somente eles ficam no presbitério.
Creio que a experiência de ser coroinha é maravilhosa. Quantos padres não passaram pelo altar quando eram meninos. Mas, para que essa experiência seja realmente frutífera, suscitando vocações sacerdotais, é mister devolver o acolitato eucarístico-litúrgico aos coroinhas, outorgando-lhes a responsabilidade plena e exclusiva do manuseio de todos os instrumentos e funções coadjuvantes da mesa eucarística. 

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Edson Luiz Sampel é Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano; Professor do Instituto Teológico Pio XI (Unisal) e da Escola Dominicana de Teologia (EDT); Membro da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC).
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