terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pagãos x Cristãos


No início do ano, nas semanas imediatas ao Natal do Senhor, refletimos as marcas dos primórdios do cristianismo. Aí detectando os enunciados do paganismo e do cristianismo. Não que sejam contrários, mas a passagem de um para o outro.

O nascimento de Jesus Cristo em Belém, num povoado quase desconhecido naquele tempo, trouxe impacto para o mundo pagão. O rei da Palestina, Herodes, ficou alarmado. Ele sentiu-se abalado em suas estruturas com a vinda de um novo rei.

Celebrar a Epifania (a manifestação) do Senhor é confrontar realidades totalmente diversas. De um lado, o poderoso e pagão Herodes; de outro, a visita de reis magos sensíveis ao que estava acontecendo; e ainda, Jesus é visto por Herodes como ameaça.

Houve o sinal de uma estrela que caminha e paira em Belém. Ali era o centro do mundo naquele momento. Ela não foi para Roma, capital do Império. Não foi para Jerusalém de Herodes, o centro de toda a Palestina. Belém representa a simplicidade.

O mundo pagão recebe a luz da estrela-guia para dizer que a verdadeira luz é Jesus Cristo. Apesar das atitudes do rei Herodes, com ações totalmente contra Jesus, inclusive mandando matar todas as crianças para eliminá-Lo, Jerusalém também recebeu a luz.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Maria, Mãe de Deus - 1º de Janeiro


A consciência de fé teve necessidade de tempo para chegar a reconhecer esta verdade fundamental, pois na Sagrada Escritura Maria não é expressa formalmente sob o título “Mãe de Deus”.

Naquele tempo era contestado, pois parecia alusão às imagens pagãs dos nascimentos dos deuses e das mães dos deuses e ao criticá-lo relacionaram o mistério de Maria com Diana de Éfeso, “a Grande Mãe”, apontando-o como invenção gnóstico-pagã. Já a Igreja procurou “engavetar” isso, em vez de renunciar ao título.

Os nestorianos antigos negaram a Maria o título de Mãe de Deus, não para rebaixar Maria, antes argumentavam que Deus e o homem não tinham realizado em Cristo nenhuma unidade íntima e substancial, coisa que para eles era impossível.

Com efeito, negando o mistério mariano da maternidade divina, no fundo era atingido o Mistério de Cristo. Esta é uma prova de que Maria como Mãe de Deus é uma garantia do mistério homem-Deus.

O próprio Jesus no Evangelho, quando é declarada “bem-aventurada” a mulher que o carregou no seio (cf. Lc 11,27), responde chamando “bem aventurados aqueles que ouvem e põem em prática a Palavra de Deus” (cf. Lc 1,28;8,21;Mt 12,50; Mc 3,35), portanto, a Mãe de Jesus é o modelo original de todos os que acolhem a Palavra de Deus em um “coração honesto e bom” e “produzem fruto” (cf. Lc 8,15).

De fato, se Maria é a Mãe de Cristo segundo a carne, e Cristo é Cabeça da Igreja, seu Corpo Místico, Maria espiritualmente é Mãe deste Corpo a quem ela mesma pertence, a um nível eminente, como filha e irmã.

“Maravilhoso intercâmbio! O Criador assumiu uma alma e um corpo, nasceu de uma Virgem; feito homem sem obra de homem, dá-nos a sua Divindade”.

“Cristo pode nascer mil vezes em Belém, mas se não nascer em ti, permaneces eternamente perdido” (Ângelo Silésio + 1657).

“Como Ele fundou a cidade em que devia nascer, assim também criou a Mãe de quem devia nascer” (S. Agostinho; cf. Sf 3,14-15).

O Dogma de Maria Mãe de Deus foi definido pelo Concílio de Éfeso no ano 431. Os cristãos estavam discutindo a humanidade e a divindade de Jesus e concluíram algo também a respeito de Maria. Ela não é somente Mãe da parte humana, mas de toda a pessoa do Filho de Deus encarnado.

Quando se diz em alguns cantos que Maria é a Mãe do Criador, devemos entender que não se fala de Deus-Pai, mas de Deus-Filho, que participa da criação (cf. Jo 1,2ss). Maria é só Mãe de Deus-Filho feito homem em Jesus Cristo. Não é Mãe nem de Deus-Pai, nem do Deus-Espírito Santo.
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Fonte: O Culto a Maria Hoje, Paulinas.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Maria na Plenitude dos Tempos: A Encarnação


“Mas, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os súditos da lei e nós recebêssemos a condição de filhos de Deus” (Gl 4,4)

Esse texto está na Carta de São Paulo aos Gálatas. A Galácia, hoje Turquia, fazia parte do Império romano e tinha sido evangelizada por São Paulo. Sua carta é um alerta contra a influência dos cristãos judaizantes, que insistiam em obrigar os cristãos gálatas, não judeus, à observância da Torá, a começar da circuncisão. Isso criou divisão na Comunidade. Por isso, São Paulo faz a defesa de que a salvação vem pela graça de Jesus e não pela lei. Ele reafirma que o batismo e não a circuncisão era o sinal que marcava o discípulo de Jesus, independentemente de sua raça e origem. Ninguém compra a salvação com boas obras e ninguém pode tirar a libertação da lei dada por Jesus. A relação salvífica com Jesus e o amor fraterno oferecem o critério da liberdade cristã, que jamais pode ser sufocada por outras obrigações, impostas pelas tradições ou pelas leis. Por isso, o que importa é viver no Espírito, de quem brota a verdadeira liberdade. O cap. 4 fala exatamente da liberdade dos filhos de Deus, conquistada por Jesus. Somos todos herdeiros das promessas de Abraão, que são anteriores à Torá dos judeus. Contudo, porque éramos menores de idade, ficamos sujeitos a leis e a crenças, como escravos. Contudo, quando Deus envia seu Filho, n’Ele e por Ele, todos nós, judeus e não judeus, recebemos a dignidade de filhos de Deus e nos tornamos livres dessa escravidão. Essas afirmações de São Paulo são tão contundentes para a fé cristã, que ele se decepciona com os gálatas, que se deixavam enfeitiçar pelos judaizantes, chamando-os de insensatos (Gl 3,1) e se irrita fortemente com os pregadores judaizantes, que insistiam na lei da circuncisão, dizendo que eles deveriam se mutilar totalmente, e não só circuncidar-se (Gl 5,12).   

Vejamos, então, que horizonte esse texto da Carta aos Gálatas descortina para nós e o sentido das expressões “plenitude dos tempos” e “nascido de uma mulher” para este tempo de Natal.  

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal: tristeza ou esperança?


Como todos lembram, em 2010, a solenidade do Natal foi celebrada num sábado. Portanto, dois dias seguidos de festas. E o que é que chamou a atenção de um site de Dourados, que acessei no final do dia 25? Eis as manchetes mais incisivas: “Véspera de natal termina com 47 mortos nas rodovias federais”. “Condutor embriagado é aprendido”. “Casal é vítima de tentativa de homicídio”. “Indígena é encontrada morta em aldeia”. “Homem assassina sogra e fere sogro”. “Mulher-bomba mata ao menos 41 em ataque no Paquistão”.

Por isso, talvez ninguém se admirou ou espantou ao se deparar, na segunda-feira, dia 27 de dezembro, com a manchete que um jornal da cidade encontrou para falar dos dois dias de festa: “Violência marca Natal em Dourados: polícia registrou seis tentativas de homicídio e o corpo de um jovem morto a tiros foi encontrado na Vila Valderez”.


No dia 12 de maio de 2007, Bento XVI visitou, em Guaratinguetá, a Fazenda da Esperança, uma organização presente em dezenas de países do mundo, a serviço da recuperação de dependentes químicos. Tocado pelo clima de serenidade e alegria que irradiava do rosto de milhares de jovens que se sentiam sanados pela comunhão fraterna que caracteriza as “Fazendas”, ele não hesitou em defini-los “embaixadores da esperança” num mundo que parece tê-la perdido. Significativo é que o Papa se dirige a pessoas que tinham acabado no fundo do poço. Mas, por acreditarem no amor de um Deus que é capaz de «mudar as pedras em filhos de Abraão» (Lc 3,8), eles se transformavam em embaixadores de uma esperança que não falha, porque alicerçada na «rocha, que é Cristo» (1Cor 10,4).

No dia anterior, durante o encontro com os bispos do Brasil na catedral de São Paulo, o Papa ressaltou a ligação profunda que existe entre a fé em Deus e a libertação humana: «Onde Deus e a sua vontade não são reconhecidos, onde não existe a fé em Jesus Cristo e na sua presença, falta também o essencial para a solução dos urgentes problemas sociais e políticos». Assim falando, ele repisava o que escrevera na Encíclica “A Caridade na Verdade”, em 2009: «O ser humano se desenvolve quando cresce no espírito, quando sua alma se conhece a si mesma e aprende as verdades que Deus nela imprimiu em gérmen, quando dialoga consigo mesma e com o seu Criador. Longe de Deus, o homem é inquieto e doente. Não há desenvolvimento pleno nem bem comum universal sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas na sua totalidade de alma e corpo».

Distanciando-se de Deus, o homem também se distancia da felicidade pessoal e do desenvolvimento social e econômico da sociedade. Não terá sido por isso que o mesmo site douradense, entre as manchetes do dia 25 de dezembro, afirmava que “o sentimento de tristeza no Natal não é algo fora da normalidade”?

Contudo, verdade seja dita, tristeza no Natal é algo fora da normalidade, sim! Se ela existe, é porque, não poucas vezes, a festa se reduz a compras, viagens, farras e comilanças, onde o amor e o serviço aos irmãos nada significam: «Quem ama o seu irmão está na luz e não corre perigo de tropeçar; mas quem deixa seu irmão de lado caminha nas trevas e não sabe para onde vai» (1Jo 2, 10-11).

Não se pode negar: para que sejamos sustentados pela esperança, pela paz e pela alegria, precisamos viver em “estado de conversão” permanente. Foi o que lembrou Bento XVI, no dia 23 de maio de 2010, solenidade de Pentecostes: «A chama do Espírito Santo deve consumir as escórias que dificultam e corrompem o homem em suas relações com Deus e com o próximo. Este fogo divino, porém, nos assusta: com medo do fogo, preferimos permanecer no estado em que estamos. Isso acontece porque, muitas vezes, a nossa vida é governada pela lógica do ter e do possuir, ao invés do doar-se. Há pessoas que creem em Deus e admiram a figura de Jesus Cristo, mas quando se pede que abandonem algo de si mesmas, o medo das exigências da fé as faz recuar. Temem ter que renunciar a algo de bonito, ao que estão apegadas; temem que, seguindo a Cristo, se privem da liberdade, de certas experiências, de uma parte de si mesmas. Querem ficar com Jesus e segui-lo de perto, mas têm medo das conseqüências que o fato comporta».

                                                                      Dom Redovino Rizzardo, cs

Bispo de Dourados - MS


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um novo Natal!


Para alguns pode parecer que a cada ano, os cristãos repetem os mesmos ritos, para relembrar um fato a primeira vista tão antigo, mas ao mesmo tempo tão novo, o nascimento do Emanuel, Deus conosco, Jesus de Nazaré, o Salvador!

Na verdade, não vivemos de uma recordação. Por incrível que pareça, a cada ano revivemos o que ocorreu no meio da noite, tornamo-nos contemporâneos, podemos aproximar-nos deste Menino na companhia dos pastores, alegrando-nos com José e Maria, sussurrando palavras cheias de emoção e alegria, pela chegada de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem!

A alegria deste fato que se irradia pelos séculos e que nos alcança hoje, no início de um Novo Milênio é o fato de que podemos ver a Deus! Deus tornou-se visível aos nossos olhos, Ele nos revelou a Sua Face, Ele deixou-nos penetrar no seu Mistério insondável. Podemos, como os pastores e os Magos do Oriente, que retornaram exultantes para suas casas dizer a todos que nós vemos o Senhor! Podemos ver a Face humana de Deus numa criança pequenina, recém-nascida, colocada sobre um presépio, que não tem para se aquecer senão algumas faixas e o hálito dos animais. Deus se fez um de nós!

Mas, se grande alegria é poder ver o Senhor, não é menor a de poder ouvi-Lo, pois “a Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós.” (Bento XVI, Verbum Domini, 12). Cada vez que abrimos o Evangelho, revivendo os fatos e acolhendo as palavras, como um personagem à mais nas cenas, deixamos que a Palavra que se revelou no Natal ressoe em nossos corações!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Padre Pietro Messa explica as razões do nascimento do Menino Jesus



O nascimento do Menino Jesus realmente mudou a história da humanidade? É verdade que os potentes e o povo entenderam imediatamente a importância daquele nascimento? Por que contamos os dias desde aquele nascimento? Que sentido tem na vida de cada um fazer o presépio?

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Qual é o significado na história e no presépio feito por São Francisco, da figura do Menino Jesus?

Pe. Pietro Messa: Sabemos que os primeiros cristãos, sendo todos de religião hebraica, guardavam o sábado, mas o dia seguinte, ou seja, o atual domingo, se reuniam para lembrar a Ressurreição. Então, a primeira festa celebrada e aquela por excelência é a Páscoa. Sucessivamente, começaram a celebrar outros acontecimentos da vida de Jesus, como o seu nascimento no dia 25 de dezembro, isto é, o dia em que anteriormente celebravam o Sol invictus, ou seja, que não foram vencidos pelas trevas; visto que passado o solstício de inverno, os dias começam a ser mais longos e a luz toma conta da escuridão da noite. Da celebração passamos para as representações e a peregrinação a Belém, cidade do rei Davi de cuja linhagem nasceu Jesus.

As peregrinações - ao mesmo tempo, expressão e incentivo de ligação com os lugares da vida terrena de Jesus - foram motivos propulsores para a narração e representação da humanidade de Jesus. Neste contexto está o desejo de frei Francisco de Assis manifestado ao povo de Greccio em 1223,  de ver "com os olhos do corpo", como o Menino Jesus estava deitado na manjedoura entre o boi e o jumento. E assim, na noite de Natal sobre a manjedoura onde estavam os dois tradicionais animais, foi celebrada a Eucaristia para que pudéssemos ver "com os olhos do corpo", o pão e o vinho consagrados, e acreditar, graças ao espírito Santo, na presença do Corpo e Sangue de Cristo (para aprofundar cfr U.Occhialini-P.Messa, O primeiro presépio do mundo, Ed.Porziuncula, Assis 2011).

Em um âmbito secularizado como este moderno, o nascimento de Jesus Menino é banalizado e colocado no contexto de um "mito" que apenas as crianças podem acreditar. Por que, segundo os cristãos, aquele nascimento mudou o mundo?

Pe.Pietro Messa: Mas talvez a pior desmistificação do Natal não seja a de acreditar em um mito, mas o reducionismo do mesmo para a festa de bondade, do altruísmo, de ajuda aos necessitados. Não que essas coisas não sejam importantes ou presentes no Evangelho, mas o centro é o fato de que Jesus vem a nós porque fez a opção pela nossa pobreza. Ele estende sua mão até o momento em que seu braço é estendido na cruz. Como nos disse a Clarissa, irmã Clara Tarcisia do Promnastero de Santa Clara de Assis nos últimos meses de sua existência: "O importante na vida é amar, e, sobretudo deixar-se amar!". E o Natal é o tempo propicio para deixar-se amar e isso não gera passividade porque Jesus nos ama como somos; mas não nos deixa como somos, ao contrário, nos transforma em capacidade de amar de modo criativo e eficaz. Desta forma, o encontro com a sua Presença muda e dá início a uma nova humanidade.

Os cristãos falam de Jesus como o Salvador, por quê?

Pe.Pietro Messa: Jesus de Nazaré - uma cidade que, de acordo com alguns, não poderia vir nada de bom - passou pela Palestina e, como para outras pessoas, também sobre ele perguntavam quem era. As respostas a essa pergunta foram as mais variadas, mas quem não se fecha em seus próprios esquemas, nota que toda resposta é inadequada, ou melhor, inesgotável. E assim, devagar, cada vez mais se reconhece a sua realidade de Messias, ou seja, ungido pelo Altíssimo e então o Salvador. Mas sobre a pessoa de Jesus, ainda que obtenhamos algumas certezas definidas pelos dogmas, questões ainda se abrem e, como nos mostram os santos, há sempre algo a se maravilhar, isto é, para parar e olhar com estupor para Ele.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Roteiro da Visita do Ministro Provincial


Após o capítulo dos frades capuchinhos, o Provincial, Frei Deusivan e sua equipe irão fazer visitas nas fraternidades dos frades do território provincial. Após as visitas o novo ministro deverá reunir-se com o definitório para só então publicar a lista com as transferências dos frades que ficarão nas devidas paróquias.

Regional Barra do Corda:

Tuntum: 20/12 (noite)
Barra do Corda: 21/12 (manhã)
Grajaú: 22/12 (manhã)
Trizidela do Vale/Igarapé Grande: 30/12 (tarde)

Regional de Imperatriz:

Porto Franco: 22/12 (noite)
Imperatriz: 23/12 (manhã)
Açailândia: 23/12 (tarde)
Conceição do Araguaia: 26/12 (tarde)
Marabá: 28/12 (tarde)


Regional de São Luís:

Cohab: 30/12 (manhã)
Anil: 30/12 (tarde)
Coroadinho: 31/12 (manhã)
Carmo: 31/12 (tarde)

Regional de Belém: 

Belém: 03-04 (manhã)
Macapá: 05/01 Mosteiro Santa Verônica Giuliana (manhã)
Santana: 07/01 (manhã)
Primavera/Quatipuru: 09/01 (manhã)
Peixe-Boi/Nova Timboteua: 09/01 (tarde)
Capanema: 10/01 (manhã)

Natal: tempo de Jesus em nossas vidas!


Em todos os lugares em que estivermos, realidades e sentimentos do Natal se fazem sempre novidade. Os sonhos são acordados e as memórias escondidas no tempo ganham espaço no coração das pessoas de “boa vontade”. Deus age em todos os tempos e lugares. Afinal, quais seriam o tempo e o lugar desconhecidos por Deus? Enquanto o Natal se faz advento de Deus em nossas vidas, brota de dentro de nós, como dom de Deus, o desejo de eternidade, de vida nova e de um mundo mais justo e fraterno.

O tempo presente é o lugar da manifestação de Jesus Cristo. Ele, desde a manjedoura, passando pela cruz e ressurreição revela a Sua grandeza na fragilidade humana. “Ele tem feito tudo bem; faz tanto os surdos ouvirem como os mudos falarem” (Mc 7, 37). Por ser Ele o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), todos somos convidados a manifestar, no tempo presente, a Sua vontade, o Seu agir e o Seu falar. Jesus revela a todos nós o verdadeiramente humano.


Olhando cada dia para Jesus Cristo descobrimos sempre algo novo. Este novo não pode ser explicado, decodificado ou definido. Mesmo que a aventura das palavras tente definí-lo, sempre permanecerá um algo mais a ser expresso. Este novo que traz sentido para a existência humana é que se torna ação, testemunho de vida, alegria, entusiasmo, silêncio e esperança.

Enquanto os rumores do mercado de consumo tentam oferecer coisas materiais como sinônimos de felicidade, abramos o nosso coração para contemplar o cenário no qual Jesus nasceu, único capaz de trazer a alegria ao coração. Dos textos bíblicos que narram o momento do encontro de Deus com a nossa humanidade, surgirão muitas moções e inspirações capazes de trazer sentido para o nosso existir.

A novidade do Natal quebra a “rotina” do nosso “fazer humano” para dar espaço ao “fazer de Deus” em nós e para nós. Que esta novidade não passe despercebida e nem se torne uma rotina. É o tempo de Deus nas nossas vidas!

Tenhamos um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo com Jesus Cristo!

Dom Paulo De Conto

Bispo de Montenegro - RS