terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ministro Provincial faz Abertura do IV Capítulo Provincial Ordinário Eletivo


Às 18h30min, [do dia 12/12] com a presença dos frades capitulares e convidados na igreja de São Francisco de Assis, foi celebrada a Santa Missa votiva do Espírito Santo. No momento foi dado o acolhimento inicial ao IV Capítulo Ordinário Eletivo da Província Nossa Senhora do Carmo. Depois da acolhida e da liturgia da palavra, o presidente da celebração, frei José Rodrigues de Araújo manifestou grande alegria pela presença dos frades para mais um capítulo. A alegria se estendeu também com a saudação ao frei José Gislon, definidor para língua portuguesa e nomeado pelo Ministro Geral para presidir o Capítulo; ao frei Sérgio Pesenti, vigário provincial, representante da Província de São Carlos na Lombardia, frei Paolo Maria Braghini, Vice-Provincial do Amazonas e Roraima e Dom Frei Franco Cuter, bispo diocesano de Grajaú, que foram especialmente convidados para este momento.

Trechos do discurso:

Bem-vindos a todos!
Gostaria de iniciar minha reflexão recordando que o Capitulo Provincial deve ter duas dimensões fundamentais: O Capítulo é “tempo de Memória” e “tempo de Mística e Profecia”.


“Tempo de memória”. Teremos a oportunidade de uma avaliação de nossa caminhada a partir do relatório do Governo Provincial, em que nos ajudará a recolher a herança destes triênios que findamos e a descobrir as falhas que com certeza não faltaram. O nosso Capitulo tem como tema: “Capuchinhos, “Apóstolos do Maranhão”: Memória e presença há 400 anos”. Este momento deve ser aproveitado para uma avaliação de nossa presença nestas terras e do carisma franciscano-capuchinho depois de quatrocentos anos.

“Tempo de Mística e Profecia”. Somos convidados como discípulos e missionários de Jesus a exemplo de São Francisco e dos primeiros missionários que aqui chegaram trazendo o Evangelho a sermos portadores de uma palavra capaz de comunicar vida e a sermos portadores de vida para muitos. Mística e profecia fazem parte do código genético de nossa identidade eclesial e de nossa missão para o Reino de Deus. O verdadeiro profeta surge e é autêntico, através de uma experiência mística de Deus que o marca, envia, sustenta e consola nas crises. Uma mística autêntica, como encontra com o Deus vivo e amante da vida, só pode alimentar se - e exprimir-se – numa ação profética audaz e libertadora.


MEMÓRIA

Este ano a nossa Província completou doze anos de sua ereção canônica e aqui estamos para celebrarmos o nosso IV Capítulo Provincial. Estamos dando os primeiros passos, estamos a caminho, buscando as ferramentas apropriadas para abrirmos ao futuro, sabendo que o futuro nasce do máximo cuidado que teremos com o presente. Seja este Capítulo Provincial um momento de graça para avaliarmos nossa caminhada; seja um momento de confraternização e debates; seja uma ocasião propícia para reafirmar nossa condição de discípulos e missionários; seja, enfim, um tempo forte para buscarmos juntos, com criatividade e com visão de futuro, os meios oportunos para que nossa vida e missão sigam sendo significativas para todas as paróquias, fraternidades, cidades e estados em que atuamos.

Este IV Capítulo Provincial Ordinário Eletivo nos convoca a olhar para novos horizontes. Necessitamos nos abrir para novos tempos, conscientes de nossa identidade como frades capuchinhos, capazes de responder com criatividade e fidelidade aos novos desafios da vida religiosa e da missão ao celebramos os “Quatrocentos anos da presença do Evangelho no Maranhão” pelos capuchinhos franceses. Na ilustração da obra Histoire de la mission: Paris 1614, podemos observar o levantamento da cruz na colônia francesa e uma inscrição latina faz alusão à missão ("Ecce levabo ad gentes manum meam, et ad populos exaltabo signum meum"), ("Eis que levantarei a minha mão para as nações e arvorarei o meu estandarte para alertar os Povos"), Isaías 49,22. Algo que chama atenção é que a ilustração apresenta uma aliança entre índios e franceses como uma livre submissão da parte dos índios. São eles que, com a ajuda dos franceses, erigem a cruz, todos os outros índios e franceses rezam.

Este Capítulo nos desafia a sermos capuchinhos de olhos abertos e coração ardente, homens interiores, espiritualidade significativa, fraternidades proféticas. Necessitamos recuperar a centralidade do nosso carisma missionário a exemplo dos quatro irmãos da Província de Paris que aceitaram o desafio da missão para a “Nova França” e partiram de Paris no dia 28 de agosto de 1611 e no dia 19 de Março de 1612, dia de São José, depois de alguns meses de preparação partiram do porto de Cancale às seis da manhã e chegaram na ilha Grande do Maranhão no dia 8 de agosto e celebraram a Santa Missa pela primeira vez naquela ilha que seria conhecida como São Luís no dia 12 de agosto de 1612.

Coloquemos os homens e os fatos nos lugares que devem ocupar, portanto não podemos esquecer de prestar nossa homenagem e gratidão a Frei Ivo d`Evreux, Frei Arsênio de Paris, Frei Ambrósio de Amiens e Frei Claude d`Abbeville, pelo exemplo missionário que nos deixaram. Espero que esta data possa ser comemorada pela Província com festa, e uma Assembleia Provincial reflita sobre nosso papel depois de quatrocentos anos nestas terras com seus novos desafios. Momento de celebração e momento de renovação de nossas estruturas de animação missionaria, vida fraterna, espiritual, comunitária, social e pastoral.
MISTÍCA E PROFECIA


Nossa presença no Maranhão há quatrocentos anos com os irmãos de Paris e a mais de cem com os da Lombardia, nasceram de uma intuição mística que nutriu e provocou uma resposta evangélica dentro da situação histórica e foram sempre conduzidas por uma paixão operativa para o verdadeiro bem dos homens e mulheres atribulados e humilhados. Esta intuição e esta paixão se alimentaram no diálogo, coração a coração com o Deus da vida e da esperança e na familiaridade com os seus contemporâneos.

Escreveram os padres Sinodais na conclusão da IX Assembleia dos Bispos dedicada à vida consagrada: “A vida consagrada foi no decorrer da história da Igreja uma presença viva da ação do Espírito, como espaço privilegiado de amor absoluto a Deus e ao próximo...” (Mensagem final, 27 outubro 1994).


Falamos de mística e de profecia não para ir além de nossos problemas reais ou para navegar no mundo virtual dos princípios essenciais e dos horizontes sem confins. Ao contrário, para encontrar nestas duas dinâmicas a justa hermenêutica que torne o carisma herdado um verdadeiro impulso trans-geracional. Essa será a premissa e a fonte de uma nova história a ser inventada e vivida.

Devemos abrir passagem para o futuro junto com esta humanidade: como uma vez se abria sulcos em meio às florestas, para fundar uma nova cidade. Há sementes de futuro que ainda podem germinar das nossas raízes tão antigas, há uma criatividade que nos pertence e está sendo encontrada e exercitada com nova arte carismática e profética.

Há urgência e oportunidades que nos interpelam e nos desafiam dentro da história atual e suas angústias. Há utopias e esperanças que devemos interceptar e evangelizar, graças à sabedoria orientadora e terapêutica do nosso carisma.

Fecundidade e criatividade não podem ser inventadas por um teorema sociológico ou por um descontentamento religioso: mas surgem dos altos planos dos projetos de Deus, que quer também redimir e fecundar esta nossa fase histórica, transformando-a. Deus trabalha nosso presente para conduzi-lo além de cada paralisia e cada fatalismo, para uma fraternidade universal. Somos chamados a ser intérpretes e servidores, plenos da utopia de Deus.

Diante de novos desafios precisamos saber ver os sinais, ouvir a voz de Deus em meio a várias situações em que nos deparamos todos os dias, para isto precisamos de um coração contrito, humilde e bondoso, como fora o do seráfico Pai São Francisco, pois como ele, somos nós que devemos responder os apelos de Deus e tomar firmes decisões sobre nossas vidas. “Volta para a tua terra, e te será dito o que haverás de fazer!” Como São Francisco, neste Capítulo, devemos ter coragem e coração aberto para perguntar: Senhor, que queres que eu faça?

Aqui estamos juntos como fraternidade provincial para iniciarmos esta bela experiência de vida fraterna, de unidade, comunhão e isto é motivo de grande alegria e contentamento. Que estes dias em que vamos permanecer juntos na celebração do Capítulo Provincial possamos contar com o auxilio de Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora de Nazaré e de tantos nomes, com a intercessão de São José e do seráfico Pai São Francisco, do olhar de Frei Daniel de Samarate, Frei João Pedro e Frei Alberto Beretta, seja verdadeiramente para todos os capitulares um momento de grande ardor e zelo pela nossa vida e missão. Desejo e espero então que estes dias sejam proveitosos para o enriquecimento de nosso espírito e para a retomada mais vigorosa do caminho rumo à santidade! Deus seja louvado!
Frei José Rodrigues de Araújo, OFM.Cap
Ministro Provincial 

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Oração do IV Capítulo Provincial da OFMCap (MA-PA-AP)


Senhor Jesus Cristo, Verbo Eterno do Pai, neste tempo em que nossa Província Capuchinha se prepara para celebrar o IV Capítulo Provincial Ordinário Eletivo a vós recorremos, humildes e confiantes, pedindo sabedoria e discernimento para que sob o vosso olhar límpido e animador saibamos escolher na paz e no bem os irmãos que irão governar e animar nos próximos anos a Fraternidade Provincial com espírito franciscano de minoridade e de serviço.
Enviai-nos a luz do Espírito Santo, que procede de Vós e do Pai, para que, iluminados por esta chama eterna da Trindade, possamos discutir em nome da caridade e da verdade os problemas e os desafios da vida fraterna, pastoral e missionária.
Maria Santíssima, Nossa Senhora do Carmo, padroeira de nossa Província, não deixeis que se enfraqueça em nós o sinal vivo do primado do amor de Deus que salva, santifica e aperfeiçoa, e fazei que todo o nosso agir seja sempre para a maior glória de Deus. Amém.

sábado, 10 de dezembro de 2011

COMUNICADO: Capítulo Provincial dos Frades Capuchinhos


De 12 a 16 de dezembro, os frades capuchinhos da Província Nossa Senhora do Carmo (MA-PA-AM) estarão reunidos em Belém-PA, para a realização do IV Capítulo Provincial onde escolherão o novo provincial para dirigir a Ordem no triênio de 2012-2014. 


Como os frades  estarão ausentes da nossa paróquia, padres de outras paróquias estarão presentes na Igreja Matriz para realizarem as celebrações*.

Segunda-feira 12/12

6:30- Pe. Antonio
17h - Pe. Antonio

Terça-feira 13/12


6:30- Pe. Antonio
12h - Pe. Daniel
17h - Pe. Ricardo

Quarta-feira 14/12


6:30- Pe. Antonio
17h - Pe. Antonio

Quinta-feira 15/12


6:30- Pe. Antonio
17h - Pe. Antonio

Sexta-feira 16/12


6:30- Pe. Antonio
17h - Pe. Ricardo

Sábado 17/12


6:30- Pe. Ricardo


Nas demais comunidades da paróquia, pedimos que os fiéis informem-se com os coordenadores das respectivas comunidades para saber se estão confirmadas as suas celebrações.

Rezemos para que o Senhor escolha santos pastores e dignos ministros de apascentarem o Seu rebanho.

*Poderá haver alterações sem aviso prévio.

Alegria do dever cumprido


É com a alegria do dever cumprido que estou chegando ao final de meu mandato como Ministro Provincial da Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo. Quando fui eleito para o segundo mandato 2009-2011, os frades capitulares votaram seis prioridades no III Capítulo. E estas prioridades ao longo do triênio foram sendo colocadas em práticas.



E, hoje faltando menos de quatro dias para o início do IV Capítulo, posso afirmar que foi com alegria que visitei e dei uma benção especial em uma das últimas prioridades que estavam faltando para ser concretizada: adaptar alguns quartos na Fraternidade da COHAB em São Luís para receber os frades com problemas de saúde. Esta prioridade estava baseada em dois pontos: primeiro, criar um ambiente no Convento de Belém, com estruturas adequadas (tipo: enfermarias, elevador de acesso aos demais andares do convento) para os frades idosos e doentes. O primeiro ponto foi concretizado em 2010. E ao chegarmos ao final de meu mandato estamos entregando o segundo ponto dessa prioridade. Os trabalhos não estão totalmente concluídos, ainda faltam alguns detalhes e a colocação do elevador, mas posso lhes garantir uma coisa: estou com a sensação do dever cumprido. Por isso a minha alegria foi completa na Celebração da Eucaristia, onde dei graças a Deus por termos conseguido realizar todos os projetos votados no triênio de 2009-2011. Deus seja louvado!

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Igreja Católica cresceu no Brasil em 2010


A Igreja Católica no Brasil, por meio do Centro de Estatísticas Religiosas e Investigação Social (CERIS), realizou o censo anual no primeiro semestre de 2011, cujos resultados indicam um aumento de 55,79% no número de padres católicos no país entre 1990 e 2010.

Tendo como referência o ano de 2010 e, conforme a pesquisa realizada entre as dioceses, ordens e congregações, estima-se que houve um crescimento considerável em relação às vocações sacerdotais e religiosas, bem como o aumento do número de paróquias, além da criação de novas dioceses. 

O resultado ilustra muito bem como a Igreja está organizada e tende a ampliar cada vez mais sua presença em todo o Brasil. As mudanças na configuração da Igreja no Brasil, registradas no novo Anuário Católico 2012 trazem, entre outros dados, um retrato do atual quadro de nossas paróquias, bem como o número de agentes de pastoral consagrados (sacerdotes, diáconos, religiosos/as) que atendem a população católica de nosso país, confirmando assim, as necessidades de conversão pastoral apontadas pela Conferência de Aparecida. 

Dentre as mudanças que o censo revela, nas suas diversas vertentes, chamadas aqui de evolução da Igreja no Brasil, estão contempladas, por exemplo: o crescimento no número de diáconos permanentes, que passaram de 632 para 2711, mais que triplicando o seu número em apenas 20 anos. 

A evolução do número de paróquias por regional da CNBB (1940-2010) e a média de crescimento anual destas neste período;
A evolução do número de circunscrições eclesiásticas (1991-2010);
A evolução do número de diáconos permanentes neste mesmo período;
A evolução do número de presbíteros brasileiros e estrangeiros (1970-2010);
A evolução do número de religiosas, incluindo professas, noviças e professas egressas;
A evolução do número de habitantes por presbítero (1970-2010);
A relação entre habitantes por presbítero (1970-2010) e o percentual da evolução destes indicadores nos anos de 1990 a 2010, entre outros dados.

Esta amostragem do CERIS contesta, por um lado, teorias como a da secularização e a do enfraquecimento da Igreja Católica, que perde fiéis para outras denominações religiosas, ou mesmo para o ateísmo, como algumas pesquisas censitárias apontam. E por outro, reforça a tese de Zygmunt Bauman de que a busca pela comunidade religiosa, a Igreja ou a vida sacerdotal, é a busca por segurança em um mundo de inseguranças.

Todos os dados emersos na pesquisa estão em www.ceris.org.br
(CM)
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NOTA DA CNBB - Projeto de Criminalização da Homofobia


NOTA DE ESCLARECIMENTO

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Brasília, 07 de dezembro de 2011

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por fidelidade a Cristo e à Igreja, no firme propósito de ser instrumento da verdade, vem esclarecer que, atendendo à solicitação da senadora Marta Suplicy, a recebeu em audiência, no dia 1º de dezembro de 2011, e ouviu sua apresentação sobre o texto substitutivo para o PL 122/2006.


A presidência da CNBB não fez acordo com a senadora, conforme noticiou parte da imprensa. Na ocasião, fez observações, deu sugestões e se comprometeu com a senadora a continuar acompanhando o desenrolar da discussão sobre o projeto. Reiterou, ainda, a posição da Igreja de combater todo tipo de discriminação e manifestou, por fim, sua fraterna e permanente disposição para o diálogo e colaboração em tudo o que diz respeito ao bem da pessoa humana.




Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição de Nossa Senhora - 08 de dezembro



O dogma da Imaculada Conceição parece fácil porque nós sentimos que Maria é uma pessoa completamente iluminada por Deus, o templo humano em que habita a graça e o pecado não entra. Bem antes de se tornar dogma, o povo já cultuava Nossa Senhora da Conceição. Muitas pessoas acham que Maria imaculada nasceu e viveu tão santa que não tinha as dúvidas, as crises e as dificuldades das pessoas comuns.

Os protestantes não aceitam esse dogma e o criticam duramente. Para as igrejas tradicionais da reforma protestante, o dogma da Imaculada fere os princípios cristãos de que todos somos pecadores e necessitamos da graça salvadora de Deus em Jesus Cristo. Além disso, não é um dogma definido por um Concílio Ecumênico, mas pelo Papa. Eles perguntam que autoridade ele tem para obrigar todos a crerem em algo que não está na Bíblia. Outros protestantes, usando o texto de São Paulo que diz “todos pecaram” (Rm 3,23), afirmam com isso que o dogma vai contra a Bíblia.

A Bíblia não afirma diretamente que Maria é imaculada. Se fosse assim não seria necessário o dogma[1].

Vamos conferir os pontos positivos:

Quando uma criança vem a este mundo, já no útero da mãe está recebendo, em doses distintas, amor e desamor, amor e rejeição, afeto e violência.

Há algo na nossa história que estraga os projetos do Senhor. Nós o chamamos Mistério do Mal e da Iniqüidade. Ele está se espalhando na humanidade e repercute dentro de cada pessoa. Damos a ele o nome de “pecado original”.

Os impulsos do poder, do ter e do prazer e tantos outros puxam a gente, cada um para o seu lado e podem nos afastar de Deus. A teologia chamou essa divisão interna de “concupiscência”. São Paulo lembra que às vezes essa divisão interna que vivemos é que muitas vezes nosso coração quer fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não desejamos[2].

O dogma da Imaculada Conceição nos diz algo sobre Maria e sobre cada um de nós. Confirma que ela é uma criatura especial que alimenta em nós a esperança na vitória da graça de Deus sobre o mal e o pecado.

As Motivações mais Profundas


Diariamente somos abalroados por notícias que nos tiram a segurança e o sono. Antigamente as más notícias vinham de longe. Tratava-se de assaltos, seguidos de morte, a quinhentos quilômetros de distância. Falava-se de roubos praticados nos lugares ermos das encruzilhadas. Ficávamos chocados com a ousadia dos assaltantes de bancos, mas nas grandes cidades. Hoje, no nosso bairro,  os bandidos batem em senhoras  idosas. Na rua paralela à nossa, os marginais, numa invasão de domicílio, matam uma criança porque não parava de chorar. Na frente de repartição pública os desocupados saqueiam um funcionário que fora pegar o dinheiro do salário dos trabalhadores. Tudo isso está numa escala ascendente. Piora a cada dia. Procura-se descobrir as causas de tão anômalos comportamentos.  São muitas as causas possíveis: falta de policiamento; falta de punição por parte dos poderes públicos; grandes desigualdades sociais; falta de escola. Tudo isso tem pontas de verdade.


Mas posso garantir que entre a bandidagem não há ninguém que seja participante de missa, ou que comungue regularmente; não há ninguém que faça as suas orações, adorando a Deus Criador e Pai de todos. Estou inclinado a dizer que os homens maus não tem fé, não se importam com os ensinamentos de Jesus, e não respeitam  a Igreja como entidade  para  reunir o povo santo de Deus. Podemos ter a certeza. O que convence uma pessoa, homem ou mulher, a praticar o bem, são os princípios religiosos. São as únicas que resolvem.”Todos sois filhos de Deus, mediante a fé em Cristo”  (Gal 3, 26). Isso nos leva a uma certeza profunda de sermos pessoa importante. Também nos leva a respeitar o semelhante, porque este também é filho de Deus. Sim, a escola ajuda a formar; a segurança pública inibe os maus comportamentos; maior igualdade econômica pode trazer sentimentos de paz. Mas nada iguala a afirmação da fé: “Não sabeis que sois templos de Deus, e que o Espírito habita em vós? (1 Cor 3, 16). Esse pensamento, desenvolvido na graça divina, tem uma potência de revolução social. Ou o homem adota os profundos princípios religiosos, ou as potências do mal tomam conta das pessoas e da sociedade.

Dom Murilo S. R. Krieger, scj

Arcebispo de São Salvador da Bahia - BA