terça-feira, 8 de setembro de 2015

Homilética: 24º Domingo Comum - Ano B: "O Escândalo da Cruz"


A liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum diz-nos que o caminho da realização plena do homem passa pela obediência aos projetos de Deus e pelo dom total da vida aos irmãos. Ao contrário do que o mundo pensa, esse caminho não conduz ao fracasso, mas à vida verdadeira, à realização plena do homem.

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anônimo, chamado por Deus a testemunhar a Palavra da salvação e que, para cumprir essa missão, enfrenta a perseguição, a tortura, a morte. Contudo, o profeta está consciente de que a sua vida não foi um fracasso: quem confia no Senhor e procura viver na fidelidade ao seu projeto, triunfará sobre a perseguição e a morte. Os primeiros cristãos viram neste “servo de Jahwéh” a figura de Jesus.

A segunda leitura lembra aos crentes que o seguimento de Jesus não se concretiza com belas palavras ou com teorias muito bem elaboradas, mas com gestos concretos de amor, de partilha, de serviço, de solidariedade para com os irmãos.

A primeira parte do Evangelho tem como objetivo fundamental levar à descoberta de Jesus, como o Messias que proclama o Reino de Deus. Ao longo de um percurso que é mais catequético do que geográfico, os leitores do Evangelho são convidados a acompanhar a revelação de Jesus, a escutar as suas palavras e o seu anúncio, a fazerem-se discípulos que aderem à sua proposta de salvação. Este percurso de descoberta do Messias termina com a confissão messiânica de Pedro, em Cesaréia de Filipe, uma cidade situada no Norte da Galiléia, perto das nascentes do rio Jordão.

Na segunda parte do Evangelho, o objetivo do Evangelista São Marcos é explicar que Jesus, além de ser o Messias, é também o “Filho de Deus”. No entanto, Jesus não veio ao mundo para cumprir um futuro de triunfos e glórias, mas para oferecer a sua vida como um dom de amor aos homens. Ponto alto desta catequese será a afirmação do centurião romano junto da cruz quando proclama: “Realmente este homem era o Filho de Deus” (Mc 15,39). E é neste sentido que o Evangelho traz uma pergunta de Jesus dirigida aos seus discípulos que com ele caminhavam.

Jesus começa por questioná-los: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Mc 8,27). O povo considerava Jesus como o “enviado de Deus”, mas ainda não conseguia reconhecê-lo como o Messias, aquele Messias prenunciado e esperado por todos. Após receber deles respostas bem variadas: João Batista, Elias, um profeta… indica que as pessoas reconhecem apenas que Jesus é um homem enviado ao mundo com uma missão, como os profetas do Antigo Testamento, mas não vão além disso. Na perspectiva dos “homens”, Jesus é apenas um homem bom, justo, generoso, que escutou os apelos de Deus e que se esforçou por ser um sinal vivo de Deus, como tantos outros homens antes dele (v. 28). É muito, mas não é o suficiente: significa que os “homens” não entenderam a novidade de Jesus, nem a profundidade do seu mistério.

Em seguida, Jesus volta a pergunta aos seus discípulos: “E que dizem vós que eu sou?” (Mc 8,29).  A resposta adequada só pode dar aquele que aceita seguir o caminho de Cristo e viver em comunhão com Ele, como é o caso de Pedro, que agora responde: “Tu és o Messias” (v. 29).  A opinião dos discípulos acerca de Jesus vai muito além da opinião de Pedro e dos Apóstolos. Dizer que Jesus é o “Messias”, o Cristo, significa dizer que ele é o enviado por Deus para oferecer a salvação definitiva ao Povo de Israel. A resposta de Pedro estava correta. No entanto, podia prestar-se a graves equívocos, pois o título de Messias estava relacionado com esperanças no campo político. Por isso, os discípulos recebem ordens para não falarem disso a ninguém. Era preciso clarificar, depurar e completar a catequese sobre o Messias e a sua missão, para evitar perigosos equívocos.

Podemos ainda sublinhar duas questões, a primeira (vv. 31-33) é a explicação dada pelo próprio Jesus de que o seu messianismo passa pela cruz; a segunda (vv. 34-35) é uma instrução sobre o significado e as exigências de ser seu discípulo. Jesus começa por anunciar que o seu caminho vai passar pelo sofrimento e pela morte (vv. 31-33) e sente a necessidade de explicar aos seus discípulos que terá ele que sofrer, ser condenado à morte e depois ressuscitar. Jesus revela a eles a sua identidade: Um Messias sofredor, um Messias servo; obediente à vontade do Pai até perder a sua vida, como já prescrevia o profeta Isaías na primeira leitura (cf. Is 50,5-9).

Pedro não está de acordo com este final e opõe-se a que Jesus caminhe nesta direção. A oposição de Pedro significa que a sua compreensão do mistério de Jesus ainda é imperfeita. Para ele, a missão do “Messias, Filho de Deus” é uma missão gloriosa e vencedora. Para Pedro a vitória de Cristo não pode estar na cruz. Diante desta incompreensão de Pedro, Jesus certifica que aquele que quiser ser seu discípulo deve aceitar ser servo de todos, tomar a cruz e acompanhá-lo neste itinerário.

Diante da sua oposição, Jesus dirige-se a Pedro com certa dureza, pois é preciso que os discípulos corrijam o pensamento e passem a olhar o seu messianismo na perspectiva do Plano de Deus a ser realizado por Jesus. Ao mostrar a sua oposição ao sofrimento pelo qual Cristo teria que passar, Pedro faz recordar as tentações no deserto, que Jesus experimentou no início do seu ministério (cf. Mc 1,13).

As palavras de Pedro pretendem desviar Jesus do cumprimento dos planos de Deus. Jesus não está disposto a aceitar uma proposta que o impeça de concretizar, com amor e fidelidade, os projetos de Deus e insiste: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga (v. 34). Com isto, somos chamados a carregar a nossa cruz e a perder a própria vida por ele, pelo Evangelho, para no final, chegarmos à glória da ressurreição, para estarmos na vida definitiva com Deus. Quem quiser ser seu discípulo deve “renunciar a si mesmo”, “tomar a cruz” e seguir Jesus no caminho do amor.

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mc 8,29). Seríamos, nós, capazes de responder com exatidão essa pergunta? Concedo que respondê-la com exatidão não é tão fácil, pois trata-se de ir aprofundando no conhecimento de Cristo a tal ponto de podermos dizer com o Apóstolo: “julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo e estar com ele” (Fl 3,8-9).

Num tempo de relativismo como nosso, é preciso que tenhamos critérios verdadeiros na cabeça,  que estejamos bem ancorados na verdade. Guardemo-nos de novidades nocivas: “pois virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos se rodearão de mestres. Desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-se para as fábulas” (2 Tim 4,3-4). 

É preciso que sejamos prudentes, para que não sejamos enganados pelos falsos mestres que tanto prometem; geralmente prometem coisas que agradam os nossos sentidos, mas que não preenchem os nossos corações desejosos de Deus e das coisas eternas.

A pergunta feita por Jesus: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, nos esforços que fazemos para segui-lo. Também podemos perguntar: Quem é Cristo para mim?  E imbuídos pela fé, saibamos repetir como Pedro: “Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo”.

COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Leituras: Is 50, 5-9a; Tg 2, 14-18; Mc 8, 27-35

Quem é Jesus para muitos? Aqui temos diversas respostas que foram dadas ao longo dos séculos. Para os judeus: “é um samaritano” (Jn 8.48). Para os samaritanos: “é verdadeiramente o Salvador do mundo” (Jn 4,42). Para os fariseus: “é um comilão e beberão” (Mt 11,19). Para Natanael: “Tu és o Filho de Deus” (Jn 1, 49). Para os sacerdotes e fariseus: “é um mentiroso” (Mt 27,63). Para João Batista: “Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jn 1,29). Para André: “Achamos o Messias” (Jn 1,41). Para o povo: “Tens um demônio” (Jn 7,20). Para Tomé: “Meu Senhor e meu Deus” (Jn 20,28). Para os seus parentes: “Ele está fora de si” (Mc 3,21). Para Mahatma Gandhi, artífice da independência da Índia em 1947: “Jesus é a figura mais grande da história”. Para o poeta hindu Tagore: “Se os cristãos fossem como o seu mestre, já teríeis a Índia em vossos pés”. Para Ibn Arabí, filósofo, teósofo y místico mulçumano: “Aquele qual enfermidade chama-se Jesus Cristo, já não se pode curar”. Para Jean Fernoit (jornalista): “Durante longo tempo tenho acreditado que Jesus Cristo era filho de Deus, Deus mesmo. Agora não estou seguro. Porém pouco importa. Nenhum homem jamais tem falado nem amado como ele. Ele nos disse que estava em cada um de nós, mas isto ainda eu não chego a crê-lo”. Para Eddy Merck, ciclista belga: “Desejo dar a conhecer Jesus a todos aqueles que não lhe conhecem. Para mim Cristo tem uma presença continua em toda minha vida. Creio profundamente n’Ele, na sua história e na sua divindade”. Para K. Rahner, um dos teólogos católicos jesuítas mais importantes do século XX: “Cristo é a resposta total à pergunta total do homem”. Outro disse: “sou o que sou, porque tenho encontrado em Jesus Cristo a fonte de dois grandes valores da minha vida: a liberdade e o amor”. Para o escritor russo Dostoievski: “Não tem nada mais bonito, mais profundo, mais amável, mais razoável, mais valente, mais perfeito que Cristo, e digo-me a mim mesmo com amor zeloso que não pode ter nada mais perfeito”. 

E Jesus, quem diz ser ele mesmo? Tudo menos triunfalista, charlatão, ganhador de votos e carreirista. Ele definiu-se assim, como escrevi no meu primeiro libro sobre Jesus Cristo: “Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida, a Ressurreição, a Luz do mundo, o Bom Pastor, a Porta das ovelhas, o Pão da vida, a Videira verdadeira, Rei dos corações”. Os apóstolos receberam de Jesus uma boa chamada de atenção, porque eles não lhe entendiam. Ainda ressoa nos nossos ouvidos o que lhe disse a Pedro: “Afasta-te de mim Satanás! Tu pensas como os homens, não como Deus!”. Ser como Satanás significa que Pedro, sem querê-lo, estava tentando a Jesus para que não aceitasse o plano de Deus, senão que seguira as apetências humanas que buscam o êxito e a vitória. O caminho de Jesus era a cruz. Aos apóstolos não lhes entrava na cabeça que seu Mestre, o Messias, pudesse fracassar. Temos que aceitar a Cristo não só como Messias, mas também como o Servo que se entrega pelos demais, que enfrentou a humilhação, os golpes, os cuspes, a coroa de espinhas, os ultrajes; como Isaías bem nos falou hoje na primeira leitura, prefigurando a Cristo como o Servo das dores. Hoje Jesus condenou o triunfalismo de Pedro e, ao condená-lo, condenou o triunfalismo da Igreja Licinio-constantiniana e dos cristãos e da hierarquia triunfalistas.

E para nós, quem é Jesus? Cada um de nós tem feito ou está fazendo a própria experiência de Cristo. Cada um de nós deve responder a esta pregunta que hoje nos faz Jesus. Talvez Médico, Amigo, Mestre, Pastor, Água viva, Pão de vida eterna, Senhor da nossa vida, Juiz supremo, Redentor dos nossos pecados? O que tem que ficar bem claro é isto: não existe em todos os livros sagrados inspirados por Deus nenhum outro messias que o sofredor dos profetas, nem outro Jesus que o nascido para o vexame, a cruz e a ressurreição, nem outra Igreja que a fundada para o serviço e a salvação dos homens, nem outro cristão que o imitador de Cristo. Querer uma Igreja triunfalista é desnaturalizar, secularizar e socializar a Igreja. Temos que nos convencer que o triunfalismo é anti-evangélico. Tiremos da nossa agenda toda altivez e pedantaria religiosa, e vivamos humildes, alegres e firmes na fé messiânica proclamada por Cristo no evangelho de hoje; não por Pedro, a quem Cristo teve que lhe chamar fortemente a atenção.

PARA REFLETIR

O Evangelho de hoje apresenta-nos, caríssimos, alguns dos aspectos mais essenciais da nossa fé cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:

Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória. Estejamos atentos a este fato: somente a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo. A verdade sobre o Senhor, sua realidade mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão, sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala. O homem fechado em si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação. Quanto já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro comunista, como um hippie, etc. Nós, cristãos, não devemos nos iludir nem nos deixar levar por tais visões do nosso Divino Salvador. Jesus é e será sempre aquilo que a Igreja sempre experimentou, testemunhou e ensinou sobre ele: o Filho eterno do Pai, Deus com o Pai e como o Pai, o Messias, o único Salvador da humanidade, através de quem e para quem tudo foi criado no céu e na terra. Qualquer afirmação sobre Jesus que seja menos que isso, não é cristã e deve ser rejeitada claramente pelos cristãos!

Segundo. Ante as opiniões do mundo, o Senhor dirige a pergunta a nós, seus discípulos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Em cada geração, todos nós e cada um de nós devemos responder quem é Jesus. Não se trata de uma resposta somente teórica, teológica, digamos assim. Trata-se de uma resposta que deve ter sérias repercussões na nossa vida. Então: quem é Jesus para mim? Que papel desempenha na minha vida? Como me relaciono com ele? Amo-o? Procuro-o na oração, procuro de todo o meu coração viver na sua palavra? Estou disposto a construir minha existência de acordo com a sua verdade? Deixo-me julgar por ele ou eu mesmo, discretamente, procuro julgá-lo? São perguntas muito atuais, caríssimos, sobretudo hoje, quando nossa sociedade ocidental vira as costas para o Cristo, julgando-o anacrônico e ultrapassado. Agora que a nossa cultura já não considera mais Jesus como aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, mas julga que a própria razão humana, com seus humores e pretensões, é que é a Verdade e a Luz, é, mais que nunca, essencial que nós proclamemos com a vida, com a palavra e com os costumes que Jesus é realmente o nosso Senhor, o nosso critério, a nossa única Verdade!

Terceiro. Pedro respondeu quem é Jesus: “Tu és o Messias!”, isto é, “Tu és o Cristo, o Esperado de Israel, aquele que Deus prometera aos nossos Pais!” Recordai, meus caros, que na mesma passagem, em São Mateus, Jesus declara claramente: “Não foi carne nem sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16,15). Insisto: somente o Pai, na potência do Santo Espírito que habita em nós e na Igreja como um todo, é que pode revelar-nos quem é Jesus. A fé não é uma experiência acadêmica, não é fruto de estudos, não se resume a uma especulação teológica. Para um cristão, crer é entrar na experiência que há dois mil anos a Igreja vem fazendo na Palavra, nos sacramentos, na vida de cada dia: a experiência do Cristo Senhor, que foi morto pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa vida e justificação. Quem se coloca fora dessa fé, da fé da Igreja, já não é realmente cristão! Aqui é muito importante compreender que a nossa fé é pessoal, mas nunca individual: cremos na fé da Igreja, cremos no Cristo da Igreja, cremos como Igreja e com a Igreja. Uma outra fé, um outro Cristo seriam triste ilusão!

Quarto. O Evangelho nos surpreende com uma afirmação: “Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito”. Por quê? Porque havia o perigo de pensar nele como um messias glorioso, um messias como os sonhos dos judeus haviam fabricado: o messias do sucesso, das curas, dos shows da fé, dos palanques políticos, etc. Jesus somente afirmará de modo público que é o Messias quando estiver preso, amarrado, diante do Sumo Sacerdote. Aí já não haverá ocasião para engano. Mas, aqui a pergunta? Também nós, muitas vezes, não temos a tentação de querer um Cristo do nosso modo, sob a nossa medida, para nosso consumo? Amamos o Cristo como ele é ou o renegamos quando não faz como gostaríamos? Estamos realmente dispostos a ir com ele até o fim, crendo nele e nele nos abandonando?

Quinto. Exatamente para deixar claro que tipo de Messias ele é, Jesus começa a dizer “que o filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado; devia ser morto e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente”. Eis, caríssimos, o tipo de Messias, o tipo de Salvador, o tipo de Deus que Jesus é! Será que nos interessa? Estamos nós dispostos a seguir um Mestre assim?

Sexto. Não será a nossa a mesma atitude de Pedro, que repreende Jesus, que desejaria um mestre mais racional, mais palatável, menos radical? Não é essa a maior tentação nossa: um Cristo sem cruz, um cristianismo sem renúncia, uma vida cristã que não nos custe nada?

Sétimo. A resposta de Jesus é clara, curta e dirigida perenemente a todos nós: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem quiser perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salva-la!” O caminho é este, sem máscara, sem acordos, sem jeitinhos! Nosso Senhor nunca nos enganou; sempre disse claramente quais as condições para segui-lo…

Caríssimos, saiamos hoje daqui com estas palavras que nos incomodam, nos provocam e nos desafiam. Que ele nos conceda a graça de reconhecê-lo como nosso único Salvador, de segui-lo como nossa única Verdade e de nele viver como nossa única Vida, ele que é bendito pelos séculos dos séculos. Amém.

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