quinta-feira, 15 de julho de 2021

Bispos cubanos dos EUA se solidarizam com os protestos na ilha



O arcebispo da Filadélfia, dom Nelson Pérez, e outros três bispos cubanos dos EUA expressaram solidariedade e apoio aos milhares de cidadãos que saíram às ruas de Cuba para pedir liberdade na ilha. “Nas dramáticas e corajosas imagens que deram a volta ao mundo”, vimos que “o povo de Cuba saiu às ruas em demonstrações massivas de solidariedade, em povoados, aldeias e cidades, nos dias 11 e 12 de julho”, afirma uma nota da arquidiocese da Filadélfia. “Como cubanos e como bispos da Igreja Católica nos Estados Unidos, estamos sempre conscientes dos sofrimentos constantes e da frustração de nossos irmãos e irmãs na ilha”, diz a nota assinada por dom Pérez, dom Manuel Cruz, bispo auxiliar de Newark, dom Felipe Estévez, bispo de Santo Agostinho, e dom Otávio Cisneros, bispo emérito de Brooklyn. “O direito e a coragem do povo de Cuba de elevar publicamente sua voz, afastando o temor da repressão e revelando uma autêntica solidariedade como povo, são reconhecidos e aplaudidos”, disseram os bispos.

“Seu slogan ´Pátria e Vida´ expressa a frustração ao experimentar um número recorde de casos de covid-19, falta de vacinas, de adequada assistência médica e dos suprimentos necessários: são circunstâncias desumanas, que agravam a falta de alimentos e de cobertura das necessidades básicas”, afirma o texto.

Os bispos disseram que o “´canto de liberdade´ também revela o desejo de todo cidadão cubano de desfrutar dos direitos humanos básicos, reconhecidos como parte da dignidade humana pelas Nações Unidas, e defendidos por séculos pela Igreja Católica e seu ensino social”.

Os bispos também se disseram muito “preocupados com a reação agressiva do governo às manifestações pacíficas, lembrando que a violência gera violência. Tal reação parece negar o princípio básico cubano de ter uma pátria com todos e para o bem de todos”.

“Expressamos nossa solidariedade com os que foram detidos por terem expressado suas opiniões. Rezamos por suas famílias e pedimos sua libertação imediata”, acrescentaram.

Autoridades indianas demolem igreja católica por considerá-la estrutura ilegal



A igreja siro-malabar Little Flower de Lado Sarai, em Nova Deli, na Índia, foi demolida no dia 12 de julho por ser uma estrutura ilegal segundo a Autoridade para o Desenvolvimento de Deli (DDA). A DDA, órgão responsável pelas obras de infraestrutura na capital da Índia, disse, em 9 de julho, que a construção da igreja era ilegal. Segundo a Asia News, agência de notícias do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, membros da comunidade católica de Deli disseram que a DDA “agiu de forma preventiva e por iniciativa própria, enquanto a justiça ainda estava estudando a controvérsia sobre a construção”. O presidente do Conselho Mundial de Igrejas Cristãs na Índia, Sajan K. George, lamentou o fato e afirmou que a demolição é um “ato anticristão”. Para ele, “a igreja foi destruída porque os cristãos são uma minoria discriminada”.

Papa Francisco deixa hospital e volta ao Vaticano


O Papa Francisco voltou ao Vaticano nesta quarta-feira, 14 de julho, depois de onze dias internado no policlínico Gemelli recuperando-se de uma cirurgia no cólon. A Sala de Imprensa da Santa Sé disse em comunicado hoje, 14, que “o Papa Francisco teve alta do Hospital Gemelli pouco depois das 10h30, horário de Roma, e deixou o hospital para retornar à sua residência no Vaticano de carro”. “No caminho para casa, o Papa parou para rezar na Basílica de Santa Maria Maior.”

Segundo o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, o papa visitou o ícone mariano Salus Populi Romani, diante do qual "expressou sua gratidão pelo sucesso da sua cirurgia e ofereceu uma oração por todos os doentes, especialmente aqueles que ele tinha encontrado durante sua estadia no hospital".

O papa chegou à casa Santa Marta, onde mora, pouco antes do meio-dia, horário de Roma.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Em protestos sem precedentes movimento pede eleições livres em Cuba



O Movimento Cristão de Libertação (MCL) instou o povo de Cuba neste domingo, 11 de julho, a seguir pressionando as autoridades comunistas até que permitam eleições gerais. O pedido ocorre depois de milhares de pessoas terem tomado as ruas das principais cidades do país para protestar contra a escassez sem precedentes de bens essenciais e pelas mortes produzidas pela COVID-19 na ilha.

Após meses de escassez de alimentos e medicamentos e o colapso dos hospitais devido à pandemia, milhares de cubanos tomaram as ruas gritando "Abaixo a ditadura!", "Pátria e vida!", "Queremos vacinas!", e "Não temos medo!", formando uma das maiores manifestações em mais de 60 anos de domínio comunista. Manifestantes em algumas regiões marcharam com a imagem de Nossa Senhora da Caridade, a padroeira de Cuba. 

Eduardo Cardet Concepción, Coordenador Nacional do MCL, enviou no domingo, 11, uma declaração a ACI Prensa, a agência em espanhol do grupo ACI, dizendo que "milhares de cubanos estão hoje nas ruas manifestando-se pacificamente, exigindo liberdade e o fim da repressão e da miséria". Eles estão fazendo isso, disse Cardet, "para que a tirania acabe". "O MCL, como parte deste povo cansado da opressão e da injustiça, está plenamente identificado com os seus desejos. Apoiamos os nossos irmãos e irmãs do Movimento de Cristão Libertação e todos os cubanos que se manifestam pacificamente, fazendo uso deste direito legítimo", disse a declaração.

A declaração exige "a libertação dos presos políticos, a anulação das leis repressivas contra a liberdade, o reconhecimento dos direitos econômicos da livre iniciativa dos cubanos, o reconhecimento do direito de cada cubano, dentro e fora da ilha, de votar e ser votado ". A declaração concluiu com as exigências "de realizar eleições com todas estas garantias" e "Liberdade Agora!”.

O MCL foi fundado pelo dissidente católico Oswaldo Payá Sardiñas em 1988 para buscar uma reforma democrática pacífica em Cuba, explicitamente inspirada pela doutrina social da Igreja. Aproveitando uma lacuna na constituição comunista, Payá fez um abaixo-assinado para introduzir a democracia em Cuba. Como consequência, o movimento foi perseguido em todo o país e 42 dos seus líderes acabaram na prisão durante a onda de repressão de 2003 conhecida como a "Primavera Cubana".

Em 22 de Julho de 2012, Payá e outro líder do MCL, Harold Cepero, foram mortos num acidente de carro em circunstâncias suspeitas.

A onda de protestos de domingo começou na cidade de San Antonio de los Baños, no oeste de Cuba ilha, e se espalhou pela ilh até a capital Havana e à cidade de Santiago de Cuba, no leste.

Além da escassez de alimentos e medicamentos, a situação sanitária em Cuba agravou-se dramaticamente desde o início da pandemia. Segundo números do governo, Cuba tem mais de 218 mil casos e 1,4 mil mortos, numa população de 11 milhões de pessoas. O governo admitiu que em julho observou uma "grave retomada" da COVID-19 com mais de seis mil casos diários.

Cuba desenvolveu a sua própria vacina de três doses, mas a sua eficácia não foi confirmada por pesquisas independentes e as taxas de vacinação são inferiores a 10% da população adulta. A baixa taxa é atribuída tanto a uma falta de confiança das pessoas na vacina cubana como à incapacidade do Governo em aumentar a produção e distribuição.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Palavra de Vida: "Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou" (Mt 9,22)

 

Jesus ia a caminho, circundado pela multidão. Um pai desesperado implora-lhe que vá socorrer a sua filha que está a morrer. Enquanto para lá se dirige, dá-se um outro encontro: uma mulher, que há muitos anos sofria de perdas de sangue, abre caminho por entre as pessoas. A sua condição física tinha consequências tão graves que a obrigavam até a limitar os relacionamentos familiares e sociais. A mulher não chama por Jesus, não fala, mas aproxima-se por trás e ousa tocar na orla do seu manto. Tem uma forte convicção: “Se eu, ao menos, conseguir tocar no seu manto, ficarei curada deste sofrimento que me atormenta”.

Nesse momento, Jesus, voltando-se e olhando para ela, assegura-lhe que a sua fé obteve a salvação. Não apenas a saúde física mas, através do olhar de Jesus, o encontro com o amor de Deus.

Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou

Este episódio do Evangelho de Mateus abre também para nós perspectivas inesperadas: Deus vem sempre ao nosso encontro, mas espera também a nossa iniciativa para não perdermos o encontro com Ele. O nosso percurso de fé, embora acidentado e marcado por erros, fragilidades e decepções, tem um valor muito grande. Ele é o Senhor daquela Vida verdadeira que quer derramar sobre todos nós, seus filhos e filhas, revestidos de uma dignidade que nenhuma circunstância pode suprimir. Hoje, por isso, Jesus diz-nos também a nós:

Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou

Para vivermos esta Palavra, pode ajudar-nos o que Chiara Lubich escreveu, meditando precisamente sobre esta passagem evangélica: «Pela fé, o homem mostra claramente que não se apoia em si mesmo, mas que se confia a Alguém mais forte do que ele. […] Jesus chama à mulher curada “Filha”, para lhe revelar aquilo que deseja realmente dar-lhe: não só um dom para o seu corpo, mas a vida divina que a pode renovar inteiramente. Com efeito, Jesus realiza os milagres para que seja acolhida a salvação de que é portador, o perdão, o dom do Pai que é Ele mesmo e que, comunicando-se ao homem, o transforma. […] Como viver, então, esta Palavra? Demonstrando a Deus, nas necessidades graves, toda a nossa confiança. Esta atitude não nos isenta das nossas responsabilidades, não nos dispensa de fazer toda a nossa parte. […] Pode acontecer que a nossa fé seja posta à prova. É o que verificamos nesta mulher que sofre, mas que consegue ultrapassar o obstáculo da multidão que a separa do Mestre. […] Devemos, portanto, ter fé. Mas aquela fé que não vacila diante da provação. Devemos também mostrar a Jesus que compreendemos o imenso tesouro que Ele nos trouxe, o dom da vida divina, estando-Lhe gratos e correspondendo a esse dom»(1).

Morte de presidente deve aumentar êxodo de haitianos, diz padre de São Paulo


A crescente violência no Haiti e o assassinato do presidente Jovenel Moïse na madrugada desta quarta-feira, 7 de julho, deve ter impacto no fluxo de haitianos que buscam sair do país, disse o padre Paolo Parise, da Missão Paz, que acolhe migrantes em São Paulo (SP).

O presidente Jovenel Moïse, de 53 anos, foi assassinado na madrugada de hoje, 7 de julho, em sua casa, na capital Porto Príncipe. A informação foi confirmada pelo primeiro ministro interino do Haiti, Claude Joseph. “O presidente foi morto na casa dele por estrangeiros que falavam inglês e espanhol. Eles atacaram a residência do presidente da República”, disse. A primeira-dama, Martine Moïse, foi ferida no ataque e está hospitalizada.

Após o ocorrido, Claude Joseph decretou estado de emergência no Haiti, até que seja definido quem assumirá o poder, já que ele é primeiro-ministro interino e o presidente da Suprema Corte, que poderia assumir a Presidência, morreu de covid-19 no mês passado e ainda não foi substituído.

“A situação do Haiti continua há tempos caracterizada por uma grande instabilidade política, com aumento da violência, gangues disputando o território e ultimamente sendo colocada em discussão por alguns grupos a legitimidade do presidente Moïse, que foi assassinado”, disse à ACI Digital o padre Paolo Parise, da Congregação dos Missionários de São Carlos, os scalabrinianos.

Moïse assumiu a presidência do Haiti em 2017 e, desde então, enfrentava protestos, sendo acusado de tentar instalar uma ditadura. Ele foi eleito em outubro de 2015, em meio a eleições conturbadas. O pleito foi anulado e repetido em novembro de 2016, quando Moïse venceu no primeiro turno. O presidente e seus apoiadores, então, afirmavam que seu mandato de cinco anos teve início em 2017. Mas, a oposição afirmava que o mandato teria acabado em fevereiro de 2021 e, por isso, exigia sua renúncia.

O presidente dissolveu o Parlamento e governava por decreto desde janeiro de 2020, já que não houve eleições no Haiti nos últimos anos. Ele também queria promover uma reforma constitucional. Um referendo constitucional estava agendado par abril, mas foi adiado para 27 de junho e depois para 26 de setembro, por causa da pandemia.

Em meio à crise política, o Haiti também viu aumentar a violência, com a luta de gangues contra a polícia por controle das ruas. A tudo isso se soma ainda a pobreza e a escassez de alimentos.

Neste cenário, o padre Parise disse à ACI Digital que “já é grande o número de deslocamentos internos no Haiti, com as pessoas tendo que sair de seus bairros por causa da violência”. Agora, “Podemos prever um maior número de haitianos chegando”, disse o sacerdote que acolhe milhares de migrantes na Missão Paz.

Segundo o padre Parise, atualmente os migrantes haitianos veem o Brasil como “oportunidade de trânsito, a fim de chegar a países como França, Estados Unidos”. Essas pessoas deixam seu país por causa “da pobreza, das tensões sociais e políticas e também questões ambientais, como terremotos”, disse.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Dez igrejas são queimadas no Canadá por causa de túmulos de crianças indígenas


Pelo menos dez igrejas católicas e templos anglicanos foram vítimas de incêndios criminosos após a descoberta, no final de maio, de túmulos não marcados de centenas de crianças indígenas nas antigas escolas residenciais dirigidas por católicos no Canadá. Várias das igrejas atingidas, na sua maioria católicas, estão nos territórios das Nações Originárias do Canadá, as Primeiras Nações, ao sul da região ártica.

Mais de mil túmulos anônimos nas antigas escolas residenciais criadas pelo governo canadense. Mais da metade dessas escolas foi administrada pela Igreja Católica entre 1831 e 1996. Em 22 de maio, foram encontrados os primeiros 215 túmulos anônimos de crianças indígenas na escola residencial indígena Kamloops, na Colúmbia Britânica. Em 24 de junho, líderes da Primeira Nação de Cowessess anunciaram o descobrimento de 751 túmulos anônimos na antiga escola Marieval. Outros 182 restos humanos foram encontrados perto da antiga escola da Missão de San Eugênio, dirigida por católicos em Cranbrook, também na Colúmbia Britânica.

Até o momento, não se sabe a identidade nem as circunstâncias da morte dos menores. Na época, os óbitos e os enterros não foram documentados. A descoberta dos túmulos foi possível graças ao uso de um radar de penetração terrestre. Neste fim de semana, o jornal americano Fox News noticiou que várias igrejas foram incendiadas na Colúmbia Britânica. No dia 21 de junho, a igreja do Sagrado Coração foi incendiada em Penticton Indian Band. No mesmo dia, também foi incendiada a igreja católica de São Gregório, nas terras da Osoyoos Indian Band. No dia 26 de junho, outras duas igrejas católicas, Nossa Senhora de Lourdes Chopaka e Sant´Ana, foram incendiadas em terras indígenas. No mesmo dia, a igreja anglicana de São Paulo também foi danificada por um pequeno incêndio. Mas no dia 1º de julho, o templo voltou a sofrer um novo incêndio que o destruiu completamente. Em 28 de junho, foi a vez de um novo incêndio na igreja católica da Primeira Nação Siksika, que terminou sendo controlado. Em Alberta, a igreja da paróquia de São João Batista foi incendiada no dia 30 de junho. No dia seguinte, 1º de julho, a catedral de São Patrício em Yellowknife, nos territórios do noroeste, também foi atacada, sofrendo danos menores. Um incêndio, que foi controlado, atingiu, no dia 2 de julho, a igreja anglicana de São Columbano, na Colúmbia Britânica. No domingo, 4 de julho, houve um incêndio no templo da House of Prayer Alliance Church, na cidade de Calgary. Pelo menos 10 igrejas da cidade foram manchadas com tinta vermelha ou marcas de mãos vermelhas. Uma delas teve a janela quebrada e uma lata de tinta foi jogada no seu interior.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, se reuniu com líderes indígenas e funcionários provinciais na sexta-feira, 2 de julho para condenar a onda de incêndios. “Não posso deixar de pensar que queimar igrejas está realmente privando as pessoas que precisam de luto, cura e lugares onde possam chorar, refletir e buscar apoio. Não devemos atacar os edifícios que podem servir de consolo para alguns dos nossos concidadãos”, disse o primeiro-ministro.

Além das autoridades, sobreviventes das escolas residenciais e líderes indígenas também estão pedindo o fim da violência. “Queimar igrejas não é um ato de solidariedade para conosco, os povos indígenas. Como eu disse, não destruímos os locais de culto das pessoas”, afirmou Jenn Allan-Riley, líder pentecostal indígena da Living Waters Church, em entrevista coletiva na segunda-feira, 5 de julho. “Nos preocupa que o incêndio e a destruição de igrejas tragam mais conflitos, depressão e ansiedade àqueles que já estão em luto e abalados”. Allan-Riley é uma antiga aluna das escolas residenciais. Queimar as igrejas “não é nossa forma nativa”, disse ela, para quem os incêndios alimentam a divisão entre os povos indígenas e os não-indígenas. Vários ex-alunos das escolas residenciais “permaneceram católicos e agora perderam seu lugar de culto e consolo”, disse a ministra pentecostal.

CNBB cria grupo de trabalho sobre expressões carismáticas


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, na última quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato.

Composto por bispos e representantes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Renovação Carismática Católica e do Serviço Internacional de Comunhão Charis, o GT vai retomar as reflexões já realizadas pela Conferência Episcopal sobre a atuação e identidade dos grupos ligados à RCC, movimentos eclesiais e novas comunidades.

A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.

Desde a década de 1990 a CNBB tem estudado e oferecido orientações relacionadas ao carisma pentecostal católico, como a publicação do documento 53 “Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica”, a realização de seminários sobre novas comunidades e a elaboração do subsídio “Associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades” para a 55º Assembleia Geral.

Segundo dom Giovane, na realidade das expressões carismáticas, há frutos e conflitos, como a questão da identidade e alguns grupos com “tendências fundamentalistas bastante fortes”. Outra preocupação é a relação com a Igreja local. Desses grupos, recordou o bispo, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”. Assim, “diante da extensão do tema e da necessidade de continuar o diálogo, estamos propondo, retomando todo o caminho que foi percorrido pela Conferência”, destacou.