sábado, 23 de janeiro de 2021

Bispos dos EUA a Joe Biden: "Aborto é ataque direto à vida"



Bispos dos EUA reafirmam a Joe Biden: “Aborto é ataque direto à vida“. Em mensagem por ocasião da posse do novo presidente norte-americano nesta quarta-feira, 20 de janeiro de 2021, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) declarou que irá contribuir com um bom governo para o país, como o faz em todas as administrações independentemente de partido, mas, ao mesmo tempo, se manterá firme na defesa da família e da vida, o que implica rejeitar de modo explícito qualquer política pró-aborto.

De fato, Joseph R. Biden, do Partido Democrata, tem mantido uma trajetória de flagrante incoerência entre a sua declarada fé católica e as suas posições pró-aborto, incompatíveis com a doutrina cristã. Biden chegou a ter a Sagrada Comunhão negada por um sacerdote devido a essa postura, já que defender publicamente o aborto, no caso de uma personalidade com grande poder de influência na decisão de outras pessoas a esse respeito, é motivo para excomunhão latae sententiae. O sacerdote em questão era o pe. Robert Morey, pároco em Charleston, que, na ocasião, declarou:

“Lamentavelmente, no domingo passado, tive que negar a Sagrada Comunhão ao ex-vice presidente Joe Biden. A Sagrada Comunhão significa que somos um só com Deus, entre nós e com a Igreja. Os nossos atos deveriam refletir essa unidade. Qualquer figura pública que defenda o aborto se exclui dos ensinamentos da Igreja. Como sacerdote, é minha responsabilidade ensinar às almas confiadas aos meus cuidados, inclusive nas situações mais difíceis. Continuarei rezando pelo Sr. Biden”.

Agora como presidente, Joe Biden terá vários ativistas pró-aborto entre os seus colaboradores mais próximos. Sua vice-presidente, Kamala Harris, é abertamente defensora do aborto como alegado “direito”. Nesta semana, Biden nomeou como administradora da agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) a ex-embaixadora junto à ONU Samantha Power, que também promove publicamente o aborto como suposto “direito”.

Bispos dos EUA a Joe Biden: “Aborto é ataque direto à vida”

Dom José Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB, assina o comunicado em que o episcopado norte-americano declara:

“Para os bispos da nação, a contínua injustiça do aborto permanece como prioridade preeminente. Embora preeminente, não significa única. Temos uma preocupação profunda com as muitas ameaças à vida e à dignidade humanas em nossa sociedade. No entanto, como ensina o Papa Francisco, não podemos ficar calados quando quase um milhão de nascituros são aniquilados anualmente em nosso país com o aborto”.

Os bispos se dizem esperançosos de um “diálogo para tratar dos complicados fatores culturais e econômicos que motivam o aborto”, apesar das diferenças ideológicas com o novo governo:

“Como acontece com todas as administrações, haverá áreas nas quais estaremos de acordo e nas quais trabalharemos juntos, mas também haverá áreas nas quais teremos desacordos de princípios e uma forte oposição”.

O episcopado observa que Joe Biden é o primeiro presidente dos EUA nos últimos 60 anos a se declarar católico, um fato que, supostamente, significa que ele “compreende profunda e pessoalmente a importância da fé e das instituições religiosas”. Dom José Gomez recorda, aliás, que o novo presidente do país já deu depoimentos sobre o quanto a fé lhe trouxe “consolo em tempos difíceis e trágicos”. Ao mesmo tempo, o representante dos bispos norte-americanos também recorda outros fatos concretos que não podem ser ignorados:

“O nosso novo presidente se comprometeu a seguir certas políticas que promoveriam males morais e ameaçariam a vida e a dignidade humanas, mais seriamente no tocante ao aborto, à contracepção, ao casamento e gênero. A liberdade da Igreja e a liberdade dos fiéis de viverem de acordo com a sua consciência é motivo de profunda preocupação”.

De fato, estima-se que Joe Biden revogará determinações do governo Trump que vetaram a destinação de verbas públicas a organizações nacionais e estrangeiras que realizam ou promovem o aborto.

O presidente dos bispos dos Estados Unidos enfatizou:

“O aborto é um ataque direto à vida que também fere a mulher e enfraquece a família. Não é apenas um assunto privado: ele gera situações problemáticas em aspectos fundamentais como a fraternidade, a solidariedade e a inclusão na comunidade humana. É também uma questão de justiça social. Não podemos ignorar a realidade de que os índices de aborto são muito mais altos entre os pobres e as minorias e que esse procedimento é usado sistematicamente para eliminar crianças que nasceriam com deficiências”.

EUA: Bispos saúdam medidas de Biden sobre migração




Os bispos dos Estados Unidos saudaram a decisão do presidente Joe Biden de interromper, em seu primeiro dia de mandato, algumas deportações e manter o programa DACA que favorece jovens imigrantes.

“Aplaudimos que o presidente Biden tenha restabelecido o programa DACA e o encorajamos fortemente a que ele e o Congresso gerem uma legislação que permita que os Dreamers tenham cidadania”.

Assim indicaram os bispos em um comunicado assinado pelo presidente do Episcopado e Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gomez, e Dom Mario Dorsonville, Bispo Auxiliar de Washington e Chefe do Comitê de Migração.

O presidente Barack Obama criou em 2012 o Programa de Ação Diferida os Chegados na Infância (DACA), que favorece os dreamers, que chegaram ilegalmente ao país. Cerca de 800 mil pessoas foram beneficiadas com o mesmo.

A administração Trump tentou desde 2017 fechar o programa, ao não aceitar novos beneficiários, e deu ao Congresso seis meses para emitir uma lei, algo que não aconteceu. Depois disso, o governo procurou encerrar o programa, mas vários cortes o impediram.

Em junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o procedimento do governo para encerrar o programa era ilegal.

O Supremo Tribunal enviou o caso de volta ao governo, que anunciou que continuaria a não aceitar novos beneficiários enquanto o programa estava sendo revisado, e concedeu um ano de renovação aos beneficiários do mesmo.

A equipe de transição de Biden prometeu que enviará uma lei migratória ao Congresso para, entre outras coisas, oferecer um caminho para a cidadania para os dreamers e aqueles com Status de Proteção Temporária (TPS).

Dom Dorsonville também saudou outras decisões migratórias de Biden, incluindo a revogação de uma ordem executiva de Trump de 2017 que expandiu e intensificou a fiscalização da imigração e deportações de imigrantes indocumentados.

Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia

 


Abortos no mundo em 2021 já superam mortes por covid em toda a pandemia. Na manhã de segunda-feira, 18 de janeiro, a soma das mortes provocadas pela covid-19 em todo o planeta ao longo dos últimos 12 meses ultrapassou os 2,033 milhões. Nesta mesma manhã, o total de abortos feitos no mundo somente em 2021 já superou essa dramática marca: foram mais de 2,038 milhões de abortos desde o dia 1º de janeiro.

Isso mesmo: só nos primeiros 17 dias e meio do ano de 2021, os abortos propositais já são mais numerosos do que toda uma pandemia histórica de covid-19 ao longo de 1 ano inteiro.

A fonte dos dados é o site Worldometers.info, um painel de estatísticas mundiais que apresenta números a partir de fontes oficiais. Ele mostra, por exemplo, que, do dia 1º de janeiro de 2021 até a manhã deste dia 18 do mesmo mês, já nasceram 6,7 milhões de pessoas, enquanto faleceram 2,8 milhões de seres humanos – sem contar os casos de aborto.

Portugal: Conferência Episcopal volta a suspender Missas com fiéis devido à Covid-19



Na quinta-feira, 21, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lamentou ter de suspender novamente as Missas com a presença de fiéis a partir deste sábado, devido à “extrema gravidade da situação pandêmica” que o país vive com a Covid-19; anteriormente a medida foi tomada em março de 2020 no início da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Por meio de um comunicado, a CEP afirmou que, “embora lamentando fazê-lo”, determina “a suspensão da celebração ‘pública’ da Eucaristia a partir de 23 de janeiro de 2021, bem como a suspensão de catequeses e outras atividades pastorais que impliquem contato, até novas orientações”.

Ressalta, porém, que “as Dioceses das Regiões Autônomas dos Açores e da Madeira darão orientações próprias”.

Além disso, solicita que, diante dessa decisão de suspensão das Missas públicas, sejam disponibilizadas aos fiéis a transmissão ao vivo “por via digital” das Celebrações Eucarísticas.

A CEP já havia determinado a suspensão das celebrações comunitárias em março de 2020, durante a primeira onda da pandemia. Esta medida foi mantida até o final de maio daquele ano.

Outra medida indicada agora pelos Bispos portugueses é que “as exéquias cristãs devem ser celebradas de acordo com as orientações da Conferência Episcopal de 8 de maio de 2020 e das autoridades competentes”.

Além disso, no dia 14 de janeiro, a CEP já tinha determinado a suspensão ou adiamento das celebrações de Batismos, Crismas e Matrimônios, frente à “gravíssima situação” provocada pela pandemia.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, até o momento foram confirmados 595.149 casos de Covid-19 em Portugal e 9.686 mortes. Desse total, 13.544 casos e 221 óbitos confirmados na última quinta-feira.

“Tendo consciência da extrema gravidade da situação pandêmica que estamos a viver no nosso País, consideramos que é um imperativo moral para todos os cidadãos, e particularmente para os cristãos, ter o máximo de precauções sanitárias para evitar contágios, contribuindo para ultrapassar esta situação”, afirma a CEP em seu comunicado.

Os Prelados também expressam “especial consideração, estima e gratidão a quantos, na linha da frente dos hospitais e em todo o sistema de saúde, continuam a lutar com extrema dedicação para salvar as vidas em risco”.

“Que Deus abençoe este inestimável testemunho de humanidade e generosidade e que eles possam contar com a solidariedade coerente e responsável de todos os cidadãos, a fim de que, com a colaboração de todos, possamos superar esta gravíssima crise e construir um mundo mais solidário, fraterno e responsável”, acrescentam.

Por fim, os Bispos portugueses pedem que, “a nível individual, nas famílias e nas comunidades, se mantenha uma atitude de constante oração a Deus pelas vítimas mortais da pandemia, pedindo ao Senhor da Vida que os acolha nos seus braços misericordiosos, e manifestamos o nosso apoio fraterno aos seus familiares em luto”.

Além da suspensão das Missas com a presença dos fiéis, de acordo com a Agência Ecclesia, do episcopado português, o retiro dos Bispos de Portugal, que deveria ocorrer de 22 a 26 de fevereiro, também foi cancelado.

Padre da Canção Nova é criticado nas redes após apoiar o presidente pró-aborto, Biden



Em resposta às criticas o padre respondeu: “A hipocrisia… Jesus falou dela dezenas de vezes e nenhuma do aborto”.

Nesta quinta e sexta-feira, Católicos de todo Brasil foram às redes sociais questionar a atitude do Padre Roger Araújo – membro da comunidade Canção Nova – que, juntamente com muitos outros padres e “católicos” mal formados, apoia o candidato Joe Biden, recém eleito Presidente dos EUA.

Conforme muitos meios de comunicação noticiaram, em poucas horas de exercício de seu mandato, ele já emitiu mais de uma dezena de decretos desfazendo atos do governo anterior. Entre eles se destaca a política pró-aborto e pró-LGBT do candidato que se declara “católico”.

Em uma postagem em suas redes sociais, o Padre Roger Araújo comemorou e abençoou o recém empossado presidente dos EUA, com as seguintes palavras:

“Os EUA é uma nação de maioria protestante. Dos 46 presidentes americanos este é o segundo presidente Católico e praticante. De missa dominical, oração diária, confissão e direção espiritual. Mantém excelente comunicação com os bispos americanos. Deus o abençoe!”



Descontentes com os elogios tecidos pelo padre, muitos católicos foram às redes sociais responder à postagem, alertando o padre que seu ponto de vista era incompleto e não correspondia a totalidade dos fatos pois, mesmo se declarando católico, Biden sempre apoiou o aborto e a agenda gay, ambas posições condenadas pela Santa Igreja de maneira incontestável.

Um católico de destaque e apresentador da Canção Nova, professor Felipe Aquino, também usou as redes sociais para alertar o padre e seu alerta fez sucesso, como vemos na foto no final da matéria.

“É pena que seja a favor do aborto.” - Prof. Felipe Aquino

Além desta resposta, muitos outros católicos se uniram para alertar o Padre da comunidade Canção Nova, como vemos abaixo. Muitos inclusive cobram um posicionamento e providências por parte da Instituição Católica que conta com acolhimento pontifício.

Diante da réplica, Padre Roger escreveu que “membros do partido democrata defendem o aborto. Ele (o presidente Biden) defende a constituição. 400 mil americanos morreram vítimas do pouco caso do presidente que sai e o único problema da humanidade para o conservadorismo doentio e o aborto”

Uma fiel respondeu, consternada, que “se o aborto não for o maior dos problemas, qual seria?”, ao que o Padre respondeu:

“A hiprocrisia… Jesus falou dela dezenas de vezes e nenhuma do aborto”.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Cardeal Dolan: Aborto será um tema crucial para católicos também diante do governo Biden



O Arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Dolan, explicou em uma coluna publicada em 13 de janeiro porque os católicos não se envergonham de estar "preocupados demais" com o aborto, especialmente no contexto do próximo governo de Joe Biden.

Relembrando uma conversa com um político que lhe perguntou “por que os católicos são tão obcecados com o aborto?”, o Arcebispo de Nova York explicou que “na realidade, somos obcecados pela dignidade da pessoa humana e pela santidade de toda vida humana. Sim, a vida inocente e indefesa do bebê no ventre, mas também a vida do prisioneiro condenado à morte, do imigrante, dos idosos frágeis, dos pobres e dos doentes”.

“Na verdade”, diz o Cardeal Dolan na coluna publicada na Catholic New York, “este não é um tema exclusivamente 'católico', mas de direitos humanos. Não aprendemos que o aborto é horrível nas aulas de religião, mas em Biologia e em nossos cursos sobre a tradição dos 'direitos inalienáveis' na história dos Estados Unidos".

“Como podemos manter uma cultura que rejeita a violência, a exclusão, o suicídio, o racismo, a injustiça e a insensibilidade para com os necessitados, se aplaudimos, permitimos, pagamos e promovemos a destruição dos mais desamparados, o bebê no útero?", perguntou.

O Cardeal Dolan lembrou que "os partidários do aborto nos garantiram há quarenta e oito anos", com a sentença Roe vs. Wade, que o aborto permaneceria seguro, legal e pouco comum. "Até aqui as garantias! Só nos acostumamos. O aborto continua sendo o assunto mais controverso em nossa política, e as pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos quer restrições ao seu uso inquestionável e não quer que seus impostos paguem por isso", assinalou.

“Estamos ainda mais 'obcecados' agora, pois nosso novo presidente, a quem desejamos tudo de bom e que fala com admirável sensibilidade sobre a proteção dos direitos dos mais fracos e ameaçados, concorreu em uma plataforma que apoiava avidamente essa espantosa pena capital para os bebês inocentes não nascidos”, acrescentou.

Arcebispo dos Estados Unidos pede o fim da pena de morte



Próximo às três execuções federais programadas para janeiro nos Estados Unidos, o arcebispo Paul Coakley, presidente do Comitê de Justiça Doméstica e Desenvolvimento Humano dos bispos dos EUA, expressa profundo choque e preocupação com a repentina escalada da aplicação da pena de morte em solo estadunidense.

“Passaram-se sessenta anos desde que ocorreram execuções federais nos Estados Unidos”, disse ele, acrescentando que “historicamente houve apenas quatro, sendo a última em 2003”. No ano passado, no entanto, “houve dez execuções federais, o que é mais do que o total combinado de todos os cinquenta estados”.

O arcebispo Coakley, em entrevista ao Vatican News, expressou a oposição da Igreja ao uso da pena de morte, já que o governo do presidente Donald Trump acelera o ritmo das execuções federais em seus últimos dias à frente da Casa Branca.

Três execuções nos últimos dias do governo Trump

Na quarta-feira, 13, o governo dos Estados Unidos executou Lisa Montgomery, a única mulher no corredor da morte federal. Montgomery foi condenado em 2007 no Missouri pelo sequestro e assassinato de Bobbie Jo Stinnett, que na época estava grávida de oito meses. A execução de Montgomery foi a primeira em 2021 e a décima primeira desde o ano passado.

O governo também executou Corey Johnson na quinta-feira, 14, por uma série de sete assassinatos em 1992. Johnson cometeu os assassinatos para promover uma empresa de drogas. Embora os advogados de Johnson tenham argumentado por um atraso na execução, alegando que Johnson testou positivo para o coronavírus no mês passado, os tribunais não foram receptivos às suas reivindicações.

O governo Trump pretende executar seu último preso, Dustin J. Higgs, na sexta-feira. Higgs foi condenado à morte pelos assassinatos de três mulheres em 1996 em Maryland. Se a execução continuar como planejado, a morte de Higgs será a terceira esta semana.

Aborto livre no Chile é reproposto após aprovação na Argentina



Parlamentares e ativistas pró-vida questionam motivações por trás da nova tentativa de forçar a legalização do aborto livre no país.

Aborto livre no Chile é reproposto após aprovação na Argentina, mediante projeto de lei preparado por um grupo de deputadas em parceria com a “Mesa de Acción por el Aborto en Chile” e com a “Corporación Humanas”. O objetivo desse grupo é modificar o Código Penal chileno para ampliar o acesso ao aborto até a 14ª semana de gravidez, sem exigência de qualquer justificativa. Atualmente, com base na legislação de setembro de 2017, o país permite o aborto até a 12ª semana de gestação em casos de estupro, inviabilidade fetal e risco de vida para a mãe. Se a gestante for menor de 14 anos, o prazo é ampliado para 14 semanas de gestação.

Os atuais debates acontecem dentro da Comissão de Mulher, Equidade e Gênero, da Câmara dos Deputados.

Nem todos os parlamentares, porém, concordam com o projeto.

A deputada Ximena Ossandón, da Renovação Nacional, pediu explicações sobre o porquê da extensão do prazo até a 14ª semana, mas o seu questionamento não foi respondido durante a sessão. Ximena também pediu estatísticas consolidadas sobre mortes de mulheres em decorrência de abortos desde 1985 até 2017, assim como de 2017 até o presente. Ela solicitou ainda o número total de abortos realizados nesses dois períodos, bem como a quantidade de abortos não amparados nas três situações previstas em lei, assim como detalhes das sentenças aplicadas a mulheres e homens pelo crime de aborto.

A razão desta última solicitação é que os promotores do aborto livre estão usando a narrativa de que a legislação atual puniria injustamente uma grande quantidade de mulheres que não teriam alternativa a não ser o aborto clandestino.

Constanza Saavedra, do Coletivo pelas Duas Vidas, afirmou que o atual projeto apela para argumentos já debatidos em 2017:

“Naquela ocasião já dissemos que era uma porta de entrada para o aborto livre, mas negaram isso. Agora estão repetindo o mesmo argumento. Neste momento querem o aborto livre nas primeiras 14 semanas, mas daqui a dois anos vai ser em qualquer momento da gravidez”.

A este respeito, Constanza Saavedra declarou à agência ACI Prensa:

“A mulher que vive uma gravidez em situação de vulnerabilidade fica desamparada e abandonada. O Estado não oferece alternativa além do aborto. Para o Estado é muito mais fácil, rápido e barato investir na legalização do aborto do que realmente resolver os problemas da maternidade e da vulnerabilidade. O aborto não é um problema de saúde pública: é mais uma questão ideológica do que uma resposta às necessidades das mulheres chilenas. As mulheres pobres não querem matar seus filhos. Este é um plano bem organizado há anos. Na Argentina, a rejeição ao aborto foi contundente e categórica; o aborto não teve aceitação na sociedade, mas [seus promotores] conquistaram os votos para legalizá-lo”.

Constanza reforçou que o Coletivo pelas Duas Vidas defende a vida da mãe e do bebê em prol da verdadeira liberdade e dignidade das mulheres:

“Temos que trabalhar como sociedade em soluções reais e duradouras para atacar a raiz dos problemas que levam as mulheres a pensar que o aborto é a melhor solução. Não se resolve eliminando os pobres, mas sim retirando-os da pobreza; não se elimina o doente, mas se resolve a doença; depois do aborto, a mulher continua na mesma situação de vulnerabilidade”.