quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

França: Universidade Católica de Lille vai demolir capela do século XIX


Última e desesperada tentativa da Urgences Patrimoine foi publicar anúncio no maior site de classificados da França à procura de "parlamentares corajosos"


Já se iniciaram as obras para a demolição da Capela de São José, antiga capela do Colégio Saint-Paul e mas agora pertencente à Universidade Católica de Lille. Localizada na cidade de Lille, ao norte da França, a última missa celebrada em seu interior de 2 mil m2 foi no ano de 2002.

Agora, a universidade quer usar o terreno para erguer um novo prédio para a sua escola de engenharia, informa a rádio France Bleu. Em comunicado à rádio, eles informaram que “a capela está profanada há mais de vinte anos, está abandonada. Precisamos criar este campus para continuar a ser uma escola de engenheiros de padrão europeu.”

O Ministério da Cultura francês se recusou a classificar a capela como patrimônio histórico da França. Após diversas tentativas de impedir a demolição e já quase sem esperanças, a presidente da associação Urgences Patrimoine (Emergências Patrimoniais, em livre tradução), Alexandra Sobczak, fez um anúncio irônico em um dos maiores sites de classificados da França, Le Bon Coin.

“Precisa-se urgente de Parlamentar corajoso para defender patrimônio. Nosso patrimônio histórico está sendo destruído pouco a pouco, com a conivência das nossas instituições. O Urgences Patrimoine pede para que parlamentares corajosos e responsáveis façam ouvir a voz de cidadãos que se recusam a testemunhar a nossa história coletiva se transformar em estacionamentos”, diz o texto do anúncio.

Arcebispo brasileiro expressa perplexidade perante restrições a igrejas devido a Covid-19



O Arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, expressou sua perplexidade diante das medidas estabelecidas pela prefeitura local devido à pandemia de Covid-19, as quais impõem mais restrições a igrejas do que a praças de alimentação.

Na última semana, a Prefeitura chegou a anunciar que Juiz de Fora entraria na Onda Vermelha do programa estadual "Minas Consciente", a fase mais restritiva das medidas de prevenção ao coronavírus.

Entretanto, na sexta-feira, 4 de dezembro, a Prefeitura voltou atrás e decidiu manter o município na Onda Amarela.  A decisão foi tomada pelo Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, que definiu algumas medidas que devem ser adotadas na cidade.

Entre tais medidas está a determinação de que templos religiosos funcionem com, no máximo, 20% da capacidade e que Missas e cultos tenham duração máxima de 45 minutos.

Por outro lado, as praças de alimentação em todos os empreendimentos comerciais poderão funcionar com, no máximo, 50% de capacidade.

Diante disso, Dom Gil Antônio afirmou que é “incompreensível por que praças comerciais de alimentos podem funcionar com 50% de sua capacidade de fregueses, sem restrição de horários, e as igrejas, que são lugares muito mais seguros, que cuidam com muito mais rigor do distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos repetidas vezes numa única celebração, tapetes químicos e medição de temperatura, devem funcionar apenas com 20% do espaço e restringir suas celebrações em apenas 45 minutos”.

“Leve-se em consideração que estamos para celebrar, nas igrejas, a segunda mais importante liturgia do ano, que é o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, festa que se caracteriza pela harmonia, pela ternura e pela paz. Incompreensível!”, concluiu.

A idolatria e os tempos atuais



Uma boa definição para a mentalidade da sociedade moderna é o que a Bíblia chama de idolatria, que os profetas bíblicos descrevem melhor do que ninguém: fazer um deus sob medida, algo ou alguém que construo com os meus pensamentos, atos e palavras, que venero incondicionalmente e dou um valor absoluto.

Idolatria é um jeito de viver a relação com as coisas e as pessoas. Pode ser o trabalho, os filhos, um relacionamento afetivo, o marido, a mulher, os bens quando estão acima de tudo e de todos, e tudo sacrifico para preservá-los. É colocar acima de tudo o bem-estar material, o poder, algumas pessoas. Idolatram-se as pessoas, chefes políticos ou religiosos, quando se deposita neles a esperança de que possam resolver nossos problemas. Eles são “bons” e “capazes” de nos salvar do mal.

Os profetas bíblicos nos alertam de que podemos ter uma relação idolátrica com o próprio Deus ou na forma de praticar a religião. Em sua época, os deuses idolatrados foram o bezerro de ouro que Aarão construiu a pedido do povo no êxodo, destruído por Moisés; e Baal, deus cananeu da fertilidade e abundância. Trazendo para os dias de hoje, podemos viver a mesma relação idolátrica nas nossas práticas cultuais-religiosas.

Nascido no coração do ser humano, o ídolo orienta as escolhas concretas, distorcendo a realidade, abandonando-nos a falsas ilusões, tornando tudo vazio e inconsistente (“tem olhos, mas não vê, ouvidos, mas não ouve”). Ele parece dar segurança, está à nossa mão, próximo de nós, parece ser garantia, amigo, aliado e até cúmplice. O ídolo manipula o ser humano (“correndo atrás do nada se torna ele mesmo nulidade”). Estabelece-se com ele uma relação falsa, ilusória, vazia, sem capacidade de mudar a história.

Vivemos uma relação idolátrica quando as práticas religiosas não tocam o fundo do nosso coração, sem nos “ferir” e comover, sem nos fazer mudar o modo de ver e entender a realidade. Tornam-se práticas exteriores que não convertem, não fazem mudar de posição: do ser escravo do ídolo para a liberdade na relação com as coisas, as pessoas e o próprio Deus. Cria- -se uma dissociação entre prática religiosa e vida real.

Bispos portugueses dão indicações para celebrar o Natal em tempo de pandemia


A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou uma nota sobre a celebração do Natal em tempo de pandemia, solicitando que sejam adotadas medidas para manter a prevenção ao contágio por coronavírus.

No texto, a CEP afirma acolher “as orientações anunciadas pelas autoridades civis e sanitárias” que permitem “às famílias algum reencontro e celebração comum das próximas festas do Natal”.

Nesse sentido, recomenda que “a alegria da festa e dos encontros familiares seja acompanhada de todas as cautelas, de modo que às festividades não suceda nova vaga de contágios com os consequentes sofrimentos e lutos”.

Do mesmo modo, assinala que, em meio às restrições de circulação entre concelhos de horários para permanecer nas ruas, foram “ampliadas as possibilidades de celebrar em comunidade festas tão marcantes na vida da fé”.

Assim, indica, “as orientações anunciadas nos permitem celebrar em assembleia não apenas nas manhãs dos dias de Natal, do Domingo da Sagrada Família (27 de dezembro) e da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (1 de janeiro), mas também na véspera desses dias festivos e na tarde dos dias de Natal e de Ano Novo”.

Para as celebrações, a CEP exorta “a manter todos os cuidados” a fim de evitar o contágio por coronavírus. “Coerentemente, abstenham-se da prática tradicional de dar a imagem do Menino a beijar, substituindo esse gesto de veneração afetuosa por qualquer outro que não implique contato físico e previna aglomerações”, solicita.

Jovens realizam vigílias de oração pela paz e liberdade em Cuba


Centenas de jovens cubanos se reuniram em uma igreja em Havana, Cuba, para participar de uma vigília de oração pela paz e liberdade no país.

Na noite de domingo, 6 de dezembro, jovens de toda a cidade convocados pela Pastoral Juvenil do Vicariato do Sagrado Coração de Cuba e na companhia de sacerdotes, religiosos e religiosas, participaram da segunda jornada de oração pela “Paz, diálogo respeitoso, unidade e liberdade de Cuba”.

O primeiro dia de oração por Cuba foi realizado na noite de domingo, 29 de novembro, na Igreja de Nossa Senhora da Caridade, por iniciativa da Arquidiocese de Camagüey.

O segundo dia de oração foi celebrado na igreja dos Padres Passionistas, localizada em Havana, e foi presidido pelo Pe. Jorge Luis Pérez Soto, responsável pela Pastoral Juvenil daquele vicariato; e pelo Pe. Evelio Rodríguez Soto, pároco da Igreja dos Passionistas e vice-presidente da Conferência Cubana dos Religiosos (CONCUR).

Durante o encontro, os jovens cantaram, se confessaram, adoraram Jesus Sacramentado exposto no Santíssimo Sacramento e pediram por um país “melhor para todos”. Além disso, “meditaram sobre a santidade, a coerência da vida e a importância do testemunho cristão em meio à atual realidade cubana”.

Um dos momentos mais marcantes foi quando a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, chegou ao templo e foi colocada aos pés de Jesus. “Com ela, a nova geração de fiéis cubanos rezou a Cristo: ‘Senhor, mantém-nos firmes na esperança’”, disse Yandry Fernández, segundo o Facebook da revista ‘Palabra Nueva’, da Arquidiocese de Havana.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Papa concede indulgência plenária àqueles que celebrarem a Virgem de Guadalupe em casa


O Papa Francisco concordou em conceder indulgência plenária aos fiéis que participarem das celebrações virtuais em casa por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe.

O anúncio foi feito pelo Arcebispo Primaz do México, Cardeal Carlos Aguiar Retes, ao concluir a celebração da Missa do domingo, 6 de dezembro, na Basílica de Guadalupe.

O Cardeal Aguiar Retes disse que “a situação da pandemia nos obrigou, para o bem da vida de todos, a manter fechado o complexo de Guadalupe de 10 a 13 de dezembro e, portanto, as celebrações de Nossa Mãe, em vez de virem aqui para a casa dela, ela quer ir para a casa de vocês”.

“Para motivar essa presença de Nossa Senhora nas suas casas, quando acompanhem as Missas da meia-noite, do início do dia 12 ou a das Rosas, do meio-dia, pedi ao Santo Padre, o Papa Francisco, que nos concedesse para motivação, encorajamento e esperança, de todos vocês e de todos os devotos de Nossa Senhora, que recebam a indulgência plenária em sua casa.

Com essa indulgência plenária, indicou, “vocês podem se unir em favor de seus irmãos” falecidos da família, seus antepassados.

“O Papa a concedeu como um consolo”, sublinhou.

“Esta semana, nos próximos dias, vamos transmitir em diferentes meios de comunicação as condições habituais para a indulgência plenária e para que vocês possam lucrá-la”.

Papa convoca um Ano de São José: Assim será possível lucrar a indulgência plenária


O Papa Francisco convocou um Ano de São José a partir desta terça-feira, 8 de dezembro, a 8 de dezembro do próximo ano 2021, durante o qual a Igreja Católica concederá indulgências de acordo com uma série de condições estabelecidas pela Penitenciária Apostólica.

Por meio de um decreto aprovado pelo Pontífice e assinado pelo Penitenciário-Mor, Cardeal Mauro Piacenza, o Santo Padre convocou este Ano de São José para comemorar os 150 anos do Decreto Quemadmodum Deus, por meio do qual o Beato Pio IX declarou Santo José Padroeiro da Igreja.

“Comovido pelas circunstâncias graves e sombrias em que se encontrava a Igreja, acossada pela hostilidade dos homens, proclamou São José Padroeiro da Igreja Universal”, explica o Decreto aprovado nesta terça-feira, 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição.

Com a convocação deste Ano de São José, pretende-se, continua o Decreto, “que todos os fiéis com o seu exemplo (de São José) possam fortalecer diariamente a sua vida de fé em plena realização da vontade de Deus”.

“Todos os fiéis terão assim a possibilidade de se comprometer, mediante a oração e as boas obras, a obter com a ajuda de São José, chefe da celeste Família de Nazaré, consolo e alívio das graves tribulações humanas e sociais que hoje afligem o mundo contemporâneo".

Para obter a indulgência plenária, destaca-se no Decreto, devem ser cumpridas as condições prescritas pela Igreja para tal efeito: confissão sacramental, comunhão eucarística e rezar pelas intenções do Santo Padre.

As modalidades nas quais se concederá a indulgência plenária no Ano de São José, que começa hoje, são as seguintes:

“A indulgência plenária é concedida àqueles que meditarem pelo menos durante 30 minutos na oração do Pai-Nosso, ou participarem em um Retiro Espiritual de pelo menos uma jornada no qual se realize uma meditação sobre São José”.

“Aqueles que, com o exemplo de São José, realizem uma obra de misericórdia corporal ou espiritual poderão lucrar o dom da indulgência plenária”.

“Para que todas as famílias cristãs se sintam encorajadas a recriar o mesmo ambiente de íntima comunhão, amor e oração que se vivia na Sagrada Família, é concedida a indulgência plenária pela oração do Santo Terço nas famílias e entre os noivos”.

“A indulgência plenária pode ser lucrada por aqueles que confiem cotidianamente suas atividades à proteção de São José e cada fiel que invoque com a oração a intercessão do Artesão de Nazaré para que, quem se encontre procurando emprego, possa encontrar ocupação e que o trabalho de todos seja digno”.

“A indulgência plenária é concedida aos fiéis que recitem as Ladainhas a São José (para a tradição latina), ou o Akathistos a São José, inteiro ou pelo menos uma parte (para as tradições bizantinas), ou outra oração a São José propriamente dita de outras tradições litúrgicas pela Igreja perseguida ad intra e ad extra e para o alívio de todos os cristãos que sofrem alguma forma de perseguição”.

Além disso, "para reafirmar a universalidade do patrocínio de São José sobre a Igreja, além dessas razões, a Penitenciária Apostólica concede indulgência plenária aos fiéis que recitarem qualquer oração legalmente aprovada ou ato de piedade em homenagem a São José".

“Por exemplo, 'A ti, oh, San José', especialmente de 19 de março a 1º de maio, na festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José; no domingo de São José (segundo a tradição Bizantina); no dia 19 de cada mês e todas as quartas-feiras, dia dedicado à memória do Santo segundo a tradição latina”.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Palavra de Vida: “O Senhor é a minha luz e salvação: de quem terei medo?” (Sal 27 [26],1)


A Alba, uma jovem mãe brasileira, escreveu «Pouco depois do nascimento da Mariana, os médicos diagnosticaram nela uma lesão cerebral. Não iria falar nem andar. Sentimos que Deus nos pedia que a amássemos assim e lançámo-nos nos Seus braços de Pai. A Mariana viveu conosco quatro anos e deixou a todos uma mensagem de amor. Nunca ouvimos da sua boca as palavras “papá” ou “mamã”, mas, no seu silêncio, falava com os olhos, que tinham uma luz resplandecente. Não pudemos ensiná-la a dar os primeiros passos, mas ela ensinou-nos a dar os primeiros passos no amor, na renúncia a nós mesmos para amar. Foi, para toda a família, uma dádiva do amor de Deus, que poderemos resumir numa única frase: o amor não se explica com palavras».

É o que acontece também hoje, com cada um de nós: perante a impossibilidade de controlar toda a nossa existência, precisamos de luz, nem que seja só uma réstia, que nos indique o caminho de saída, os passos que precisamos de dar agora, rumo à salvação, a uma vida nova.

“O Senhor é a minha luz e salvação: 
de quem terei medo?”

A escuridão do sofrimento, do medo, da dúvida, da solidão, das circunstâncias “inimigas” que desfazem os nossos sonhos, é uma experiência que se vivencia em todos os pontos da Terra e em todas as épocas da história humana, como testemunha esta antiga oração contida no livro dos Salmos.

O autor é, muito provavelmente, uma pessoa injustamente acusada, abandonada por todos, à espera do julgamento. Encontra-se na incerteza de um destino ameaçador, mas confia-se a Deus. Sabe que Ele não abandonou o seu povo na provação, conhece a sua ação libertadora. Por isso, n’Ele terá a luz e encontrará refúgio seguro e inabalável.

Precisamente no reconhecimento da sua fragilidade, abre-se à confidência com Deus, aceita a Sua presença na própria vida e espera com confiança a vitória definitiva, pelos caminhos imprevisíveis do Seu amor.