domingo, 6 de dezembro de 2020

Carta aberta do Arcebispo Carlo Maria Viganò ao Presidente Trump


 
Nos meses recentes temos testemunhado a formação de dois lados opostos que eu chamaria bíblicos: os filhos da luz e os filhos das trevas. Os filhos da luz constituem a parte mais evidente da humanidade, enquanto que os filhos das trevas representam uma absoluta minoria. E, no entanto, os primeiros são objeto de uma espécie de discriminação que os coloca numa situação de inferioridade moral relativamente a seus adversários, que frequentemente mantêm posições estratégicas no governo, na política, na economia e na mídia. De um modo aparentemente inexplicável, os bons são feitos reféns pelos maus e por aqueles que os ajudam, seja por interesse, seja por medo.
 
Estes dois lados, que têm uma natureza bíblica, seguem a nítida separação entre os filhos da Mulher e os filhos da Serpente. De um lado estão aqueles que, embora tenham mil defeitos e fraquezas, são motivados pelo de desejo de fazer o bem, de ser honestos, de formar família, de se dedicar ao trabalho, e dar prosperidade à sua pátria, de ajudar os necessitados e, obedecendo a Lei de Deus, merecer o Reino dos Céus. Do outro lado estão aqueles que servem a si próprios, que não detêm quaisquer princípios  morais, que querem demolir a família e a nação, explorar os trabalhadores para tornarem-se indevidamente ricos, fomentar divisões internas e guerras e acumular poder e dinheiro: para eles a ilusão falaciosa do bem estar temporal levará um dia – se eles não se arrependerem  – ao terrível destino que os espera, longe de Deus, na danação eterna.
 
Na sociedade, Senhor Presidente, estas duas realidades opostas coexistem como inimigos eternos, assim como Deus e Satanás são inimigos eternos. E parece que os filhos das trevas – que podemos facilmente identificar com o deep state a que V. Exa sabiamente se opõe e que está, nestes dias, em guerra feroz contra o senhor – decidiram mostrar suas cartas, por assim dizer, revelando agora seus planos. Eles parecem estar tão certos de já ter tudo sob controle que deixaram de lado a circunspecção que até agora tinha escondido, ao menos parcialmente, as verdadeiras intenções deles. As investigações em curso revelarão a verdadeira responsabilidade daqueles que manipularam a emergência do Covid não apenas na área da assistência médica, mas também na política, na economia e na mídia. Descobriremos provavelmente que nesta colossal operação de engenharia social existem pessoas que decidiram o destino da humanidade, arrogando-se o direito de agir contra a vontade dos cidadãos e de seus representantes nos governos das nações.
 
Descobriremos também que os tumultos destes dias foram provocados por aqueles que, vendo que o vírus está inevitavelmente desaparecendo e que o alarme social da pandemia está minguando, tiveram necessariamente que provocar distúrbios sociais, para que fossem seguidos de repressão que, embora legítima, pudesse ser condenada como agressão injustificada contra a população. O mesmo está acontecendo na Europa, em perfeito sincronismo. Está absolutamente claro que o uso de protestos de rua é instrumento para os propósitos daqueles que, nas próximas eleições presidenciais, gostariam de ver eleito alguém que incorpore os objetivos do deep state e que expresse fielmente e convincentemente esses objetivos. Não será surpresa se, dentro de poucos meses, soubermos que, escondidos novamente por detrás desses atos de vandalismo e violência, estão aqueles que esperam lucrar com a dissolução da ordem social para construir um mundo sem liberdade: Solve et Coagula, como ensina o provérbio maçônico.
 
Embora possa parecer desconcertante, os alinhamentos opostos que descrevi também existem nos círculos religiosos. Existem Pastores fiéis que cuidam do rebanho de Cristo, mas há também mercenários infiéis que procuram dispersar o rebanho e entregá-lo para que seja devorado pelos lobos vorazes. Não é surpreendente que estes mercenários sejam aliados dos filhos das travas e odeiem os filhos da luz: assim como existe um deep state, existe também uma deep church que trai seus deveres e renega seus compromissos perante Deus. Assim, o Inimigo Invisível, que os bons governantes combatem nos negócios públicos, é também combatido pelos bons pastores na esfera eclesiástica. Trata-se de uma batalha espiritual, da qual eu falei em meu recente Apelo publicado no dia 8 de maio.
 
Pela primeira vez, os Estados Unidos tem em sua pessoa um presidente que corajosamente defende o direito à vida, que não tem vergonha de denunciar a perseguição aos cristãos ao redor do mundo, que fala de Jesus Cristo e do direito dos cidadãos à liberdade de culto. Sua participação na Marcha pela Vida, e mais recentemente sua proclamação do mês de abril como Mês Nacional da Prevenção do Abuso Infantil, são ações que confirmam de que lado V. Exa deseja lutar. E quero crer que nós dois estejamos do mesmo lado nesta batalha, embora com armas diferentes.
 
Por essa razão, acredito que o ataque que V. Exa sofreu após sua visita ao Santuário Nacional de São João Paulo II é parte da narrativa orquestrada pela mídia que não busca lutar contra o racismo e promover ordem social, mas agravar os ânimos; não busca a justiça, mas legitimar a violência e o crime; não deseja servir à verdade, mas favorecer uma facção política. E é desconcertante que haja bispos – como os que eu denunciei recentemente – que, por suas palavras, provam que estão alinhados com o lado oposto. Eles são subservientes ao deep state, ao globalismo, ao “pensamento alinhado”, à Nova Ordem Mundial que eles invocam com frequência cada vez maior chamando-a de fraternidade universal que nada tem de cristã, mas que evoca os ideais maçônicos daqueles que querem dominar o mundo expulsando Deus dos tribunais, das escolas, das famílias e, talvez, até mesmo das igrejas.

sábado, 5 de dezembro de 2020

Carta Aberta de Dom Alberto Taveira aos fiéis católicos perante fatos que assolam o seu ministério e a Igreja Católica.



DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
PRONUNCIAMENTO
05 de dezembro de 2020

“Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, 
para que ele vos exalte no tempo oportuno. 
Confiai-lhe todas as vossas preocupações, 
porque ele tem cuidado de vós.” 
(1Pd 5, 6-7).

Caríssimos Irmãos e irmãs,

Como Pastor desta Igreja, estou no dever de me dirigir a cada um de vocês para comunicar e esclarecer fatos que estou vivenciando nesses últimos dias. Penso não ter o direito de me omitir perante o povo de Deus, nem de ninguém, sobre as acusações de imoralidade assacadas contra o Arcebispo de Belém.

Digo a vocês que recebi com tristeza, há poucos dias, a informação da existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações.

A norma evangélica proclama: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano” (Mt 18, 15-17).

Sempre me coloquei à disposição e aberto ao diálogo e ao entendimento sobre todo e qualquer assunto, e em todas as circunstâncias. Mais perplexo ainda fico ao tomar conhecimento das origens de tais acusações, bem como os motivos apresentados.

Lamento que os pretensos acusadores tenham optado pela via escandalosa, com circulação de notícia na mídia nacional, sem as devidas apurações dos fatos, ao que tudo indica, visando causar danos irreparáveis à minha pessoa e provocar abalo na Santa Igreja.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Perseguição aos cristãos no mundo é denunciada nesta Quarta-Feira Vermelha

 


A AIS celebra nesta quarta-feira, 25, a Red Wednesday (Quarta vermelha) – uma ação simbólica que ilumina em vermelho igrejas, edifícios públicos e monumentos em todo o mundo, como o Cristo Redentor, com o intuito de chamar a atenção para a situação dos cristãos perseguidos. A data marca também o lançamento do relatório Presos em Nome da Fé. A AIS (ACN) é o acrônimo do nome em inglês “Aid to the Church in Need”, que mantém o significado da missão recebida desde sua fundação: Ajuda à Igreja que Sofre.


Apesar da pandemia do coronavírus, a Red Wednesday 2020, campanha iniciada para chamar a atenção à perseguição aos cristãos em todo o mundo, ainda ocorrerá este ano no dia 25 de novembro. “A covid-19 pode ter trazido muitas mudanças, mas os cristãos continuam a ser a comunidade religiosa mais perseguida no mundo. 


A fim de aumentar a conscientização sobre esse fato doloroso, catedrais, igrejas e edifícios públicos serão iluminados com luz vermelha em muitos países em quatro continentes”, confirmou Thomas Heine-Geldern, Presidente Executivo da AIS. Ele explicou que a iniciativa representa um forte sinal de apoio a todos aqueles que sofrem discriminação, mas não podem falar abertamente sobre isso e esperam que outros levantem suas vozes em seu lugar.

Uma ideia que nasceu no Brasil

 
A ideia de iluminar edifícios emblemáticos em vermelho foi iniciada pela AIS Brasil em 2015, no Cristo Redentor – Rio de Janeiro. É uma forma de criar um sinal marcante e visível para protestar contra a discriminação religiosa, já que a cor vermelha representa o martírio de tantos que vivem sua fé até o extremo da morte. Desde então, a ação se estabeleceu em muitos lugares e tornou-se a Red Wednesday.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Esta é a oração para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023


O Comitê Organizador da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 divulgou no último dia 21 de novembro a oração oficial para este evento, que terá como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).

Nesta prece, os jovens se dirigem a Nossa Senhora da Visitação, pedindo à Virgem para que a JMJ “seja ocasião de testemunho e partilha, convivência e ação de graças”.

Nas redes sociais oficiais da JMJ Lisboa 2023, incentivam os jovens a rezar esta oração “a caminho da escola, da faculdade, do trabalho, em casa, em família, com amigos ou na catequese”.

“Somos todos convidados a fazer caminho com Maria. Partimos sem demora, serenos e alegres, ao encontro de Jesus. Ajuda-nos Nossa Senhora da Visitação a levar Cristo a todos!”, completam.

Ainda na caminhada rumo à JMJ que acontecerá em Lisboa em 2023, no último domingo, Solenidade de Cristo Rei do Universo, jovens portugueses receberam de representantes do Panamá a Cruz peregrina e do ícone da Salus Populi Romani (Protetora do Povo Romano).

A entrega aconteceu durante Missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, o Pontífice assinalou que este “é um passo importante na peregrinação que nos levará a Lisboa, em 2023”.

CNBB cria grupo de trabalho sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil e nomeia 5 bispos como membros


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criou o Grupo de Trabalho (GT) Pacto pela Vida e pelo Brasil, uma instância que irá dinamizar as ações do compromisso assumido no dia 7 abril deste ano pela CNBB e outras entidades diante da pandemia do novo coronavírus. O GT integra a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB e é composto por cinco bispos, cada um representante de uma das grandes regiões do Brasil.

Segundo o bispo de Lages (SC) e presidente do GT, dom Guilherme Antônio Werlang, o Pacto pela Vida e Pelo Brasil preocupa-se com a defesa de toda a vida, não apenas com a vida humana, mas também com a vida do planeta (água, terra e biomas).

O presidente do GT aponta que o Pacto assume um compromisso público com as políticas públicas, garantidas pela Constituição, que estão sendo desmontadas no Brasil, especialmente na área ambiental que tem como resultado as queimadas na Amazônia e no Pantanal.

“Nós somos convocados a enfrentar e a confrontar a grande cultura de morte que existe há muito tempo e que vem se acentuando. Esta cultura da morte se expressa em todos os campos da vida social (pelo modelo econômico neoliberal, uma política econômica que mata e coloca o lucro acima da vida). Em nome deste modelo econômico, mata-se a nossa Casa Comum, mata-se as pessoas. Temos todos os anos recordes de produção de alimentos no Brasil e no mundo e, no entanto, cresce todos os anos o número de famintos e pessoas que passam fome. Alguma coisa está errada”, disse.

Segundo dom Guilherme, a Igreja Católica e os cristãos católicos, a partir do Evangelho e dos exemplos de Jesus Cristo, não podem ficar de braços cruzados e calados frente à esta realidade. “Nós somos desafiados pelo Evangelho e conclamados por Jesus Cristo a tomarmos posições corajosas, necessárias e urgentíssimas”, disse.

Motivadas pelo contexto da pandemia do novo Coronavírus, as entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil buscaram uma ação propositiva para a “grave crise” enfrentada pelo Brasil – sanitária, econômica, social e política. O Pacto afirma que a realidade exige de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particularmente dos mais pobres e vulneráveis.

O documento propõe ainda que entre em cena no Brasil “o coro dos lúcidos, fazendo valer a opção por escolhas científicas, políticas e modelos sociais que coloquem o mundo e a nossa sociedade em um tempo, de fato, novo”.  O Pacto foi assumido inicialmente por quatro organizações e assinado por mais de 100 organizações brasileiras. Confira a íntegra do Pacto pela Vida e pelo Brasil aqui.

“Somos conclamados a dar passos significativos de uma nova cultura: a cultura da proteção, promoção e defesa da vida em todos os sentidos. Temos que nos conscientizar que a vida humana não pode existir sem a proteção da vida das águas, sem a vida da terra, sem a vida dos micro e macro organismos. Se continuarmos matando a terra, estaremos nos condenando a morte, a nós mesmos”, afirmou.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

"Querides alunes" - Militância, ideologia e ignorância

“A realidade está definida com palavras. Portanto, quem controla as palavras controla a realidade.” – Antonio Gramsci

Nos últimos meses tem feito barulho uma nova loucura moderna que militantes ideólogos estão se esforçando para fazer soar como algo natural, bom e justo: o suposto uso do gênero neutro/linguagem neutra para uma linguagem dita inclusiva e não sexista.

Segundo a perspectiva desses militantes, a língua portuguesa seria machista por usar um “gênero masculino” para generalizar a linguagem e fazer referência seja ao sexo masculino, seja ao sexo feminino. Esse uso machista seria um impedimento não apenas do reconhecimento do papel da mulher na sociedade, mas também uma exclusão às diferentes percepções de “identidade de gênero” – que, na verdade, é uma ideologia; infelizmente, o espaço de nossa discussão impede um aprofundamento sobre a ideologia de gênero.

Ainda mais recentemente, ganhou destaque a notícia de que o Colégio Franco-Brasileiro passaria a adotar uma linguagem neutra. Nas palavras da direção pedagógica, em nota divulgada, “a neutralização de gênero gramatical consiste em um conjunto de operações linguísticas voltadas tanto ao enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero.”


Premissas, ações, justificativas: tudo está errado na decisão do Colégio Franco-Brasileiro – decisão que, sejamos justos, não é exclusiva deles – e precisa ser devidamente exposta e combatida. Comentamos a seguir, utilizando trechos da própria nota, os motivos segundo os quais a decisão do colégio é catastrófica, antinatural, esquizofrênica e ignorante, fruto imediato de uma militância desconectada da realidade.

a) “nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar”

O único compromisso aqui existente por parte da direção da escola é com a militância ideológica e a promoção de uma agenda política. Respeito à diversidade e valorização das diferenças são apenas nomes falsos para a ideologia de gênero propriamente dita, já combatida e rejeitada em todas as instâncias políticas, jurídicas e sociais. É em nome dessa suposta valorização que ações político-ideológicas são tomadas, como a construção de banheiros em que meninos e meninas estão juntos, a criação de leis com base no sexo e a segregação e criação de fissuras na relação social entre homens e mulheres. O caso do uso do “querides alunes” por parte da escola é somente mais uma face da militância de grupos de esquerda que tenta, através da linguagem, transformar e modificar a realidade para fazê-la se encaixar em seus propósitos.

b) “A neutralização de gênero gramatical consiste em um conjunto de operações linguísticas voltadas tanto ao enfrentamento do machismo e do sexismo no discurso quanto à inclusão de pessoas não identificadas com o sistema binário de gênero.”

Falso. Em primeiro lugar, é necessário dizer que NÃO EXISTE DESINÊNCIA DE GÊNERO MASCULINO NA LÍNGUA PORTUGUESA. Existe apenas a desinência feminina, usada em oposição a palavras que fazem referência a objetos, seres e pessoas masculinos. Isso quer dizer que quando falamos “menino”, não temos esse “o” como uma desinência masculina, mas temos uma ausência de desinência, um marcador de desinência inexistente. Apenas quando falamos menina é que o “a” se configura como uma desinência de gênero feminino. Dito de outra forma, o masculino não é marcado gramaticalmente, mas apenas o feminino.

Essa confusão – que, na maioria dos casos é intencional, embora também possa ser fruto de ignorância – acontece pelo fato de a maioria das palavras masculinas serem terminadas em “o” e a maioria das palavras femininas serem terminadas em “a”. Sucede, porém, que isso não é regra absoluta, como nos casos “a modelo”, “a foto”, “a moto” e muitos outros. Fosse essa marcação de gênero gramatical uma correspondência imediata do sexo, não existiriam o motorista nem o poeta. Trata-se de uma confusão entre o gênero gramatical de uma palavra e o seu sexo (perceba que aqui não falamos em gênero) ou representação no caso dos objetos.

A explicação para esse fenômeno está no latim, língua que possuía os gêneros masculino, feminino e neutro marcados gramaticalmente. Na evolução histórica da língua, por diversas circunstâncias, o masculino e o neutro, em geral, se fundiram. É por isso que quando se fala em alunos, em uma sala composta por homens e mulheres, não se está fazendo referência apenas aos homens, mas a todos.

Imigrante invade Missa em Portugal, fala contra cristãos e manda padre calar a boca


Imigrante invade Missa em Portugal, fala contra cristãos e manda padre calar a boca. O surreal episódio aconteceu neste domingo, 15 de novembro. A celebração estava sendo transmitida ao vivo pelo Facebook da igreja da Sagrada Família, no município de Entroncamento.

Por volta das 9h30, o invasor cruzou a igreja, caminhou livremente até o presbitério, ocupou o lugar do paroquiano que cantava o salmo no ambão e começou a declarar ao microfone:

“Vocês têm de sair de África. Não queremos cristianismo em África. Queremos construir a nossa África”.

O padre celebrante tentou interpelar o intruso, mas o homem ordenou rudemente ao sacerdote:

“Cala a boca!”

O celebrante buscou então um telefone celular na sacristia e chamou a polícia. Enquanto isso, a paróquia desligou o microfone, mas o invasor continuou falando em alta voz durante mais alguns instantes. Depois saiu tranquilamente porta afora.

Quando a polícia chegou, o homem já estava na rua em frente à igreja. Veículos de comunicação de Portugal informaram que o Comando Distrital de Santarém/Esquadra do Entroncamento divulgou nota sobre o ocorrido. Segundo essa nota, o próprio invasor comunicou aos policiais que tinha interrompido a celebração da Missa, pediu “muitas desculpas” e “justificou” o fato alegando ter “ingerido bebidas alcoólicas”. O comunicado da polícia acrescenta que o homem foi “identificado e encaminhado ao seu domicílio”.

Palavra de Vida: “Felizes os que choram, porque serão consolados” (Mt 5,4)


Quem é que nunca chorou na sua vida? Quem é que nunca conheceu pessoas cujo sofrimento transparecia através das lágrimas? Então nos dias de hoje, em que os meios de comunicação nos trazem a casa imagens de todo o mundo, corremos até o risco de nos habituarmos, de endurecer o coração diante das torrentes de sofrimento que ameaçam arrastar-nos.

Jesus também chorou (1) e conheceu o pranto do seu povo, vítima de ocupação estrangeira. Eram muitos os doentes, os pobres, viúvas, órfãos, marginalizados, pecadores que vinham ter com Ele para escutar a sua Palavra redentora e serem curados, no corpo e na alma.

No evangelho de Mateus, Jesus é o Messias que cumpre as promessas que Deus fez a Israel e, por isso, anuncia:

“Felizes os que choram, porque serão consolados”

Jesus não fica indiferente perante as nossas tribulações e ocupa-se pessoalmente a curar o nosso coração da dureza do egoísmo, a preencher a nossa solidão, a dar vigor à nossa ação.

Assim diz Chiara Lubich, no seu comentário a esta Palavra do Evangelho: «[…] Jesus, com estas suas palavras, não quer levar quem está infeliz à simples resignação, prometendo uma recompensa futura. Ele pensa também no presente. De facto, o Seu Reino, mesmo se ainda não de maneira definitiva, já está aqui. Está presente em Jesus que, ressuscitando de uma morte sofrida na maior das tribulações, venceu a morte. Está presente também em nós, no nosso coração de cristãos: Deus está em nós. A Santíssima Trindade fez em nós a Sua morada. Então, a bem-aventurança anunciada por Jesus, pode verificar-se já, desde agora. […] Os sofrimentos podem permanecer, mas há um novo vigor que nos ajuda a enfrentar as provas da vida e a ajudar os outros nas suas penas, a superá-las, a vê-las como Ele as viu e aceitou: como meio de redenção» (2).