sábado, 26 de setembro de 2020

Seria Michelangelo um lacrador?

Analisar qualquer obra de arte, especialmente as grandiosas e épicas como o afresco “O Juízo Final” (Il Giudizio Universale) de Michelangelo, A Divina Comédia de Dante ou a Nona Sinfonia de Beethoven sob a luz (perdoem-me o paradoxo) da lacração sempre será uma barca furada.

“Lacração” nada mais é que um discurso que interpreta algo de maneira rasa, com nenhuma intenção de se buscar a verdade, mas tão somente para se criar uma narrativa de cunho político-ideológico, particularmente de acordo com a agenda autodenominada “progressista”. 

A elite bem-comportada e sinalizadora de falsas virtudes alçada à categoria de “pensadores modernos” pelo establishment está cheia de lacração, até o talo. A lacração é, de fato, o comburente da fogueira à qual são despejadas toda sorte de estultices. A lacração é o próprio ar que se respira no mundo dos Macaquinhos e Queermuseum. 

Déborah Aladin é uma das queridinhas da velha mídia, juntamente com outros jovenzinhos eleitos sabe-se lá por quem como sendo as mais novas promessas da intelectualidade tupiniquim, tal qual Felipe Neto, o porta-voz do STE contra as fake news (que soltou a maior fake news da década), Átila Iamarino, o pequeno estalinista de tiara, Jonas Manoel e a globalistinha Soros-friendly, Tábata Amaral. 

Recentemente a professorinha Déborah Aladin soltou uma pérola no Twitter e, após receber uma chuva de avisos de seu erro crasso, simplesmente apagou a própria conta, provavelmente voltando para a lâmpada de onde saiu. 



Decerto que tal narrativa não foi invenção da professora Aladin. Há muito mais de 40 ladrões por aí, prontos a roubar a realidade e torcê-la sem dó para que caiba em suas narrativas. Há até um tour gay no Vaticano, no qual o guia, empolgadíssimo, avisa aos g(ui)ados: “Agora, à nossa direita, veremos um homem nu e gostosão, ui!” 


Aproveitemos então a súbita, porém equivocada popularidade da obra magistral de Michelangelo para, de uma vez por todas, desmistificar essa bobajada. 

O afresco “Il Giudizio Universale”, feito entre 1535 e 1541 pelo mestre renascentista Michelangelo Buonarroti, retrata o momento que todos os cristãos esperam com esperança e pavor: o fim dos tempos, o começo da eternidade, quando o mortal se torna imortal, quando os eleitos se unem a Cristo em seu reino celestial e os condenados são lançados nos tormentos intermináveis ​​do inferno. 

A conclusão do teto da Capela Sistina, em 1512, selou a reputação de Michelangelo como o maior mestre da figura humana – especialmente o nu masculino. O Papa Paulo III estava bem ciente disso quando o encarregou de repintar a parede do altar da capela com a representação do Juízo Final. O foco de Michelangelo – teologicamente correto – está na ressurreição do corpo. A pura fisicalidade desses nus musculosos afirmava a doutrina católica da ressurreição corporal (que no dia do julgamento, os mortos ressuscitariam em seus corpos, não como almas incorpóreas). 

Após a conclusão da obra, alguns ficaram escandalizados – sobretudo pela nudez – apesar de sua exatidão teológica. Os críticos também se opuseram às poses contorcidas (algumas resultando na apresentação indecorosa de nádegas), a ruptura com a tradição pictórica (o Cristo imberbe, os anjos sem asas) e o aparecimento de seres mitológicos (as figuras de Caronte e Minos) em uma cena sacra. Os críticos viram esses enfeites como distrações da mensagem espiritual do afresco e acusaram Michelangelo de se preocupar mais em exibir suas habilidades criativas do que em retratar a verdade sagrada com clareza e decoro. A arte religiosa era o “livro dos analfabetos” e como tal deveria ser fácil de entender. 

O Juízo Final de Michelangelo, no entanto, não foi pintado para um público leigo e iletrado. Ao contrário, foi projetado para um público muito específico, elitista e erudito. Esse público entenderia e apreciaria seu estilo figurativo e inovações iconográficas. Eles reconheceriam, por exemplo, que sua inclusão de Caronte e Minos foi inspirada no Inferno de Dante, um texto que Michelangelo admirava muito. Eles veriam no rosto jovem de Cristo sua referência ao Apolo Belvedere, uma antiga escultura helenística grega na coleção papal elogiada por sua beleza ideal. Assim, Michelangelo descreve a identidade de Cristo como o “Sol da Justiça” (Malaquias 4, 2). 

Como Dante em seu grande poema “A Divina Comédia”, Michelangelo buscou criar uma pintura épica, digna da grandeza do momento. Ele usou metáfora e alusão para ornamentar seu assunto. Seu público educado se deliciaria com suas referências visuais e literárias. 

Originalmente destinado a um público restrito, as gravuras reprodutivas do afresco rapidamente o espalharam por todos os lugares, colocando-o no centro de debates animados sobre os méritos e abusos da arte religiosa. Enquanto alguns o aclamaram como o auge da realização artística, outros o consideraram o epítome de tudo o que poderia dar errado com a arte religiosa e pediram sua destruição. No final, um acordo foi alcançado. Pouco depois da morte do artista em 1564, Daniele Da Volterra foi contratado para cobrir nádegas e virilhas nuas com pedaços de cortina e repintar Santa Catarina de Alexandria, originalmente retratada sem roupa, e São Brás, que pairava ameaçadoramente sobre ela com seus pentes de aço. 

sábado, 12 de setembro de 2020

Palavra de Vida: “Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.” (Lc 6,38)



Estava “com uma numerosa multidão de discípulos seus, e de muito povo de toda a Judeia e Jerusalém, do litoral de Tiro e de Sídon, que vieram para o ouvir…“ (1) . É assim que o evangelista Lucas introduz o longo discurso de Jesus, que prossegue com o anúncio das bem-aventuranças, com as exigências do Reino de Deus e as promessas do Pai aos seus filhos.

Jesus anuncia livremente a Sua mensagem a homens e mulheres, de diferentes povos e culturas, que acorreram para O escutar. É uma mensagem universal, dirigida a todos e que todos podem aceitar para se realizarem como pessoas, criadas por Deus Amor à Sua imagem.

Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.

Jesus revela a novidade do Evangelho: o Pai ama pessoalmente cada um dos seus filhos com um amor “transbordante” e dá-lhes a capacidade de alargarem o seu coração para com os irmãos, com uma generosidade cada vez maior. São palavras prementes e exigentes: dar do que é nosso – bens materiais, mas também acolhimento, misericórdia, perdão – com abundância, à imitação de Deus.

A imagem da recompensa abundante, lançada no regaço, faz-nos compreender que a medida do amor de Deus por nós é sem medida. As suas promessas realizam-se para além das nossas expectativas, pois libertam-nos da ânsia dos nossos cálculos, dos nossos programas e da desilusão por não receber dos outros segundo a nossa medida.

Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.

A propósito deste convite de Jesus, Chiara Lubich escreveu: «Já te aconteceu receber um presente de um amigo e sentir a necessidade de o retribuir? […] Se isso te acontece a ti, imagina como será com Deus, que é Amor. Ele retribui sempre todas as ofertas que fazemos ao próximo em Seu nome. […] Deus não procede assim para te enriquecer ou para nos enriquecer. (…) Fá-lo para que, quanto mais tivermos, mais possamos dar; para que – como verdadeiros administradores dos bens de Deus – façamos circular todos os bens na comunidade que nos rodeia […]. Sem dúvida que Jesus pensava sobretudo na recompensa que vamos ter no Paraíso, mas tudo o que acontece nesta Terra é já um prelúdio e garantia dessa recompensa». (2) 

Coleta em favor da Terra Santa, uma ajuda essencial aos cristãos na terra de Jesus



Neste domingo, 13 de setembro, é celebrada a Coleta pela Terra Santa. Normalmente ocorre na Sexta-Feira Santa, mas devido às restrições derivadas da pandemia da COVID, o Papa Francisco decidiu alterá-la para esta data, para que pudesse ser realizada com segurança. É uma ajuda essencial para que os cristãos continuem vivendo na terra de Jesus, onde são minoria.

Frei Salvador Rosas, Guardião do Santo Sepulcro de Jerusalém, explicou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que atualmente “a Basílica do Santo Sepulcro e os lugares santos estão praticamente vazios. Faltam nossos peregrinos, os poucos cristãos que os visitam são os que moram aqui, que são cristãos de nascimento ou estrangeiros que residimos em Jerusalém”.

Isso significa que as famílias que dependem da presença de cristãos peregrinos, como guias, hoteleiros, vendedores ... até mesmo os não cristãos, estão “sofrendo essas calamidades. Acreditamos que tempos melhores virão, que retomaremos o ritmo de vida saudável, o movimento e, quando a movimentação seja possível, a nossa realidade melhore”.

Nesse sentido, Frei Salvador incentivou a colaborar com a coleta em favor da Terra Santa “que se celebra em memória dos lugares onde Cristo entregou a vida por nós. E cristãos de todo o mundo se unem em oração e em apoio financeiro em favor dos cristãos que realizam suas obras ali”.

Por isso, assegurou que “os frades franciscanos, que há 800 anos guardam os lugares santos, têm diferentes apostolados, como a custódia dos lugares santos que nos recordam a nossa redenção. Mas, como somos uma parte importante desta sociedade, também temos o prazer de dizer que contribuímos com as novas gerações através das escolas que cristãos e muçulmanos podem frequentar, porque estão abertas a todos. Através do estudo e da formação com os valores do Evangelho e os valores universais, para o bem da sociedade”. 

Festa da Padroeira no Santuário de Aparecida será virtual devido ao coronavírus



O Santuário Nacional de Aparecida comunicou que a festa da Padroeira neste ano, de 3 a 12 de outubro, será celebrada de forma virtual, em razão da pandemia do coronavírus; além disso, algumas atividades realizadas em anos anteriores, como as procissões, tiveram que ser canceladas.

“Diante do cenário de pandemia que o mundo vive, que continua inspirando profundo cuidado e respeito pelo próximo, sobretudo no nosso país, o Santuário Nacional e a Arquidiocese de Aparecida optaram por realizar as festividades da padroeira do Brasil de um jeito diferente: este ano, sem a presença física dos devotos nas celebrações. Todos estão convidados a viver a novena e a festa da padroeira em suas casas, pelos meios de comunicação”, declarou o reitor do Santuário, Pe. Eduardo Catalfo em uma mensagem de vídeo. 

Anunciam livro sobre a luta contra abusos na Igreja com prólogo do Papa Francisco



No final de setembro, chegará às lojas o novo livro "Teologia e Prevenção: Estudo sobre os Abusos Sexuais na Igreja Latino-americana", esforço editorial do Centro de Pesquisa e Formação Interdisciplinar para a Proteção do Menor (CEPROME) da Universidade Pontifícia do México, que conta com um prólogo do Papa Francisco.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Pe. Daniel Portillo, diretor do CEPROME e editor do livro, destacou que o novo texto “não é apenas um tratado científico, mas de forma interdisciplinar visa abordar o complexo tema do abuso e da prevenção”.

“É também uma importante contribuição para a teologia da prevenção, ainda não suficientemente desenvolvida na Igreja Católica”, e que “é necessário abordá-la da melhor maneira”.

Em seu prólogo, o Papa Francisco destacou que “recebi com alegria e esperança o trabalho Teologia e Prevenção”, e agradeceu aos especialistas que contribuíram para o livro, que “a partir da teologia, nos convidam a aprofundar neste doloroso mal do abuso sexual ocorrido em nossa Igreja Católica”.

O Santo Padre indicou que “nestes últimos tempos eclesiais fomos desafiados a enfrentar este conflito, assumi-lo e sofrê-lo junto com as vítimas, suas famílias e toda a comunidade para encontrar caminhos que nos façam dizer: nunca mais à cultura do abuso”.

“Esta realidade nos exige trabalhar na conscientização, prevenção e promoção da cultura do cuidado e da proteção em nossas comunidades e na sociedade em geral, para que nenhuma pessoa veja a sua integridade e dignidade vulnerada e maltratada”, disse.

O Papa acrescentou que “lutar contra os abusos é propiciar e potencializar comunidade capazes de velar e anunciar que toda vida merece ser respeitada e valorizada; especialmente a dos mais indefesos que não contam com os recursos para fazer sentir a sua voz”.

Por sua vez, Pe. Portillo disse à ACI Prensa que “torna-se cada vez mais importante destacar a reflexão sobre a reparação, em particular, uma reparação que resulte de um modo mais integral, uma reparação que não seja considerada somente em um aspecto, mas que seja contemplada a partir de diferentes aspectos”.

No entanto, apesar do incentivo do Papa Francisco à luta contra os abusos, o diretor do CEPROME assinalou que ainda podem ser encontrados obstáculos ao longo do caminho.

“Um dos obstáculos mais fortes é a desarticulação. Também podemos entendê-lo como a desarmonia que existe nas diferentes instâncias que deveriam ser colaborativas ou que deveriam gerar um vínculo colegiado entre elas e estão desarticuladas”, explicou.

Esta falta de articulação, assinalou, afeta desde "as esferas do Vaticano às esferas mais concretas de nossos países". 

Cristãos na Política



Um dos maiores desafios para o Cristianismo no mundo de hoje é a presença efetiva dos cristãos na sociedade, assumindo com responsabilidade a vida política, econômica e cultural. Os cristãos, em virtude da fé professada e celebrada, não podem assistir com indiferença ou passividade ao desenrolar da história, como simples espectadores ou vítimas. São chamados a serem sujeitos da história, contribuindo para a construção de uma sociedade fundada na fraternidade, na justiça e na paz. À luz da fé cristã, a pessoa humana não pode ser compreendida como vítima de um destino cego que se abate sobre ela de modo inexorável. Ao invés da visão fatalista, o homem e a mulher são chamados a construir a própria vida e a vida social com consciência, liberdade e profundo senso de responsabilidade.

“Sal da terra” e “Luz do mundo” são expressões empregadas por Jesus, que expressam, com forte simbolismo, o ser e o agir dos seus seguidores no mundo. Não se pode relegar a fé à esfera privada ou ao interior dos templos. Tal postura equivocada ignora que a pessoa humana não pode ser concebida como indivíduo fechado sobre si, sobre sua liberdade e interesse próprio, mas como pessoa aberta ao “Outro”, que é Deus, e aberta ao “outro”, que é o próximo. A abertura ao outro faz parte da natureza do ser humano, o que inclui a sua dimensão social. A fé repercute não apenas nos círculos mais próximos, de cunho familiar ou comunitário, mas se expressa também nos diversos ambientes e situações da sociedade. 

Ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”



As ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”, uma ajuda que há séculos se destina aos cristãos do Oriente Médio. Para esta ocasião, acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, o Vatican News preparou um especial dedicado à história e às atividades da Custódia, que há mais de 800 anos se compromete a sustentar a presença cristã na terra de Jesus.

“Preservar a história, guardar a história significa guardar a memória. O nosso é um tempo que vive muito no presente e, portanto, mesmo as pessoas, as escolhas que as pessoas fazem, ou mesmo as comunidades, os povos e nações, hoje tendem a esquecer a própria história, a perder as próprias raízes. A memória, a história, as raízes são fundamentais”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódia da Terra Santa.

História, raízes, memória: as da Custódia da Terra Santa remontam há mais de 800 anos. Quando São Francisco de Assis enviou seus frades para estabelecer a “Província de Além Mar”. Pouco depois, eles mesmos receberiam um mandato claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus.

“Nós temos em nossos arquivos documentos muito preciosos: as bulas papais – incluindo a bula de 1342 com a qual o Papa Clemente VI, de Avinhão, na prática, estabelece a Custódia da Terra Santa -, mas também as bulas anteriores. Para nós têm um duplo valor: por um lado, remetem à nossa história, por outro, têm um valor muito concreto porque nos permitem documentar a nossa presença… também quando, às vezes, acontecem algumas disputas, que requerem a apresentação dos documentos que demonstram porque estamos aqui.

Um dos momentos chave desta longa história é representado pelo encontro de 1219 entre São Francisco e o Sultão do Egito Al Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo. Enquanto a Quinta Cruzada se alastrava por todos os lados, esse diálogo pacífico entre dois mundos moldou profundamente o estilo dos frades da Custódia”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa.

Ainda segundo o Custódio da Terra Santa, as indicações que Francisco dá são sucessivas ao encontro com Sultão, sobretudo, a primeira parte em que diz “não fazer litígios ou disputas” e de colocar-se à serviço de todos com uma clara identidade cristã, parece-me ser uma indicação que, para nós, ao longo destes oito séculos, realmente serviu como uma diretriz. 

Os cristãos e as eleições


Em breve, teremos eleições municipais em todo o Brasil para a renovação do Legislativo e do Executivo nos municípios, que são a base da organização política do Estado brasileiro. Essas eleições se referem às administrações locais, nas quais o povo percebe melhor e tem mais condições de avaliar o desempenho dos seus governantes e legisladores. Elas são especialmente importantes porque definem as bases de apoio para as instâncias estaduais e federais da vida política.

O voto dos eleitores está domiciliado nos municípios. Neste ano, a campanha eleitoral será bastante diferente das anteriores por causa das alterações na legislação eleitoral e da pandemia de COVID-19, que ainda afeta o Brasil. Será, sobretudo, mais breve, menos visível em eventos notórios publicamente e realizada muito mais pelas mídias sociais e meios eletrônicos. O efeito disso no comportamento dos candidatos e dos eleitores ainda é uma incógnita e poderá ser avaliado somente depois que saírem os resultados das eleições. Tudo isso, porém, não diminui a importância dessas eleições e a necessidade de que todos os cidadãos desempenhem bem, por meio da participação ativa no processo político-eleitoral, seu direito e dever de cidadania. E vale também para os cidadãos católicos, que não devem ficar alheios à vida política, mas participar da promoção do bem comum.

O Papa Francisco, em certa ocasião, observou que é falso dizer que um bom católico não se interessa pela política. E confirmou: um bom católico deve estar interessado na política e oferecer o melhor de si para que o governante governe bem. Como foi feito em outras ocasiões, também neste ano eleitoral os bispos católicos estão promovendo a orientação política para as suas comunidades. Desde logo, fique claro que não se trata de apoio a partidos ou de recomendação do voto para determinados candidatos: a lei eleitoral brasileira e a própria lei da Igreja vetam esse tipo de atitude dos líderes da Igreja. Trata-se de orientações básicas sobre a organização política do Brasil, os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja a respeito da participação na vida política, os direitos e deveres de cidadãos e governantes e esclarecimentos sobre questões relativas às eleições municipais deste ano. Nas cartilhas disponibilizadas, também se indicam as qualidades de um bom político e o que se espera dele no cargo que pretende ocupar. A Igreja no Brasil, por meio dos bispos reunidos em sua conferência episcopal (CNBB), já promoveu muitas iniciativas esclarecedoras e educativas acerca da participação na vida política. Diversas vezes, a Campanha da Fraternidade abordou tanto temas relativos à vida política no Brasil e à promoção do bem comum quanto a justiça social, a solidariedade e a paz.