sexta-feira, 3 de julho de 2020

Mais de 500 cruzes foram eliminadas pelo Governo chinês em menos de três meses



Nos últimos três meses, mais de 500 cruzes das igrejas da província de Anhui na China foram eliminadas pelo regime comunista, sem que as autoridades católicas e protestantes pudessem resistir.

Segundo UCA News, desde meados de abril o Governo chinês removeu mais de 500 cruzes de igrejas cristãs e locais públicos na província de Anhui, como parte de uma campanha do governo que buscaria remover o símbolo cristão dos olhos do público.

Paul Lee, um pregador protestante na cidade de Anhui, em Suizhou, disse que todas as cruzes da igreja foram removidas, exceto uma que pertence a uma igreja de um século de antiguidade considerada um patrimônio nacional.

"Sem essa igreja, o sinal da cruz não poderia ter sobrevivido nesta cidade", disse Lee, afirmando que a maioria das cruzes pertencentes à igreja foi removida em um trecho de 500 quilômetros de Zhejiang a Anhui.

Da mesma forma, Lee explicou que nem a Associação Patriótica Católica Chinesa, aprovada pelo estado, nem a Conferência Episcopal da China podem se opor à remoção das cruzes. “O clero em Anhui não quer causar problemas. Eles têm medo do governo", acrescentou o pastor protestante.

Uma igreja na zona turística de Anhui está negociando com as autoridades para salvar sua cruz por mais quinze dias.

“Muitos turistas visitam esta área. Se a cruz for derrubada, perde o símbolo de nossa igreja e o sinal do cristianismo”, disse o Pe. Joseph, um sacerdote católico local. Além disso, o sacerdote exortou os paroquianos a proteger a cruz e informou ao Bispo de Anhui, Dom Liu Xinhong, sobre a disposição do governo de derrubá-la.

"O Bispo [Dom Liu Xinhong] disse que, quando a cruz for derrubada, tire fotos para salvar as evidências. O bispo expressou sua incapacidade de enfrentar as autoridades. Afinal, isso sempre esteve sob o controle do Governo e o bispo Liu não tem nada a dizer sobre isso", indicou o Pe. Joseph. 

Schoenstatt rechaça firmemente acusações de abusos sexuais do seu fundador



O Pe. Juan Pablo Catoggio, da Presidência Geral do movimento Schoenstatt, expressou seu total rechaço às acusações de supostos abusos sexuais contra mulheres consagradas por parte do fundador da instituição religiosa, o falecido Pe. José Kentenich.

Em um comunicado publicado este 2 de julho, o Pe. Catoggio assegurou que “rechaçamos firmemente a acusação de que José Kentenich tenha sido culpado de abuso sexual contra membros do Instituto das Irmãs de María de Schoenstatt”.

“Seu comportamento em torno de outras pessoas – particularmente as mulheres – sempre esteve marcado por uma pronunciada reverência e estima, como também pelo princípio da intangibilidade corporal, que também imprimiu em suas comunidades”, assegurou.

O presidente da Presidência Geral de Schoenstatt responde assim às acusações apresentadas pela Dra. Alexandra von Teuffenbach, conhecida perita em história da Igreja, em artigos publicados no blog Settimo Cielo de Sandro Magister e no diário alemão Die Tagespost.

Von Teuffenbach se remeteu à documentação disponível nos recentemente abertos documentos do pontificado de Pio XII no Arquivo Apostólico Vaticano e aos achados do teólogo jesuíta Sebastian Tromp, que realizou uma visita apostólica à Família de Schoenstatt em meados do século XX, a pedido da Santa Sé.

Em seu relatório, a perita em história da Igreja apresentou supostos diálogos de conteúdo sexual que teriam ocorrido entre o Pe. Kentenich e algumas integrantes do Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt antes da visita apostólica do Pe. Tromp. Além disso assinalou a existência de pelo menos uma carta denunciando “abuso sexual” e disse que outras missivas com conteúdo similar teriam sido desprezadas pela então superiora geral da instituição religiosa na Alemanha.

Von Teuffenbach denunciou além disso o suposto “grave abuso de poder por parte do fundador para com as religiosas”. 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Um passo para a ditadura é o controle da opinião através de “órgãos reguladores”.


Nunca se falou tanto em “fake news” e propagação de “discursos de ódio” como nos últimos anos. Na última terça-feira (30), por exemplo, o Senado Federal aprovou o polêmico projeto de lei 2.630/2020, apelidado por muitos como “PL da Censura”.

Diante desses fatos, o que muitos parecem não ter parado para se questionar é que se leis contra “notícias falsas” ou “discursos de ódio” são aprovadas, o passo lógico na sequência é a criação de mecanismos de controle, uma vez que é preciso classificar esse tipo de conteúdo.

É aí onde entram os “órgãos reguladores” ou grupos, que podem ser criados pelo próprio Congresso Nacional por iniciativa própria ou em parceria com agentes privados, como empresas de comunicação.

Esse mecanismo não é diferente do que já existe em outros países, diga-se de passagem, onde regimes autoritários operam, tais como China e Coreia do Norte. A ideia transmitida para a sociedade, obviamente, é a de combater a chamada “desinformação”, mas a prática vai muito além disso.

Isso porque quem classifica o que é ou não “fake news” são pessoas, obviamente. O órgão ou empresa, grupo, etc., é a fachada que visa dar à sociedade à aparência de legitimidade dos critérios adotados pelos que controlam esses mecanismos.

O que o alimenta esses órgãos de controle, no entanto, são pessoas, e onde há pessoas há interesses, certo?

Diferentemente de um tribunal comum, como o Supremo Tribunal Federal, que tem como limite de atuação a Constituição Federal, ou seja, critérios objetivos e aceitos por toda a sociedade mediante um debate longo e massivo feito pelo Congresso Nacional, até a publicação da sua última versão, em 1988, quais são os limites na definição do que é um “discurso de ódio” ou uma “notícia falsa”, por exemplo? 

Palavra de Vida: “Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,50).



O Evangelho de Mateus conta um episódio da vida de Jesus que pode parecer pouco importante: a sua mãe e os seus familiares vão a Cafarnaúm, onde Ele está com os discípulos para anunciar a todos o amor do Pai. É provável que tenham caminhado muito para O encontrar e gostariam de falar com Ele. Não entram no local onde Jesus se encontra, mas mandam-Lhe uma mensagem: «A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo».

A dimensão familiar era, sem dúvida, muito importante para o povo de Israel: o próprio povo era considerado “filho” de Deus, herdeiro das promessas, e os membros do povo consideravam-se “irmãos”.

Mas Jesus abre um horizonte inesperado: faz um gesto solene com a mão e, apontando para os discípulos, diz:

“Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe”

Jesus revela uma nova dimensão: qualquer pessoa se pode sentir parte da sua família, se se esforçar por conhecer e cumprir a vontade do único Pai.

Qualquer pessoa: adulto ou criança, homem ou mulher, com saúde ou doente, de qualquer cultura ou estrato social. Cada pessoa traz em si a imagem de Deus Amor. Não só, mas cada pessoa é o tu de Deus, e pode estabelecer com Deus um relacionamento de conhecimento e amizade.

Todos podem fazer a vontade de Deus, que consiste no amor a Ele e no amor fraterno. Por isso, quando amamos, Jesus reconhece-nos como seus familiares: seus irmãos, suas irmãs. É a nossa grande oportunidade, que nos surpreende. Liberta-nos do passado, dos nossos medos, dos nossos esquemas. Nesta perspetiva, até os nossos limites e as nossas fragilidades se podem tornar um trampolim para a nossa plena realização. Realmente, é como se tudo desse um salto de qualidade. 

O tribunal da verdade e outras vantagens da tutela estatal


███ e Congresso estudam a melhor forma de te fazer dizer a verdade - que, nesse caso, é aquilo que esteja bem à esquerda, mais um pouco pro lado, ali perto do paredão.

Fita* é um personagem criado pelo escritor russo Ievguêni Zamiátin. No melhor estilo Rabelaisiano, Fita surge por geração espontânea no porão de uma chefatura de polícia, se alimenta de tinta governamental e acaba por se tornar um burocrata governamental, um governador, assinando decretos com tinta própria.

Estamos na Rússia revolucionária. A fome, a pobreza, a solidão, a morte, atravessam a vida de qualquer um que não tenha um cargo público, como sói ocorrer (quem diria?) em todo o mundo socialista. Mas Fita é um homem justo e decente. Lembra muito certos tipos da nossa tão iluminada classe política.

E o que faz Fita ao ver tanta miséria e injustiça? publica decretos, claro. Se a cólera assola uma cidade, Fita logo decreta a cessação imediata da cólera. “Fica proibido declarar a si mesmo como doente de cólera, o que estará sujeito a punição corporal por lei. Fita”.Se a fome corrói até alma do seu povo, Fita decreta que ninguém mais deve sentir fome.

Ao ver nossos amáveis juízes do ███ e nossos parlamentares, é impossível não lembrar de Fita. Tal apreço pela liberdade, pelo bem estar do povo – como demonstram possuir nossas autoridades magnânimas -, só pode vir por decreto; e ai de quem não amar. O senso comum é substituído pelo senso benevolente dos especialistas, ainda que sejam especialistas apenas em fazer bobagens.

Uma temporada no xilindró é fundamental para corrigir qualquer desvio, oras. É uma pena que paredões não são vistos com tão bons olhos assim pela ralé. Onde já se viu questionar um juíz do Supremo ou um deputado federal? Só pode ser fake News mesmo.

Só gente doida pode achar um abuso o que os chefes do judiciário e do legislativo, com todo o aparato estatal a seu favor, escolta, seguranças armados, banquetes refinadíssimos, influência em tudo que é confim, cometem contra gente comum que se mata de trabalhar, cujo poder de influência se estende a um número pequeno de pessoas e que não possuem qualquer respaldo de segurança. Afinal, nosso juízes também acham que arma é coisa dessa mesma gente doida, claro.

O crime gravíssimo de criticar um ministro ou um parlamentar não pode passar impune.

Senado e STF seguindo o modelo de censura extremista do Irã



A conjuntura internacional vem fervilhando com pautas diversas que se entrelaçam nos emaranhados globalistas. Mas, o modus operandi totalitário guarda fortes semelhanças entre as ditaduras islâmicas e os regimes comunistas, inclusive, na versão “socialista”, guardadas as especificidades de cada “cultura”, que deve ser “respeitada, desde que se coadune com  a diretriz de desconstrução do modelo civilizacional herdado da tradição judaico-cristã.

No rastro da tsunami globalista populações majoritariamente conservadoras são reputadas como “nada”, uma vez que o “sistema progressista”  promove perseguição e censura representadas pela extrema-imprensa como mecanismos necessários à salvaguarda da “democracia”, de modo que esboçar qualquer “pensamento conservador” já é considerado “ato antidemocrático”, sobretudo, quando se incorre em denúncias e condenações à corrupção generalizada na administração pública.

Governo conservador não impede os propósitos da agenda globalista como se vê claramente no Brasil graças ao aparelhamento ideológico em todas as instituições. Quem imaginava a criminalização da opinião emergindo da mais alta corte do país? Prisões políticas aplaudidas pela mídia mainstream num cenário mascarado de combate às fake news e aos “atos antidemocráticos” advieram como resultado de narrativas progressistas rotulando conservadores de “fascistas” e “nazistas”.

Contudo, os noticiários dessa semana mostram o linhame globalista das violações aos direitos humanos implementadas por agentes do Estado no Brasil e o regime totalitários islâmico iraniano. Nessa terça-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes prorrogou a prisão política do jornalista profissional Oswaldo Eustáquio – rebaixado a blogueiro por jornalistas militantes – como “punição” por apoiar abertamente o presidente Bolsonaro e ousar praticar jornalismo investigativo que denunciou sua esposa por “atender políticos condenados do PSDB em tribunais superiores”[1]. A manutenção de atos inconstitucionais baseados em ilações infundadas lastreadas em lei composta durante a ditadura seguem a mesma diretriz utilizada pela tirania iraniana ao condenar à pena de morte o jornalista Rouhollah Zam, o qual vinha fazendo oposição nas mídias sociais ao regime.

Dentre as muitas “informações proibidas”, o jornalista iraniano divulgou tortura e maus tratos em centros de detenção iranianos, bem como documentos que corroboravam denúncias de fraude no sistema judicial iraniano envolvendo principalmente um ex-chefe do Poder Judiciário. Zam foi acusado de manifestar em suas reportagens preconceito, informações erradas – leia-se fake news” –  e violações da “integridade jornalística”[2]. Tais quais as denúncias de Eustáquio contra a esposa do excelentíssimo ministro, não houve investigação dos atos ilícitos noticiados pelo jornalista iraniano.

Outra “coincidência” entre os dois prisioneiros está na “motivação” do “cárcere pedagógico”: Zam foi julgado por 17 acusações vinculadas à questão de “segurança”, o que engloba incitar violência mortal, vazar informações secretas e insultar o líder supremo iraniano. Como é de sabença geral, Eustáquio e todos os militantes bolsonaristas presos por criticar ministros do STF foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Seguindo a linha a ditadura islâmica, o sr. Alexandre trata críticas como insultos e atentados à segurança nacional.

O “sigilo” que paira sobre as investigações ultrassecretas contra Eustáquio não revela muita coisa sobre as acusações que o tornam um criminoso que põe em risco a segurança do país, exceto narrativas desconexas como a acusação de que estaria mobilizando parcela da população que “com afinidade ideológica” tem sido usada para propagar extremismo e discurso de polarização, apesar do jornalista não ter grande engajamento nas redes e seu atos não serem considerados “crimes” pela lei penal vigente. Além disso, investigadores propalam a existência de indícios de que o jornalista participa de “fatos que estão sob apuração e guardam relação com atos de potencial lesivo considerável”, sem mencionar, é claro, quais fatos estão sendo apurados e a descrição do “potencial lesivo” que justifiquem a medida extrema de prisão.

A PGR reforça o posicionamento ideológico-vingativo do ministro Alexandre de Mores ao acusar o jornalista Eustáquio de “defender uma ruptura institucional oblíqua”, apesar da defesa da legitimidade do acionamento pelo Executivo Federal do Art. 142 da Constituição Federal estar amparada no parecer do mais notável jurista brasileiro, o Dr. Ives Gandra da Silva Martins. É triste ter que reconhecer que a “sorte” de Eustáquio é não ter previsão de pena de morte em nosso ordenamento.

Aliás, engana-se quem pensa que as semelhanças de tirania com o regime dos aiatolás do terror terminam por aí... A aprovação pelo Senado do PL 2630/2020, conhecido como Projeto de Lei das Fake News[3], causou verdadeiro assombro nas redes, pois, representa um dos muitos instrumentos de censura para inviabilizar a liberdade de expressão oficializando o enviesamento ideológico das informações que circulam no país. A pauta é transformar em “informações” as narrativas desinformativas  da extrema-esquerda. 

Papa Francisco envia carta a Bento XVI pela morte de Georg Ratzinger



O Papa Francisco enviou uma carta ao Papa Emérito Bento XVI pelo falecimento de seu irmão, Georg Ratzinger, nesta quarta-feira, 1º. A mensagem foi divulgada nesta quinta-feira, 2, pela sala de imprensa da Santa Sé.

“Desejo renovar a expressão das minhas condolências e da proximidade espiritual neste momento de dor”, escreveu Francisco, destacando a delicadeza de Bento XVI ao comunicá-lo primeiramente sobre a morte do irmão.

Francisco assegura ainda suas orações por Georg, para que Deus, em sua bondade misericordiosa, o introduza na pátria celeste e lhe conceda o prêmio preparado aos fiéis servidores do Evangelho.

“Rezo também pelo senhor, Santidade, invocando ao Pai, por intercessão da Bem Aventurada Virgem Maria, o apoio da esperança cristã e a consolação divina. Sempre unidos na adesão a Cristo Ressuscitado, fonte de esperança e de paz”, conclui Papa Francisco. 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Aos 96 anos, morre Georg Ratzinger, irmão de Bento XVI


Georg Ratzinger, irmão mais velho do Papa emérito, faleceu com a idade de 96 anos. Encontrava-se em Regensburg, a cidade onde viveu a maior parte da sua longa vida. Com a sua morte, Joseph Ratzinger, que em 18 de junho último desejou enfrentar uma viagem de avião para ver novamente o seu irmão moribundo, perdeu o único membro da família ainda vivo. Ordenados sacerdotes no mesmo dia, os dois irmãos - um músico e maestro de um famoso coral, o outro teólogo e depois bispo, cardeal e Papa - foram sempre muito unidos.

Nascido em Pleiskirchen, Baviera, em 15 de janeiro de 1924, Georg Ratzinger tocava órgão na igreja paroquial desde os 11 anos de idade. Em 1935 entrou no seminário menor de Traunstein, mas em 1942 foi alistado nas Reichsarbeitsdienst, e mais tarde na Wehrmacht, com a qual combateu também na Itália. Capturado pelos Aliados em março de 1945, permaneceu prisioneiro em Nápoles durante alguns meses antes de ser libertado e autorizado a regressar à sua família. Em 1947, junto com o seu irmão Joseph, entrou no seminário de Herzogliches Georgianum, em Munique. Em 29 de junho de 1951, ambos os irmãos, juntamente com cerca de quarenta outros companheiros, foram ordenados sacerdotes na Catedral de Freising pelo cardeal Michael von Faulhaber.

Depois de se tornar maestro de capela em Traunstein, durante trinta anos, de 1964 a 1994, foi o diretor do coral da Catedral de Regensburg, o coral dos “Regensburger Domspatzen”. Viajou o mundo fazendo inúmeros concertos e dirigiu muitas gravações para a Deutsche Grammophon, Ars Musici e outras importantes empresas discográficas com produções dedicadas a Bach, Mozart, Mendelssohn e outros compositores.

Em 22 de agosto de 2008, agradecendo ao prefeito de Castel Gandolfo que concedeu a Georg a cidadania honorária, Bento XVI disse de seu irmão: "Desde o início da minha vida meu irmão sempre foi para mim não só um companheiro, mas também um guia confiável. Ele foi para mim um ponto de orientação e referência com a clareza e determinação de suas decisões. Ele sempre me mostrou o caminho a seguir, mesmo em situações difíceis".

"O meu irmão e eu - dissera Georg Ratzinger 11 anos atrás durante uma entrevista - éramos ambos coroinhas, ambos ajudávamos na Missa. Ficou logo claro, primeiro para mim e depois para ele, que a nossa vida seria a serviço da Igreja". E partilhou recordações da sua infância: "Em Tittmoning Joseph tinha recebido a crisma do cardeal Michael Faulhaber, o grande arcebispo de Munique. Ele tinha ficado impressionado e disse que também ele queria tornar-se cardeal. Mas, poucos dias depois daquele encontro, observando o pintor que pintava os muros da nossa casa, disse também que quando crescesse queria ser pintor...".

Georg Ratzinger era um homem simples e pouco habituado à diplomacia. Por exemplo, nunca escondeu o fato de não ter exultado com a eleição do irmão em abril de 2005: "Devo admitir que não esperava - disse ele - e fiquei um pouco decepcionado... Tendo em conta os seus onerosos compromissos, compreendi que a nossa relação teria de ser muito reduzida. Em todo o caso, por detrás da decisão humana dos cardeais está a vontade de Deus, e a ela devemos dizer sim".