sexta-feira, 3 de julho de 2020

Schoenstatt rechaça firmemente acusações de abusos sexuais do seu fundador



O Pe. Juan Pablo Catoggio, da Presidência Geral do movimento Schoenstatt, expressou seu total rechaço às acusações de supostos abusos sexuais contra mulheres consagradas por parte do fundador da instituição religiosa, o falecido Pe. José Kentenich.

Em um comunicado publicado este 2 de julho, o Pe. Catoggio assegurou que “rechaçamos firmemente a acusação de que José Kentenich tenha sido culpado de abuso sexual contra membros do Instituto das Irmãs de María de Schoenstatt”.

“Seu comportamento em torno de outras pessoas – particularmente as mulheres – sempre esteve marcado por uma pronunciada reverência e estima, como também pelo princípio da intangibilidade corporal, que também imprimiu em suas comunidades”, assegurou.

O presidente da Presidência Geral de Schoenstatt responde assim às acusações apresentadas pela Dra. Alexandra von Teuffenbach, conhecida perita em história da Igreja, em artigos publicados no blog Settimo Cielo de Sandro Magister e no diário alemão Die Tagespost.

Von Teuffenbach se remeteu à documentação disponível nos recentemente abertos documentos do pontificado de Pio XII no Arquivo Apostólico Vaticano e aos achados do teólogo jesuíta Sebastian Tromp, que realizou uma visita apostólica à Família de Schoenstatt em meados do século XX, a pedido da Santa Sé.

Em seu relatório, a perita em história da Igreja apresentou supostos diálogos de conteúdo sexual que teriam ocorrido entre o Pe. Kentenich e algumas integrantes do Instituto das Irmãs de Maria de Schoenstatt antes da visita apostólica do Pe. Tromp. Além disso assinalou a existência de pelo menos uma carta denunciando “abuso sexual” e disse que outras missivas com conteúdo similar teriam sido desprezadas pela então superiora geral da instituição religiosa na Alemanha.

Von Teuffenbach denunciou além disso o suposto “grave abuso de poder por parte do fundador para com as religiosas”. 

Denúncia “não é nova” para o Schoenstatt

Em seu comunicado de 2 de julho, o Pe. Juan Pablo Catoggio disse que “a informação contida” no texto publicado pela Dra. Alexandra von Teuffenbach “não é nova para nós; foi incluída plenamente na documentação sobre o Fundador do Schoenstatt em relação com a separação temporária de sua Obra (1951-1965) e está sendo estudada a fundo pelas autoridades eclesiásticas no contexto do processo de beatificação do Kentenich”.

O presidente da Presidência Geral do movimento Schoenstatt criticou o que considerou “declarações vagas” no relatório do Von Teuffenbach, as que “junto com a afirmação enérgica de um abuso sexual, não testemunham um exame científico dos arquivos”.

Além disso, assegurou que “a separação do Pe. Kentenich de seu trabalho não se trata de uma medida punitiva, mas sim de uma ordem administrativa, quer dizer, de uma medida adotada por via administrativa para seu ulterior exame”.

“O Pe. Kentenich respondeu detalhadamente ao Visitador e a seus superiores à acusação de abuso de poder e expôs abertamente seu pensamento, seus princípios e seu comportamento. Tanto assim, que a José Kentenich foi-lhe permitiu retornar a Schoenstatt em 1965 e 1966, respectivamente, depois de um exílio de 14 anos”, acrescentou.

“Os decretos que o separavam de sua fundação foram revogados, e a causa do fundador foi devolvida à Congregação dos Religiosos da época. Desta maneira pôde assumir uma vez mais sua posição de fundador na Obra de Schoenstatt. De fato, com isto se invalidou também a acusação de abuso de poder”, disse o P. Catoggio.

Ao finalizar seu comunicado, o P. Catoggio assinalou que “todas as vozes críticas e as acusações são também objeto de um estudo minucioso e de uma séria consideração de todos os fatos em um contexto histórico e espiritual apropriado”.

“A sentença final neste procedimento lhe corresponde à Igreja”, concluiu.
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ACI Digital

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