quinta-feira, 25 de maio de 2017

A Ascensão do Senhor


Ao final do percurso que estamos percorrendo como Igreja nesse tempo pascal nos deparamos com a solenidade da Ascensão do Senhor. Essa celebração marca o final desse período de particular alegria por celebrar a vitória de Cristo sobre a morte e, com ela, a nossa reconciliação com Deus. Mas se a ascensão é a subida de Jesus ao Pai, podemos nos alegrar? Parece que Jesus está nos deixando, qual é então o motivo da celebração?

Essas são perguntas que, de alguma forma, o Papa Bento XVI buscou responder em seu livro Jesus de Nazaré, no qual fala sobre a vida de Jesus e os diversos acontecimentos que nela se deram. Quando medita sobre a Ascenção do Senhor, ele destaca a reação dos discípulos frente a esse suposto “ir embora” de Cristo. A reação deles é de alegria, o que nos deixa muito intrigados. Como assim os discípulos puderam se alegrar com isso? Mas efetivamente se alegraram como podemos ver no final do evangelho de Lucas: “Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo.” (Lc 24, 51-52)

Se, à primeira vista, não conseguimos uma explicação na bíblia para isso, pelo menos a leitura deve fazer-nos pensar que alguma coisa está escapando a nossa compreensão. O que fica evidente é que os discípulos não se sentem abandonados, não acreditam que Jesus tenha partido para um céu inacessível e distante. Parece evidente, diz o Bento XVI, que os discípulos estão seguros de uma certa presença nova de Jesus. E de fato, se olhamos a comunidade primitiva e o seu anuncio, perceberemos que se bem eles anunciam a vinda de Cristo novamente, o que eles fizeram foi, sobretudo, dar testemunho de uma presença viva de Jesus. Testemunho de que ele está vivo, que é a Vida mesma.

E para explicar melhor, Bento XVI nos diz que essa figura na qual Cristo aparece sentado à direita do Pai não faz referência a um local concreto, porque Deus é espírito puro. Deus não está no espaço, Ele é aquele que sustenta o espaço sem estar nele. Jesus retorna ao Pai e por isso retorna a essa condição na qual não está limitado pelo espaço e justamente por isso pode estar presente de uma forma distinta no mundo inteiro. Diz Bento XVI: “Seu ir é precisamente uma vinda, um novo modo de proximidade, de presença permanente”. E é essa presença a causa da alegria dos discípulos no Evangelho de Lucas que vimos acima. 

5 mitos sobre a confissão que muitas pessoas ainda creem (talvez você também).


O Sacramento da Confissão (ou Reconciliação) é uma parte amplamente incompreendida da fé católica, o que é muito triste, porque é um dos pontos mais importantes! Aqui estão 5 dos mitos mais comuns:

Mito 1: A Confissão mostra que os católicos realmente não acreditam que o sacrifício de Cristo foi suficiente


Esta objeção geralmente vem de protestantes que se perguntam por que uma pessoa precisa de mais perdão se eles já puseram sua fé em Cristo. Assim, veem a confissão como algo separado e adicional à graça de Jesus. Há dois problemas com esta objeção:

Primeiro, o poder da Confissão depende inteiramente do sacrifício de Cristo. Cristo ganhou graça infinita na cruz, e o Sacramento da Confissão é um importante caminho que a graça percorre a cada indivíduo. Em outras palavras, a Confissão não é uma fonte de graça separada de Cristo, é um instrumento para sua aplicação.

Em segundo lugar, esta objeção geralmente vem de um mal-entendido da vida cristã. Alguns protestantes pensam que após a conversão inicial de uma pessoa, não há mais cooperação adicional e crescimento na graça necessária para a salvação. A Igreja Católica, por outro lado (seguindo a Bíblia), ensina que a vida cristã é uma contínua conversão e crescimento em santidade pela graça de Cristo.

Mito 2: A confissão foi inventada pela Igreja Católica e não está na Bíblia


Isso pode surpreender algumas pessoas, mas o núcleo do sacramento da confissão é explicitamente estabelecido pelo próprio Cristo nas Escrituras.

No Evangelho de João, depois de ressuscitar dos mortos, Jesus aparece aos seus discípulos e isto acontece:

“Jesus disse-lhes outra vez, “paz seja com você. Assim como o Pai me enviou, assim vos envio. E, tendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.” (João 20,21-23).

Ali mesmo, Jesus dá explicitamente aos Apóstolos o poder de dar e reter o perdão dos pecados, que é a base do sacramento da confissão. E a Igreja praticou isso desde o princípio. Certamente, a maneira exata como isso tem se mostrado na prática variou um pouco ao longo do tempo, mas o núcleo está bem ali na Bíblia (CIC 1447). 

Santa Maria Madalena de Pazzi


Nasceu no ano de 1566 em Florença, na Itália, e pertenceu a uma nobre família.

Ela muito cedo se viu chamada à vida religiosa e queria consagrar-se totalmente. Abandonou tudo: os bens e os projetos. Entrou para a Ordem Carmelita e ali viveu por 25 anos. Uma aventura espiritual mística que resultou em uma grande obra com suas experiências carismáticas.

Todos os santos foram carismáticos. E a nossa Igreja é carismática, pois ela é marcada pelas manifestações do Espírito Santo. Precisamos aprender com os santos a sermos dóceis ao Espírito Santo. Ela sofreu muito. Amou a cruz de cada dia. Santa Maria sofreu com várias enfermidades até que entrou no Céu, com 41 anos. Seu lema foi: “Padecer, Senhor, e não morrer!”



Ó Deus, que destes grandes graças na vida mística de Santa Maria Madalena de Pazzi, fazei que eu também seja um dócil instrumento em suas mãos para a maior Glória de Vosso Nome. Santa Maria Madalena de Pazzi, rogai por nós.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Homilética: Solenidade da Ascensão do Senhor - Ano A: "A exaltação, o senhorio de Cristo e a evangelização".


Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor. Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos, aquilo que os primeiros cristãos chamaram de “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração. Por isso, não precisamos preocupar-nos em “harmonizar” a ascensão segundo At 1,1-11, em Jerusalém (I leitura), com a de Mt 28,16-20, na Galileia (evangelho). Pode tratar-se de duas aparições, dois acontecimentos diferentes, que têm o mesmo sentido: Jesus, depois de sua ressurreição, não veio retomar sua atividade de antes na terra (cf. sua advertência a Maria Madalena em Jo 20,17) nem implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito (cf. At 1,6). Não. Jesus realiza-se agora em outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa a nós (“Sede as minhas testemunhas… até os confins da terra” [At 1,8]), e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais “carnal”, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito (At 1,8; Mt 16,20; cf. Jo 14,15-20, evangelho do domingo passado).

Os donos deste mundo haviam jogado Jesus lá embaixo (se não fosse José de Arimateia a sepultá-lo, seu corpo teria terminado na vala comum…). Mas Deus o colocou lá em cima, “à sua direita”, deu-lhe o “poder” sobre o universo não só como “Filho do homem”, no fim dos tempos (cf. Mc 14,62), mas, desde já, por meio da missão universal daqueles que na fé aderem a ele e nós participamos desse poder, pois Cristo não é completo sem o seu “corpo”, que é a Igreja, como nos ensina a II leitura.

O livro dos Atos dos Apóstolos narra que Jesus, depois da sua Ressurreição, apareceu aos discípulos durante quarenta dias e depois “elevou – se à vista deles” ( At 1, 9). O significado deste último gesto de Cristo é duplo. Em primeiro lugar, “elevando – se”, Ele revela de modo inequívoco a sua divindade; volta para lá, de onde veio, isto é, para Deus, depois de ter cumprido a sua Missão na Terra. Além disso Cristo sobe ao Céu com a humanidade que assumiu e que ressuscitou dos mortos: aquela humanidade é a nossa, transfigurada, divinizada, que se tornou eterna. Portanto, a Ascensão revela a “altíssima vocação” ( Gaudium et Spes, 22) de cada pessoa humana: ela está chamada à vida eterna no Reino de Deus, Reino de amor, de luz e de paz.

Com a ascensão de Jesus, começa o tempo para anunciá-lo como Senhor de todos os povos. Mas não um senhor ditador! Seu “poder” não é o dos que se apresentam como donos do mundo. Jesus é o Senhor que se tornou servo e deseja que todos, como discípulos, o imitem nisso: mandou que os apóstolos fizessem de todos os povos discípulos seus (evangelho). Nessa missão, ele está sempre conosco, até o fim dos tempos.

O testemunho cristão, que Jesus nos encomenda, não é triunfalista. É fruto da serena convicção de que, apesar de sua rejeição e morte infame, “Jesus estava certo”. Essa convicção se reflete em nossas atitudes e ações, especialmente na caridade. Assim, na serenidade de nossa fé e na vivência radical da caridade, damos um testemunho implícito. Mas é indispensável o testemunho explícito, para orientar o mundo àquele que é a fonte de nossa prática, o “Senhor” Jesus.

A ideia do testemunho levou a Igreja a fazer da festa da Ascensão o dia dos meios de comunicação social – a “mídia”: imprensa, rádio, televisão, internet. Para uma espiritualidade “ativa”, a comunidade eclesial deve se tornar presente na mídia.

Ao mesmo tempo, para a espiritualidade mais “contemplativa”, o dia de hoje enseja um aprofundamento da consciência do “senhorio” de Cristo. Deus elevou Jesus acima de todas as criaturas, mostrando que ele venceu o mal mediante sua morte por amor e dando-lhe o poder universal sobre a humanidade e a história. Por isso, a Igreja recebe a missão de fazer de todas as pessoas discípulos de Jesus.

Uma ideia que permeia a liturgia deste dia (como de todo o tempo pascal) e se exprime na oração sobre as oferendas e na oração depois da comunhão é que o cristão deve viver com a mente no céu, comungando na realidade da glorificação do Cristo. Essa participação é novo modo de presença junto ao mundo; não uma alienação, mas, antes, o exercício do senhorio escatológico sobre este mundo. Viver com a mente junto ao Senhor glorioso não nos dispensa de estar com os dois pés no chão; significa encarnar, neste chão, aquele sentido da história e da existência que em Cristo foi coroado de glória.

Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: “Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.

A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!

“Esse Jesus que vos foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o Céu” ( At 1,11 ).

Ascensão! Pensar no Céu dá uma grande serenidade. Nada aqui na terra é irreparável, nada é definitivo, todos os erros podem ser retificados. O único fracasso definitivo seria não acertarmos com a porta que conduz à Vida. Ali nos espera também a Santíssima Virgem. 

​Na audiência geral Papa indica a missão da Igreja no encontro de Emaús.


CATEQUESE
Praça de São Pedro, no Vaticano
Quarta-feira, 24 de maio de 2017

A Esperança cristã –
Emaús, o caminho da Esperança

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje gostaria de me deter sobre a experiência dos dois discípulos de Emaús, dos quais fala o Evangelho de Lucas (cfr. 24,13-35). Imaginemos a cena: dois homens caminham decepcionados, tristes, convencidos a deixar pra traz a amargura de uma situação que não acabou bem.

Antes daquela Páscoa eram cheios de entusiasmo: convencidos de que aqueles dias seriam decisivos para aquilo que aguardavam e para a esperança de todo o povo. Jesus, a quem tinham confiado a sua vida, parecia ter chegado a batalha decisiva: agora teria mostrado a sua potência, após um longo período de preparação e escondimento. Era isso o que eles esperavam. E não foi assim.

Os dois peregrinos cultivavam uma esperança somente humana, que agora estava em pedaços. Aquela cruz erguida no Calvário era o sinal mais eloquente de um fracasso que não poderiam prever. Se verdadeiramente aquele Jesus era segundo o coração de Deus, deveriam concluir que Deus era inerme, indefeso nas mãos dos violentos, incapaz de opor resistência ao mal.

Assim, naquela manhã de domingo, estes dois foram à Jerusalém. Nos olhos têm ainda os acontecimentos da paixão, a morte de Jesus; e no ânimo o penoso angustiar-se sobre aqueles acontecimentos, durante o forçado repouso de sábado. Aquela festa de Páscoa, que deveria entoar o canto da libertação, ao invés de disso transformou-se no dia mais doloroso da vida deles.

Deixam Jerusalém para ir para outro lugar, um vilarejo tranquilo. Têm o aspecto de pessoas que querem remover uma recordação que queima. Estão, portanto, na estrada, e caminham tristes. Este cenário – a estrada – já era importante na narração evangélica; agora se tornará sempre mais importante, do momento em que se começa a contar a história da Igreja. 

O encontro de Jesus com os dois discípulos parece simplesmente coincidência: se assemelha a tantos encontros que acontecem na vida. Os dois discípulos caminham pensativos e um desconhecido os alcança. É Jesus; mas os olhos deles não são capazes de reconhecê-Lo. Então Jesus começa a sua “terapia da esperança”. O que acontece nessa estrada é uma terapia da esperança. Quem a faz? Jesus.

Antes de tudo, pergunta e escuta: o nosso Deus não é um Deus invasivo. Mesmo se já conhece o motivo da desilusão daqueles dois, deixa a eles o tempo para poder medir a profundidade da própria amargura. Então surge uma confissão que é um “refrão” da existência humana: “Nós esperávamos, mas… Nós esperávamos, mas…” (v. 21). Quanta tristeza, quanta derrota, quantos fracassos existem na vida de cada pessoa! No fundo somos todos um pouco como aqueles dois discípulos.

Quantas vezes na vida esperamos, quantas vezes nos sentimos a um passo da felicidade, e depois nos vemos desiludidos. Mas Jesus caminha com todas as pessoas que perderam a confiança que caminham com a cabeça baixa. E caminhando com eles, de modo discreto, consegue fazer retornar a esperança.

Jesus fala a eles, antes de tudo, através das Escrituras. Quem toma nas mãos o livro de Deus não encontrará histórias de heroísmo fácil, grandes campanhas de conquista. A verdadeira esperança não é nunca a pouco preço: passa sempre através das derrotas. A esperança de quem não sofre, talvez não seja nem mesmo esperança. A Deus não agrada ser amado como se amaria um condutor que leva a vitória o seu povo destruindo no sangue os seus adversários. O nosso Deus é uma luz discreta que arde no dia de frio e de vento, e mesmo que pareça frágil a sua presença neste mundo, Ele escolheu o lugar que todos desdenhamos.

Depois Jesus repete aos dois discípulos o gesto central de cada Eucaristia: toma o pão, o abençoa, o parte e o dá. Nesta série de gestos, não está contida toda a história de Jesus? E não há, em cada Eucaristia, também um sinal de que coisa deve ser a Igreja? Jesus nos toma, nos abençoa, “parte” a nossa vida – porque não há amor sem sacrifício – e oferece aos outros, a oferece a todos. 

Desde o Vaticano II a liturgia vive uma “crise profunda”, diz Cardeal Sarah.


A liturgia da Igreja foi afetada por uma “grave e profunda crise” desde o Concílio Vaticano II, disse o cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

“É preciso reconhecer que a grave e profunda crise que atingiu a liturgia e a própria Igreja desde o Concílio se deve ao fato de que seu centro não é mais Deus e a adoração a Ele, mas sim os homens e sua suposta capacidade de “fazer” algo para manter-se ocupado durante as celebrações eucarísticas.”

O Cardeal fez estas declarações em um colóquio na Alemanha para comemorar o 10° aniversário do motu próprio do Papa Emérito Bento XVI, Summorum Pontificum, que permitiu um maior uso do que agora é chamado de Forma Extraordinária da Missa (Missa Tridentina).

Cardeal Sarah disse que não pensava que a extensão deste problema fosse reconhecida na Igreja:

“Ainda hoje, um número significativo de líderes da Igreja subestimam a grave crise que atravessa a Igreja: o relativismo no ensino doutrinário, moral e disciplinar, graves abusos, a dessacralização e banalização da Sagrada Liturgia e uma visão meramente social e horizontal da Missão da Igreja.” 

terça-feira, 23 de maio de 2017

O que a Igreja nos orienta em caso de guerra?


“Mais que um dom de Deus para o homem e um projeto humano conforme o desígnio divino, a paz é primeiramente um atributo essencial de Deus: “Iahweh-shalom” (Senhor-paz).” (Jz 6, 24) 

A Paz é um atributo essencial de Deus, assim nos ensina as Sagradas Escrituras, ela não é uma ausência de guerra, não pode ser uma construção humana, porque é um sumo dom divino oferecido a todos os homens, comporta o efeito da bênção de Deus sobre o seu povo.

Mas o que devemos fazer se a Paz for ameaçada e vidas estiverem em perigo?
A Igreja ensina que os governantes devem esgotar todos os recursos de negociações pacíficas, no entanto, não tendo alcançado a concórdia, não se pode negar aos governos o direito da legítima defesa.

Entretanto, a Igreja pede um rigor as estritas condições duma legítima defesa pela força das armas. Essa é uma escolha muito difícil e de uma grande gravidade, por isso a Igreja orienta que antes de uma nação escolher a legítima defesa armada, submeta-se a condições rigorosas de legitimidade moral:

– que o prejuízo causado pelo agressor à nação ou comunidade de nações seja duradouro, grave e certo;

– que todos os outros meios de lhe pôr fim se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;

– que estejam reunidas condições sérias de êxito;

– que o emprego das armas não traga consigo males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poder dos meios modernos de destruição tem um peso gravíssimo na apreciação desta condição.

Estes são alguns dos elementos que tradicionalmente são apontados na doutrina da chamada “guerra justa”. 

São Julião (Juliano)

 

Julião era filho de um casal cristão da Antioquia, muito devotado. Para realizar o sonho dos pais, o jovem futuro santo - então com 18 anos - casou-se com Basilissa, uma moça cuja família seguia os mesmos preceitos do clã de seu noivo. O casal resolveu fazer um pacto de consagração a Deus, para poder se dedicar a Seu serviço, apesar do casamento. A união carnal não se concretizou e Basilissa permaneceu virgem. Somente após a morte dos pais é que ambos puderam viver a vida espiritual que queriam.

Usaram seus bens para fundar um mosteiro cada um - um masculino, outro feminino - e o restante empregaram em obras de caridade. Mas o Cristianismo vivia os tempos trágicos da perseguição mortal feita pelos imperadores Diocleciano e Maximiniano. No ano de 305, o imperador Diocleciano começou uma perseguição aos cristãos. Assim, Julião abrigou em seu mosteiro dezenas de cristãos refugiados. Aos poucos, foi vendo um a um ser julgado e condenado ao martírio e à morte, até que chegou sua vez. 

Alguns homens denunciaram Juliano. Ele foi arrancado de casa e levado ao tribunal. Como se recusasse a adorar os ídolos pagãos, foi martirizado por longo período, época em que os Escritos registram como de muito sofrimento, mas também de muitos milagres ocorridos através de suas mãos. São Julião foi finalmente decapitado em 9 de Janeiro de 308 (ou 313) e pôde descansar em paz. Hoje, ele vive com Cristo na Glória. Continuamos em tempos de perseguição, velada em alguns lugares e, em outros, bem visível.

Quanto a Santa Basilissa viveu seus últimos dias rodeada de pobres a quem tratou como filhos.

Que o santo de hoje possa interceder para que, o Espírito Santo, nos ajude a sermos ousados em nosso testemunho, sem medo da morte e das perseguições, certos de que a nossa recompensa se encontra no céu.


São Juliano, vós que fostes esmagado pela dor do sucedido e para penitenciardes deixastes todo o farto luxo de seu castelo para cuidar dos mais necessitados junto a vossa santa esposa louvo a Deus por vossa vida, mesmo com um fatalidade tão dramática. Mas soubestes ambos perseverar no bem e não tivestes medo de oferecer-vos em holocausto pelo amor à justiça de Deus. Nada mais é agradável a Deus, do que um coração realmente contrito. Que recebamos a graça de perceber claramente os nossos erros e a graça de um arrependimento tal como tivestes. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.


São Juliano, rogai por nós!