quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

São Tomás de Aquino


Tomás nasceu em 1225, na Campânia, da família feudal italiana. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Ainda jovem, mesmo co a resistência da família, fez-se dominicano.

Em Paris estudou com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bolonha e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.

Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou.

Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, em 07 de março de 1274. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.

ORAÇÃO


Deus de amor e bondade, dai-me, pela intercessão de Santo Tomás, inteligência e a facilidade do estudo, a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão. Fortificai meu estudo, dirigi o seu curso, aperfeiçoai o seu fim, Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Proposta de Marcha para Satanás não era uma iniciativa inocente, alerta Bispo


Circulou pelas redes sociais nos últimos dias a proposta de uma “Marcha para Satanás”, que ocorreria em 17 de janeiro, em diferentes cidades do Brasil, mas não aconteceu. A iniciativa, de acordo com os responsáveis, seria uma crítica ao que chamou de “Estado teocrático” e defenderia a liberdade. Diante disso, o Bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Leomar Brustolin alerta para o significado desse ato, ressaltando que “a questão simbólica não é inocente”.

“Se alguém preferir negar Cristo, é livre para tal, entretanto, ao defender o culto a Satanás, deve recordar que ele é ausência de luz”, adverte o Prelado.

Conforme destacou em seu artigo “Satanás no Estado laico?”, “a organização do evento usou uma linguagem sedutora para que a proposta fosse aceita pela sociedade”. Eles reivindicavam “o distanciamento das posições religiosas, especialmente as cristãs, nas decisões legais que norteiam o Brasil”.

“A marcha para a glória de Satanás queria ser acolhedora de todas as classes supostamente excluídas pela religião e se mostrava contra o fundamentalismo extremista”, explica o Bispo, acrescentando que “essa marcha pretendia fazer com que as pessoas passassem a olhar o mundo com outro perfil: sem tabus ou normas morais; com liberdade absoluta, sem culpa ou pecado".

“Ensinam que o Deus judaico-cristão é preconceituoso, e que no satanismo não há preconceito”.

Por outro lado, Dom Brustolin assinala que os cristãos defendem a liberdade religiosa e sabem como a intolerância pode levar à uma cultura de morte.

Da mesma forma, afirma que os cristãos entendem que o Estado é laico. “Entretanto – ressalva –, a sociedade e a cultura não são laicas. Elas são pautadas por valores, ideias e símbolos que expressam suas crenças e seus ideais.  Pretender uma isenção total desse conjunto de fatores que constituem o ser humano é uma abstração”.

Para o Bispo auxiliar de Porto Alegre, independentemente de ser maioria no Brasil, os cristãos não podem se calar frente a propostas que “pretendam desprezar o que lhes é mais sagrado: a dignidade da pessoa humana em sua dimensão integral e solidária”.

“Nem todos precisam concordar com a fé cristã, mas os valores humanistas que o cristianismo comporta merecem a reflexão de todos”, observa o Bispo, ao indicar que se trata de garantir a liberdade, acompanhada pelo respeito à alteridade. 

Placa em igreja de Ponta Grossa – PR, que pedia que “mulheres usem roupas comportadas”, é retirada após polêmica nas redes sociais.


A Placa deixada em frente à porta da Igreja Sagrado Coração de Jesus conhecida como Igreja dos Polacos na Praça Barão de Guaraúna, em Ponta Grossa, orienta as mulheres a usarem roupas "comportadas" quando entram no templo. "Senhoras e moças: por favor, respeitem a casa de Deus, não entrem neste templo com trajes imodestos tais como: shorts, minissaias e blusas decotadas", diz a mensagem da placa.

O aviso chamou a atenção de fiéis e de toda a população. A mensagem, colocada na entrada do templo por determinação do Padre Paulo, divide opiniões: há quem concorde com a placa e acredite que a "Casa de Deus" exige regras, mas também há quem pense que não passa de um ato "machista e retrógrado". 

Adolescente entra em igreja e quebra imagens em Duque de Caxias, RJ


Um adolescente de 13 anos quebrou duas imagens santas de uma igreja em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), na tarde de terça-feira. O caso na Catedral de Santo Antônio e o jovem estava acompanhado da mãe, quando interpelou uma mulher que rezava e depois derrubou as imagens de Nossa Senhora Imaculada Conceição e do Sagrado Coração de Jesus. As duas imagens compõem o altar da catedral há três décadas.

A diocese de Duque de Caxias, através do padre Renato Gentile, repudiou o ato e acredita que seja uma ação isolada, causada por distorção do que está escrito na bíblia e pelo fundamentalismo adotado por outras igrejas  que não representam a totalidade dos irmãos e irmãs de doutrinas evangélicas". 

Papa convida fiéis a serem mediadores de misericórdia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 27 de janeiro de 2016


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Na Sagrada Escritura, a misericórdia de Deus está presente ao longo de toda a história do povo de Israel.

Com a sua misericórdia, o Senhor acompanha o caminho dos Patriarcas, dá a eles filhos apesar da condição de esterilidade, os conduz por caminhos de graça e de reconciliação, como demonstra a história de José e dos seus irmãos (cfr Gen 37-50). E penso em tantos irmãos que se afastaram em uma família e não se falam. Mas esse Ano da Misericórdia é uma boa ocasião para se reencontrar, para se abraçar e se perdoar e esquecer as coisas ruins. Mas, como sabemos, no Egito a vida para o povo foi dura. E justamente quando os israelitas estão para sucumbir que o Senhor intervém e traz a salvação.

Lê-se no livro do Êxodo: “Muito tempo depois morreu o rei do Egito. Os israelitas, que gemiam ainda sob o peso da servidão, clamaram, e, do fundo de sua escravidão, subiu o seu clamor até Deus. Deus ouviu seus gemidos e lembrou-se de sua aliança com Abraão, Isaac e Jacó. Olhou para os israelitas e os reconheceu” (2, 23-25). A misericórdia não pode ficar indiferente diante do sofrimento dos oprimidos, ao grito de quem está submetido à violência, reduzido à escravidão, condenado à morte. É uma dolorosa realidade que afeta toda época, inclusive a nossa, e que faz sentir muitas vezes impotentes, tentados a endurecer o coração e pensar em outra coisa. Deus, em vez disso, “não é indiferente” (Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2016, 1), nunca tira o olhar da dor humana. O Deus de misericórdia responde e cuida dos pobres, daqueles que gritam em seu desespero. Deus escuta e intervém para salvar, suscitando homens capazes de ouvir o gemido do sofrimento e de trabalhar em favor dos oprimidos.

É assim que começa a história de Moisés como mediador de libertação para o povo. Ele enfrenta o Faraó para convencê-lo a deixar partir Israel; e depois guiará o povo, pelo Mar Vermelho e pelo deserto, rumo à liberdade. Moisés, que a misericórdia divina salvou, logo que nascido, da morte nas águas do Nilo, se faz mediador dessa mesma misericórdia, permitindo ao povo nascer à liberdade salvo das águas do Mar Vermelho. E também nós, neste Ano da Misericórdia, podemos fazer este trabalho de ser mediadores de misericórdia com as obras de misericórdia para nos aproximarmos, para darmos alívio, para fazer unidade. Tantas coisas boas podem ser feitas. 

Por que voltar ao uso do latim na liturgia?


Erroneamente, muitas pessoas acreditam que o Concílio Vaticano II inaugurou uma nova era na Igreja Católica e que, dentro dessa nova mentalidade trazida por ele, o latim teria sido abolido.

Muitos dizem, inclusive, que João Paulo II e seu antecessor, deixaram de lado o uso do latim e que o Papa Bento XVI quer agora voltar atrás. Todas essas afirmações não são verdadeiras. Muitos citam o CVII sem ao menos terem lido os seus documentos, criando-se assim uma expectativa que não corresponde à realidade. Em primeiro lugar, portanto, é preciso ir às fontes, ou seja, ler e entender o que dizem os documentos e o que o Papa Bento XVI pensa, de fato, por meio de seus escritos.

O CVII publicou um documento importantíssimo específico sobre a Sagrada Liturgia, intitulado Sacrosanctum Concilium, que em seu artigo 36, parágrafo 1º, diz:

36. § 1. Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular.

Ora, da expressão “deve-se conservar” infere-se que não houve ruptura de nada e que aquilo que já existia deve ser “mantido”. Ou seja, é preciso continuar fazendo aquilo que a Igreja fez ao longo de dois mil anos: usar o latim na liturgia.

Mas, então, o que foi que o CVII fez efetivamente? Qual foi a mudança que ele trouxe? O parágrafo seguinte é que responde:

36. § 2. Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de grande utilidade para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua vernácula lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições, em algumas orações e cantos, segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes. 

Santa Ângela Mérici


Ângela Mérici nasceu em 1470 no norte da Itália. Os pais eram camponeses pobres e muito religiosos. E desde pequena, ela teve seu coração inclinado pela vida religiosa.

Na infância ficou órfã de pai e de mãe e foi viver na casa de um tio, que a havia adotado, mas que também veio a falecer. Depois de passar dias e dias chorando, com apenas treze anos, pediu para ingressar num convento, entrando para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Os seus sofrimentos, sua entrega à Deus e a vida meditativa de penitência lhe trouxeram, através do Espírito Santo, o dom do conselho. Inspirada pela Virgem Maria, fundou a Comunidade das irmãs Ursulinas, em homenagem a santa Úrsula, a mártir do século IV, que dirigia o grupo das moças virgens, que morreram por defender sua religião e sua castidade.

As "Ursulinas" tinham como finalidade a formação das futuras mães, segundo os dogmas cristãos. Ângela teve uma concepção bastante revolucionária para sua época, quando se dizia que uma sólida educação cristã para as moças só seria possível dentro das grades de uma clausura.

A fundadora morreu aos setenta e cinco anos, em 27 de janeiro de 1540 e foi canonizada, em 1807.

ORAÇÃO


Senhor, Pai de misericórdia, que na virgem Santa Ângela quisestes dar-nos um exemplo de prudência e caridade, concedei-nos que, iluminados pelas suas virtudes e ajudados pela sua intercessão, sejamos fiéis à vossa doutrina em toda a nossa vida. Amém.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Homilética: 4º Domingo Comum - Ano C: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc. 4,24).


No Evangelho (Lc 4,21-30) encontramos Jesus na Sinagoga, onde Jesus disse: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir. Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíram as sua boca” (Lc 4,22). Mas, os nazarenos logo se deixaram envolver em considerações demasiadamente humanas: E diziam: “Não é este o filho de José? E se era realmente o Messias, porque não fazia ali os mesmos milagres que tinha feito em outros lugares? Não tinham igual direito os seus conterrâneos?

Pressentindo os seus protestos, Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc. 4,24). Mas, nem por isso muda de atitude. Pelo contrário procura demonstrar-lhes que o homem não pode ditar leis a Deus e que Deus tem a liberdade de distribuir os seus dons a quem quer.

“Nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra”. E por quê? Eu acho que não se pode responder a essa pergunta se antes não se sabe o que é um profeta. Como você imagina o imagina? Às vezes se pensa que o profeta é um ser absorto em contemplação, um tanto distraído, num estado de exaltação mística que o faz praticamente alienado da terra; outras vezes, como um sujeito estranho, com umas roupas estragadas, barbas sem fazer, uma pessoa que vive denunciando e gritando contra tudo aquilo que é oposto à causa de Deus; a terceira imagem que me vem à mente é a de um homem que parece que tem uma bola de cristal para adivinhar o futuro, profeta acaba sendo alguém que sabe o futuro. Pura imaginação! Eu nunca vi nenhuma dessas três imagens na vida real, contudo conheço vários profetas: cada cristão, pelo batismo, é sacerdote, profeta e rei!

Tal é a sorte que o mundo guarda para aqueles que, como Cristo têm por missão o anúncio da verdade. Confirma-o o episódio bíblico da Vocação de Jeremias  (cf. Jr 1,4-5. 17-19). Deus tinha escolhido Jeremias como profeta, antes de nascer, mas, ao tomar conhecimento, por revelação divina, quando jovem, desta eleição, treme e, pressentindo futuras contrariedades, quer recusar. Mas Deus anima-o: “Não temas porque estarei contigo para te livrar” (Jr 1,8). O homem escolhido por Deus, para ser porta-voz da Sua palavra, pode contar com a graça de Deus que se lhe antecipa e o acompanhará em todas as situações. Não lhe faltarão contrariedades, perigos e riscos, tal como não faltaram aos profetas e ao próprio Jesus. Apesar disso, Deus também o anima, tal como aconteceu a Jeremias: “eles farão guerra contra ti, mas não te vencerão, porque eu estou contigo para defender-te” (Jr 1,19).

O profeta é uma pessoa que foi introduzida no Mistério de Cristo através do Batismo, que “viu” – com os olhos da fé – o Pai e o Filho e o Espírito Santo, e entendeu o plano de Deus para a humanidade e para cada ser humano. Depois dessa proximidade com Deus, o cristão-profeta se dedica a anunciá-lo convencido de que seguir o desígnio de Deus é o que realmente realiza o ser humano em quanto tal. Essa visão sobrenatural do profeta pode produzir, e de fato produz, verdadeiros choques na cultura atual cuja visão materialista, hedonista e naturalista se vê denunciada. No entanto, a denúncia é uma conseqüência do anúncio. Eu acho que não deveríamos descrever como tarefa principal do profeta a denúncia, mas o anúncio. Nós somos anunciadores e edificadores. O cristão não é um desmancha-prazer, um destruidor de coisas boas, um amargado com vontade de amargar a vida dos outros. Se um filho de Deus chega a destruir algo é simplesmente como consequência do anúncio de edificação. Como os fundamentos nem sempre estão prontos para receber o evangelho, eles caem, mas imediatamente se construirá e se fará um edifício muito mais forte e belo que o anteriormente edificado.

Uma última consideração: um profeta de Deus diz sempre a verdade. Procurará dizê-la sempre com graça humana e sobrenatural, mas a dirá! Uma coisa é a simpatia para dizer as coisas, outra é enganar. Desses últimos profetas estamos fartos: eles deveriam falar em nome de Deus e não falam, leigos que tem vergonha de dizer que são católicos, sacerdotes que não tem coragem de falar que utilizar anticoncepcional é pecado, jornalistas que disfarçam a verdade com meias mentiras. Não! Assim não se é profeta! Não podemos ser como cães que não ladram.